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OBS: Como aluno as vezes vocês se assustam e falam: “olha professor um derrame pleural”, porém vocês têm que analisar
mais afundo pois pode haver um desvio do mediastino contralateral ou um desvio do mediastino ipsilateral ao derrame (se
possui um componente de atelectasia associado), ele pode reduzir os espaços intercostais ou expandir os espaços
intercostais, pode rebaixar diafragma ou levanta-lo, então tem várias coisas dentro do contexto que você precisa prestar
atenção para aumentar a sua assertividade.
4) Incidências
o PA (Póstero-Anterior) → padrão de todo o exame laboratorial. No qual o paciente fica posicionado a 1,80m
da ampola que vai jogar a radiação no mesmo, o paciente estará em pé, de frente a placa receptora , no qual ele
vai deixar as escápulas paralelas ao plano torácico, levantar o mento para sair do estreito torácico superior (e
ser menos uma coisa para atrapalhar sua visão) ,encher bem o peito de ar, e ficar centralizado, no qual tal
paciente tem que ser lucido, ativo e cooperativo ( não dar para ser em um neuropata /criança/ idoso acamado/
paciente em terapia intensiva).
OBS: PA e PERFIL são os métodos de escolha para realizar radiograma de tórax
o PERFIL→ Enquanto o PA dar uma noção se a lesão estar superior/ inferior/lateral/medial no pulmão, o perfil
vai dar a ideia não só do superior e inferior, mas também do ANTERIOR e do POSTERIOR.Com isso você
consegue juntar os 2 radiogramas e construir um plano cartesiano na sua cabeça e tentar localizar corretamente
as lesões pulmonares. O perfil tem a vantagem de que você consegue visualizar de fato o seio costofrênico/
recesso costofrênico posterior
OBS: Você pode observar que o recesso costofrênico posterior é SEMPRE mais rebaixado que o anterior
OBS: Notem que o pulmão de cima estar mais preto que o de baixo estar mais claro e que tem uma pequena curvatura
liquida, no qual observamos que em baixo temos liquido e que em cima temos pulmão (ar).
OBS: O perfil também serve para analisar se o SEIO COSTOFRÊNCIO POSTERIOR ESTÁ PREENCHIDO POR
LÍQUIDO ( quando o mesmo estar branco- como na imagem abaixo), no qual eu consigo pegar derrames pleurais menores.
o AP (Antero- Posterior)
o LAURELL ( decúbito lateral com raios horizontais) → exame excelente para avaliar SÓ 1 COISA,
MOBILIDADE DO DERRAME PLEURAL. Se o paciente se deitar de lado + eleva o braço , e faz o RX, e
esse liquido tem a capacidade e sair da base e escorrer para lateral do tórax nós dizemos que esse liquido é
LIVRE, no qual é muito mais fácil puncionar um liquido livre do que um liquido loculado ( que não consegue
se movimentar), então o LAURELL vai me dizer: se tem derrame + se o derrame é móvel ou não , pois se o
paciente deita de lado e o derrame fica preso na base, que dizer que mesmo estar LOCULADO, no qual só
conseguimos sua investigação com USG ou TC
o APICOLORDÓTICA → era muito utilizada antigamente, no qual ainda não existia TC, no qual você faz uma
inclinação do paciente de maneira a tentar tirar os elementos ósseos que estão no estreito torácico superior, pois
vocês podem observar que as primeiras costelas possuem muito conteúdo ósseo , no qual eles se projetam em
cima deles mesmo, começando a fazer uma composição de imagem difícil. Principalmente do médico que não
tem muita experiência em avaliar. Então se você tem alguma lesão apical do pulmão, exemplo: tumor, a
posição APICOLORDÓTICA ajuda bastante, tirando um pouco os elementos ósseos da frente.
o ARCOS COSTAIS ( também chamada de ARCOS OBLIQUOS) → você escolhe o lado ( direito ou esquerdo)
de acordo com o mecanismo de trauma e tem como principal objetivo AVALIAR FRATURA DE COSTELA
ou ALGUM ELEMENTO COSTAL.
OBS: Essa imagem abaixo você observa uma radiografia em PA, no qual vocês observam que as escapulas não invadem o
campo pulmonar , ou seja, foi um paciente que respeitou a técnica. Vocês podem observar a bolha gástrica abaixo do
diafragma, no qual se eu tenho a bolha gástrica e a escápula NÃO invade o campo pulmonar, certamente NÃO FOI FEITA
EM AP, ela foi feita em PA.
OBS: Lembre que no canto superior direito ou no inferior vem o nome do paciente que fez o RX + registro + data que foi
feito, no qual vocês sempre têm que exigir esse tipo de identificação.
OBS: Como eu falei anteriormente para vocês o método de PERFIL nos dar NÃO só se a lesão é superior ou inferior, mas
também se ela é ANTERIOR + HILAR + POSTERIOR
OBS: Nessa imagem abaixo você consegue observar um derrame pleural na paciente (PA) com a PARABOLA DE
DAMOISEAU, ou seja, evidenciando que realmente ocorreu um Derrame Pleural do lado Direito. Na outra imagem
observamos um radiograma de LAURELL no qual vocês podem observar que o líquido saiu da base e escorreu para a
lateral do tórax – afastando o pulmão da parede torácica, ou seja, você evidenciou que o liquido é livre ( ou parcialmente
livre), no qual é um liquido que conseguimos fazer punção/biopsia.
5) Técnica Radiológica
o Centralização
o Penetração
o Expansibilidade
o Escápulas
Quando você vai falar de técnica radiológica , nós temos 04 parâmetros para se basear, ou seja, para saber se esse RX foi
feito corretamente : Centralização + Penetração + Expansibilidade+ Escápulas
CENTRALIZAÇÃO: temos que observar se a cabeça da clavícula está equidistante a Apófise espinhosa.
OBS: Nessa imagem abaixo podemos observar que a distância entre a cabeça da clavícula e a Apófise espinhosa
são iguais , tanto do lado Direito quanto do lado esquerdo, ou seja, nessa imagem é uma RX centralizada, se algo
estiver rodado é muito discreto, não conseguimos observar. OBS: APOFISE ESPINHOSA são esses pontos que
encontramos nas vertebras, no qual você consegue palpar quando passamos a mão pela coluna/ como se fossem
elevações ( imagem abaixo)
PENETRAÇÃO: É a capacidade que a minha erradicação emitida teve de atravessar pelo tecido, e isso estar
relacionado diretamente a carga que você coloca (KVA), se você coloca MUITA carga , você coloca mais
radiação.
Por exemplo: eu quero empurrar uma porta que estar emperrada, é mais fácil eu empurrar essa porta sozinho, ou eu
chamar 10 pessoas para me ajudar? Eu vou passar mais fácil pela porta se eu chamar 10 pessoa para me ajudar.
Então, se eu dou mais carga, eu dou mais radiação e com isso eu consigo atravessar o meu tecido com mais
facilidade. Eu necessito de um meio termo ( não posso dar muita carga e nem pouca carga), eu preciso dar carga
suficiente para que eu consiga avaliar devidamente o meu parenquima pulmonar, então eu não posso sublimar , ou
seja, dar muita carga e deixar o meu parenquima PRETO, pois a radiação passou por muita carga por ele que o
mesmo não conseguiu absorver, no qual nós vemos um pulmão todo PRETO e não conseguimos observar essas
pequenas linhas ( imagem abaixo) que existem no pulmão e são chamadas de TRAMA VASCULAR.
Veja bem essa imagem abaixo, você não consegue visualizar com clareza a trama vascular do RX , diferente do
outro raio RX, no qual você observa que a penetração estar MUITO ELEVADA, ou seja, é um RX DE MUITA
CARGA.
Outra coisa que fala muito a favor da PENETRAÇÃO é que eu tenho algo maciço, como o coração e o osso, e
vocês podem observa a traqueia ( imagem abaixo), no qual ABAIXO DA CARINA NÃO é normal eu visualizar
tão bem a coluna , evidenciando que esse RX estar muito penetrado ( muita radiação)
Nessa outra imagem vocês conseguem observar de maneira nítida a trama vascular nos 04 quadrantes do pulmão.
ENTÃO NA PENETRAÇÃO EU TENHO QUE FAZER 02 PERGUNTAS:
o Eu visualizo bem a trama vascular?
SIM→ então a penetração estar adequada
NÃO, ESTAR MUITO PRETO → então a penetração estar muito elevada no RX
NÃO, POIS ESTAR MUITO BRANCA→ então a penetração estar muito baixa no RX, ou
seja, eu tive pouca radiação, ou seja, estar pouco penetrado.
o Eu consigo visualizar bem a coluna abaixo da Carina?
SIM → então a penetração estar muito alta
NÃO→ então a penetração estar adequada
EXPANSIBILIDADE: Eu vou contar o número de costelas do campo pulmonar, para saber se o meu pulmão estar
bem inspirado (expandido) OU não. Quando eu falo “ encha o peito de ar e segura”, fazendo com que eu consiga
aumentar a minha área pulmonar, ou seja, eu consigo rebaixar meu diafragma, no qual eu vou contabilizar quantas
costelas eu consigo visualizar. Se eu conseguir visualizar NOVE (9) ou mais costelas posteriores , isso significa
dizer que a minha expansão estar adequada, se eu visualizar OITO ou menos, significa dizer que meu RX estar
pouco expandido.
Se eu pego um RX pouco expandido, eu posso dizer que tem REDUÇÃO VOLUMETRICA DO PULMÃO só se
de fato tiver alguma ATELECTASIA, mas fora isso NÃO. O que eu posso falar é que é falta de Inspiração, ou seja,
é falta de ventilação do pulmão.
E sempre devemos lembrar de visualizar as escapulas, no exemplo abaixo as escapulas aparecem no campo
pulmonar, isso atrapalha muito pois esse osso dar densidade a um tecido que não deveria ter, no qual você acaba
fazendo um pneumotórax falso, no qual eu já visualizei pacientes serem drenados bilateralmentente porque
acharam que é um pneumotórax e na verdade era a linha da escápula, então a falta de interpretação radiológica
pode ser nociva.
OBS: Se fossemos contar as costelas anteriores, quantas deveríamos visualizar? Para estar ADEQUADO você teria que
visualizar acima de 06 costelas anteriores.
No RX de tórax o que temos que ter na cabeça, tridimensionalmente falando, é que se for no AP eu vou visualizar o
pulmão como essa imagem abaixo:
o Pulmão Direito: Lobo Superior, Lobo Médio , Lobo inferior ( observe que o lobo inferior é apenas essa parte do
canto- circulada)
o Pulmão Esquerdo : Lobo superior e Lobo inferior ( observe que o lobo inferior é apenas essa parte do canto-
circulada)
6) Anatomia Pulmonar
O pulmão ESQUERDO é formado por DOIS lóbulos, enquanto o DIREITO tem TRÊS lóbulos, no qual eles são divididos
através das FÍSSURA PULMONARES.
Na fissura horizontal ( somente encontrada no pulmão direito), ela vai dividir o Lóbulo Superior do Lóbulo Médio ,
enquanto a fissura obliqua dividi o Lóbulo Médio do Inferior ( pulmão direito ) e o Lóbulo Superior do Inferior (pulmão
esquerdo) além de formar interface do seguimento SEIS do pulmão ( posterior) dividindo o Lobo Superior do Lobo
Inferior dos dois pulmões na sua parte posterior
A esquerda nós termos a REGIÃO LINGULAR, que seria uma chanfradura ( desenhada abaixo), no qual ela fica mais ou
menos no mesmo lugar do Lóbulo Médio do pulmão direito.
Em uma visão Lateral , nós observamos no pulmão Direito a fissura Horizontal e a Obliqua , no qual você pode observar a
relação do seguimento SEIS do pulmão , e no pulmão esquerdo observamos a fissura obliqua dividindo o Lóbulo Superior
e Inferior e onde era para ter o Lobo médio nós temo a REGIÃO DA LINGULA PULMONAR
7) Anatomia da Traqueia
Se no meu pulmão Direito eu tenho 3 LOBOS, então eu também irei ter 3 ÓSTIOS BRONQUICOS PRINCIPAIS, no qual
vocês podem perceber que o BRONQUIO PRINCIPAL DIREITO é bem mais CURTO que o BRONQUIO PRINICPAL
ESQUERDO, no qual o brônquio principal DIREITO vem da BIFURCAÇÃO ATÉ A EMINENCIA O LOBO SUPERIOR
DO BRÔNQUIO LOBAR SUPERIOR DIREITO no qual o mesmo tem cerca de 1,5cm ( brônquio principal) , embaixo nós
temos o BRÔNQUIO INTERMÉDIO , no qual anteriormente ao brônquio intermédio SAI o B.LOBAR MÉDIO, e
posteriormente o B.LOBAR INFERIOR DIREITO.
A ESQUERDA visualizamos que o BRÔNQUIO PRINCIPAL É ENORME, no qual se no pulmão Esquerdo tem 02
LOBOS ,então eu irei ter 2 ÓSTIOS BRÔNQUICOS que será o B. LOBAR SUPERIOR ESQUERDO E O B. LOBAR
INFERIOR ESQUERDO
8) Segmentação Pulmonar
Nós vamos dividir o pulmão Direito em 03 LOBOS :
o LOBO SUPERIOR: Possui 03 SEGMENTOS
Segmento Apical ( aponta para ápice do pulmão)
Segmento Anterior ( aponta para a frente do pulmão)
Segmento posterior (aponta para trás do pulmão)
OBS: Então, cada segmento pulmonar tem o seu brônquio, tem a sua artéria e tem a sua veia correspondente.
OBS: No RX para você saber a segmentação correta, nós iremos utilizar o Brônquio para nossa Orientação.
o LOBO MÉDIO : Possui 02 SEGMENTOS
Quanto mais perto do coração será o meu SEGMENTO MEDIAL do lobo médio
Quanto mais lateral, temos o meu SEGMENTO LATERAL do lobo médio
o LOBO INFEIROR: É dividido em 02 grandes porções importantes :
SEGMENTO SUPERIOR DO LOBO INFEIOR ( estar de verde na figura, você observa que ela estar
mais perto do ápice), também chamada de SEGMENTO SEIS (S6)
O que sobra nós chamamos de APOIO, ou seja, é a BASE PIRAMIDAL DO PULMÃO, na qual eu
irei chamá-la de PIRAMIDE BASAL (PB)
OBS: Na TC vocês vão observar que que na PIRAMIDE BASAL :
Se o segmento for para trás → BASAL POSTERIOR
Se o segmento for para o médio → BASAL MEDIAL
Se o segmento for para frente → BASAL ANTERIOR
Se o segmento for para o lado → BASAL LATERAL
Na ESQUERDA: é muito parecido com o pulmão DIREITO, porém existe uma fusão do SEG. APICAL com o
SEG.POSTERIOR, dando o SEG.APICOPOSTERIOR
SEG. APICOPOSTERIOR
SEG.ANTERIOR
SEG. LINGULAR SUPERIOR
SEG. LINGULAR INFERIOR
SEG. SUPERIOR DO LOBO INFERIOR (verde)
PIRAMIDE BASAL (PB)
9) ALGUÉM ME DIZ EM QUAL SEGMENTO ESTAR ESSA LESÃO? E QUE LESÃO É ESSA?
É uma LESÃO que tem AR DENTRO, ou seja, é uma LESÃO CAVITADA.
COMO DELIMITAR AS ÁREAS DO PULMÃO? Você tem que localizar o ILEO PULMONAR e desenhar a
FISSURA passando pelo ILEO PULMONAR, como estamos no PULMÃO ESQUERDO, desenhamos apenas
01 FUSSURA (FISSURA OBLIQUA) e dividimos em LOBO SUPERIOR (LB) e LOBO INFEIROR (LI),
então já sabemos que essa LESÃO da imagem abaixo está em LOBO INFEIROR. Depois desenhamos uma
linha passando novamente pelo ILEO PULMONAR ( sendo que agora perpendicular) no qual dividimos o LI
em S6 e em PB, então notamos que a LESÃO está localizada em SEG.SUPERIOR DO LOBO INFERIOR
ESQUERDO.
10) ALGUÉM PODE ME DIZER ONDE ESTAR ESSA LESÃO?
Sabemos que o PULMÃO é ESQUERDO, pois o mesmo só possui 01 fissura (FISSURA OLBIQUA), no
qual dividimos esse pulmão esquerdo em LS (LOBO SUPERIOR) e em LI ( LOBO INFERIOR).
A LESÃO estar localizada no SEG.APICOPOSTERIOR
12..2) Alguém pode me dizer onde estar localizado a lesão das partes moles?
OBS: A interpretação correta das partes molas tira você de um problema, por exemplo: se eu não presto atenção no que foi
dito acima (mamilos simulando nódulos) ela teria que fazer uma TC, no qual o SUS não tem acesso a TC e ela teria que
gastar dinheiro, ou seja, ela teria que arrumar recurso de onde NÃO tem para fazer uma TC, que custa em média 500 reais.
12.4) RADIOGRAFIA DO TÓRAX: ELEMENTOS ÓSSEOS
O que conseguimos enxergar de componente ósseo? Muitas coisas, você consegue visualizar muito bem a
clavícula ( você visualiza de cara uma fratura de clavícula). Você também consegue contar as costelas de maneira
anterior OU posterior . Você consegue visualizar o esterno ( lesões traumáticas) eu ( professor) já peguei uma
fratura de esterno em um paciente que tinha tido uma queda a uns 5 anos atrás e chegou no consultório referindo
que tinha DOR e quando eu olhei seu RX possuía uma desconexão, ou seja, o esterno estava cavalgado, ele fez
uma fratura na qual cavalgou o esterno.
E também nós conseguimos visualizar as vertebras,
Nessa imagem abaixo mostra a maneira de contar ANTEIROR e POSTERIOR as costela, porém se você optar por
contar anteriormente a DIFICULDADE é que você tem que fazer o desenho das costelas, fazendo com que você se
ATRAPALHE, diferente da POSTERIOR.
OBS: Posterior acima de 9 está bem expandido
OBS: Anterior acima de 6 está bem expandido
OBS: A posterior é fácil de contar pq está na coluna, ou seja, a coluna é fixa e fácil de contar .
OBS;