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Exame Físico Geral

e d e Rotina d e
Pequenos Animais
PROF. MARINA HERTHEL
DISCIPLINA : SEMIOLOGIA EM PEQUENOS
A NIM A IS
Subdivisão da Semiologia

■Semiotécnica: utilizaçãodos recursos disponíveis para coletar dados e


avaliar o paciente

■Clínica propedêutica: reúne e interpreta o grupo d e dados obtidos pelo


exame d o paciente (raciocínio clínico)

■Semiogênese: busca explicar os mecanismos pelos quais os sintomas


aparecem e se desenvolvem.
Semiotécnica
CLASSIFICAÇÃO DOS SINAIS CLINICOS:

LOCAIS: aparecem claramente circunscritas e em estreita relação com o órgão envolvido


- claudicação em casos de artrite séptica interfalângica distal; hiperemia da conjuntiva
palpebral por irritação

GERAIS: manifestações patológicas resultantes do comprometimento orgânico como um


todo (endotoxemia) ou por envolvimento de um órgão ou de um determinado sistema,
levando a prejuízos de outras funções do organismo (neoplasia mamária com posterior
metástase para pulmões)

PRINCIPAIS: fornecem subsídios sobre o provável sistema orgânico envolvido (dispneia


nas afecções pulmonares; alterações comportamentais por envolvimento do sistema
nervoso)

PATOGNOMONICOS: sinais que somente pertencem ou representam uma determinada


enfermidade. São raros em med vet - protrusão da terceira pálpebra em equinos, nos
casos de tétano
■Quanto à evolução:
∘Iniciais: são os primeiros sintomas observados ou os sintomas reveladores da doença

∘Tardios: quando aparecem no período de plena estabilização ou declínio da enfermidade

∘Residuais: quando se verifica aparente recuperação do animal - mioclonias que ocorrem


em alguns casos de cinomose

■Quanto ao mecanismo de produção:


∘Anatômicos: dizem respeito à alteração do formato de um órgão ou tecido
(esplenomegalia, hepatomegalia)

∘Funcionais: estão relacionados com a alteração na função dos órgãos (claudicação)

∘Reflexos: são chamados de sintomas distantes, por serem originados longe da


área em que o principal sintoma aparece. (sudorese em casos de cólicas; taquipneia em caso
de uremia; icterícia nas hepatites)
C O M O FECHAR UM DIAGNÓSTICO?
Erros no Diagnóstico

• Anamnese incompleta ou preenchida erroneamente


• Exame físico superficial ou feito às pressas
• Avaliação precipitada ou falsa dos achados clínicos
• Conhecimento ou domínio insuficiente dos métodos dos
exames físicos disponíveis
• Impulso precipitado em tratar o paciente antes mesmo de se
estabelecer o diagnóstico.
A resolução do problema clínico envolve duas fases:

(1) Elaboração de hipóteses


Informações mínimas sobre o caso (sexo, raça e queixa principal)
Dados da história do animal (anamnese) ou observados a partir dos sintomas
e/ou sinais (exame físico)

(2) Avaliação das hipóteses obtidas.


Algumas indagações iniciais e direcionadas, obtidas na fase de elaboração,
são rejeitadas e substituídas por outras mais genéricas.

“Não seja demasiadamente sagaz. Não tenha pressa. Não tenha predileções.
Não diagnostique raridades; pense nas hipóteses mais simples. Não tome um
rótulo por diagnóstico. Não tenha prevenções. Não seja tão seguro de si. Não
hesite em rever seu diagnóstico, de tempo em tempo, nos casos crônicos.”
Prognóstico
“Se queres prever o futuro, estuda o passado”.
(Confúcio)
Consiste e m se prever a evolução d a d o e n ç a e suas prováveis
consequências.

(1) perspectiva de salvar a vida


(2) perspectiva de recuperar a saúde ou de curar o paciente
(3) perspectiva de manter a capacidade funcional do(s) órgão(s)
acometido(s)

• Prognóstico favorável: Quando se espera uma evolução satisfatória


• Prognóstico desfavorável: quando se prevê o término fatal ou a
possibilidade de óbito.
Plano geral de exame clínico
Estabelecer uma cronologia em investigação
• Quais exames específicos por sistema necessitam ser
executados

• Quais as amostras biológicas precisam ser coletadas para a


realização dos exames laboratoriais complementares

• Quais exames de imagem podem ser necessários para melhor


investigação da suspeita clínica do examinador

• Elaboração do plano em diagnóstico

• Auxílio no diagnóstico e prognóstico do paciente


Por o n d e eu c o m e ç o meu ex a m e
clínico?
1- Anamnese
conjunto de informações recolhidas sobre fatos passados e/ou atuais, que
fornece importantes subsídios para o estabelecimento do diagnóstico

▶ Identificação d o paciente e d e seu tutor (descobrir a relação entre o


humano e o animal; é o tutor d o animal? É um familiar que não tem
contato c o m o animal o levando pra consulta?)
▶ Espécie (susceptibilidade para algumas doenças)
▶ Ra ç a (mostrar algumas doenças características d e algumas raças)
▶ Sexo
▶ Idade
1- Anamnese
▶Peso do animal e o seu peso de costume (ver se
ocorreu algum emagrecimento ou aumento de
peso recente)
▶ Vacinação e vermifugação do animal
▶Ambiente em que o animal fica (gato com contato a
rua, cachorro com jardim)
▶ Nível de atividade (animal que costuma realizar
exercício ou costumava)
1- Anamnese

▶ QUAL É A QUEIXA?
▶ Tempo de evolução da queixa
▶ Animal apresenta alguma outra afecção já
diagnosticada?
▶ Animal faz uso de alguma medicação?
▶ Vomito? Fezes? Urina?
Agora sim, o ex a m e clínico:
“Ensinar os olhos a ver, as mãos a sentir e os ouvidos a ouvir”

▶ Inspeção

▶ Palpação

▶ Auscultação

▶ Percussão

▶ Olfação
Palpação

▶ Inspeção

▶ Palpação

(EPIGÁSTRICA)
▶ Auscultação
(MESOGÁSTRICA)

▶ Percussão

(HIPOGÁSTRICA)
▶ Olfação
Palpação
• Sensibilidade
• Temperatura local
• Simetria
• Consistência
• Textura
• Elasticidade Cutânea
• Qualidade e frequência do pulso

• Gatos: região ventral cervical - massas (anormalidades da glândula tireoide)

• Tórax: aumentos de volume, enfisema e fraturas

• Membros torácicos e pélvicos também devem ser palpados


Palpação
• Palpação linfonodos e dos órgãos da cavidade abdominal
• Forma, volume, sensibilidade cutânea (dor), tônus muscular
e o conteúdo abdominal. Investigar a presença de ascite

• Palpação das glândulas mamárias

• Palpação dos testículos: anormalidades externas na região


escrotal, constatação dos dois testículos na bolsa testicular,
forma, simetria, volume, dor, consistência, textura,
temperatura e mobilidade na bolsa escrotal
Palpação abdominal :
• Região Púbica: bexiga, próstata (se estiver alterada)

• Região Umbilical: alças intestinais

• Região inguinal esquerda e direita: linfonodos,

testículos ectópicos

• Região lateral esquerda: baço, rim esquerdo

• Região lateral direita: rim direito, fígado

• Região hipocôndrica esquerda: estomago

• Região hipocôndrica direita: fígado


Auscultação Abdominal :

▶ Inspeção

▶ Palp a ç ã o • Ruídos hidroaéreos


no estômago
▶ Auscultação

▶ Percussão • Borborigmos
intestinais
▶ Olfação
Auscultação Tórax :
Tórax
▶ Inspeção
• Ruídos aéreos no
▶ Palp a ç ã o
pulmão

▶ Auscultação • Bulhas
cardíacas
▶ Percussão

▶ Olfação
Percussão :

▶ Inspeção Avaliação d o som pelo


impacto d a
percussão :
▶ Palp a ç ã o
• Maciço: fígado e
baço
▶ Auscultação
• Timpânico:
estomago e alças
▶ Percussão intestinais
Digito-digital

▶ Olfação
Percussão
• Percussão torácica por meio dígito-digital - criar pelo menos
três linhas imaginárias de cima para baixo de ambos os lados
da caixa torácica

• Tipos de sons perceptíveis pela percussão


o Timpânico: encontrado em órgãos cavitários repletos de gás
o Maciço: massas musculares e fígado ou massas intratorácicas
o Sub-maciço: lâmina parietal pulmonar e lâmina que recobre o
coração
o Claro: área central do pulmão
Percussão :

Av a lia çã o d o som
▶ Inspeção Tóra pelo impacto d a
x percussão:
• Som claro: pulmão
▶ Palp a ç ã o sadio

▶ Auscultação

▶ Percussão
Digito-digital

▶ Olfação
Sinal d e Piparote ou o n d a
▶líquida
Piparote positivo - quando fazemos uma percussão no abdome e
notamos a p rop ag ação d e uma onda d o líquido ali acumulado.

▶ A percussão deve ser feita em região d e flanco para observar a


p rop ag açã o d a coluna d e líquido para o lado oposto.
Olfação:

▶ Inspeção

▶ Palpação

▶ Auscultação

▶ Percussão
Parâmetro qu e d e p e n d e d a c a p a c i d a d e individual:
▶ Olfação
“cheiro d e parvo”, urina forte, hálito urêmico,
halitose, miíase...
Materiais para exame:

■Papel e caneta - Computador


■Termômetro
■Aparelho d e auscultação - estetoscópio
■Martelo e plessímetro para percussão
■Aparelho d e iluminação (lanterna)
Materiais para exame:
■Luvas d e procedimento
■Otoscópio e oftalmoscópio
■Espéculos vaginais
■Frascos para acondicionamento d e amostras
■Material específico para c o n t e n ç ã o (cordas,
focinheiras etc.)
Contenção

▶Objetivos d a contenção de animais


domésticos:
■Proteger o examinador, o auxiliar e o animal
■Facilitar o exame físico
■Evitar fugas e acidentes (fraturas)
■Possibilitar procedimentos diversos (medicação
injetável, curativos, cateterização, exames
radiográficos, coleta de sangue etc.).
Contenção

▶ Caninos:

▶ Manual
▶ Focinheira
▶ Cambão
Contenção

▶ Felinos:

▶ Manual
▶ Toalha
▶ Bolsa
▶ Focinheira
Vias de acesso venoso
Cateteres inseridos em veias periféricas, para que a administração de fluidos
ocorra pela via intravenosa.

Vasos sanguíneos empregados para coleta de amostras de sangue e


administração de fluidos: veias jugulares, cefálicas, safenas laterais e mediais
Pressão arterial
Força exercida pelo sangue contra qualquer unidade de área da parede
arterial.

Expressa como pressão arterial sistólica (PAS), pressão arterial diastólica (PAD)
e pressão arterial média (PAM) sendo os valores expressos em milímetros de
mercúrio (mmHg)

Animal familiarizado com o ambiente e com a metodologia aplicada - estresse


não induza um falso diagnóstico

Ambiente tranquilo, confortável, seguro e agradável ao paciente, bem como


um profissional qualificado.

A aferição da pressão é indicada antes da realização do exame físico


Pressão arterial
Método indireto: uso do manguito de tamanho apropriado para obter
determinações precisa.
A largura do manguito: 40% da circunferência do membro para cães
30 a 40% para os gatos.

O paciente em decúbito lateral.

O fluxo sanguíneo mensurado é das artérias digitais comuns plantar ou


palmar

Método indireto: uso de doppler vascular - probe de ultrassom que permite a


captação sonora da pulsação das artérias
Valores de pressão arterial sistólica (PAS), pressão arterial
média (PAM) e pressão arterial diastólica (PAD) em cães e
gatos, expresso em milímetros de mercúrio (mmHg)

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