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Etapa 1 Prazer, RX

Módulo 2 Os alicerces
SUMÁRIO

Aula 4 Anatomia do tórax no RX ...... 03


Aula 5 Anatomia do abdome no RX ...... 20
Aula 6 Anatomia da coluna no RX ...... 33
Aula 7 Anatomia dos membros ...... 38
superiores no RX
Aula 8 Anatomia dos membros ...... 47
inferiores no RX
Aula 9 Reconheça os artefatos ...... 57
(roupas, piercings, cabelos, etc)

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Aula 4
Anatomia do tórax no RX
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Módulo 2 Os alicerces

Anatomia do tórax no RX
O segundo módulo da primeira etapa do Curso de Radiografia Você Radiologista aprofundará os
assuntos estudados no módulo 1, correlacionando-os com a anatomia e até com a tomografia
computadorizada. Nessa primeira aula, será abordada a anatomia do tórax:

Lateralidade no Raio-X;
Os pulmões;
O mediastino;
A traqueia;
O esôfago;
A aorta;
O diafragma;
As clavículas;
As costelas;
O coração;
O tórax visto em perfil

Quando avaliamos um raio-X de tórax, existem uma série de coisas que devemos avaliar, sendo a
primeira delas a lateralidade. Para esta análise, devemos imaginar que o paciente está de frente
para nós, nos olhando, e não podemos confiar na posição do coração, visto que a dextrocardia é
uma realidade. Além disso, sempre deve haver uma marcação de lateralidade no raio-X, seja
um “L” ou um “E” no lado esquerdo, seja um “R” ou “D” no lado direito. No plano coronal da
tomografia o método é semelhante, o paciente deve está de frente para nós, já no plano axial,
devemos imaginar o paciente em decúbito dorsal com os pés de frente para nós. Para facilitar,
podemos imaginar o paciente entrando no tomógrafo, com os pés para fora, e o examinador do
lado de fora, na sala de comando, onde consegue ver os pés do paciente para fora. Desse modo,
tanto no raio-X quanto na tomografia em ambos os planos, os lados do paciente estão espelhados
em relação aos nossos: em frente ao nosso olho direito temos o lado esquerdo do paciente, e em
frente ao nosso olho esquerdo, o lado direito do paciente.

Agora, vamos avaliar as estruturas do tórax do paciente.

Pulmões

Ao avaliar os pulmões do paciente devemos lembrar de sua segmentação. O pulmão direito é


dividido em três lobos – superior, médio e inferior, enquanto pulmão esquerdo é dividido em dois
– superior e inferior. Contudo, o lobo superior do pulmão esquerdo possui a língula, que se situa
em uma posição mais inferior nesse lobo, assim, de modo a ser mais didático, compararemos a
língula do pulmão esquerdo ao lobo médio do pulmão direito.
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O pulmão direito tem seus lobos separados por duas fissuras: a fissura oblíqua e a fissura horizontal,
que podem ser visualizadas na radiografia. A fissura oblíqua é vista em perfil como uma linha
oblíqua que cruza o pulmão todo, mas em PA é vista como uma diagonal que cruza somente a
porção inferior do pulmão, fazendo a delimitação anterior dos lobos médio e inferior. Já a fissura
horizontal é facilmente vista tanto em perfil quanto em PA, onde vemos uma linha passando em um
plano transversal. Quando falamos do pulmão esquerdo, a mesma lógica para a fissura oblíqua
vale, todavia, não há fissura horizontal, porque a língula faz parte do lobo superior. Assim, o lobo
que está entre as fissuras horizontal e oblíqua só pode ser o médio, o lobo abaixo da fissura oblíqua
é o inferior, e o lobo acima da fissura horizontal é o superior, no pulmão direito. No pulmão esquerdo
a identificação é simples, visto que somente a fissura oblíqua separa o lobo superior do inferior.

Com essas fissuras em mente, podemos visualizar a localização de cada lobo pulmonar, e assim, se
identificarmos uma lesão em uma projeção, podemos conferi-la em outra, para confirmar sua posição.
Para identificar qualquer lesão devemos sempre associar PA e perfil. Outro ponto importante de ser
ressaltado é que tanto a língula quanto o lobo médio estão na projeção do coração. Nesse sentido,
pode ser possível notar alguma alteração na projeção do coração, apagando a margem cardíaca,
que na verdade pertence aos pulmões, e assim, também temos que confirmar a posição com outra
projeção no raio-X, assim como confirmar em qual segmentação específica a alteração se encontra,
afinal o lobo médio apresenta porções lateral e medial, e a língula partes superior e inferior.

Radiografias de tórax em PA, na primeira imagem, e em perfil na segunda, nos quais em laranja temos
os lobos superiores, em azul os lobos inferiores, e em verde o lobo médio e a língula.
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E na tomografia? Antes de tudo, devemos nos lembrar dos eixos de orientação que determinam os
cortes numa tomografia. Um corte coronal é aquele que segue o plano da sutura coronal do crânio,
dividindo o corpo em partes anterior, ou ventral e posterior, ou dorsal. Uma maneira simples de
lembrar desse corte é relacionar com a colocação de uma coroa, que lembra à palavra coronal e
segue também este plano frontal. Por sua vez, um corte sagital é aquele que divide o paciente em
laterais direita e esquerda, sejam elas metades de tamanhos iguais (plano mediano) ou não
(plano paramediano). Um macete para lembrar desse corte é que sagital lembra side, que em inglês
significa lado, os lados direito e esquerdo. Por fim, temos o plano axial, também chamado de
transversal ou horizontal, dividindo o corpo em porções superior e inferior, como se o tomógrafo fosse
um fatiador e estamos observando a fatia. Lembrando sempre que em um corte axial, devemos
imaginar que o paciente está com os pés voltado para nós.

Tendo isso em vista, podemos voltar aos pulmões. Em tomografias em cortes sagitais conseguimos
visualizar as fissuras, tal como conseguimos no perfil no raio-X, identificando os lobos. Já no corte
coronal devemos ir nos movendo na imagem para identificar tudo, mas a visualização se assemelha
com a visualização em PA no raio-X, com a fissura oblíqua no canto externo da porção inferior do
pulmão e a fissura horizontal em plano transversal. Finalmente, no corte axial conseguimos ver mais
superiormente a fissura horizontal, em um plano também transverso, e as fissuras obliquas em ambos
os pulmões, numa conformação que também parece horizontalizada, por estar “olhando por baixo”.

Nessa tomografia de tórax em laranja temos os lobos superiores, em azul os


lobos inferiores, e em verde o lobo médio.
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Além dessa divisão, podemos dividir o pulmão em três partes: a região hilar, mais medial onde
encontram se os vasos que saem e entram dos pulmões; a região medular, que corresponde à porção
intermédia; e a região cortical, a mais externa. Nos hilos pulmonares, em radiografias normais, os
linfonodos são invisíveis. Se identificamos um hilo pulmonar globoso e lobulado, provavelmente
estamos diante de uma linfonodomegalia. Para diferenciar os linfonodos dos vasos, devemos lembrar
que os vasos possuem contornos bem agudos e lisos, enquanto os linfonodos são grosseiros, formando
lóbulos.

Raio-X de tórax em PA, com a região hilar destacada, simulando


como pareceria caso visualizássemos uma linfonodomegalia.

Mediastino

O mediastino é composto de diversas estruturas mediastinais: traqueia, esôfago, nervo frênico, nervo
vago, vasos do tronco supra-aórtico, timo, ducto torácico, linfonodos, e o coração. Ao analisarmos o
mediastino, precisamos identificar se ele está alargado ou não. Para isso, há duas referencias principais:
a faixa paratraqueal direita e o calibre do pedículo vascular.
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Usamos a veia ázigos como orientação para identificar a faixa paratraqueal, que no raio-X é uma faixa
bem pequena e estreita ao lado da traqueia. Devemos medir essa faixa, e se ela possuir mais de
4 milimetros ou estiver globosa, podemos pensar que há uma massa no mediastino ou, mais
frequentemente, linfonodomegalia. Já na avaliação do pedículo vascular, este deve ter sempre menos
do que 7 centímetros. Um pedículo vascular mais largo que 7 cm tem aparência alarmante e é
facilmente visível, contudo, devemos analisar bem, pois na maioria das vezes que o pedículo está maior
do que 7 cm é devido a uma técnica inadequada. A avaliação da técnica de um raio-X será tema dos
próximos módulos do curso.

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Em perfil, o mediastino pode ser dividido de diversas maneiras, assim, usaremos o padrão do Colégio
Brasileiro de Radiologia, que o divide em mediastino anterior, médio/posterior e região paravertebral.
A região paravertebral corresponde ao espaço de 1 cm atrás da parte anterior dos corpos vertebrais.
O mediastino anterior, por sua vez, vai da face anterior da traqueia e da borda posterior do coração
até a face posterior do esterno. Por fim, o mediastino médio/posterior é o que está entre as outras duas
áreas. Essa divisão é necessária para a localização de massas mediastinais.

Na tomografia em corte axial podemos visualizar todas as estruturas mediastinais conforme vamos nos
movendo pelo exame. Inclusive o timo, que regride nos adultos. Caso o timo esteja globoso em um
adulto pode ser sinal de um aumento tímico.

Raio-X em perfil do tórax, com a divisão mediastinal correspondendo ao mediastino anterior


em amarelo, o mediastino médio/posterior em azul e a região paravertebral em verde

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Vasos

Os vasos no raio-X de tórax são estruturas finas e pouco densas que seguem tanto superiormente,
quanto lateralmente e inferiormente. Os vasos que vão em sentido inferior são, normalmente, mais
calibrosos, por conta da gravidade, se o exame estiver sendo feito de pé. Se, em ortostase, o paciente
apresenta os vasos superiores mais calibrosos ou igualmente calibrosos aos inferiores, pode significar
um aumento da pressão sanguínea. Caso o exame for feito em decúbito esse sinal não pode ser
confiável, e por isso não podemos atribuir que esta é uma alteração. Na tomografia também podemos
observar essa diferença de calibre entre os vasos.

Na primeira imagem temos um raio-X de tórax em PA, onde vemos os vasos inferiores, mais calibrosos,
e os superiores, mais finos. A segunda imagem, uma tomografia em corte coronal, observamos
também essa diferença de calibre.

Quando tratamos das marcas vasculares na


região pulmonar, é notório que essas são mais
presentes e visíveis na região hilar, onde os
vasos são mais calibrosos. Quanto mais
distante do hilo pulmonar, se torna mais difícil
de visualizar as marcas vasculares, pois os
vasos se tornam mais finos, mas, elas
certamente devem estar presentes. Devemos,
então, observar com atenção a região mais
cortical para identificar a presença de vasos e a
diferenciar de um pneumotórax, por exemplo,
onde não são visíveis as marcas vasculares,
pois o pulmão está afastado da pleura.

Raio-X de tórax em PA, com o tracejado amarelo


representando a divisão entre a região hilar e medular
dos pulmões, e o tracejado vermelho a divisão entre
regiões medular e cortical, onde há menos marcas vasculares.
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Traqueia

É visualizada no raio-X como um tubo cartilaginoso longitudinal recheado de ar que, normalmente,


está centrada na região retroesternal. Na altura no botão aórtico, a traqueia se bifurca, formando a
carina da traqueia, que nada mais é que a bifurcação entre os brônquios direito e esquerdo. O ângulo
da carina deve ser sempre menor do que 90o, pois, caso esteja maior do que isso, pode significar um
aumento do átrio esquerdo, que está forçando contra os brônquios e aumento o ângulo da carina.

Raio-X do tórax em PA, onde está marcada a traqueia e os brônquios principais.


Além disso, há a demarcação do ângulo da carina, que está normal, menor
do que 90o.

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Na tomografia em corte coronal, tal qual no raio-X em PA, podemos verificar a traqueia longilínea com
sua carina e os brônquios principais. Já em corte axial, vemos a traqueia como um círculo preto, pois
estamos cortando-a transversalmente e ela está cheia de ar, que é hipodenso. À medida em que nos
movemos pelo exame, podemos descer até o nível da carina e dos brônquios.

TC de tórax, sendo a primeira em corte coronal e as seguintes em corte axial. Nelas podemos
verificar a traqueia, a carina e os brônquios.

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Esôfago

Em radiografias normais o esôfago não deve ser visível. Entretanto, devemos saber estimar sua posição.
O esôfago é um tubo que está, na maior parte do tempo, colabado, e que passa retroesternalmente
até fazer uma curva à esquerda e perfurar o diafragma no hiato esofágico, próximo à porcao medial
da hemicúpula diafragmática esquerda. Essa informação é importante porque, na avaliação da posição
de uma sonda, caso ela esteja fazendo qualquer caminho que não esse, a sonda está mal posicionada.
Se identificamos um tubo lobulado retroesternal que não é a traqueia, muito provavelmente estamos
diante do esôfago.

Raio-x de tórax em PA com a demarcação do local provável onde está o esôfago


e também da hemicúpula esquerda, região adjacente ao esôfago.

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Aorta

A aorta sai do ventrículo esquerdo em sua porção ascendente, faz uma volta, formando o arco ou a
crossa aórtica, e segue em sua porção descendente. O arco aórtico é visível no raio-X em PA, com seu
ápice sendo chamado de botão aórtico. Assim como o arco, a aorta descendente também pode ser
visualizada, contudo, a aorta ascendente é de difícil visualização, devido à grande quantidade de
estruturas que passam naquela mesma direção.

Raio-X de tórax em PA, destacando-se o arco da aorta e a aorta descendente.

Na tomografia a aorta pode ser visualizada em diversos cortes, por ser um vaso extremamente longo.
Dependendo do corte e da altura deste, podemos visualizar todas as suas porções – ascendente, o arco
da aorta, e a aorta descendente.

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Diafragma

Devemos sistematizar nosso olhar quanto ao diafragma no raio-X. Primeiro, focamos nosso olhar às
cúpulas diafragmáticas, que são visualizadas no raio-X como pequenas faixas densas abaixo dos
pulmões e do ápice do coração. Se as cúpulas diafragmáticas estiverem mais achatadas pode indicar
que o paciente está hiperinsuflado. Ao entrar em contato com o arcabouço costal, as cúpulas
diafragmáticas formam os seios costofrênicos, bilateralmente. Os seios costofrênicos podem ser divididos
em laterais, que são os que visualizamos em uma projeção em PA, e posteriores, que acumulam derrame
pleural mais precocemente do que os laterais, visualizados em perfil. Além disso, o encontro do coração
com as cúpulas diafragmáticas forma os seios cardiofrênicos. A altura das cúpulas é diferente, sendo a
direita mais alta do que a esquerda por conta do fígado. Dessa maneira, para medir a altura das cúpulas,
traçamos uma linha tangente a elas e verificamos a diferença entre essas linhas. A diferença da altura das
cúpulas deve ser sempre menor do que 1,5 cm. Se essa distância estiver aumentada, pode ser indicativo
de paralisia de cúpula diafragmática.

Raio-X de tórax em PA, com as cúpulas diafragmáticas destacadas em vermelho.


De amarelo temos os seios costofrênicos, e de roxo o seio cardiofrênico direito.
De verde há, ainda, a demonstração de como se faz a medida da diferença de
altura das cúpulas.

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Clavículas

As clavículas são em número de duas, e são os ossos superiores que articulam com o acrômio da escapula,
e com o esterno. Acima das clavículas, no raio-X, podemos visualizar uma linha fina e sutil de partes moles
– a linha companheira. O apagamento da linha companheira pode ser um sinal indireto de tumor de
partes moles. Porém, caso haja um apagamento da linha companheira sem nenhum outro sinal de tumor,
muito provavelmente ocorreu um erro na técnica da radiografia, ou as próprias condições do paciente
impedem a visualização dessa linha. Assim, esse sinal é mais importante quando já há umasuspeita de tumor.

Raio-X de tórax em PA com as clavículas destacadas em azul.

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Costelas

São os ossos oblíquos representados como opacidades curvas que “abraçam” todo o tórax. Para identificar cada
costela é importante seguí-las, descrevendo seu arco e verificando se há alguma fratura, porque as bordas das
costelas, normalmente, são bem retilíneas. Para fazer a contagem das costelas, o mais indicado é fazê-lo pelos
arcos anteriores, pois sua diferenciação é mais fácil, sendo eles os mais oblíquos. Assim, em um raio-X adequado
deve-se visualizar pelo menos 6 arcos anteriores acima do diafragma no adulto. Já para os posteriores, que são
mais horizontalizados, devemos contar 10 no adulto e 8 na criança.

Raio-X de tórax em PA, onde estão destacadas as costelas, sendo os


arcos anteriores demarcados em vermelho e os posteriores em azul.

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Coração

Na radiografia em PA, a margem direita do coração é formada pelas câmaras cardíacas direitas, principalmente
pelo átrio direito. Mais superiormente na margem direita cardíaca temos a veia cava superior. Já a margem
cardíaca esquerda, no raio-X, é formada tanto pelo ventrículo quanto pelo átrio esquerdos, além do tronco da
artéria pulmonar e do arco aórtico. O átrio esquerdo, apesar de não ser visualizado diretamente em PA, forma a
margem esquerda e, também, o arco médio do coração.

Em perfil, podemos visualizar o ventrículo direito em contato com a parede anterior do tórax, enquanto o ventrículo
esquerdo é mais posterior. O ventrículo direito encosta-se até aproximadamente um terço de sua extensão na caixa
torácica, e assim, deixando livre o espaço claro retroesternal. Caso esse espaço esteja sendo muito obliterado pelo
ventrículo direito, que está em maior contato com a parede torácica, pode significar um aumento de ventrículo
direito. Assim, o ventrículo direito forma a margem cardíaca anterior, continuando-se com o tronco pulmonar.

Radiografias de tórax, sendo a primeira em PA e a segunda em perfil, estando destacadas as


câmaras cardíacas e os grandes vasos.

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Agora que vimos as estruturas separadamente, podemos fazer um resumo do que podemos visualizar em uma
radiografia. Em perfil, podemos visualizar o tubo lobulado que é a traqueia, que passa no mediastino
médio/posterior e se bifurca na carina da traqueia nos brônquios principais. Além disso, conseguimos visualizar
a crossa da aorta, saindo do coração, dando a volta e descendo posteriormente ao coração. Entre a crossa da
aorta e a traqueia podemos ainda identificar a artéria pulmonar esquerda. Ademais, podemos visualizar o hilo
pulmonar, e ainda os seios costofrênicos posteriores, que não visualizamos em PA.

Raio-X de tórax em perfil, destacando a traqueia, o arco aórtico, o hilo pulmonar e


os seios costofrênicos posteriores.

Na tomografia computadorizada podemos fazer a diferenciação de densidade entre a composição das estruturas.
O ar geralmente tem densidade de – 1000, a gordura cerca de – 100, a água cerca de zero, as partes moles têm
densidades que variam entre 10 a 100, e os ossos de aproximadamente 1000. Assim, quanto mais liquida for a
parte mole, mais próxima do zero será sua densidade, como um cisto. Para analisar uma TC, devemos olhar de
cima a baixo e começando de fora para dentro para evitar esquecer de detalhes importantes. Assim, olhamos
primeiramente a tela subcutânea e os músculos do arcabouço torácico, seguindo para as costelas e corpos
vertebrais, modificando a configuração para um janelamento ósseo para diferenciarmos a medula e o córtex
ósseo. O corte axial é o melhor corte para avaliarmos fraturas de pedículo e lâmina, que são incomuns, enquanto
para avaliação das costelas, um corte coronal é mais apropriado para quem não tem um olho treinado. Em
seguida, analisamos o mediastino, podendo também checar as axilas a procura de linfonodomegalia. Assim,
observamos a tireoide e o introito torácico, até adentrarmos o mediastino. Podemos então avaliar o esôfago, a
traqueia e a carina, além dos brônquios principais e segmentares. Em seguida, analisamos os vasos, como a
artéria aorta, o tronco braquiocefálico, as artérias carótidas e as subclávias, além do tronco da artéria pulmonar.
Seguindo adiante, analisamos o coração e suas câmaras e os pulmões, observando os lobos e os hilos.
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Anatomia do abdome no RX
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Anatomia do abdome no RX
Dando continuidade ao módulo de anatomia do Curso de Radiografia Você Radiologista, agora
abordaremos a anatomia do abdome no Raio-X. Assim, nessa aula abordaremos:

A lateralidade e as divisões do abdome no raio-X;


As bases pulmonares;
O fígado, o baço e o pâncreas;
Os rins, os ureteres, a bexiga e o músculo psoas;
O estômago e as alças intestinais;
Os elementos ósseos do abdome;
A pelve;
Correlações com a tomografia.

A lateralidade também deve ser elucidada e, tal qual no raio-X de tórax, devemos imaginar que o
paciente está de frente para nós, nos olhando.
Tendo a lateralidade em mente, é importante ressaltar que o abdome pode ser dividido em
quadrantes e regiões. São nove regiões, divididas por 4 linhas – as linhas hemiclaviculares direita
e esquerda, uma linha junto à borda inferior das costelas e uma linha no nível das espinhas ilíacas
– formando uma espécie de quadrado 3x3. Desse modo, as regiões são, da direita para esquerda
e de cima para baixo: hipocôndrio direito, epigástrio, hipocôndrio esquerdo, flanco direito,
mesogástrio (ou região umbilical), flanco esquerdo, fossa ilíaca direita, hipogástrio (região suprapúbica)
e fossa ilíaca esquerda. Enquanto isso, os quadrantes são apenas 4: quadrante superior direito,
superior esquerdo, inferior direito e inferior esquerdo. Tais divisões são importantes para
delimitarmos quais órgãos e estruturas pertencem a cada região e quadrante. Por exemplo, no
quadrante superior direito temos o fígado, a vesícula biliar, o rim direito, enquanto no quadrante
superior esquerdo temos o rim esquerdo, o baço e o estômago. No quadrante inferior direito, por
sua vez, temos o ceco, o apêndice vermiforme, o cólon ascendente, enquanto no inferior esquerdo
possuímos o cólon descendente, cólon sigmoide, e outras estruturas. As regiões tendem a ser mais
especificas que os quadrantes, por serem áreas menores, delimitando de forma mais precisa.
Como exemplo disso podemos falar dos grandes vasos peritoneais, como a aorta abdominal e a
veia cava inferior, que passam na região mesogástrica.

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Radiografias de abdome, sendo destacadas as regiões e os quadrantes abdominais, respectivamente.


Com essas particularidades abdominais esclarecidas, podemos identificar as estruturas visualizadas
em um raio-X de abdome.
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Bases pulmonares

Apesar dos pulmões serem estruturas torácicas, um raio-X de abdome ideal deve ser capaz de captar
uma parte das bases pulmonares e ir até uma parte da sínfise púbica. Porém, é fato que alguns
pacientes são muito altos, e o filme da radiografia não é capaz de pegar todas as estruturas em
apenas um corte – desse modo, temos duas opções: repetir o filme, para que a imagem pegue as
estruturas que faltaram, ou deixar por isso mesmo, caso as alterações que você estava procurando
está em estruturas que já foram captadas pelo raio-X, evitando uma segunda exposição à radiação.

A projeção das bases pulmonares na radiografia do abdome se interpõe com as projeções do fígado,
no lado direito, e do baço, no lado esquerdo. Saber identificar as bases pulmonares é importante
para diagnosticar possíveis pneumonias de lobos inferiores.

BASES PULMONARES

Raio-X de abdome, com as bases pulmonares destacadas. Note que esta radiografia
não é ideal, pois não é possível visualizar a sínfise púbica.

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Fígado, baço e pâncreas.

Visualizar essas estruturas, numa situação normal, é realmente algo difícil, mas, devemos sempre
saber estimar suas localizações. O fígado e o baço normalmente encontram-se abaixo das costelas
mais inferiores, sendo o fígado no hipocôndrio direito, chegando até o epigástrio, e o baço no
hipocôndrio esquerdo. Já o pâncreas, por sua vez, normalmente não é visível, mas, ainda assim,
podemos prever que sua localização é entre o epigástrio – onde fica sua cauda e seu corpo – e o
mesogástrio – onde fica a cabeça do pâncreas, um pouco mais abaixo do fígado e do baço. Caso
haja calcificação, na pancreatite crônica, vamos conseguir identificar na localização onde o
pâncreas se encontra, por isso é importante sabermos sua anatomia.

Raio-X de abdome, com fígado, baço e pâncreas destacados.

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Na tomografia, em um corte coronal, observamos essas estruturas na mesma posição do raio-X em PA.
Todavia, em um corte axial, conseguimos observar o fígado à direita, como se estivesse recostado nos
arcos costais direitos. O baço, no corte axial, o visualizamos à esquerda, logo anterior ao rim esquerdo.
Por fim, o pâncreas aparece como uma estrutura ondulada que passa anteriormente aos dois rins, afinal,
é uma estrutura parcialmente mesogástrica.

Tomografias de abdome em corte coronal e axial, com o fígado marcado em


vermelho, o baço em verde e o pâncreas em amarelo.

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Rins, ureteres, bexiga e psoas

O músculo psoas, em sua normalidade, é visualizado como uma espécie de sombra paravertebral, não
conseguindo delimitar exatamente seus limites. Caso seus limites estejam bem visíveis e destacados, pode
ser um sinal de retropneumoperitôneo. Assim como o psoas, os rins são visualizados apenas como
sombras no fundo do raio-X, de difícil visualização, em formato de caroços de feijão, ao lado da inserção
superior do músculo psoas. A visualização dos rins pode ser prejudicada pela interposição de alças
intestinais no raio-X e, por isso, é importante saber sua localização. A bexiga se localiza no escavado
pélvico, e por isso é importante que o raio-X capte a sínfise púbica, para que tenhamos uma melhor
visualização dessa estrutura. Os ureteres também não são visíveis em sua normalidade, mas devemos
saber que eles partem da região medial dos rins, e descem até a bexiga.

Raio-X de abdome com destaque à posição anatômica dos rins, ureteres e bexiga.

ANOTAÇÕES
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Na tomografia em corte coronal, de modo semelhante ao raio-X, observamos as mesmas relações


anatômicas, porém, diferentemente da radiografia, conseguimos visualizar bem todas as estruturas.
Conseguimos observar a bexiga com uma densidade menor do que as outras estruturas, já que é um
órgão cheio de líquido. No corte axial, por sua vez, abaixo do fígado e do baço visualizamos os rins.
Para vermos as outras estruturas, como estão em níveis diferentes, devemos descer pelo exame.

Tomografias de abdome em corte coronal e axial com os rins em verde, a bexiga em amarelo,
e o músculo psoas em azul.

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Estômago e alças intestinais

São as estruturas mais importantes do raio-X de abdome. O estômago se localiza no quadrante superior
esquerdo, pegando um pouco também das regiões epi e mesogástricas. Podemos visualizar, em algumas
situações, uma bolha de ar gástrica. O intestino grosso, por sua vez, também pode ser visualizado por
conta do ar em seu interior, se tornando hipodenso. Podemos diferenciar o cólon das alças intestinais
delgadas por suas halstrações colônicas, que são parecidas com pregas intestinais, que não chegam ao
outro lado da alça. É normal visualizar o cólon e suas halstrações no raio-X de abdome. Por outro lado,
as pregas coniventes do intestino delgado, normalmente não são visíveis no raio-X normal, mas, caso
fossem visíveis, seriam pregas de tecido indo de um lado ao outro da alça, sem qualquer interrupção.
Quando há muitas pregas coniventes, temos o sinal do empilhamento de moedas.

Radiografia de abdome com destaque às alças colônicas e ao estômago.

ANOTAÇÕES
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Na tomografia conseguimos identificar os cólons e suas halstrações, de modo similar ao raio-X. Em um


exame com contraste e com ar podemos identificar completamente a anatomia do intestino grosso – o
ceco, no quadrante inferior direito, seguido do cólon ascendente e a flexura hepática, logo abaixo do
fígado, o cólon transverso atravessando o abdome e a flexura esplênica, abaixo do baço. Descendo
temos ainda o cólon descendente, o cólon sigmoide e, finalmente, o reto, que se localiza na projeção
do escavado pélvico, posterior à bexiga.

Exame com contraste para identificar as porções do intestino grosso.

Para sabermos se as alças intestinais estão no tamanho normal, devemos conhecer a regra do 3, 6, 9.
Essa regra diz que o delgado deve ter, no máximo, 3 cm de diâmetro, enquanto o intestino grosso deve
ter 6 cm, no máximo, e o ceco deve ter, no máximo, 9 cm de diâmetro. Observe que o ceco tem uma
tolerância maior de diâmetro, por ser o primeiro a receber os resíduos do intestino delgado, para ser
capaz de armazenar o conteúdo para formar o bolo fecal.
Etapa 1 Prazer, RX
Aula 5
Módulo 2 Os alicerces

Elementos ósseos

Na radiografia de abdome conseguimos visualizar a coluna vertebral, com seus corpos e seus pedículos
que, no raio-X, têm formato circular, apesar de serem estruturas alongadas. Descendo pelos corpos
vertebrais, chegamos ao sacro, uma estrutura triangular que se articula com os ossos ilíacos
bilateralmente. O sacro possui forames sacrais, visualizados como linhas ou abaulamentos no raio-X.
Caso estejamos diante de um trauma pélvico, é imprescindível o olhar atento a esses forames, pois
podem estar fraturados, juntamente com lesão nervosa. Os ossos ilíacos, por sua vez, se articulam com
os ramos púbicos, que, por sua vez, se continuam com as cabeças femorais.

Além desses ossos, na parte superior do exame podemos visualizar também as últimas costelas. Para
diferenciarmos, no raio-X, as costelas torácicas das lombares, devemos observar que as primeiras estão
articuladas com costelas, enquanto as lombares não estão. Sabemos que as vertebras lombares são
mais grosseiras, tendo processos transversos mais alargados. Entretanto, devemos observá-los com
atenção pois, caso um desses processos esteja maior e mais gritante do que os outros, podemos estar
diante de uma megapófise transversa, que pode até ser sintomática e articular-se com o sacro.

Na tomografia, assim como para as outras estruturas, a organização é parecida, mas com a visão sendo
facilitada.

Radiografia de abdome que destaca seus elementos ósseos.


Etapa 1 Prazer, RX
Aula 5
Módulo 2 Os alicerces

Pelve

Na anatomia da pelve, precisamos identificar algumas linhas e ossos. Como todos os ossos, devemos
sempre buscar alinhamento e, na pelve, temos algumas linhas especificas que devemos conhecer para
saber se a pelve está alinhada ou não. A primeira linha é a de Shenton, que passa na margem mais
interna do colo femoral até a porção mais inferior do ramo púbico superior, descrevendo uma curva e
contínua. Caso esta linha esteja descontínua, pode indicar fratura ou do colo femoral ou do ramo púbico
superior. Outra linha importante é a de Hilgenheiner, que passa entre as cartilagens triangulares entre o
osso ilíaco e os ossos púbicos, próximo ao teto do acetábulo. Essas cartilagens somente são visíveis em
crianças, pois nos adultos já estão calcificadas. Essa linha é utilizada como referência para a linha de
Perkins e para a medida do ângulo acetabular. O ângulo acetabular é medido entre a linha de
Hilgenheiner e uma linha tangente ao teto do acetábulo. Já a linha de Perkins é perpendicular à linha de
Hilgenheiner e lateral ao teto acetabular. Essas linhas são importantes para identificarmos patologias do
quadril pediátrico. Para lembrar dessas linhas, podemos correlacionar que a linha de Shenton é a mais
sinuosa, ou seja, é a que faz a curva no ramo púbico e no colo femoral. Já a linha de Perkins é a que
está de pé, paralela ao teto do acetábulo.

Além disso, podemos identificar os ossos da pelve: os ilíacos, bilateralmente, os ramos púbico superior e
inferior e o acetábulo, que irá articular com a cabeça do fêmur. Temos ainda, como já dito, a cartilagem
triangular, ou trirradiada, entre o osso ilíaco e o osso do púbis.

Radiografia de abdome que destaca seus elementos ósseos.

Radiografias demonstrando as linhas e os ossos da pelve.


Etapa 1 Prazer, RX
Aula 5
Módulo 2 Os alicerces

Agora que as estruturas abdominais vistas na radiografia foram elucidadas, podemos fazer uma correlação
com a tomografia computadorizada. Utilizando o mesmo método de olhar ativamente de fora para dentro,
para evitar esquecermos algo, visualizamos primeiro a tela subcutânea e os músculos da parede abdominal
anterior e paravertebral, além da porção proximal das coxas e as regiões inguinais. A seguir, alargamos o
janelamento para observarmos os ossos – sínfise púbica, fêmures, sacro, ilíacos e vértebras, com seus
corpos, pedículos, processos transversos, lâminas e processo espinhoso. Podemos, ainda, alternar entre os
cortes para procurarmos alterações que não poderiam ser vistas anteriormente. Alterando a janela
novamente, seguimos olhando as alças intestinais, o ânus e o reto, acompanhando-os. Podemos identificar
ainda a válvula ileocecal, que se continua com o intestino delgado e possui uma gordura em seus arredores,
a diferenciando do apêndice, que aparece quando chegamos ao ceco. Em seguida, devemos observar o
adentrar do esôfago no estômago e continuar seu percurso, chegando ao duodeno, junto à cabeça
pancreática, e as outras alças do delgado, o jejuno e posteriormente o íleo. Agora devemos olhar os vasos
abdominais: a aorta, o tronco celíaco, a artéria hepática comum, a artéria esplênica, a artéria gástrica
esquerda, a artéria mesentérica superior, artérias ilíacas comuns, externas e internas, a veia porta, a veia
cava inferior, as veias renais, e, é claro, devemos olhar os linfonodos, que seguem juntos. Ao olhar a pelve,
devemos observar os órgãos pélvicos, como a bexiga, o reto, e o útero, na mulher, e a próstata, no homem.
Devemos agora observar o fígado, o pâncreas, o baço, os rins e as adrenais.

ANOTAÇÕES
Etapa 1 Prazer, RX
Módulo 2 Os alicerces
Aula 6
Anatomia da coluna no RX
Etapa 1 Prazer, RX
Aula 6
Módulo 2 Os alicerces

Anatomia da coluna no RX
Na terceira aula do módulo de anatomia do Curso de Radiografia Você Radiologista, o tema
apresentado será a anatomia da coluna no raio-X, através dos seguintes tópicos:

Coluna lombar;
Coluna cervical;
Correlações com a tomografia;

Para iniciarmos a falar da coluna, devemos lembrar que ela é composta por 34 vértebras, sendo
7 cervicais, 12 toracicas, 5 lombares, 5 sacrais e 5 coccígeas. Podem haver algumas variações
anatômicas em relação às coccígeas, lombares e sacrais, como por exemplo, a sacralização da
quinta vértebra lombar, ou o surgimento de uma sexta vértebra lombar.

Coluna lombar

Podemos visualizar no raio-X os corpos vertebrais e os espaços interssomáticos – onde ficam os


discos intervertebrais, tanto em perfil quanto em AP. A projeção ántero-posterior nos permite ainda
ver os dois pedículos e o processo espinhoso, que estão de forma anteriorizada em comparação
ao corpo vertebral, formando o que se parece com um rosto, com dois olhos e um nariz. Além
disso, pela lateral do corpo vertebral, conseguimos visualizar também os processos transversos.
Já em perfil, conseguimos ver os pedículos, os processos articulares, um pedaço da lâmina e
também o processo espinhoso, sendo esse mais fácil de visualizar nessa projeção. Como são
5 vértebras na coluna lombar, as denominamos L1, L2, L3, L4 e L5, no sentido craniocaudal. Vale
lembrar que logo acima das vértebras lombares, temos as últimas vértebras torácicas, ou dorsais.
Essas estão sempre articuladas com as costelas, assim, as conseguimos diferenciar das vértebras
lombares. Entre os processos articulares teremos as articulações interapofisária ou interfacetária.
O sacro articula-se com os ossos ilíacos, na chamada articulação sacroilíaca, enquanto a
articulação entre a L5 e o sacro é a lombossacral.

Radiografias da coluna em AP e perfil, respectivamente, destacando os elementos da coluna lombar.


Etapa 1 Prazer, RX
Aula 6
Módulo 2 Os alicerces

Coluna cervical

Possuímos 7 vértebras cervicais, contudo, diferentemente das vertebras lombares, que são todas
parecidas, entre as vertebras cervicais nós possuímos algumas vertebras atípicas, a C1 e a C2,
também chamadas de atlas e áxis, respectivamente. O atlas não possui um corpo vertebral
propriamente dito, enquanto o áxis possui uma estrutura diferenciada que se articula com o atlas,
o chamado dente do áxis. Para lembrar dessas nomenclaturas podemos lembrar que ambas as
vértebras, atlas e áxis, começam com a letra A, sendo assim, as primeiras vertebras. Além disso,
o T, a segunda letra de atlas, vem antes do X, de áxis, dessa forma, o atlas é C1 e o áxis é C2.
Outra maneira de lembrar, e é, de fato, de onde surgiu essa nomenclatura, é que Atlas é o nome
do titã que foi condenado por Zeus, na mitologia grega, a sustentar o céu em seus ombros para
que não caísse sobre a Terra, assim como a C1, que sustenta o peso da cabeça.

Da mesma forma que na coluna lombar, conseguimos visualizar os corpos vertebrais, os pedículos,
os processos articulares e os processos espinhosos. Um detalhe que merece ser mencionado é
que, para considerarmos uma radiografia cervical bem feita, ela deve conter de C1 a C7.
Podemos ainda identificar as articulações interfacetárias, as articulações atlantoaxiais mediana e
lateral, entre o atlas e o áxis, e a articulação atlantoccipital – entre o atlas e os côndilos do
osso occipital.

Radiografias de coluna cervical em perfil, destacando seus principais componentes e articulações.

ANOTAÇÕES
Etapa 1 Prazer, RX
Aula 6
Módulo 2 Os alicerces

Uma radiografia importante no contexto de trauma é aquela realizada com o paciente de boca
aberta, com os raios direcionados à sua boca, para captar bem a imagem das primeiras vértebras
cervicais, o atlas e o áxis, e suas articulações. Podemos observar, então, a simetria entre a distância
do dente do áxis até as massas laterais do atlas. Se essa distância estiver assimétrica, pode-se
desconfiar de lesão ou fratura desses componentes.

Radiografias de coluna através da boca do paciente, dando destaque ao atlas e ao áxis e


seus componentes e articulações.

ANOTAÇÕES
Etapa 1 Prazer, RX
Aula 6
Módulo 2 Os alicerces

Agora que a anatomia da coluna vertebral no raio-X está elucidada, podemos relacioná-la ao exame
de tomografia computadorizada. A vantagem da tomografia, até sobre a ressonância magnética, é
que ela consegue fazer uma melhor visualização da cortical do osso. Em um corte sagital podemos
observar as vértebras lombares, sacrais e coccígeas ao mesmo tempo, além dos pedículos, processos
articulares, articulações interapofisárias e processos espinhosos. Porém, nos outros cortes esses
componentes também são visualizados, mas de outro ponto de vista.

ANOTAÇÕES
Etapa 1 Prazer, RX
Módulo 2 Os alicerces
Aula 7
Anatomia dos membros
superiores no RX
Etapa 1 Prazer, RX
Aula 7
Módulo 2 Os alicerces

Anatomia dos membros superiores no RX


A quarta aula do módulo de anatomia do Curso de Radiografia Você Radiologista tem como tema
os membros superiores no raio-X, tal qual uma correlação com a ressonância magnética, que é o
exame padrão para avaliação de ossos. Assim, seguiremos os seguintes tópicos:

O punho e a mão;
O antebraço;
O cotovelo;
O braço e o ombro;
Correlação com a ressonância magnética;

Antes de entrarmos na anatomia dos membros superiores propriamente dita, há alguns conceitos
que devem ser explicados. A diáfise de um osso é a porção mais média desse, aquela que está
entre as extremidades, que é mais forte e compacta, mas ainda passível de fraturas. A metáfise,
por sua vez, fica mais extrema em relação à diáfise, porém, ainda não corresponde à extremidade,
que corresponde à epífise. A metáfise corresponde à porção do osso capaz de crescer, caso ainda
não esteja calcificada. A epífise geralmente corresponde ao local em que um osso irá articular com
outro, sendo normalmente mais alargada. Assim, temos as epífises proximais e distais, as metáfises
proximais e distais, e a diáfise, que representa o centro.

Radiografias de braço em AP e perfil, respectivamente, para demonstrar as divisões


do osso, nesse caso, o úmero.
Etapa 1 Prazer, RX
Aula 7
Módulo 2 Os alicerces

Punho e mão
Em uma radiografia de punho devemos reconhecer todos os ossos, tanto em AP quanto em perfil.
Podemos visualizar a extremidade distal da ulna e a extremidade distal do rádio, além dos ossos
do carpo e do metacarpo. Quando falamos de ossos do carpo, o osso central e maior é o
capitato, que se articula com o semilunar, abaixo dele. Na lateral deles possuímos o escafoide,
que no perfil tem um formato de S. Medialmente ao capitato, temos o hamato, que possui um
gancho, visível em AP. Abaixo do hamato estão os ossos piramidal e pisiforme, que fica sobreposto
ao piramidal. Por fim, acima do escafoide e abaixo do primeiro metacarpo, possuímos os ossos
trapézio e trapezoide. Como é difícil de recordar esses ossos e suas posições, existem alguns
macetes para lembrar-nos: o CAPItato é o maior osso da mão, sendo assim, ele é o CAPItão.
O semilunar é aquele que segura o capitato, parecendo uma cunha, ou uma meia-lua. O hamato
é aquele que possui um gancho, enquanto o trapézio é a “prancha” que o polegar usa para pular
do carpo, o deixando mais afastado dos outros dedos. O eScafoide, por sua vez, se assemelha
a um S.

Além dos ossos do carpo temos também os metacarpos, que numeramos de 1 a 5, do polegar ao
dedo mínimo. Após os metacarpos, possuímos as falanges – proximais, médias e distais – que são
numeradas da mesma maneira. É importante ressaltar que o polegar é diferente, pois ele possui
apenas duas falanges, a proximal e a distal. Nos pés, possuímos os ossos do metatarso, que
possuem um nome muito parecido com os ossos da mão – dessa maneira, temos outro macete: os
ossos do metaCarpo têm a letra C, que lembra cabeça, estando mais próximos dela, assim, na
mão. Enquanto isso, o metaTarso tem T, de Terra, estando mais próximo ao solo, no pé. É válido
ressaltar, ainda, que a face volar é aquela que possui os “bicos” dos ossos, enquanto a face dorsal
é mais lisa.

Radiografia de punho em AP e perfil, respectivamente, onde os ossos estão destacados.


Etapa 1 Prazer, RX
Aula 7
Módulo 2 Os alicerces

Ademais, no punho possuímos relações articulares importantes, sendo algumas delas: as articulações
interfalangianas distais – que ligam as falanges distais às médias, as articulações interfalangianas
proximais – unindo as falanges médias às proximais, e as articulações metacarpo falangianas que,
como o nome diz, une a falange proximal ao metacarpo. Como o polegar possui apenas duas
falanges, suas articulações são chamadas de articulação interfalangiana do polegar e articulação
metacarpo falangiana do polegar (ou do primeiro dedo). No carpo, possuímos as articulações carpo
metacárpicas, unindo o carpo ao metacarpo e a articulação mediocárpica, unindo os ossos mais
proximais do carpo, aos mais distais. Além dessas, possuímos a articulação radiocárpica, ligando o
rádio aos ossos do carpo, e a articulação rádio-ulnar distal, pois estamos falando das extremidades
distais desses ossos.

Radiografias do punho em AP, destacando-se seus ossos.

ANOTAÇÕES
Etapa 1 Prazer, RX
Aula 7
Módulo 2 Os alicerces

Antebraço
O antebraço é composto pelo rádio e pela ulna. A ulna é menor na extremidade distal e maior na
extremidade proximal, enquanto no rádio acontece o oposto. Para lembrarmos qual osso é o rádio e
qual osso é a ulna, devemos pensar que todo rádio tem antena, e a antena do rádio é o polegar.
Assim, se seguirmos o polegar, encontraremos o rádio.

Radiografias do antebraço em AP e perfil, respectivamente, onde vemos


o rádio em azul e a ulna em amarelo.

ANOTAÇÕES
Etapa 1 Prazer, RX
Aula 7
Módulo 2 Os alicerces

Cotovelo
Uma extremidade do cotovelo, a distal, é formada pelo rádio e pela ulna, enquanto a extremidade
proximal é composta pelo úmero, em sua porção distal. A partir desses ossos, conseguimos visualizar
diversos acidentes anatômicos: o olécrano da ulna é sua porção mais proximal e espessa que parece
uma boca de uma ferramenta – a ponta desse gancho formado é o chamado processo coronoide. Em
fraturas de cotovelo, lesões no processo coronoide orientam a decisão de uma abordagem cirúrgica.

No úmero há um espaço onde o olécrano da ulna se articula: a chamada fossa do olécrano, além de
um acidente que se articula com o processo coronoide – a tróclea do úmero. A entrada e saída do
olécrano em sua fossa determina o movimento de flexão e extensão do cotovelo. Ainda no úmero
existem duas massas nas laterais de sua extremidade distal, que são os epicôndilos medial e lateral,
determinados pela posição anatômica.

No rádio, após seu colo na extremidade proximal, há uma região espessada e achatada, chamada de
cabeça do rádio, que articula com o úmero através da fóvea articular do rádio. A porção do úmero
que articula com o rádio é o chamado capítulo do úmero. Essa relação é fácil de lembrar, visto que a
CAbeça do rádio articula com o CApítulo do úmero. Ou, de outra maneira, podemos lembrar que os
capítulos de novela passam na rádio, sendo assim, o capítulo do úmero articula-se com a cabeça do
rádio. Ainda no rádio, em sua porção medial, há a tuberosidade do rádio, logo inferior à sua cabeça.

Raio-X do cotovelo, em AP e em perfil, respectivamente, demarcando os principais


acidentes anatômicos nessa região.
Etapa 1 Prazer, RX
Aula 7
Módulo 2 Os alicerces

As principais articulações do cotovelo incluem a articulação radio-ulnar proximal, que faz par com a
articulação distal que visualizamos em uma radiografia de punho. Além dessa, temos a articulação
úmeroradial e a articulação úmeroulnar.

Radiografias do cotovelo, em AP e perfil, destacando-se as articulações.

ANOTAÇÕES
Etapa 1 Prazer, RX
Aula 7
Módulo 2 Os alicerces

Braço e ombro
O braço é basicamente formado pelo úmero, que se articula distalmente com o rádio e a ulna, e com
a escápula na extremidade proximal, formando o ombro. A cabeça umeral articula-se com a cavidade
glenoidal da escápula. No úmero podemos visualizar ainda dois túberculos – o maior e o menor,
sendo o segundo mais anteriorizado. Além disso, podemos demarcar dois colos no úmero: o colo
anatômico, logo abaixo da cabeça e mais proximal, entre os tubérculos, e o colo cirúrgico, logo abaixo
dos tubérculos. O colo cirúrgico corresponde ao local onde há mais fraturas de úmero.

A escápula é um osso aproximadamente triangular, que, além de formar a glenóide, emite também o
processo coracoide e o acrômio, que se articula com a clavícula. A escápula possui uma crista, uma
espinha, de onde surge o acrômio, e essa espinha forma duas fossas – as fossas supraespinhal e
infraespinhal. Como tem formato triangular, podemos ainda definir o ângulo superior da escápula,
uma margem medial, que é mais verticalizada, e uma margem lateral, mais oblíqua.

Desse modo, no ombro possuímos a articulação do ombro, ou glenoumeral, e a articulação acromioclavicular.

Raio-X do ombro em AP, com suas principais estruturas destacadas.


Etapa 1 Prazer, RX
Aula 7
Módulo 2 Os alicerces

No perfil, visualizamos a escápula em um formato semelhante a um Y. A porção mais anterior e medial


do Y é formada pelo processo coracoide, enquanto a porção posterior é o acrômio. Essa relação é
importante, pois, caso haja uma luxação de úmero em direção ao processo coracoide, é uma luxação
anterior, e em direção ao acrômio é uma luxação posterior. Por fim, o “pé” do Y é o corpo da escápula
em si.

Raio-X de ombro em perfil, destacando as estruturas escapulares.

Terminamos, então, a anatomia dos membros superiores no raio-X, e podemos relacioná-la ao exame
de ressonância magnética, que é o exame padrão-ouro para avaliação do esqueleto. Para avaliar uma
ressonância de modo adequado, fazemos como na TC, de cima para baixo. Numa visão axial e superior
do ombro, conseguimos visualizar a clavícula articulando-se com o acrômio. Descendo pelo exame,
pode-se observar a cabeça do úmero encontrando com a glenóide da escápula, além do processo
coracoide emitindo-se em posição anterior. Na porção distal do úmero, conseguimos observar o
olécrano da ulna articulando com sua fossa no úmero. Acompanhando a ulna, conseguimos ver ainda
a articulação rádio-ulnar distal, chegando aos ossos do carpo. Em um corte sagital, visualizamos o
paciente como o perfil no raio-X, enquanto o corte coronal assemelha-se com a visão em AP, mas com
a vantagem de conseguirmos produzir diversas profundidades de cortes. É fácil observar que, diferente
da tomografia, a cortical óssea na ressonância é vista extremamente preta, em hiposinal.
Etapa 1 Prazer, RX
Módulo 2 Os alicerces
Aula 8
Anatomia dos membros
inferiores no RX
Etapa 1 Prazer, RX
Aula 8
Módulo 2 Os alicerces

Anatomia dos membros inferiores no RX


Dando continuidade ao módulo de anatomia, a quinta aula do Curso de Radiografia Você Radiologista tem
como tópico os membros inferiores. Assim, os temas abordados serão:

O pé e o tornozelo;
A perna;
O joelho;
A coxa;
A bacia;
Correlação com a Ressonância Magnética;

Pé e tornozelo

No raio-X, devemos ser capazes de identificar todos os ossos e estruturas. Começando mais distalmente,
falaremos dos correspondentes dos metacarpos no pé – os metatarsos. Assim como o primeiro metacarpo,
na mão, o primeiro metatarso possui apenas duas falanges – distal e proximal – enquanto os outros
metatarsos possuem as três: falange distal, falange média e falange proximal, separadas pelas articulações
interfalangianas. Após as falanges, temos os ossos metatarsais, de 1 a 5, numerando de medial para
lateral. Formando a articulação do tornozelo temos a tíbia, mais medial, e a fíbuLA, que é LAteral
(lembre-se, LA e LA). Assim, a fíbula forma o maléolo lateral, enquanto a tíbia forma o maléolo medial.

Assim como temos o carpo, na mão, no pé possuímos o tarso, composto de diversos ossos. Articulando-se
com a tíbia há o tálus, e o domo do tálus com a tíbia formam a articulação tibiotalar. O tálus, por sua vez,
articula-se com o navicular, que se articula com os ossos cuneiformes medial, intermédio e lateral. Uma
maneira de associar essa articulação é imaginando que o osso navicular é uma nave, que envia três
misseis, os cuneiformes. O osso mais inferior do pé é o Calcâneo, que se articula com o osso Cuboide
(C e C), que está lateral ao cuneiforme lateral, além de fazer o sustentáculo do tálus. Por fim, sobrepostos
ao primeiro metatarso há dois ossículos acessórios – os sesamoides. Muitas vezes, quando um paciente
apresenta pequenos ossículos arredondados perto de uma articulação do pé e sem clínica, pode se tratar
de um osso acessório, por isso devemos ter cautela ao examiná-los antes de afirmar que é um fragmento
de fratura. Um raio-X em projeção oblíqua permite a melhor visualização de todos os ossos, mas também
podemos vê-los em outras projeções.

ANOTAÇÕES
Etapa 1 Prazer, RX
Aula 8
Módulo 2 Os alicerces

Radiografias de pé com destaque a seus ossos.


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Aula 8
Módulo 2 Os alicerces

Além das já citadas, ainda podemos mencionar a articulação tarsometatársica (ou de Lisfranc) e a articulação
transversa do tarso (ou de Chopart). A articulação de Lisfranc é importante no contexto traumático, onde pode
ser totalmente fraturada, causando a fratura de Lisfranc. A partir dessas articulações podemos dividir o pé em
antepé, mediopé e retropé. Ainda podemos identificar a articulação subtalar, entre o tálus e o calcâneo, e a
articulação talocrural, que envolve o tálus, a tíbia e a fíbula, de maléolo a maléolo.

Radiografias de pé com destaque a seus ossos, articulações e divisões.

ANOTAÇÕES
Etapa 1 Prazer, RX
Aula 8
Módulo 2 Os alicerces

Agora que conhecemos os ossos e as articulações, podemos falar de seus acidentes anatômicos específicos.
No calcâneo, em sua porção mais distal podemos identificar a tuberosidade do calcâneo, enquanto na sua
porção mais proximal há a face articular com o cuboide e o sustentáculo do tálus, que juntamente com a face
articular anterior articulam com o calcâneo.

Radiografias de pé com enfoque no calcâneo, destacando suas estruturas.

Perna
A perna é composta basicamente pela tíbia e pela fíbula. Como já dito, a tíbia é mais medial, enquanto a
fíbula é mais lateral (fibulateral, é uma maneira simples de lembrar dessa relação).

Radiografias da perna em AP e perfil, com a tíbia em amarelo e a fíbula em verde.


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Joelho

O joelho é composto pela extremidade distal do fêmur, pelas extremidades proximais da tíbia e da fíbula, e pela
patela. A extremidade proximal da tíbia é composta por sua cabeça, com os platôs tibiais (medial e lateral) e as
eminências intercondileanas (ou tibiais), que formam a articulação femorotibial, ou articulação do joelho. O
fêmur em sua extremidade distal, por sua vez, possui os côndilos medial e lateral, que entram em contato com
os platôs tibiais, além dos epicôndilos, mais posteriores aos primeiros. A cabeça da fíbula articula com a tíbia
na articulação tíbiofibular, e, por fim, a patela encontra-se entre os côndilos femorais.

Radiografia do joelho com destaque às suas estruturas.

ANOTAÇÕES
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Módulo 2 Os alicerces

Coxa

A coxa é formada basicamente pelo fêmur. Na extremidade proximal do fêmur, na parte de cima da radiografia
de coxa, podemos visualizar os trocânteres maior e menor do fêmur, que estão ao lado do colo femoral. A
cabeça do fêmur, que representa sua porção mais proximal, logo após o colo, articula-se com o acetábulo.

Radiografias de coxa, com as estruturas femorais demarcadas.

ANOTAÇÕES
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Módulo 2 Os alicerces

Bacia

Apesar de termos elucidado alguns pontos sobre a bacia na aula de anatomia do abdome, eram tópicos
voltados à bacia de uma criança. Agora, falaremos da bacia de um adulto. A bacia é composta pelos
pares dos ossos do ílio, púbis e ísquio, além dos fêmures. Além dos ossos, temos a articulação sacroilíaca,
a sínfise púbica, entre os ramos púbicos, e a articulação coxofemoral, ou femoroacetabular.

A porção mais superior do osso ilíaco é a crista ilíaca, que pode ter algumas calcificações no paciente
idoso, que são entesófitos, pois nesse local há inserções musculares. O ísquio, que é um osso mais
posterior, emite uma proeminência, a chama espinha isquiática. Os ramos do púbis, por sua vez, ao se
juntarem formam o forame obturador.

Ao analisarmos a bacia, sempre devemos observar três anéis: o anel pélvico e os dois anéis ao redor dos
forames do obturador, pois, caso acharmos uma fratura, devemos seguir o anel para procurar uma
segunda fratura.

ANOTAÇÕES
Etapa 1 Prazer, RX
Aula 8
Módulo 2 Os alicerces

Radiografias da bacia, com seus ossos, estruturas e articulacoes demarcadas.


Etapa 1 Prazer, RX
Aula 8
Módulo 2 Os alicerces

Ao fim da análise da anatomia, podemos agora fazer uma correlação com o exame de ressonância magnética.
Em um corte sagital do pé podemos ver o calcâneo e sua tuberosidade, além de sua articulação com o cuboide.
Ademais, podemos ver também a face articular anterior do calcâneo e o sustentáculo do tálus, articulando-se
nele. Um pouco mais acima somos capazes ainda de ver a articulação tibiotalar e a articulação subtalar. Os
três cuneiformes articulam-se com o osso navicular, ao lado do cuboide. Após o médiopé, a articulação de
Lisfranc, podemos ver os metatarsos e as falanges. O corte coronal dificulta a visualização dos ossos do tarso e
metatarso, mas, para identificarmos a tíbia e a fíbula é um bom corte.

Para visualizar o joelho, o corte coronal é aquele que mais se parece com o raio-X em AP. No corte sagital
do joelho podemos visualizar alguns ligamentos que quase não conseguimos visualizar no raio-X, como o
cruzado anterior e o cruzado posterior. Acima da patela conseguimos identificar a fossa suprapatelar, que
é onde o líquido fica acumulado quando há derrame, que também pode ser visto no raio-X. Um osso
acessório posterior ao fêmur é o osso de Fabela, que está presente em muitos pacientes e que também
pode ser visto no raio-X.

ANOTAÇÕES
Etapa 1 Prazer, RX
Módulo 2 Os alicerces
Aula 9
Reconheça os artefatos
(roupas, piercings,
cabelos, etc)
Etapa 1 Prazer, RX
Aula 9
Módulo 2 Os alicerces

Reconheça os artefatos
(roupas, piercings, cabelos, etc)
A última aula do módulo não abordará anatomia, mas sim como reconhecer os principais corpos
estranhos e artefatos no seu raio-X. Os artefatos abordado são:

Eletricidade estática;
Movimento;
Enrugamento do filme;
Exposição à luz;
Sobreposição de filmes;
Moteamento;
Erro no griding;
Filme usado;
Erro de leitura;
Cabelo na imagem;
Corpos dentro do bucky;
Roupas ou partes do corpo na imagem;
Granulomas por medicamentos;
Agulhas;
Artefatos cirúrgicos.

O artefato de eletricidade estática aparece no raio-X como galhos de árvores ou teias de aranha, como se
fossem alguns traços pintados na radiografia.

Radiografias com artefatos de eletricidade estática.


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Aula 9
Módulo 2 Os alicerces

Caso o paciente se movimente enquanto a imagem é formada, pode ser gerado um artefato de movimento,
onde a imagem fica borrada, como quando alguém se mexe na hora de tirar uma foto. Por conta disso, é
difícil delimitar os contornos e as margens das estruturas, prejudicando o exame.

Raio-X de coluna com artefato de movimento.

Se o filme for armazenado ou revelado de maneira


incorreta, ele pode ficar enrugado e a imagem adquire um
aspecto craquelado ou quebradiço. Esse tipo de artefato
só pode ocorrer, é claro, quando a radiografia for
revelada, já que o raio-X digital não possui filme.

Raio-X de abdome com artefato de enrugamento do filme.


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Também durante o processo de revelação do raio-X convencional,


caso o filme seja exposto à luz o filme fica queimado, manchado
de preto. Isso ocorre porque, como já sabemos, o filme é
impressionado pela luz, seja ela visível para nós ou não, como é
o caso do raio-X, tornando o filme preto.

Raio-X com artefato de exposição à luz.

Outro artefato pode ocorrer durante um processo de revelação


inadequado, caso haja sobreposição de filmes. Assim como os
filmes se sobrepõem, as imagens também se sobrepõem,
fazendo dois cortes de raio-X em um, e prejudicando a
visualização correta.

Raio-X com sobreposição de filmes.


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Um artefato de aspecto moteado, ou borrado ocorre quando há um processo inadequado na radiografia


convencional. Esse aspecto parece que o filme está sujo, e os ossos têm aspecto derretido.

Radiografias com artefato de moteamento.

Se o griding, o equipamento responsável pelo deslizamento do filme estiver funcionando de maneira


inapropriada, o filme pode ficar marcado faixas alongadas, como se estivesse arranhado.

Radiografias com artefato de marcas do griding.


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Em alguns casos, pode ser que se repita um filme já usado


para um novo exame, fazendo uma sobreposição completa
de imagens.

Raio-X revelado em filme já utilizado.

Enquanto as radiografias digitais não têm artefatos como


enrugamento de filme, sobreposição de filmes, exposição
acidental à luz e moteamento, pode ocorrer um
artefato de leitura. Esse artefato aparecequando o
aparelho, por alguma razão, não consegue ler um
pedaço da imagem, aparecendo uma mancha branca no
local não lido. Para corrigir esse artefato deve-se reiniciar
o aparelho ou recalibrar o equipamento.

Radiografia com artefato de erro de leitura.


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Alguns artefatos são fáceis de perceber que são artefatos, mas outros, os que parecem que estão dentro
do paciente, trazem maior preocupação e dor de cabeça. Caso o paciente tenha cabelos longos que não
sejam presos na hora de fazer um raio-X de tórax, por exemplo, podem aparecer algumas ondulações na
imagem, gerando um artefato por cabelo. Caso o cabelo esteja preso em um coque e seja feito um raio-X
de crânio, podemos ver um halo, o que faria nos confundir com uma calcificação.

Raio-X de tórax com ondulações na parte superior, indicando artefato de cabelo e Raio-X de crânio
com a projeção do coque na glabela.

Além disso, pode ocorrer de algum corpo estranho ficar


preso dentro do bucky, o equipamento onde fica o filme,
como abelhas ou pequenos insetos e, assim, aparecer na
imagem e dar impressão de estar dentro do paciente.

Radiografia de tórax com foco no coração e marca


no formato de, possivelmente, uma abelha.
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Sempre que virmos algo muito simétrico e redondo no raio-X, dificilmente será alguma alteração, podendo
ser algo da roupa que o paciente está usando, como botões ou o metal da alça do sutiã. Ou ainda pode
ocorrer de alguma outra parte do corpo do paciente se interponha na imagem, como o pênis ou dobras
cutâneas, por exemplo.

Radiografias com artefatos: a primeira com formatos arrendondados de botões e a segunda com o pênis
do paciente se interpondo na imagem.

Marcas puntiformes brancas no crânio podem ser calcificações, mas se estiverem muito pequenas e difusas
podem ser artefatos do próprio filme. Pode ainda ocorrer a impressão de digitais no filme enquanto ele é
revelado, que pode causar a impressão de ser alguma lesão.

Raio-X de crânio com artefatos puntiformes do filme e raio-X com marca digital no quadrante superior.
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Granulomas por medicamentos podem ser facilmente confundidos, então devemos notar que é uma
lesão com as bordas mais escleróticas e o centro mais transparente, além de estar, normalmente, na
projeção das nádegas. Pode ocorrer principalmente em pacientes que usam medicação injetável de
forma crônica.

Raios-X de pelve com granulomas medicamentosos.

Podemos ainda identificar agulhas, estruturas finas e delicadas,


que podem confundir o diagnóstico. Elas podem estar lá por
conta de um tratamento com acupuntura ou outros rituais, como
vudu.

Raio-X com a presença de agulhas.


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Podemos ainda identificar alguns artefatos cirúrgicos, como bolsas de colostomia, cânulas de traqueostomia
ou próteses de silicone.

Radiografias demonstrando próteses de silicone, cânula de traqueostomia e bolsa de colostomia,


respectivamente.

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