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ANATOMIA-SP4-D

ANATOMIA DO ÚTERO:

● O útero é um órgão muscular oco, piriforme, com paredes espessas. O embrião e o feto se
desenvolvem no útero.
● As paredes musculares adaptam-se ao crescimento do feto e garantem a força para sua expulsão
durante o parto.
● O útero não grávido geralmente está localizado na pelve menor, com o corpo sobre a bexiga
urinária e o colo entre a bexiga urinária e o reto.
● Na mulher adulta, o útero geralmente encontra-se antevertido (inclinado antero superiormente em
relação ao eixo da vagina) e anti fletido (fletido ou curvado anteriormente em relação ao colo, criando
o ângulo de flexão), de modo que sua massa fica sobre a bexiga urinária.
● Sendo assim, quando a bexiga urinária está vazia, o útero normalmente situa-se em um plano
quase transversal.
● A posição do útero muda com o grau de enchimento da bexiga urinária e do reto, e também com a
evolução da gravidez.
● Embora seu tamanho varie muito, o útero tem cerca de 7,5 cm de comprimento, 5 cm de largura e 2
cm de espessura e pesa cerca de 90 g.
● O útero pode ser dividido em duas partes principais: o corpo e o colo.
● O útero possui duas cavidades: a cavidade uterina e o canal do colo do útero.
● O útero possui o óstio do útero e o óstio anatômico interno (comunica o canal do colo com a cavidade)
● Corpo do útero:
○ Forma os dois terços superiores do órgão, inclui o fundo do útero, a parte arredondada
situada superiormente aos óstios uterinos.
○ O corpo está situado entre as lâminas do ligamento largo e é livremente móvel. Tem duas
faces: anterior (relacionada com a bexiga urinária) e posterior (intestinal).
○ O corpo do útero é separado do colo pelo istmo do útero, um segmento relativamente
estreitado, com cerca de 1 cm de comprimento.
● Colo do útero:
○ É o terço inferior cilíndrico e relativamente estreito do útero, que tem comprimento
aproximado de 2,5 cm em uma mulher adulta não grávida.
○ Para fins descritivos, é dividido em duas porções: uma porção supravaginal entre o istmo e
a vagina, e uma porção vaginal, que se projeta para a parte superior da parede anterior da
vagina.
○ A porção vaginal arredondada circunda o óstio do útero e, por sua vez, é circundada pelo
fórnice da vagina.
○ A porção supravaginal é separada da bexiga urinária anteriormente por tecido conjuntivo
frouxo e do reto posteriormente pela escavação retouterina.
● A cavidade do útero, semelhante a uma fenda, tem cerca de 6 cm de comprimento do óstio uterino até
a parede do fundo do útero.
● Os cornos do útero são as regiões súpero lateral da cavidade do útero, onde penetram as tubas
uterinas.
● A cavidade do útero continua inferiormente como o canal do colo do útero. O canal fusiforme estende-
se de um estreitamento no interior do istmo do corpo do útero, o óstio anatômico interno, atravessa as
porções supravaginal e vaginal do colo, comunicando-se com o lúmen da vagina através do óstio
uterino.
● A cavidade do útero (em particular, o canal do colo do útero) e o lúmen da vagina juntos constituem o
canal de parto que o feto atravessa ao fim da gestação.
● A parede do corpo do útero é formada por três camadas:
○ Perimétrio: a túnica serosa ou revestimento seroso externo – consiste em peritônio sustentado
por uma fina lâmina de tecido conjuntivo.
○ Miométrio: a camada média de músculo liso – é muito distendido (mais extenso, porém muito
mais fino) durante a gravidez. Os principais ramos dos vasos sanguíneos e nervos do útero
estão localizados nessa camada. Durante o parto, a contração do miométrio é estimulada
hormonalmente a intervalos cada vez menores para dilatar o óstio do colo do útero e expelir o
feto e a placenta. Durante a menstruação, as contrações do miométrio podem causar cólica.
○ Endométrio: a túnica mucosa interna – está firmemente aderido ao miométrio subjacente. O
endométrio participa ativamente do ciclo menstrual, sofrendo modificações de sua estrutura a
cada estágio do ciclo. Se houver concepção, o blastocisto implanta-se nessa camada; se não
houver concepção, a face interna dessa camada é eliminada durante a menstruação.
● O rearranjo de fibras musculares do colo é diferente ao do corpo e do fundo, assim permitindo mais
força na hora de expulsar o feto.
● A quantidade de tecido muscular no colo do útero é bem menor do que no corpo. O colo do útero
é, em sua maior parte, fibroso e consiste em colágeno com uma pequena quantidade de músculo
liso e elastina.

● Ligamentos do útero.
○ Externamente, o ligamento útero-ovárico fixa-se ao útero póstero inferiormente à junção
útero tubárica. O ligamento redondo do útero fixa-se anteroniferiormente a essa junção.
○ Esses dois ligamentos são vestígios do gubernáculo ovárico, relacionados com a mudança de
posição da gônada de sua posição embrionária sobre a parede abdominal posterior.
○ O ligamento largo do útero é uma dupla lâmina de peritônio que se estende das laterais do
útero até as paredes laterais e o assoalho da pelve. Esse ligamento ajuda a manter o útero em
posição.
○ As duas lâminas do ligamento largo são contínuas entre si em uma margem livre que circunda
a tuba uterina.
○ Lateralmente, o peritônio do ligamento largo é prolongado superiormente sobre os vasos como
o ligamento suspensor do ovário.
○ Entre as lâminas do ligamento largo de cada lado do útero, o ligamento útero-ovárico situa-se
póstero superiormente e o ligamento redondo do útero situa-se anteroniferiormente.
○ A tuba uterina situa-se na margem livre anterossuperior do ligamento largo, dentro de um
pequeno meso denominado mesossalpinge.
○ Do mesmo modo, o ovário situa-se dentro de um pequeno meso denominado mesovário na
face posterior do ligamento largo.
○ A parte maior do ligamento largo, inferior ao mesosalpinge e ao mesovário, que serve como
meso para o próprio útero, é o mesométrio.
○ CANAL INGUINAL FEMININO: Ligamento redondo passa pelo canal inguinal e para no meio
dele. Isso faz com que ele sirva de fixação para que a musculatura do útero possa contrair
durante o trabalho de parto.
○ ANTERIOR AO ÚTERO: escavação vesicouterina.
○ POSTERIOR AO ÚTERO: escavação retouterina.
● Irrigação arterial e drenagem venosa do útero.
○ A vascularização do útero provém principalmente das artérias uterinas, com possível
irrigação colateral das artérias ováricas (anastomose).
○ As artérias uterinas são derivadas das artérias ilíacas internas, já as ováricas vem direto da
aorta.
○ As veias uterinas penetram nos ligamentos largos com as artérias e formam um plexo
venoso uterino de cada lado do colo. As veias do plexo uterino drenam para as veias ilíacas
internas.
● Drenagem linfática:
○ O útero pode drenar para caminhos diferentes, mas sempre acaba nos linfonodos lombares
(canais laterais, aórticos laterais esquerdos) que estes levam para o tronco lombar.
○ O útero pode drenar
nos linfonodos inguinais
superficiais e assim vai
para o linfonodo
inguinal profundo e
assim partem para os
ilíacos internos, comuns
e por último lombares.
○ Já outra via pode ir
direto para os
linfonodos sacrais e
estes já estão em
comunicação com os
linfonodos da região
lombar.
ANATOMIA DA GESTANTE:
● Diâmetros da pelve e músculos do assoalho pélvico e períneo.
⇒ Diâmetros da pelve:
● São medidas tanto internas quanto externas da pelve, que
levam em consideração acidentes ósseos como pontos de
referências.
● Dividem-se em:
○ Diâmetros ântero-posteriores (conjugados).
○ Diâmetros transversos.
○ Diâmetros diagonais.
● 1 ⇒ CONJUGADO ANATÔMICO (11 cm).
○ Diâmetro do promontório a margem superior da sínfise
púbica.
● 2⇒ CONJUGADO VERDADEIRO (OBSTÉTRICO) (10,5cm).
○ Diâmetro do promontório ao ponto mais proeminente
interno da sínfise púbica (centro)
● 3 ⇒ CONJUGADO DIAGONAL (13cm).
○ Diâmetro da pelve menor do promontório a margem
inferior da sínfise púbica.
● DIÂMETRO RETO.
○ Ápice do cóxis até a margem inferior da sínfise púbica.
○ Não é rígido, pois o coxico se move para trás quando sofre muita força.
⇒ Assoalho pélvico:
● Região formada por músculos e fáscias (diafragma da pelve), separa a pelve do períneo.
● O assoalho pélvico é formado pelo diafragma da pelve, em forma de cuba ou funil, que consiste nos
músculos isquiococcígeo (coccígeo) e levantador do ânus e nas fáscias que recobrem as faces
superior e inferior desses músculos.
● O diafragma da pelve situa-se na pelve menor, separando a cavidade pélvica do períneo, ao qual
serve como teto.
● A fixação do diafragma à fáscia obturatória subjacente divide o músculo obturador interno em uma
parte pélvica superior e uma parte perineal inferior.
● Situados medialmente às partes pélvicas dos músculos obturadores internos estão os nervos e vasos
obturatórios e outros ramos dos vasos ilíacos internos.
● Os músculos ísquio coccígeos originam-se nas faces laterais da parte inferior do sacro e cóccix,
suas fibras carnosas situam-se sobre a face profunda do ligamento sacroespinhal e se inserem nela.
● O músculo levantador do ânus (uma lâmina muscular larga) é a parte maior e mais importante do
assoalho pélvico. Está inserido nos corpos dos púbis anteriormente, às espinhas isquiáticas
posteriormente e a um espessamento na fáscia obturatória (o arco tendíneo do músculo levantador
do ânus) entre os dois pontos ósseos de cada lado.
● Assim, o diafragma da pelve estende-se entre as paredes anterior, lateral e posterior da pelve menor,
conferindo-lhe a aparência de uma rede suspensa por essas inserções, fechando boa parte do anel do
cíngulo do membro inferior.
● Uma abertura anterior entre as margens mediais dos músculos levantadores do ânus de cada lado – o
hiato urogenital – dá passagem à uretra e, nas mulheres, à vagina (Figura 6.9A).
● O músculo levantador do ânus tem três partes, em geral mal demarcadas, mas denominadas de
acordo com as inserções e o trajeto das fibras:
○ Puborretal: a parte medial, mais estreita e mais espessa do músculo levantador do ânus, que
consiste em fibras musculares contínuas entre as faces posteriores dos corpos dos púbis
direito e esquerdo. Constitui uma alça muscular em formato de U (alça puborretal) que passa
posteriormente à junção anorretal e delimita o hiato urogenital. Essa parte é importante na
manutenção da continência fecal
○ Pubococcígeo: a parte intermediária mais larga, porém menos espessa, do músculo
levantador do ânus, com origem lateral ao músculo puborretal, a partir da face posterior do
corpo do púbis e arco tendíneo anterior. Segue posteriormente em um plano quase horizontal;
suas fibras laterais fixam-se ao cóccix e suas fibras mediais fundem-se às do músculo
contralateral para formar uma rafe fibrosa ou lâmina tendínea, parte do corpo (ligamento)
anococcígeo entre o ânus e o cóccix (muitas vezes denominada clinicamente como “placa do
músculo levantador do ânus”).

1 e 6 tem fixação no fêmur.


● Alças musculares mais curtas do músculo pubococcígeo que se estendem medialmente e se fundem
à fáscia ao redor de estruturas na linha mediana são denominadas de acordo com a estrutura próxima
de seu término: pubovaginal (mulheres), puboprostático (homens), puboperineal e puboanal:
○ Iliococcígeo: a parte posterolateral do músculo levantador do ânus, que se origina na parte
posterior do arco tendíneo e na espinha isquiática. É fina, em geral pouco desenvolvida
(parecendo mais aponeurótica do que muscular) e também se funde ao corpo anococcígeo
posteriormente.
● O músculo levantador do ânus forma um assoalho dinâmico para sustentar as vísceras
abdominopélvicas (p. ex., os intestinos).
● Na maior parte do tempo, mantém contração tônica para sustentar as vísceras abdominopélvicas e
ajudar a manter a continência urinária e fecal.
● Há contração ativa desse músculo em situações como expiração forçada, tosse, espirro, vômito e
fixação do tronco durante fortes movimentos dos membros superiores (p. ex., ao levantar objetos
pesados), basicamente para aumentar a sustentação das vísceras durante períodos de aumento da
pressão intra-abdominal e talvez também para contribuir para o aumento da pressão (para ajudar a
expulsão).
● O músculo levantador do ânus é afunilado e perfurado no centro pelo canal anal, e o músculo
puborretal, que tem formato de U, forma uma alça ao redor do “bico do funil”. A contração tônica do M.
levantador do ânus causa o encurvamento anterior do canal anal.
● A contração ativa da parte puborretal (voluntária) é importante para a manutenção da continência fecal
imediatamente após o enchimento do reto ou durante a peristalse, quando o reto está cheio e o
músculo esfincteriano involuntário é inibido (relaxado).
● O músculo levantador do ânus tem de relaxar para permitir a micção e a defecação. O aumento da
pressão intra-abdominal para defecação é garantido pela contração do diafragma (torácico) e dos
músculos da parede anterolateral do abdome.
● Agindo juntas, as partes do músculo levantador do ânus elevam o assoalho pélvico após seu
relaxamento e a consequente descida do diafragma da pelve que ocorre durante a micção e a
defecação.
⇒ Períneo.
● Região de forma losângica situada entre as faces mediais proximais das coxas, inferiormente ao
diafragma pélvico.
● Divide-se em:
○ Trígono urogenital.
○ Trígono anal.

Corpo do períneo = centro tendíneo


.
● M. Transverso superficial do períneo: estabilização do centro tendíneo.
● M. Transverso profundo do períneo: reveste os hiatos do M. levantador do ânus, forma o M.
esfíncter externo da uretra.
● M. Bulboesponjoso: recobre os bulbos dos vestíbulos , estabiliza o centro tendíneo.
● M. Isquiocavernoso: recobre os ramos do clitóris.

⇒ Principais alterações anatômicas na gravidez:


● Útero gravídico em diferentes estágios:
○ Descida do feto ao final da gestação.
○ Tendência da cabeça a se encaixar na pelve menor.
○ Descida do fundo do útero quando comparado ao 9 mês.
● Alterações na pele:
○ Estrias gravídicas.
○ Linha negra (Línea nigra):
■ Aumento da produção de MSH pela hipófise ⇒ Formação da linha negra, Escurecimento dos
mamilos e Melasmas na face.

Profundamente = M. transverso profundo do períneo

M. esfíncter externo do ânus


● Alterações nas mamas:
○ Sofrem hipertrofia, tornam-se mais sensíveis por vezes doloridas.
● Alterações no Sistema esquelético:
○ Sobrecarga na coluna lombar devido ao deslocamento do centro de gravidade (aumento da
lordose), levando ao estiramento do L.L.A e pinçamento da parte posterior do disco
intervertebral.
● Alterações no Sistema articular:
○ Ação do hormônio relaxina produzido nos ovários ⇒ Sínfise púbica e articulações sacro-ilíacas.
● Alterações na musculatura:
○ Diástase dos M. retos do abdome.
● Alterações no diafragma:
○ Posição alta do útero, levando a compressão do do diafragma e consequentemente incursões
respiratórias mais curtas.
● Alterações no Sistema respiratório:
○ Os capilares do sistema respiratório sofrem dilatação, levando a edema da nasofaringe,
laringe, traquéia e brônquios, devido a isso a voz se altera e a respiração nasal torna-se mais
difícil.
● Alterações no Sistema digestório:
○ Compressão do estômago, predispondo ao refluxo esofágico.
○ Diminuição da motilidade gastrointestinal, levando a constipação. (Diminuição da motilina).
○ Hipertrofia gengival (aumento das papilas interdentais), resultando com frequência em
sangramento.
● Alterações no Sistema cardiovascular:
○ O volume sanguíneo aumenta durante a gestação.
○ Pressão do útero contra a VCI, levando a edema de MMII, e veias varicosas.
○ Pressão do útero contra a aorta (aumento do débito cardíaco).
○ Veias varicosas no membro inferior, aranhas vasculares.
● Alterações nas tubas e ovários:
○ Nos ovários a ovulação cessa durante a gravidez, desta forma o recrutamento e maturação de
novos folículos são suspensos. Não há alterações significativas nas tubas uterinas.
● Alterações no Sistema urinário:
○ Graças ao aumento da vascularização os rins sofrem aumento de diâmetro.
○ A bexiga urinária reduz sua capacidade de distensão, fazendo com que a gestante precise
urinar com maior frequência.
● Alterações no períneo:
○ Ocorre aumento da vascularização, os tecidos se preparam para a distensão necessária
durante o trabalho de parto.

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