Você está na página 1de 5

Anatomia – aula 62 Bárbara Lovato

GENITÁLIA FEMININA

 Gônada feminina situa-se dentro da cavidade abdominal. Maior parte do aparelho reprodutor fica na
pelve e uma pequena parte no períneo.
 Genitália interna: ovários, tubas uterinas, útero e vagina (essa na pelve e no períneo).
 Genitália externa: vulva ou pudendo (no períneo).
 Pelve, de anterior para posterior: bexiga, útero e reto.
 Tubas uterinas: voltadas lateral e posteriormente, envolvidas pelo ligamento largo (encontram-se na sua
borda livre).

1. PERITÔNIO
 Da parede anterior do abdômen, reflete-se para a parede posterior da
parte superior da vagina e segue para revestir o útero. Reveste as faces
superior, extremidade livre e face inferior do útero e reflete-se sobre as
faces posterior e superior da bexiga. Da face superior da bexiga o
peritônio reflete-se para a face posterior da parede anterior do abdômen.
 Relações peritoneais: sínfise púbica – espaço retro-púbico – bexiga –
escavação vésico-uterina – útero- escavação reto-uterina – reto.
 Escavação reto-uterina: ou fundo de saco de Douglas, é a mais baixa. É
limitada lateralmente por pregas retouterinas, que se estendem do
contorno lateral do reto e da parede posterior da pelve ao colo do útero.
 Ligamento largo: com bordas presas à parede, nele transita a a. uterina.
Também transitam o ligamento redondo do útero e o ligamento
suspensor do ovário. O ligamento largo reflete-se sobre o ú tero e Figura 1: Bexiga(1); Escavação vésico-
uterina(2); Útero(3); Escavação reto-
expande-se lateralmente e é formado pelos três mesos abaixo.
uterina(4); Reto(5).
 Mesossalpinge: porção do ligamento largo que fixa as tubas uterinas.
 Meso-ovário: atrás do ligamento largo, ligada o ovário ao ligamento largo.
 Mesométrio: parte inferior do ligamento largo.
 A. uterina: sintopia com ureter, que passa por trás dela.
 Ligamento suspensor do ovário: passa sob a extremidade tubárica do ovário e se estende em direção
superior, sobre os vasos ilíacos externos e perde-se no tecido conjuntivo que recobre o psoas maior.
Contém os vasos e nervos ováricos.

2. ÚTERO
 Formato piriforme e cavidade triangular, aberta para vagina e tubas
uterinas.
 Em geral, encontra-se levemente desviado para a direita.
 Sua cavidade continua-se com canal vaginal, mas seus eixos formam
um ângulo de 90º (anteversão), de forma que útero deita-se sobre a
bexiga.
 Possui também ângulo entre o corpo e o colo (anteflexão), que ajuda
a sustentar o útero.
 Porções:
Fundo: porção arredonda e superior, acima das tubas.
Corpo: porção principal do útero, com duas faces. A face anterior
volta-se anterior e inferiormente; a posterior, superior e
posteriormente. Possui margens esquerda e direita, relacionadas com o ligamento largo.
Istmo: estreitamento com cerca de 1cm, entre o corpo e o colo.
Colo: mais baixo. Seu canal é chamado de cavidade cervical e corresponde à parte mais fixa. Abre-se na
vagina através do óstio do útero. Possui uma parte supravaginal e outra vaginal. A parte da vagina que o
circunda é chamada de fórnice (porções anterior, posterior e laterais).
 Canal do colo do útero: luz do colo do útero, apresenta uma prega vertical de mucosa, tanto anterior
quanto posteriormente, das quais irradiam-se as pregas palmadas, que fecham o canal.
 Estratigrafia: peritônio – miométrio – endométrio.
 Canal vaginal: abraça o colo uterino.
 Tuba uterina: abre-se para dentro da cavidade peritoneal.

2.1 ELEMENTOS DE SUSTENTAÇÃO


 Ligamento útero-ovariano.
 Ligamento redondo do útero: faixa de tecido
fibroso estreita e achatada que se prende ao
útero imediatamente abaixo da
desembocadura das tubas. Corre entre as
lâminas do ligamento largo, cruza os vasos
ilíacos externos e penetra no canal inguinal.
 Ligamento transverso do colo do útero:
lâmina fibrosa formada pelas fáscias da
parede anterior e posterior do colo e da
vagina, que se unem na margem lateral desses
órgãos e formam uma lâmina que se estende
no assoalho da pelve como extensão profunda
do ligamento largo. A a. uterina corre sobre a
face superior desse ligamento.
 Ligamentos cardinais: próximos ao colo,
estendem-se para as paredes laterais.
 Ligamento útero-sacro: lateral e mais espesso.
 Ligamento largo.

2.2 VASCULARIZAÇÃO E INERVAÇÃO


 Vascularização: a. uterina (ilíaca interna), a. vaginal (da a. uterina) e a. ovariana (ra mo da uterina).
Anastomoses entre a. ovariana e a. uterina (tubas são irrigadas pelas duas).
 Drenagem venosa: para plexo venoso, com comunicações das veias obturatórias, vesicais, vaginais,
uterinas e retais. Drena para vv. ilíacas internas.
 Drenagem linfática:
Fundo: linfonodos inguinais superficiais e aórticos.
Corpo: linfonodos ilíacos externos.
Colo: linfonodos ilíacos internos e sacrais.
 Inervação: fibras autônomas, simpáticas, parassimpáticas e sensitivas chegam através dos plexos
uterovaginais que correm ao longo das aa. uterinas.

3. OVÁRIOS
 Órgãos pares em forma de amêndoas. Com a idade, perdem seu aspecto liso devido às cicatrizes
decorrentes da liberação dos óvulos.
 Gônada feminina, responsável também pela produção hormonal.
 Situados na fosseta ovariana, na altura da espinha ilíaca ântero-superior, adiante dos vasos ilíacos.
 Achatados ântero-posteriormente.
 Faces: lateral e medial.
 Face medial: olha para interior da cavidade pélvica.
 Extremidades: tubária (superior) e uterina (inferior).
 Margens: mesovárica e livre.
 Sustentação: meso-ovário e ligamentos próprio
do ovário e suspensor do ovário (com a.
ovariana).
 Meso-ovário: fixa na margem mesovárica do
órgão, mas não a ultrapassa, pois ovário não é
revestido por peritônio.
 Ligamento próprio do ovário: cordão
arredondado que pode conter músculo liso. Da
extremidade uterina do ovário ao corpo do útero
imediatamente inferior à chegada da tuba uterina
no ovário.

3.1 VASCULARIZAÇÃO E INERVAÇÃO


 Vascularização:
A. ovárica: ramo da aorta contido no ligamento
suspensor do ovário, passa no meso-ovário.
Ramo ovárico da a. uterina: anastomosa-se com
a ovárica.
 Drenagem venosa: plexo que se comunica com o plexo venoso uterino. Dessa plexo surgem duas veias
ováricas. A esquerda drena para a v. renal esquerda e a direita para a veia cava inferior.
 Drenagem linfática: linfonodos aórticos.
 Inervação: fibras simpáticas emergem do plexo ovárico e possuem ação vasomotora.

4. TUBA UTERINA
 Na margem superior do ligamento largo, com
cerca de 10 cm.
 Possui óstio para dentro do útero (óstio uterino) e
outro para cavidade peritoneal (óstio abdominal).
 Fímbrias: na região do óstio abdominal, com uma
fímbria ovárica, mais longa que as demais.
 Todo o trajeto possui pregueamento transversal,
sobretudo o infundíbulo. Sua mucosa possui
também cílios que auxiliam o deslocamento do
óvulo até a tuba, assim como o movimento
peristáltico de sua túnica muscular.
 Porções:
Intra-uterina: corre obliquamente na espessura
da parede do útero.
Istmo: pequena porção estreitada.
Ampola: mais larga, tortuosa e calibrosa, é o local
da fecundação.
Infundíbulo: com fímbrias.

4.1 VASCULARIZAÇÃO E INERVAÇÃO


 Vascularização: segmentar, pelas aa. uterina (ilíaca interna) e ovárica (ramo da uterina).
 Drenagem venosa: acompanha as artérias.
 Drenagem linfática: para linfonodos aórticos ou lombares.
 Inervação: fibras autônomas e sensitivas.

5. VAGINA
 Situada na pelve e no períneo.
 Tubo muscular de cerca de 8 cm, com tecido elástico que permite a distensão para o trabalho de parto.
 Achatada ântero-posteriormente.
 Fórnix: sua porção posterior é mais alta que a anterior e fica
em contato com fundo de saco reto-uterino (importante para
punções).
 Paredes com pregueamento transversal.
 Relações:
Anterior: sua parede superior relaciona-se com a base da
bexiga. A uretra está imersa na metade inferior da parede
anterior da vagina.
Posterior: fórnice posterior está recoberto pelo peritônio da
escavação reto-uterina, permitindo o acesso para a cavidade
peritoneal.
Posterior: terço médio da parede posterior está relacionado
com o reto. Já a parte inferior funde-se com o centro tendíneo
do períneo.
 A porção pubo-coccígea do levantador do ânus envolvem a
vagina cerca de 3 cm acima da abertura, atuando como um
esfíncter.

5.1 VASCULARIZAÇÃO E INERVAÇÃO


 Vascularização: a. uterina (ramos vaginais) irriga a parte superior. Ramos vaginais da ilíaca interna irrigam
as paredes anterior e posterior. Pequenos ramos da a. do bulbo do vestíbulo (da pudenda interna) irrigam
a parte inferior.
 Drenagem linfática:
Superior: vasos correm ao longo da a. uterina e drenam para linfonodos ilíacos internos e externos.
Média: vasos acompanham a a. vaginal e drenam para linfonodos ilíacos internos.
Inferior: para linfonodos ilíacos comuns e sacrais.
Adjacente ao hímen: para linfonodos inguinais superficiais.
 Inervação: fibras
Porção inferior: inervação somática (n. pudendo).
Porção superior: sistema nervoso autônomo (plexo útero-vaginal).

6. PERÍNEO
 Espaço superior do períneo.
 Músculo transverso superficial do períneo.
 Músculo ísquio-cavernoso e bulbo-esponjoso.
 Glândulas vestibulares ou de Bartolin: lubrificação vaginal.
 Diafragma urogenital.
 Músculo transverso profundo do períneo.
 Espaço profundo do períneo.

7. VULVA ou PUDENDO
 Situada no períneo.
 Monte de Vênus: ou monte do púbis, é uma elevação arredondada anterior, com gordura e pêlos
pubianos.
 Grandes lábios: duas pregas cutâneas laterais, com pele e pêlos, que se estendem do ânus ao monte do
púbis. Algumas vezes o ligamento redondo do útero termina nos lábios maiores. Homólogos ao escroto
no homem.
 Rima do pudendo: entre os grandes lábios.
 Pequenos lábios: duas pequenas pregas de pele que se terminam posteriormente unindo-se à face
interna dos lábios maiores. Formados por pele modificada com tecido erétil. Entre eles fica o vestíbulo da
vagina. Nas virgens, podem estar conectados por uma fibra transversal, o frêmulo dos lábios do pudendo.
Formam anteriormente o prepúcio (anterior) e o frênulo do clitóris (posterior).
 Clitóris: homólogo ao pênis, é formado por
tecido erétil. É formado por dois ramos,
envolvidos pelos mm. ísquio-cavernosos, que
se fixam à face interna do ramo do ísquio.
Próximo à sínfise púbica unem-se e passam a
formar o corpo do clitóris, composto pelos
corpos cavernosos. Possui na extremidade
livre uma pequena elevação, a glande do
clitóris. É envolto pelos pequenos lábios
(frênulo do clitóris). Fica preso à sínfise
púbica pelo ligamento suspensor do clitóris.
 Vestíbulo da vagina: entre os lábios menores,
contém o clitóris, o óstio uretral e o óstio da
vagina.
 Abertura da vagina: com membrana himenal,
que pode possuir abertura simples, dupla ou
cribiforme. Rompe-se após a primeira
relação. Seus resquícios são chamados de
carúnculas himenais. De cada lado do óstio da
vagina abre-se o ducto das glândulas
vestibulares maiores.
 Bulbo do vestíbulo: formado por duas massas de tecido erétil, dispostas em ferradura em torno do óstio
da vagina.
 Abertura da uretra: no vestíbulo da vagina, anterior ao canal vaginal.
 Glândulas vestibulares maiores: duas glândulas ovóides, posteriores ao bulbo do vestíbulo, cuja secreção
lubrifica a extremidade inferior da vagina. Abrem-se no vestíbulo da vagina.

7.1 VASCULARIZAÇÃO E INERVAÇÃO


 Vascularização:
A. pudendas externas: ramos labiais anteriores irrigam lábios maiores e menores.
A. pudendas internas: ramos labiais posteriores irrigam lábios maiores e menores.
A. profunda do clitóris: irriga clitóris.
A. dorsais do clitóris: irrigam glande do clitóris.
A. do bulbo do vestíbulo e ramos da a. vaginal anterior: irrigam bulbo do vestíbulo e glândulas
vestibulares.
 Drenagem venosa:
V. dorsal profunda do clitóris: ímpar, drena para a pudenda interna ou para o plexo venoso vesical.
 Drenagem linfática: para linfonodos inguinais superficiais.
 Inervação: fibras sensitivas e autônomas (para os vasos e glândulas).
N. labial anterior: ramo do ílio-inguinal.
N. labiais posteriores: ramo do pudendo.
N. dorsal do clitóris.
Ramos do plexo útero-vaginal.

Você também pode gostar