Você está na página 1de 8

2ª Conferência de anatomia -Membros

inferiores (SOI)
CINTURA PÉLVICA: Ossos do quadril; Ligação entre o esqueleto axial (coluna) e o
esqueleto apendicular (do membro inferior)

PELVE/BACIA: Ossos do quadril+Sacro

ESTABILIDADE DA PELVE
● As lesões pélvicas estão ligadas a sangramentos, o que pode levar a morte
● Tem duas articulações envolvidas na sua estabilização: articulação sacroilíaca e a
sínfise púbica

LIGAMENTOS DA PELVE

● Articulação sacro-ilíaca
○ Articulação sinovial plana
○ Reforçada anteriormente pelo ​ligamento sacroilíaco anterior​, com disposição
horizontal de fibras
○ Reforçado posteriormente pelo ​ligamento sacroilíaco posterior​, com fibras
dispostas horizontal e verticalmente

● Ligamento Ílio-lombar
○ Sai do processo costal da última vértebra lombar e termina na crista ilíaca
○ Disposição horizontal de fibras

● Sínfise Púbica
○ Entre os ossos do quadril, anteriormente
○ Tecido fibrocartilaginoso
○ Classificada como Sínfise
○ Distribuição horizontalizada

● Ligamento Sacrotuberal
○ Sai dos sacro e vai em direção a tuberosidade isquiatica
○ Disposição verticalizada das fibras

● Ligamento Sacroespinha
○ Sai do sacro em direção a espinha esquiática
○ Fibras horizontalizadas
LESÕES DO ANEL PÉLVICO
● Compressão lateral
○ Impacto lateral na pelve
○ Sobrecarga ipsilateral sobre os ossos
○ Possibilidade de fraturas nos ossos do quadril e de lesão da articulação
sacroilíaca

● Compressão ântero-posterior
○ Ex- queda tipo a cavaleiro
○ Possibilidade de lesão Open book (abertura da pelve)
○ Lesão da sínfise púbica (rasgo)
○ Acaba gerando lesão da articulação sacro-ilíaca

● Cisalhamento vertical (deslizamento de baixo para cima)


○ Queda em pé
○ Alta transmissão de carga para a pelve
○ Lesão ligamentar dos ossos da pelve que absorveram o impacto

● Que estruturas vão resistir ao mecanismo de compressão lateral ou ântero-anterior?


○ Estruturas ligamentares horizontalizadas: sínfise púbica, sacroilíaco anterior,
feixes horizontais do sacroilíaco posterior, ílio lombar e sacro espinhal
● Que estruturas resistem ao cisalhamento vertical?
○ Estruturas verticalizadas: ligamento sacrotuberal e sacroilíaco posterior
(fibras verticais)
ARTICULAÇÃO DO QUADRIL

● Articulação sinovial esferóide


● Localizada entre a cabeça do fêmur e o acetábulo (encaixe com um ângulo
diferencial de encaixe - encaixe oblíquo)
● Tal encaixe gera uma cobertura maior na parte posterior em relação a anterior,
dando liberdade para a realização dos movimentos de flexo-extensão
○ Possuímos um ângulo de flexão do quadril grande devido à ausência de
estrutura óssea bloqueando o movimento
○ Resistência à extensão (o acetábulo é um limitador desse movimento)

● Movimentos dessa articulação


○ Flexão e extensão
○ Abdução e adução
○ Rotação interna e externa

● Estruturas que estabilizam essa articulação:


○ O acetábulo estabiliza posteriormente a articulação
○ Ligamento iliofemoral: estabilização da parte anterior da articulação;
resistência a hiperextensão do quadril
○ Ligamento pubofemoral: evita a hiperabdução do quadril
○ Ligamento isquiofemoral: evita a hiperextensão do quadril

● Luxação do quadril: grande parte dessas luxações está associada a fratura da


parede posterior do acetábulo

● Luxação congênita do quadril: criança nasce com o quadril luxado


○ Diagnóstico com exame logo após o nascimento: Teste de Ortolani (flexão +
abdução do quadril)

● Teste de Barlow: testa se há instabilidade da articulação do quadril (pouca flexão +


adução; provoca a retirada da cabeça do fêmur do acetábulo)

MUSCULATURA DO QUADRIL

● Músculo iliopsoas:
○ O músculo psoas maior se origina dos processos costas lombares e o
músculo ilíaco que está inserido na asa do osso ilíaco, os dois se unem para
formar o músculo ílio-psoas
○ Esse músculo termina no trocanter menor do fêmur
○ Principal flexor do quadril

● Músculo glúteo máximo


○ Principal Extensor do quadril
○ Agonista do músculo iliopsoas
● Músculo glúteo médio e mínimo
○ Os dois terminam no trocanter menor
○ Principais abdutores do quadril
○ Realizam também a rotação interna do fêmur
○ Estabilização da pelve evitando que ela caia durante a fase de balanço
(durante e marcha)

● Bursite trocantérica
○ Bursite é a inflamação das bolsas que armazenam líquido sinovial
○ Causa dor na região do quadril

OBS: S​ inal de Trendelenburg-> Encontrada em pessoas com fraqueza da musculatura


abdutora do quadril. É dito positivo quando o quadril do paciente cai para o lado da perna
levantada durante a marcha. Tal sinal é causado pela paralisia dos músculos glúteo médio e
mínimo. O indivíduo acometido tem perda do equilíbrio corporal.

● Músculo sartório
○ Origem na espinha ilíaca ântero-posterior
○ Cruza duas articulações
○ Realiza dois movimentos:
■ Em relação ao quadril, faz flexão e rotação externa
■ Em relação ao joelho, realiza flexão e rotação interna

● Músculo tensor da fáscia lata (fáscia que recobre a coxa; contém toda a musculatura
da coxa)
○ Origem na espinha ilíaca ântero-superior
○ Tem a função de tensionar a fáscia lata
○ Músculo lateral
○ Termina na parte mais espessa da fáscia lata que é o trato ílio-Tibial
○ Realiza também a abdução do quadril (sinergista)

● Pata de Ganso (Ancerina)


○ Localiza-se abaixo do côndilo medial da tíbia
○ Inserção dos músculos Sartório + Grácil + Semitendíneo

● Quadríceps Femoral
○ Possui quatro ventres/porções que terminam na patela
○ Reto Femoral: origem na espinha ilíaca ântero-inferior; único componente do
quadríceps que começa acima do quadril
○ Vasto Medial:
○ Vasto Intermédio:
○ Vasto Lateral:
○ O quadríceps é o principal extensor da perna (músculo do chute)

● Músculos Adutores
○ Adutor Magno​: dentre os adutores, é o de maior volume
○ Adutor Longo
○ Adutor curto

● Músculo Grácil
○ Se origina no tubérculo púbico e termina abaixo do côndilo medial da tíbia
○ Realiza adução e rotação externa do joelho

● Músculo bíceps femoral


○ Origem na tuberosidade isquiática (cabeça longa)
○ A cabeça curta sai da diáfise do fêmur
○ Terminação das duas porções na cabeça da fíbula
○ Flexão e rotação externa do joelho

● Músculo semimembranáceo
○ Origem na tuberosidade isquiática
○ Termina na cápsula posterior do joelho ou parte posterior da tíbia
○ Flexão e rotação interna do joelho

● Músculo semitendíneo
○ Origem na tuberosidade isquiática
○ Termina abaixo do côndilo medial da tíbia
○ Flexão e rotação interna do joelho

OBS: M ​ usculatura do Jarrete = bíceps femoral + semitendíneo + semimembranáceo


(músculos posteriores da coxa); todos eles têm uma ação comum: principais flexores do
joelho

● Tendinite ou Bursite da pata anserina


○ Inflamação no tendão desses músculos ou inflamação da bolsa que
armazena o líquido sinovial

ARTICULAÇÃO DO TORNOZELO

● Pinça maleolar com o talos encaixado no meio


● Articulação que permite dorsiflexão e flexão plantar (uniaxial)
● É Uma articulação sinovial do tipo gínglimo ou dobradiça

● Articulação tibiofibular distal: união da tíbia com a fíbula distalmente, favorecendo a


pinça maleolar
○ Articulação fibrosa (sindesmose)

OBS:​ a membrana interóssea da perna também é uma sindesmose

● Complexo ligamentar medial: Ligamento deltóide


○ Ligamento tíbio-talar anterior
○ Ligamento tibionavicular
○ Ligamento tibio calcáneo
○ Ligamento tíbio-talar posterior

● Complexo ligamentar lateral


○ Ligamento talofibular anterior
○ Ligamento calcâneo fibular
○ Ligamento talofibular posterior

● Entorse do tornozelo = lesão ligamentar


○ Movimento de hiper inversão do pé: lesão do complexo ligamentar lateral
○ Movimento de hiper eversão do pé: lesão do complexo medial do pé

OBS: A ​ sede dos movimentos de inversão e eversão é a articulação talocalcânea (giro do


talos sobre o calcâneo)

REGIÃO DO PÉ

● A transmissão de carga do pé ao solo vai ocorrer principalmente através do calcâneo


e dos metatarsos (espacialmente o hálux)

ARCOS DO PÉ

● Arco medial: tálus + navicular + cuneiforme medial + primeiro metatarsiano; arco


mais importante por difundir a distribuição de carga
● Arco lateral: calcâneo cubóide + quinto metatarso + cuneiformes intermédio e lateral
● Arco central

● Ligamentos que reforçam esses arcos:


○ Ligamento plantar longo: sai do calcâneo em direção à base dos metatarsos
○ Ligamento calcâneo-cubóide (plantar curto): sai do calcâneo em direção ao
cubóide
○ Esses ligamentos plantares estabilizam o arco lateral do pé
○ Ligamento calcâneo navicular plantar (ligamento mola): principal estabilizador
do arco longitudinal medial do pé

OBS: ​Pé plano X Pé chato

● Tipos de pisada
○ Pisada neutra
○ Pisada pronada: pisada com pé em eversão; sobrecarga do arco medial;
maior chance de lesão no complexo ligamentar longitudinal medial
○ Pisada supinada: pisada com pé em inversão; sobrecarga do arco lateral;
maior chance de lesão do complexo ligamentar lateral
OBS: ​A pisada supinada é a mais comum

OBS: ​O Ligamento deltóide é muito mais forte que o complexo ligamentar lateral,
dificultando a ocorrência de lesões em eversão

TIPOS DE MARCHA

● Fases da marcha
○ 1 Fase: Apoio do calcanhar; pé em dorsiflexão; sustentação pelo músculo
tibial anterior (principal dorsiflexor da perna)
○ 2 Fase: Impulso; pé em flexão plantar: sustentação pelo músculo tríceps
sural (principal flexor plantar)
○ 3 Fase: fase do balanço (fase de aceleração + oscilaçãointermediaria + fase
de desaceleração) ; no início há flexão da musculatura do joelho e da coxa e
dorsiflexão; no final é necessária a extensão da perna (quadríceps),
permitindo o apoio

● Esporão de Calcâneo (Fascite Plantar)


○ Processo inflamatório da planta do pé
○ Origem perto da tuberosidade calcâneo
○ Impede que a pessoa faça o apoio do calcanhar devido à dor
○ Alteração na marcha

● Artrose da articulação metatarso falangeana


○ Dor ao utilizar o hálux para a fase de impulso da marcha

● Queda do arco longitudinal do pé


○ Pé plano
○ Acomodação inadequado do pé durante a fase do apoio
○ Gera dor

● Pé Equino
○ Perda dos dorsiflexores
○ Aumento da flexão do joelho para não arrastar o pé no não

ARTICULAÇÃO DO JOELHO

● Articulação entre a tíbia e a fíbula, principalmente


● Articulação sinovial do tipo condilar ou gínglimo/dobradiça (não é consenso)
● Movimentos do joelho: extensão e flexão; há um grau ínfimo de rotação, não é
importante como movimento mas é essencial para a estabilização da articulação
● Côndilo femoral medial > côndilo femoral lateral
○ O côndilo medial tem extensão suficiente para sair da flexão para a extensão
completa, o que não ocorre no côndilo lateral
○ A rotação ocorre sobre o côndilo femoral lateral, permitindo todo o arco de
movimento e estabilizando a articulação

● Ligamento colateral-lateral
○ Resiste ao estresse em varo do joelho
○ Formato tubular
○ Entre esse ligamento e o menisco lateral existe o tendão do músculo poplíteo

● Ligamento colateral-medial
○ Resiste ao estresse em valgo do joelho
○ Plano/ achatado
○ Aderido ao menisco medial

● Tríade Maldita (Infeliz)


○ Comum nas estradas de futebol
○ Força um valgo na perna
○ Rompimento do ligamento colateral medial o que leva ao rompimento do
menisco medial
○ A criação de um joelho instável provoca um rompimento do ligamento
cruzado anterior

MENISCOS

● Estruturas fibrocartilaginosas que ficam entre o fêmur e a tíbia


● Estrutura radial que permite a transmissão de carga para toda a superfície da tíbia
seja harmônica
● Funções
○ Armazenamento de impacto
○ Melhora a distribuição de carga
○ O menisco medial é fixo e o menisco lateral é móvel, tendo que se adaptar a
rotação sobre o côndilo lateral
○ O menisco lateral propicia a circulação do líquido sinovial dentro da
articulação

● Ligamentos cruzados
○ Anterior: restringe o deslocamento anterior da tíbia sobre o fêmur
○ Posterior: restringe o deslocamento posterior da tíbia sobre o fêmur

● Testes para os ligamentos cruzados = sinal da gaveta

● O pequeno grau rotação do joelho permite o enovelamento de um ligamento


sobre o outro, dando estabilidade a articulação e a perna

● Os ligamentos cruzados evitam a hiperextensão do joelho

Você também pode gostar