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segmentos e de estadiamentos de neoplasias (axilar:

Cavidade Abdominal neoplasia mamária; inguinal: neoplasias testiculares


ou uterinas)
Palpação de linfonodos reativos: nem sempre uma
Visão geral alteração nesses linfonodos indica neoplasia (pode
O limite superior da cavidade abdominal é dado pelo indicar processos inflamatórios/infecciosos)
m. diafragma e o limite inferior é contínuo com a Ao retirar o tegumento, observa-se uma rede venosa
cavidade pélvica → cavidade abdominopélvica bastante delicada que acompanha a gordura que
A parede posterior é constituída pela coluna vertebral distribui o plano mais profundo do tegumento que
lombar, pelo m. quadrado lombar, m. psoas maior, modela a superfície. Esta camada de gordura tem
m. psoas menor (quando presente - inconstante), m. espessura variada (de milímetros a vários
ilíaco → integração: m. iliopsoas centímetros). Em homens, a distribuição dessa
gordura tem predominância em região abdominal,
A parede anterolateral é constituída de 3 camadas de enquanto na mulher é na região pélvica.
músculo: m. transverso do abdome (mais
profundo), m. oblíquo interno (camada A rede venosa drena basicamente para a veia axilar e
intermediária), m. oblíquo externo (mais superficial) para a veia femoral (as duas são veias finais de
tributação, pois recolhem sangue das partes superior
Cicatriz umbilical → m. reto do abdome → bainha e inferior do abdome). Desta rede venosa, podemos
do m. reto do abdome destacar as veias epigástricas superficiais, que estão
em convergência na região inguinal. Elas formam
Músculos do dorso não serão estudados agora
uma rede periumbilical (periférica à cicatriz).
M. latíssimo do dorso
O plexo venoso periumbilical é tributado pelas veias
Trígonos lombares (superior e inferior. Apenas o paraumbilicais da v. porta (por isso, quando o
inferior será abordado nesta aula) indivíduo tem hipertensão portal na cirrose, esses
vasos se apresentam completamente ingurgitados –
Órgãos envoltos pelo peritônio: rins
vasos varicosos periféricos à cicatriz umbilical
No plano mediano: v. cava e a. aorta chamados de cabeça de medusa).

Raiz do mesentério abraçando o intestino O plexo periumbilical tem drenagem direta para a v.
porta, constituindo uma anastomose porto cava.
Cavidade peritoneal
Mais lateralmente, temos a veia toracoepigástrica,
que percorre marginalmente toda a região do tórax e
Topografia da Cavidade Abdominal abdome.

1 Hipocôndrio direito Perifericamente à mama, temos o plexo venoso


2 Região epigástrica mamário (superficial).
3 Hipocôndrio esquerdo
4 Flanco direito O plexo areolar, que é o mamário e envolve toda a
5 Região mesogástrica/umbilical região da mama do sexo masculino e feminino tem
6 Flanco esquerdo tributação com a v. toracoepigástrica, v. epigástrica
7 Ilíaco inguinal direito e para a v. axilar.
8 Região hipogástrica
9 Ilíaco inguinal esquerdo Quando removemos todo o tecido adiposo e
conjuntivo da parede abdominal, conseguimos
Ao dissecar o tegumento, observamos uma rede observar os vasos arteriais. Estes vasos apresentam
superficial de vasos linfáticos que drenam a linfa um ramo superficial e um ramo profundo para a
para a região axilar e inguinal (praticamente toda metade inferior da parede abdominal. O ramo
linfa da cavidade abdominal é drenada para essas superficial é a artéria epigástrica superficial, que
regiões) está mais próxima do tegumento. O mais profundo é
a artéria epigástrica inferior, que penetra no plano
Os linfonodos têm o papel importante de sinalização muscular.
de processos infecciosos e inflamatórios nesses
A a. epigástrica inferior (parte da a. ilíaca externa) Estratigrafia abaixo do plano dos vasos e nervos:
segue o trajeto ascendente e continua na região representa a constituição muscular da parede
epigástrica como a. epigástrica superior que, por sua abdominal.
vez, segue o trajeto ascendente e é contínua com a a. 3 camadas constituem a parede anterolateral do
torácica interna (ramo da a. subclávia). Com isso, abdome. As fibras do m. oblíquo externo são
temos um único vaso da extremidade superior do oblíquas do trajeto superior anterior. No m. oblíquo
tórax até a inferior. Sendo assim, temos a irrigação da interno as fibras estão no sentido oposto, com ângulo
parede abdominal e torácica concomitante. de projeção posterior, formando uma malha. Já o m.
transverso do abdome é mais profundo e apresenta
Existem outros vasos que estão na parede lateral, são
fibras horizontais. A divergência da direção das fibras
eles: Aa. intercostais (entre as costelas, ganham a
dos músculos forma uma malha e promove
parede torácica) e a. subcostal (abaixo do 12º par de
resistência à parede abdominal.
costelas).
No plano mediano, temos uma faixa branca chamada
Lembrando que as costelas flutuantes não estão se
linha alba (tecido conjuntivo denso – bastante
articulando com o esterno, portanto o vaso que está
resistente). Ela é o ponto de convergência dos
entre as costelas segue para a parede abdominal.
músculos do abdome, e segue do processo xifoide,
A a. ilíaca circunflexa profunda (acompanha a atravessa toda a parede abdominal no plano mediano
margem superior do ílio). Alguns ramos são e envolve a cicatriz umbilical. Da cicatriz umbilical,
superficiais e seguem em direção ao tegumento, mas segue em direção à sínfise púbica, fixando-se na
é essencialmente profunda. margem superior da sínfise púbica de forma
radiada, prendendo-se firmemente nessa região.
Imediatamente abaixo está a a. ilíaca circunflexa Lateralmente a ela estão os ventres do m. reto do
superficial (mais inferior à margem do ílio), que vai abdome (principal músculo flexor do abdome,
apenas em direção à superfície. Essas duas artérias aproximando o processo xifoide à sínfise púbica).
estão se projetando em direção ao ligamento inguinal,
que se projeta da espinha ilíaca anterossuperior ao A parede abdominal, além de garantir a proteção de
tubérculo púbico. todos os órgãos abdominais, tem dois papéis
extremamente importantes.
A inervação da parede anterior do abdome tem
origem a partir da medula espinal. Os nervos espinais O primeiro está relacionado à compressão dos
se projetam do limite posterior, contornam a parede órgãos abdominais para a evacuação e a micção.
abdominal e ganham a parede anterior, formando Forças positivas para eliminação da urina e fezes é
como se fosse um arco. Os nervos intercostais através da contração da parede abdominal.
realizam inervação da parede torácica. No trânsito da
O segundo é a contração da parede abdominal para
parede torácica para o abdome, o nervo subcostal.
o parto.
O n. ílio-hipogástrico e n. ílio-inguinal inervam o
A respiração abdominal é secundária e não garante a
terço inferior do abdome (abaixo da região
mecânica da respiração clássica (respiração torácica).
mesogástrica).
Existe uma área esbranquiçada chamada de bainha
Podemos observar, tanto no plano profundo como no
do m. reto do abdome que recobre o músculo.
plano superficial, a existência de ramos nervosos,
chamados de ramos cutâneos dos nervos (mesmos O m. reto do abdome é um músculo poligástrico e
os nn. intercostais apresentam o ramo profundo entre seus ventres observamos as intersecções
para a musculatura e o ramo cutâneo para o tendíneas.
tegumento).
Os mm. reto do abdome, oblíquo externo, oblíquo
Cada nervo está relacionado a uma faixa de tecido. interno e transverso do abdome se projetam para
Isso explica a lesão por Herpes Zoster cutâneo linear uma área fibrosa lateral chamada de linha semilunar,
no tórax e no abdome, pois a distribuição do vírus que é o ponto de fixação dos músculos da parede
com a lesão acompanha a bainha do nervo, abdominal. Da linha semilunar, a faixa fibrosa se
formando um arco, caracterizadas por erupções estende à linha alba. Na porção terminal da linha alba,
cutâneas bolhosas extremamente dolorosas e em essa faixa fibrosa forma o adminículo da linha alba,
faixa. que é o ponto de convergência de todas as fibras
que fixam os músculos da parede abdominal em Entre as pregas, ocorre a formação de escavações,
direção ao ramo superior do púbis. denominadas fossas. A fossa supravesical (no
Sobotta está errado, não é paravesical) é lateral à
Nesta região temos o m. piramidal, que realiza a
prega mediana, a fossa inguinal medial está lateral à
tensão da linha alba. É composto por dois ventres
prega medial, e a fossa inguinal lateral se localiza
triangulares e, ao centro, a linha alba. Está localizado
lateralmente à prega lateral.
junto ao adminículo da linha alba.
Importante lembrar que o m. oblíquo interno projeta
fibras para o músculo cremáster, que segue para o Região Crítica do Abdome - Umbilical
polo superior do testículo, realizando a elevação do Aberturas para elementos que estão externos à parede
testículo durante a sua contração. abdominal
A necessidade de elevação do testículo é devido à • Acima da cicatriz umbilical: linha alba – 3
manutenção da temperatura. Em temperaturas camadas abraçam o m. reto do abdome →
elevadas temos o relaxamento do músculo e o maior resistência
testículo se distancia da parede abdominal. Em
• Na cicatriz umbilical: ponto crítico para
temperaturas frias ocorre a contração do cremáster,
formação de hérnia umbilical – anel fibroso
suspendendo o testículo próximo do abdome junto do
que circunda a cicatriz é muito frágil. Caso
músculo dartos (músculo associado ao tegumento do
haja rotação e perda da vascularização da
escroto). Quando o m. dartos se contrai, a bolsa
hérnia, ocorre o infarto enteromesentérico
escrotal diminui e o testículo é tracionado para cima
da hérnia.
juntamente com o cremáster. Isso garante a
• Abaixo da cicatriz umbilical: devido a
temperatura adequada para manutenção dos
presença da linha arqueada, todas as bainhas
espermatozoides.
são anteriores e nenhuma posterior,
Com relação à lâmina posterior da bainha, temos tornando a parede abdominal mais frágil
que ela é descontínua. Seu segmento distal forma um nesta região. Além disso, as aa. e vv.
arco, a linha arqueada. Epigástrica inferior transitam pela região.
Uma pequena lâmina de tecido conjuntivo forma a Qualquer incisão que envolva secção de parede
fáscia transversal do abdome. Ela é transparente e é muscular deve levar em consideração os pontos
possível observar os órgãos abaixo dela. críticos com o intuito de evitar distensão e abertura
de feridas cirúrgicas, permitindo a formação de
É através da linha arqueada que a a. e v. epigástrica hérnias nessa região.
inferior (direita e esquerda) entram no
compartimento muscular.
No corte abaixo da cicatriz umbilical, observamos a Região Crítica do Abdome - Inguinal
ausência da lâmina posterior da bainha. O ligamento inguinal se interpõe da espinha ilíaca
Acompanhando a lâmina anterior, é possível observar anterossuperior até o tubérculo púbico, formando
a. e v. epigástrica inferior. uma faixa fibrosa densa. Também é ponto de fixação
das musculaturas abdominais e o limite da parede
abdominal na região do ilíaco.
Face Interna Da Parede Abdominal Abaixo do ligamento inguinal não há parede
É possível observar o ligamento falciforme e o muscular. Acima do ligamento inguinal estão
ligamento redondo (veia umbilical obliterada). localizadas as fossas.
Surgindo da cicatriz umbilical e em direção à sínfise
púbica, temos a prega umbilical mediana. Indo em Na parte interna da parede abdominal encontraremos
direção à lateral, temos mais duas pregas: a prega um arco em forma de anel, denominado de anel
umbilical medial e a prega umbilical lateral. inguinal profundo, delimitado por um ligamento
espesso chamado ligamento interfoveolar (na
A prega mediana (úraco) e medial (relacionada à clínica: ligamento de Hasselbach). O ligamento está
circulação fetal – vasos obliterados) são vestigiais. A margeando a entrada do funículo espermático (no
prega lateral é uma projeção das aa. e vv. epigástricas homem). Na pelve feminina, o ligamento redondo
inferiores na superfície.
do útero (sustentação e estabilidade da posição do movimento) e m. ilíaco (na fossa ilíaca). Os Mm.
útero) ocupará o espaço do funículo no anel inguinal. psoas maior e ilíaco se juntam e atravessam o
O ducto deferente e os vasos que irrigam o testículo compartimento muscular.
deixam a parede abdominal e vão em direção à bolsa
Entre o m. quadrado lombar e o m. psoas maior
escrotal, atravessando o anel inguinal profundo.
temos uma escavação denominada fossa lombar,
Após atravessar a parede abdominal, torna-se externo onde o rim se localiza.
na margem do ligamento inguinal, formando o anel
Nessa parede temos os músculos da parede
inguinal superficial (quando o funículo espermático
anterolateral (m. oblíquo interno, m. oblíquo
deixa a parede abdominal junto com o cremáster em
externo e m. transverso do abdome).
direção à bolsa escrotal).
Coluna lombar: eixo que constitui o pilar de
O triângulo de Hasselbach (trígono inguinal) é
sustentação da parede posterior do abdome. Neste
extremamente importante para o acesso cirúrgico da
eixo está os dois pilares do m. diafragma (direito e
região abdominal, pois delimina o acesso seguro,
esquerdo) e, entre eles, está a artéria aorta.
sem que haja lesão dos ligamentos e dos vasos e
nervos. É delimitado pela prega umbilical, Parede anterolateral se projeta a partir da crista ilíaca
juntamente com o m. reto do abdome, o ligamento (3 camadas de músculo) e o m. latíssimo do dorso
inguinal e a prega umbilical lateral. também forma relação com a crista ilíaca. Esses
músculos em conjunto com a crista ilíaca determinam
As fibras intercrurais se projetam dos pilares
um pequeno espaço onde não há sobreposição de
lateral e medial do anel inguinal superficial. Se
músculo, chamado de trígono lombar inferior.
houver projeção da alça intestinal nesta região, temos
Neste espaço é possível ocorrer a formação de uma
a formação de uma hérnia inguinal. Esta hérnia pode
hérnia lombar.
atravessar o espaço e adentrar a bolsa escrotal junto
com o funículo espermático ou se formar acima do
testículo.
Na avaliação, o anel inguinal é palpável (inspeção Pontos mais comuns para hérnia
para a hérnia inguinal).
Região umbilical, inguinal, testicular, femoral e
O nervo genitofemoral perfura o m. psoas maior e lombar.
vai em direção à coxa e ao testículo, realizando a
inervação do funículo espermático e do testículo.
O compartimento abaixo do ligamento inguinal é
dividido ao meio pelo arco iliopectíneo. O
compartimento mais lateral é chamado de
compartimento muscular, que abriga o m. iliopsoas
e o nervo femoral. Do compartimento vascular
nasce a. e v. femoral, além de abrigar linfonodos, n.
genitofemoral, m. pectíneo (quase não avança, pois
se fixa na linha pectínea do púbis). Aqui, temos o
ligamento pectíneo (na clínica: ligamento de
Cooper).
Pode ocorrer a formação de uma hérnia femoral no
compartimento vascular. Neste caso, a hérnia tem
como limite inferior o ligamento de Cooper →
ponto de fragilidade do espaço do trígono.

Parede Posterior
É composta pelo m. diafragma, m. psoas maior, m.
psoas menor (não está presente em todos os
indivíduos, e seu ventre muscular é acessório no

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