Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
2
• Exame Físíco: Trata-se de uma técnica milenar científica que vem
estabelecendo as suas bases de conhecimento por meio do
desenvolvimento das teorias e dos modelos teóricos utilizados junto a
clientes em situações específicas a partir do método de resolução de
problemas denominado o processo de enfermagem. Usa-se instrumentos
e técnicas propedêuticas com a intenção de realizar o levantamento das
condições globais do paciente tanto físicas quanto psicológicas no sentido
de buscar informações significativas para enfermagem capazes de
subsidiar assistência a ser prestada ao paciente.
• Procedimentos que constituem a base do exame clínico: entrevista,
inspeção, palpação, percussão, e ausculta. Além do uso de alguns
instrumentos e aparelhos simples.
• Posições para o exame físico:
1. Decúbito dorsal: paciente totalmente deitado, reto.
2. Decúbito lateral direito: paciente com um braço repousando sobre
seu corpo e com outro em abdução, com as pernas levemente
fletidas.
3. Decúbito lateral esquerdo: paciente com os dois braços em
abdução para permitir a visualização da face lateral do tórax.
4. Decúbito ventral: paciente com rosto no travesseiro.
5. Sentado: paciente totalmente sentado à beira do leito.
6. Posição ortostática: paciente em pé, com os pés moderadamente
afastados.
Obs.: o exame físico obedece o sentido céfalo-caudal. Ele pode ser geral,
visão ampla, e específico. É importante analisar se os segmentos em conjunto
com a entrevista e o exame físico compõem a coleta de dados como parte
fundamental para a sistematização da assistência de enfermagem.
1- Termos técnicos comuns:
2- Processos de enfermagem
1- Investigação: coleta e análise de dados a fim de identificar problemas e
estado de saúde;
2- Diagnóstico;
3- Planejamento;
4- Investigação;
5- Avaliação;
Obs.: A anamnese e exame físico encontram-se inseridos dentro do processo de
investigação.
3- Entrevista:
Roteiro:
- Estruturado: perguntas definidas;
- Semi-estruturado: há perguntas (pode fazer mais);
- Livre;
- Questões abertas: estimulam mais descrições, relatos;
- Fechada: evita respostas longas, há maior foco;
- Complementares: servem para aprofundar informações;
Introdução:
Apresente-se, use pronomes de tratamento (como senhor ou senhora), sem
apelidos, explique o que será feito;
Corpo:
Entrevista propriamente dita.
Comece perguntando como o cliente está, para que assim obtenha informações
sobre os hábitos e costumes de vida;
Fechamento:
Informar a chegada ao fim e certificarque o cliente entendeu tudo, e se ele deseja
acrescentar algo ou tirar dúvidas;
Palpação:
Técnica que permite a obtenção de dados a partir do tato e da pressão;
Identificar:
- Textura, espessura, consistência, sensibilidade, volume, e dureza da superfície
avaliada.
- Permite a percepção de frémito, flutuação, elasticidade, e edema.
- Pode ser:
Superficial: deve preceder a profunda. (profundidade de 1 cm)
Profunda: profundidade de 4 cm.
O examinador tem que estar com as mãos lavadas e aquecidas, unhas cortadas
e tratadas.
Tipos de palpação:
- Mão espalmada: usa-se toda a palma da mão de uma ou ambas as mãos;
- Mãos sobrepostas: usa-se uma mão sobre a outra;
- Polpa digital: usa-se apenas as polpas digitais dos dedos;
- Poupa digital usando apenas o dedo indicador e médio;
- Pinça: usa-se o polegar ou indicador formando uma pinça com o dorso dos
dedos e mãos avaliando a temperatura;
- Digito pressão: realizada com a polpa do polegar ou indicador - consiste na
compressão de uma área com o objetivo de pesquisar dor detectar edema e/ou
avaliar circulação cutânea;
- Puntipressão: utiliza-se um objeto pontiagudo (não cortante) em um ponto do
corpo para avaliar sensibilidade à dor;
- Fricção com algodão: com uma mecha atritar de leve a pele procurando verificar
a sensibilidade tátil;
Percussão:
Vibrações originadas de pequenos golpes realizados em determinada superfície
do organismo
Tipos:
- Percussão direta: ponta dos dedos diretamente na região alvo; dedos devem
estar fletidos imitando martelo e os movimentos de golpe são feitos pela
articulação do punho;
- Percussão digito digital (indireta): com o dedo médio golpear duas vezes
seguidas a superfície dorsal da segunda falange do dedo médio;
Sons encontrados nessa percussão:
- Maciço: em regiões desprovidas de ar: músculo, fígado, coração, etc;
- Submaciço: presença de ar em pequena quantidade;
- Timpânico: em regiões com presença de ar, recobertos por membrana;
Ex.:estômago
- Claro pulmonar: nos pulmões;
- Punho percussão: em região lombar, para verificar dor nos rins; com a mão
fechada golpeia-se a área com a borda cubital;
- Percussão com a borda da mão: em região lombar para verificar dor nos rins;
com os dedos estendidos golpeia-se a região com a borda ulnar.
- Percussão por piparote: utilizada para pesquisar ascite/líquido na cavidade
abdominal. Com uma das mãos golpeia-se o abdômen com piparotes, enquanto
a outra mão espalmada na região contralateral capta ondas líquidas que se
chocam com a parede abdominal;
Ausculta
Usa-se o estetoscópio (colocar em pele nua), a partir do qual se detém ruídos
considerados normais ou patológicos. Significa ouvir sons produzidos pelo corpo
não audíveis sem o uso de instrumentos.
Ex.:
Nos pulmões:
Anormalidades das passagens do ar como: roncos, sibilos, etc.
No coração:
Auscultar as bulhas cardíacas consideradas normais e suas alterações.
No abdome:
Presença de sopros decorrentes de anomalias da atresia aórtica, e os ruídos
normais dos intestinos denominados ruídos hidroaéreos.
Pescoço:
- Inspeção: aumento da tireoide (Bócio), muito comum; Tamanho do pescoço,
postura, rigidez, cicatrizes, cianoses, ingurgitamento das veias jugulares;
- Palpação: com polpa digital dedo médio e indicador deve-se palpar os
linfonodos da região occipital, região cervical, pré-auricular, parotídeo, auricular
posterior ou mastoide, submandibular e submental, respectivamente;
- Palpar a carótida com polpa digital do dedo médio e indicador - se possível
contabilizar 1 min de pulsação e quantos BPM.
- Palpar com polpa digital glândula tireoide - palpando um lado por vez e
comparando os dois;
Tórax aparelho cardiocirculatório:
- Manifestações clínicas mais comuns das doenças cardiovasculares: falta de ar,
dispneia, fadiga, dor no peito (precordialgia), desconforto no peito, palpitações,
desmaio, edemas, variações da pressão arterial e da frequência cardíaca,
diurese e cianose;
Obs: Importante avaliar o tipo da dor: aperto, pontada, latejante, localização,
intensidade de radiação, duração, fatores que fazem ela melhorar ou piorar;
- Realizar inspeção, palpação e ausculta:
- Inspeção:
Paciente em decúbito dorsal. Observar o ictus cordis (ponto mais externo do
movimento do coração), localizado no quinto espaço intercostal esquerdo na
linha hemiclavicular.
Observar se há levantamento sistólico do precórdio, o que sugere hipertrofia do
ventrículo direito, causando uma movimentação visível de uma grande área da
região para-esternal esquerda.
- Palpação:
Palpar o precordio, verificando pulsações ou frêmitos - mão espalmada;
(fluxo turbulento de sangue pelas válvulas cardíacas)
Se não tiver achado na inspeção, palpar o ictus cordis com polpa digital;
- Ausculta:
Usa-se o estetoscópio (objetivo de ouvir os ruídos das valvas cardíacas);
- Os focos de ausculta é onde a audibilidade é melhor, apesar de não
corresponderem, anatomicamente, a região onde se localizam as valvas;
São eles:
- Foco mitral: no cruzamento do quinto espaço intercostal esquerdo com a linha
hemiclavicular;
- Foco tricúspide: na base do apendice xifóide;
- Foco aórtico: segundo espaço intercostal à direita junto ao esterno;
- Foco pulmonar: segundo espaço intercostal à esquerda junto ao esterno;
- B1 (Bulha 1): ouvida no foco mitral e foco tricúspide corresponde ao "tum"
- B2 (Bulha 2): ouvida no foco aórtico corresponde ao "tá"
Representação:
Tórax aparelho respiratório:
- Queixas mais comuns pelo paciente: dispneia, tosse, expectoração, hemoptise,
dor torácica, rouquidão entre outros;
-Linhas que encontramos no tórax:
- Linha axilar anterior, linha axilar média e linha axilar posterior;
- Linha hemiclavicular, linha médio esternal, linha escapular e linha vertebral;
- Inspeção:
Observar condições da pele: coloração, cicatrizes, lesões, pêlos, presença de
circulação colateral, abaulamentos e retrações;
Observa-se também a caixa torácica quanto a sua forma e possíveis alterações:
- Tórax chato, tórax em tonel, tórax em funil, peito de pombo e etc.
Obs.: Tipos de anormalidades no ritmo respiratório: taquipneia, bradipneia,
apneia, hiperpnéia kussnaul, Cheyne-stokes e biot. Ou, platipneia (respira
melhor deitado), ortopnéia (dificuldade de respirar deitado), trepopnéia (respira
melhor em decúbito lateral);
- Palpação:
Avalia os seguintes parâmetros: traqueia, estrutura da parede torácica,
espancibilidade, frêmito.
- Palpar a traqueia pesquisando massas, crepitações, ou desvio da linha média;
- Analisar a estrutura da parede torácica, palpar com a base palmar ou com a
face ulnar da mão;
- Avaliar presença de crepitações, dor, tônus muscular, presença de massas,
edema, e frêmito palpável.
Expansibilidade torácica: se colocar atrás do paciente, mãos espalmadas na face
posterior do tórax. Os polegares encontram-se na linha média na altura da
décima vértebra torácica, enquanto os outros dedos ficam estendidos e
justapostos procurando envolver o máximo da área correspondente as bases
pulmonares, à medida que o paciente inspira, as mãos do examinador deslocam-
se para fora e para cima simetricamente, se houver assimetria pode indicar
processo patológico.
Fremito toracovocal:
É a transmissão da vibração do movimento do ar através da parede torácica
durante a fonação;
Técnica: pedir para que o paciente fale ‘’33’’ enquanto você faz a palpação na
parede posterior do tórax utilizando a parte óssea da palma da mão, a fim de
detectar o frêmito, pode-se usar uma ou duas mãos.
Com essa palpação pode-se sentir também o frêmito brônquico, provocado pela
vibração das secreções nos brônquios durante a respiração.
Ordem da palpação para frêmito:
- Percussão:
- Verificar se os tecidos estão cheios de ar, líquidos ou se estão sólidos;
Obs.: Sons hipersonoros: aumentos de ar nos pulmões (pneumotórax e enfisema
pulmonar)
- Fazer percussão indireta, na ordem do desenho abaixo, do ápice em direção
as bases dos pulmões.
- Sons:
Claro pulmonar: na região mais inferior;
Som submaciço: nas últimas costelas;
Pode-se também avaliar a excursão diafragmática: peça que o paciente inspire
fundo e segure. Faça percussão em todo tórax posterior marcando a região onde
o som mudou de claro pulmonar para sub-maciço – em seguida repito o mesmo
na inspiração e marque a distância entre as duas marcas – lembrando que têm
que ser de 3 a 6 cm;
- Ausculta:
Analisar o fluxo aéreo pela árvore traqueobronquica. Ouvir os ruídos torácicos
com diafragma do estetoscópio durante todo o ciclo respiratório, (com paciente
sentado, seguindo a mesma localização da percussão).
Sons respiratórios normais:
Som traqueal, som brônquico, murmúrios vesiculares universalmente audíveis e
som broncovesicular;
Obs.: Os murmúrios vesiculares universalmente audíveis são os mais ouvidos
em todo tórax;
Ruídos adventícios:
Sons anormais: crepitantes e subcrepitantes, roncos, sibilos, atrito pleural e
cornagem;
Também pode ser escutar os sons da fala - p1 determina-se o frêmito tátil é
normal;
- Inspeção:
Observar: forma, contorno, simetria, presença de circulação colateral,
características da pele, movimentos visíveis da parede abdominal.
- Ausculta:
Auscutar: ruídos hidroaéreos: que são consequências dos movimentos
peristálticos dos intestinos;
Auscultar os quatro quadrantes, iniciando pelo inferior direito - se houver ruídos
descrever frequência e intensidade;
- Percussão: 9 partes
Realizar percussão indireta – digito-digital.
Iniciar pelo quadrante inferior direito - percutir todos os quadrantes;
Sons produzidos:
- Timpânicos, hipertimpânico, maciço ou submaciço;
- Predominante o som timpânico;
Abdome protuberante com som submaciço em ambos os flancos - sugere-se
ascite.
- Palpação: 9 partes
Palpação superficial com mãos espalmadas
Palpação profunda - aprofundar 5cm - com mãos sobrepostas
Procedimentos especiais sinais:
1. Mcburney: descompressão brusca dolorosa que ocorre no ponto médio
entre a cicatriz umbilical e a crista ilíaca direita - indica apendicite aguda;
2. Rosving: palpação profunda e contínua do quadrante inferior esquerdo
que produz dor intensa no quadrante inferior direito mais especificamente
na fossa ilíaca direita indica apendicite aguda;
3. Murphy: comprimir o ponto cístico no quadrante superior direito, pedindo
que o paciente inspire profundamente. A resposta a dor intensa e
interrupção súbita da inspiração caracteriza o sinal de Murphy que sugere
colecistite aguda.
4. Jobert: área hepática durante a percussão produção timpanicos em vez
de maciços - sinal de hepatomegalia;
Abdômen: aparelho urinário:
- Inspeção: em condições normais nada se avalia;
- Percussão: realizar punho-percussão indireta ou direta sobre os ângulos
costovertebrais direito e esquerdo.
- Palpação:
- Método devoto: pacientes em decúbito dorsal e joelhos levemente fletidos
- Método de Israel: paciente em decúbito lateral
Rim direito é mais facilmente palpável;
- Ausculta: só é útil na identificação de sopros abdominais;
Possíveis alterações na urina: disúria (dor ao urinar), desconforto e queimação,
poliúria (aumento do volume urinário = mais de 1.800 ml por dia), piúria (a
presença de pus na urina), hematúria (presença de sangue), entre outros.