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RESUMO SEMIOLOGIA VETERINÁRIA

- Semiologia é a parte da PATOLOGIA que pesquisa os sintomas e os interpreta para:


Diagnóstico e Prognóstico

- A semiologia divide-se em:

• Semiotécnica

• Clínica Propedêutica

• Semiogênese

1. Semiotécnica

1.1. Física

- Inspeção (observação)

• direta: imediata ou desarmada

• indireta: mediata ou armada (com instrumento)

- Palpação (toque)

• direta: com a mão

• indireta: sonda

- Percussão (som/ar)

• direta: digital / digitodigital

• indireta: martelo e plexímetro

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Obs.: Conformação e consistência das estruturas. Diferentes ressonâncias.

Obs.: Tipos de som

A) Timpânico: muito ressonante (órgão oco)


B) Maciço: pouco ressonante (órgão maciço)
C) Claro: tecido + ar (ex.: pulmões)

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- Auscultação (escuta dos sons internos do corpo)

• direta: encostar o ouvido no animal

• indireta: estetoscópio

- Olfação

• Somente direta
1.2. Funcional

- Avalia a função de um órgão/estrutura

• Eletrocardiografia

• Eletrorretinografia

• + exames complementares

1.3. Experimental

- Utiliza testes para auxiliar no diagnóstico

• Teste da tuberculina (tuberculose)

• Prova biológica da raiva

• + outros testes complementares

2. Cliníca Propedêutica

- Agrupa e interpreta os sintomas

- Base para o diagnóstico e para dedução de prognóstico

- Fisiopatologia e Etiopatogenia

3. Manejo do paciente

- Ambiente no qual será realizado o exame ou procedimento

- Postura do paciente no atendimento clínico

- Expressões faciais e corporais do animal

4. Contenção do paciente

- Tem como objetivo: Exame físico, exames complementares, coleta de material, proteção da
equipe, tutor e paciente, evitar fugas e acidentes, confiança (paciente e tutor) e celeridade no
atendimento

- Física / Mecânica

• Manual

• Focinheira / Colar elisabetano / Mordaça

• Toalha / Bolsa de contenção

• “Bota de esparadrapo” (???)

• Cambão
• Equinos – mão de amigo (para membro anterior), brete, cabresto, fuçal, tronco de
contenção, cachimbo/pito,

• Bovino – brete/tronco, formiga, maca suspensora, peia (amarração dos membro


posterior), argola (formiga)

• Ovinos e caprinos – Mesa suspensora

- Química

• Sedação (Há fatores a serem considerados para o uso de contenção química como a
espécie, a raça, estado clínico, local e tipo do exame...)

5. Plano de exame clínico

- Resenha / Identificação

• Espécie

• Raça

• Sexo

• Idade

- Anamnese / História clínica

• Ouvir (tempo, evitar distrações)

• “Filtrar” informações

• Imparcialidade

• Investigação

• Conhecimentos teóricos

• Relação tutor/veterinário

• Linguagem apropriada

• Queixa principal

• Histórico ambiental

• Nortear exame físico

• Definir exames complementares

• Compatibilidade financeira

• Evolução x diagnóstico provável

• Evitar confrontos

6. Exame geral x Exame específico


- Exame geral

• Visão do todo

• Uso da semiotécnica

- Exame específico

• Direcionado para um órgão/sistema afetado

• Exames laboratoriais (sangue, fezes, urina, líquidos biológicos)

7. Diagnóstico

- Reconhecer uma enfermidade pelos sinais clínicos

- Prever prognóstico (evolução)

- Determinar tratamento(s) possível(is)

- Principais causas de diagnóstico incorreto:

• Anamnese incompleta ou preenchida erroneamente

• Exame físico superficial ou feito às pressas

• Avaliação precipitada ou falsa dos achados clínicos

• Conhecimento ou domínio insuficiente dos métodos dos exames físicos disponíveis

• Impulso precipitado em tratar o paciente antes mesmo de se estabelecer o diagnóstico

- Não tenha pressa, não tenha predileções, não diagnostique raridades; pense nas hipóteses
mais simples, não seja tão seguro de si, não hesite em rever seu diagnóstico, de tempo em
tempo, nos casos crônicos

7.1. Diagnóstico clínico (nosológico)

- Com base nos dados da anamnese, exame físico e exames complementares

- Conclusão que o clínico chega sobre a doença

7.2. Diagnóstico terapêutico

- Suspeita-se de determinado diagnóstico

- Realiza-se procedimento medicamentoso com resposta favorável

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Obs.: Cuidado! Não exclui possibilidade de outras doenças concomitantes...

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7.3. Diagnóstico provável ou presuntivo


- É provisório

- Desenvolve-se melhor com a evolução do quadro clínico e exames complementares,


excluindo outras possibilidades]

7.4. Diagnóstico diferencial

- Quando há mais de uma possibilidade de diagnóstico para os sinais observados (quase


sempre!)

- Diagnóstico mais provável X Diagnóstico diferencial

7.5. Diagnóstico anatômico

- Alteração macroscópica que auxilia no diagnóstico

- Ex1 .: aumento hepático X animal com vômitos

- Ex2 .: petéquias X trombocitopenia

7.6. Diagnóstico etiológico

- Conclusão do clínico sobre o fator etiológico (causador) da doença

- Depende de exames complementares/microbiológicos

7.7. Diagnóstico histopatológico/anatomopatológico

- Dado de acordo com alteração histológica em determinado tecido

- Biopsias, exames post mortem...

7.8. Diagnóstico radiológico

- Raio-x

- Ultrassom

- Ressonância

- Tomografia

8. Prognóstico

- Prever a evolução da doença e possíveis consequências

- Basear o prognóstico em:

• Anamnese
• Exame físico

• Exames complementares

- Deve-se considerar alguns aspectos como idade, raça, espécie...

- Três aspectos

1. Perspectiva de salvar a vida do paciente

2. Perspectiva de recuperar a saúde ou de curar o paciente

3. Perspectiva de manter a capacidade funcional do(s) órgão(s) ou sistema(s)


acometido(s)

- Prognóstico favorável: espera-se uma evolução satisfatória

- Prognóstico desfavorável: previsão de término fatal (óbito)

- Prognóstico incerto/duvidoso/reservado: curso imprevisível

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Obs.: Um prognóstico pode ser favorável à vida, mas reservado quanto à recuperação integral
(sem sequelas/prejuízos a longo prazo)

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9. Tratamento

- Meio para combater a doença (Clínico/medicamentoso, cirúrgico, dietético..)

- Causal

• Combater a causa da doença

• Exs.: antibiótico para doença bacteriana; cálcio para hipocalcemia...

- Sintomático

• Combater a causa da doença

• Exs.: antibiótico para doença bacteriana; cálcio para hipocalcemia...

- Patogênico

• Modificar o mecanismo de desenvolvimento da doença

• Exs.: soro antitetânico (combater efeitos da toxina), soro antirrábico (combater vírus
da raiva)...

- Vital

• Evitar o aparecimento de complicações que levem ao risco de morte

• Exs.: transfusão sanguínea em anemia grave, alimento hipercarlórico em desnutrição

10. Sinal x Sintoma


- Sintoma

• Sensação subjetiva anormal

• Fenômeno pelo qual uma doença se manifesta

• Paciente que sente! Não é possível observar... Só supomos...

• Ex.: dor, náuseas, dormência...

• Um único fator/evento pode culminar em vários sintomas

• Um sintoma pode ter diversas causas

• Locais → alterações em relação direta com o órgão envolvido

* Ex.: aumento de articulação X artrite

• Gerais → manifestações gerais que “se espalham” além do órgão ou sistema


envolvido

* Ex1 .: edema X cardiopatia

* Ex2 .: nódulos pulmonares X neoplasia mamária

• Principais → informações sobre o provável sistema envolvido

* Ex.: dispneia em alterações pulmonares / alteração de comportamento em


disfunções neurológicas

• Patognomônicos→ únicos! Somente aparecem em determinada enfermidade (São


raros!)

* Ex.: protrusão da 3ª pálpebra em equinos = tétano

- Sinal

• Dado objetivo

• Pode ser observado pelo examinador (semiotécnica ou exames complementares)

• Sangue nas fezes, edema, cianose, claudicação...

• Ex.: Sinal de Godet / Sinal de Cacifo (Intensidade do edema)

11. Semiologia do sistema tegumentar

- A pele é o maior órgão do corpo

- Origem dos agravos: endócrina, nutricional, metabólica, parasitária, micótica, bacteriana,


degenerativa e neoplásica

- Queratinócitos: formam os diferentes estratos, e migram para as camadas mais externas


(estrato córneo)

- Renovação constante (Em excesso = descamação)

- Dermatopatias – maior ocorrência na clínica de pequenos


- Respostas a injúrias: lesões/erupções cutâneas, alopecia

- Sinais mais comuns de alterações na pele

• Prurido

• Mudanças no odor e cor

• Crostas e descamação (“casquinhas”)

• Alopecia (parcial ou total)

11.1. Exame subjetivo da pele

- Anamnese

• Alimentação, manejo (ambiente)

• Tempo de observação de alterações na pele

• Lesões similares em outros animais da casa

11.2. Exame objetivo da pele

- Inspeção: direta / indireta (lente de aumento/lupa)

• Sequencial: cabeça, membros, corpo...

• Observar: mudanças na coloração, parasitas, lesões, descamações, edemas, nódulos

- Palpação: direta / indireta (pinça, pente)

• Alteração de sensibilidade, T, umidade, consistência, elasticidade

- Punção

• Conteúdo do nódulo (Translúcido, sangue, pus...)


• PAAF – PUNÇÃO ASPIRATIVA POR AGULHA FINA

- Biopsia

• Punch, bisturi/tesoura

- Raspados

• Suspeita de sarnas (ácaro), fungos

- Tricograma

• Suspeita de sarnas (ácaro), fungos

- Lâmpada de Wood

• Secreção de pteridina pelo fungo

• Falsos positivos x negativos

11.3. Alterações possíveis

- Coloração

• Vermelhidão / hiperemia / rubor

• Cianose (local ou geral)

• Palidez (hipocorada)

• Ictérica

• Discrômica (Despigmentação e Hiperpigmentação)

- Umidiade

• Anidrose, hiperidrose, hematidrose

- Lubrificação
• Seborreia (úmida e seca)

- Odor

• Sui generis – característico do indivíduo/da espécie

- Temperatura

• Aumentada: inflamação - localizada

• Febre: generalizada

- Elasticidade

• Falsamente normal em animais obesos

• Teste do turgor cutâneo

- Prurido

• Coceira

- Aumento de volume

• Edema

• Generalizado = Anasarca (hidropsia)

* Má formação

* Hipoproteinemia, cardiopatia

• Local = inflamação

- Enfisema subcutâneo

- Lesão por perda de camadas de pele

• Escoriação - epiderme

• Ulceração - derme

• Greta / fissura - depende da profundidade

• Grangrena - necrose

• Cicatriz

- Eflorescências cutâneas

• Mácula pigmentar: pode modificar elasticidade da pele. Persiste à compressão.

• Manchas purpúreas

* Petéquia < sufusão < equimose (hematoma)

• Pápula: elevação da epiderme

• Nódulo: maior que ervilha

• Urticária: elevação “achatada” e muito pruriginosa


• Vesícula: elevação epiderme + líquido

• Pústula: vesícula com pus

• Escamas: desprendimento de queratinócitos

• Crostas: plasma + restos celulares + poeira

12. Semiologia do Sistema Hemolinfático

- Linfa: produzida em pele e subcutâneo, nas anastomoses de artérias e veias

- Linfócitos B e T: produzidos nos linfonodos. Maturação dos LT = no timo (mamíferos)

- Entrada de antígenos = maior produção de linfócitos = aumento dos linfonodos

- Exame dos linfonodos

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Obs.: Submandibular, pré-escapular, axilar, inguinal e poplíteo

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- Ex.: Linfonodo retromamário: Nos quartos caudais do úbere / Suspender o úbere para
musculatura ficar flácida / Palpar / Aumento em mastites

- Avaliar: Tamanho, forma, consistência, rugosidade, mobilidade, aderência, temperatura e


presença de abcesso

- O aumento de um abcesso pode se dar devido a infiltração de células inflamatórias, de células


neoplásicas e proliferação benigna – estimulação antigênica

- Em equinos pode haver linfagite, que são nódulos formados no ponto das válvulas dos vasos
linfáticos. Em pessoas a linfagite ocorre em casos de esporotricose, por exemplo.

- Esplenomegalia
• Hemoparasitoses, infecções, tumores

• Avaliação por percussão (mais maciço)

• Bovino: 8º e 9º espaço intercostal

• Equino: 11º a 15º

• Dispneia (desloca diafragma)

• Timpanismo (compressão gástrica)

• Hemoparasitoses, infecções, tumores

• Aumentado → aumento de volume + bordos arredondados

13. Semiologia Oftalmológica

- Túnica fibrosa: córnea e esclera (parte externa)

• Córnea sadia: brilhante, transparente*, avascular, lisa

• Esclera sadia: esbranquiçada /acinzentada

* Fibras colágenas do estroma são organizadas

- Túnica vascular: úvea (parte intermediária)

• Íris + corpo ciliar + coróide

• Íris: pigmentada. Abaixo da córnea.

* Pupila = “dentro” da íris. Midríase x Miose

• Corpo ciliar: produz humor aquoso (PIOC) e sustenta o cristalino

• Coróide: vasos para nutrir retina

- Túnica nervosa (parte mais interna)

• Retina: todo o fundo do olho. Receptores para visão

• Nervo óptico: conexão com retina. Transmissão do impulso nervoso até o cento
óptico (cérebro)

*Entre retina e coroide = estrutura reflexiva

- Anexos oculares

• Pálpebras: proteção

• Terceira pálpebra: canto medial. Limpeza e proteção da córnea

• Conjuntiva: produção da lágrima (uma parte)

• Glândulas lacrimais: 2 (dorsolateral e na 3ª pálpebra)

• Ducto nasolacrimal: canto medial. Cão = 2


• Musculatura: 7 músculos ligados ao bulbo

* 4 retos + 2 oblíquos + 1 retrator

- Exame clínico

1. Anamnese: histórico (geral e de doença - evolução)

2. Exame geral

3. Exame oftalmológico

• Local do exame: penumbra (fundo de olho)

• Avaliação externa dos globos oculares

*Tamanho do globo: normal, exoftálmico, enoftálmico

* Tamanho do globo: buftalmia, microftalmia/phitisis bulbi, protrusão do globo


ocular (congênito ou trauma)

* Descarga ocular: líquido, mucoso, purulento, bilateral...

* Pálpebras: normais (simétricas/fecham), entrópio, ectrópio

* Cílios: normais (1 fileira só; p/ fora), distiquíase (posição anormal – em


direção à córnea), triquíase (posição normal, mas desvia no caminho), cílio
ectópico (na conjuntiva palpebral)
* Pupila: simetria (anisocoria), sinéquia (anterior = aderido à córnea / posterior
= aderido ao cristalino)

* Conjuntiva: coloração, edema, nódulos

* Protrusão da glândula lacrimal da 3ª pálpebra (“Olho de cereja”) – membrana


nictitante

• Reflexos de ameaça

* Manual

* Bola de algodão (evita deslocamento de ar)

• Reflexos pupilares

* Direto – incidência de luz = miose

* Consensual – outro olho

• Integridade corneana

* Último de todos os exames – uso de corante

* Úlcera – corante hidrofílico penetra

• Teste de Jones

* Drenagem do ducto nasolacrimal

* Corante no nariz ou boca (até 5 min)

• Cromodacriorréia

* Lágrima ácida

* Tratar causa

* Estético

• Teste lacrimal de Schirmer (TLS)

* Avalia produção lacrimal (porção aquosa que evita o ressecamento da


córnea)

* Córnea é hidrofóbica – lágrima só água = escorre

* Lágrima = muco + água + gordura = filme lacrimal


• Tonometria

* Afere pressão intraocular (PIOC)

. Direta: Tonometria “digital” (dedo): subjetivo. Avalia dureza/maciez


(sobre a pálpebra)

. Indireta: Tonômetro de indentação (Schiotz) e Tonômetro de


aplanação (simples, mas caro)

* Tonômetro de indentação (Schiotz): barato. Córnea paralela ao solo (cabeça


para cima).

* Tonômetro de aplanação: simples (animal em estação); caro

• Exame da câmara anterior

* Biomicroscópio, lupa

* Hifema, hipópio, sinéquias, luxação de cristalino

• Fundoscopia (exame de fundo de olho)

* Oftalmoscópio

* Retina, câmara vítrea, cristalino, vasos sanguíneos

* Midriáticos: atropina ou tropicamida

• Dacriocistografia

* Contraste no ducto nasolacrimal + RX

• Eletrorretinografia

* Ondas elétricas da retina

• Ultrassonografia ocular

* Edema corneano impede de ver estruturas internas

14. Semiologia do sistema respiratório

- Inspiração: contração dos músculos respiratórios + relaxamento dos músculos intercostais +


deslocamento caudal do diafragma

- Expiração: elasticidade pulmonar. Contração dos músculos abdominais e dos intercostais

- Anatomia Cavalo
• 18 pares de costelas

• Narinas elásticas e grandes

• Pulmões grandes

- Anatomia bovino

• 13 pares de costelas

• Pulmão mais cranial (ausculta pré-escapular) e menor que cavalo

- Anatomia cão e gato

• 13 pares de costelas

• Som “mistura” com coração do 3º ao 6º espaço intercostal

- Exame do fluxo nasal

• Normal: secreção serosa transparente (oriunda da lágrima)

• Mucosa: inflamação = secreção mais consistente

• Catarral: mais aderente e consistente. Verde ou amarela

• Purulenta: sinusite = inflamação do seios nasais

• Sanguinolenta: lesões, trombocitopenia (sistêmico)

• Unilateral ou bilateral

* Localiza a origem (local ou sistêmica)

• Quantidade:

* Abundante – ex.: garrotilho em equinos. Acompanha outros sinais → edema


de cabeça, aumento de linfonodos... / cinomose / rinite

* Escassa – deglutição ou tosse elimina / enfermidades leves

* Variável – posicionamento da cabeça influencia

• Coloração:

* Incolor (seroso, mucoso)

* Cinza – descamação mucosa

* Amarela esverdeada – Hb destruída (processo antigo)

* Amarelo ferruginoso – mistura com sangue

* Sangue com bolhas de ar – edema pulmonar agudo

- Avaliação da respiração

• Ar expirado

* Dorso da mão na lateral da narina


* Temperatura, frequência, força, odor (mão em concha)

* Teste da mancha respiratória: Embaçamento de um espelho – verifica


oclusão/estenose de narina

- Ruídos nasais

• Normais

* Equino: vibração da narina, bufar, espirrar

* Cão: farejar, arfar

* Gato: ronronar

* Suínos: grunhidos

* Bovinos: mugidos e farejar

• Anormais

* Ronco: vibração do palato mole (cães braquicefálicos)

* Sibilo: “assobio”. Estenose – nasal, laringe (cavalo roncador), traqueal


(fratura/estenose), bronquial

* Espirro: reflexo (espirro reverso / coçar a garganta – pode ser sinal de coriza
na nasofaringe, fechamento de epiglote ou fibrilação do palato mole – esforços
paroxíticos, dispneia inspiratória e ortopneia)

* Gemido: dor

* Estertor nasal: secreção

* Soluço: contração brusca do diafragma (líquido gelado no esófago – inibição


do nervo frênico -, inflamação do peritônio, mielite...)

• Exame das narinas

* Inspeção: direta / indireta – lâmpada ou endoscópio

* Palpação: edema, ar no subcutâneo (fratura de face)

* Percussão: direta / indireta

. Som timpânico (claro) = ar no interior dos ossos

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Obs.: Trepanação: retirada de fragmento ósseo para acesso ao seio paranasal (sinusite) /
extração de molares em equinos

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- Tosse: reflexo que se dá por expiração brusca e intensa para expulsar partículas estranhas ao
trato respiratório

• Origem:

* Laringe, faringe (muitos receptores)


* Amígdalas, esôfago

• Tipos de tosse

* Rara: enfisema (ar fora dos alvéolos) – raramente tosse

* Frequente:  secreção = estímulo vias aéreas superiores

* Produtiva (secreção) x Não produtiva (seca)

• Tosse provocada

* Objetivo diagnóstico

* Avaliar secreção ou ausência dela

* Técnica:

1. Obliteração das narinas: força expiração brusca

2. Estimulação dos anéis traqueais: comprimir na altura da epiglote

3. Palmadas no tórax (cão) – pouca eficiência

- Avaliação do tórax

• Simetria durante respiração

• Integridade das costelas

• Dor à palpação

• Ar no subcutâneo – enfisema

• Estreitamento / alargamento do tórax

* (Pextus excavatum)

* Aumento da largura torácica por achatamento dorsoventral

* Crescimento anormal do esterno

* Genético e raro (braquicefálicos são maioria)

- Movimentos respiratórios

• Frequência respiratória

* Bovinos: 10-30 mpm

* Cães: 10-40 mpm

. Polipnéia térmica – cães

* Gatos: 20-40 mpm

* Equinos: 10-14 mpm (pulmão maior!)

• Tipos de respiração

* Normal: costo abdominal – eupnéia


* Patológica: costal ou abdominal

. Recuo do diafragma prejudicado -> respiração paradoxal

. Prenhez, ascite, timpanismo, tumores, peritonite, hepatite...

• Alterações na frequência respiratória

* Fisiológicas: idade (jovens =  FR), trabalho (animal de tração tem FR < que
atleta), parto, digestão (FR = O2 para metabolismo), calor (cão)

* Patológicas:

. Taquipneia – febre, toxinas bacterianas, septicemias, dor

. Bradipneia – anestesia, depressão SNC / morte

. Dispneia – dificuldade na passagem do ar (lesão, obstrução,


braquicefálicos), dificuldade de transportar O2 (anemia),  necessidade
(altitudes elevadas)

. Dispneia inspiratória

¬ Retração inspiratória (até lábios repuxam)

¬ Ruídos de estenose (secreção/tumor/)

¬ Inspiração mais demorada

¬ Lesões das narinas até a traqueia

¬ Narinas dilatadas

¬ Membros afastados

. Dispneia expiratória

¬ Lesões mais profundas

¬ Musculatura abdominal mais ativa

¬ Cifose

¬ Ânus projetado

¬ Causas: enfisema ou fibrose pulmonar, tumor

¬ Expiração mais demorada e escalonada (“entrecortada”)

- Avaliação do tórax

• Palpação (grandes animais – bovinos e equinos)

* Sensibilidade

* Temperatura

* Aumento de volume

* Fraturas – cuidado: perfuração pelas costelas


* Frêmito torácico* = vibração evidente na expiração

. Pleurite! Pleuras não deslizam

. Líquido traqueal: secreção pulmonar

• Percussão

* Digito-digital – cão e gato

. Bate na falange do dedo encostado no tórax

* Indireta: martelo + plexímetro

* Som claro: normal

. Ar + Tecido

* Maciço: líquido (localização mais ventral), atelectasia (menos ar), tumores


(mais sangue nos vasos pulmonares)

. Líquido livre no tórax pode dificultar localizar o som

* Timpânico: enfisema, pneumotórax, tuberculose. Ar fora dos alvéolos

* Mistura claro + maciço → ex.: hérnia diafragmática

• Limites do campo pulmonar para percussão (CÃES E GATOS)

* Limite superior: do bordo dorsocaudal da escápula até o último espaço


intercostal (EIC)

* Limite anterior: do bordo caudal da escápula até o 6º EIC

* Limite posterior: 11º EIC na altura do ílio, 10º EIC na altura do ísquio, 8º EIC
na altura da articulação escápulo-umeral
• Limites do campo pulmonar para percussão (BOVINOS)

* Limites idênticos ao do cão + campo pré-escapular (2 “dedos” à frente da


escápula)

• Limites do campo pulmonar para percussão (EQUINOS)

* Limite superior: do bordo dorsocaudal da escápula até o último espaço


intercostal (EIC)

* Limite anterior: do bordo caudal da escápula até o 10º EIC

* Limite posterior: 15º EIC na altura do ílio, 14º EIC na altura do ísquio, 10º EIC
na altura da artic. escápulo-umeral

- Auscultação

• Normal: murmúrio vesicular

• Sons adventícios:

* Estertores: úmidos (crepitantes ou bolhosos), secos (sibilantes)

* Ruídos pleurais: atrito entre pleuras ou perda de tecido pulmonar


(tuberculose). Ouve-se som traqueal no campo pulmonar.

* Ruídos acessórios: externo ao animal. (Ambiente atrapalhando)


• Limites do campo pulmonar para auscultação

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Obs.: Evitar área cardíaca (até 6º EIC) e auscultar ambos os lados

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- Exames complementares

• Radiografia torácica: radioluscência = ar / radiopacidade = osso

• Toracocentese (punção torácica)

* Seringa, agulha/scalp, torneira de 3 vias

* Abaixo da articulação costocondral

* EIC → Cão/gato: 7º a 9º; Eq: 5º e 6º; Bov: 4º direito

• Dreno torácico (pós toracotomia)

• Biopsia

* Complicações: pneumotórax, hemotórax


15. Semiologia cardíaca

- Válvulas cardíacas

• Insuficiência: sangue passa sem resistência (e também retorna = sopro)

• Estenose: resistência hipertrofia cardíaca

* Hipertrofia geralmente em ventrículo (esquerdo)

* Hipertrofia atrial:  pressão no VE = força válvula AV → hipertrofia AE →


sobrecarga pulmão

• Holotopia

* Hemitórax esquerdo

* 2º a 7º EIC esquerdo (ÁREA PRÉ-CORDIAL)

- Exame da área pré-cordial

• Anamnese: limitada. Observação do tutor: cansaço, tosse...


• Semiotécnica

* Inspeção e palpação: abaulamentos x depressões do tórax, aumento de


sensibilidade (fraturas), ictus cordis (Ponta do coração “VE” batendo na parede
torácica - hipertrofia cardíaca deixa evidente)

* Oclusão das narinas

* Percussão: som alterado (mais maciço) em hipertrofia cardíaca,


hidropericárdio, hemopericárdio...

* Auscultação: indireta (estetoscópio)

- O que identificar na auscultação?

• 1ª bulha – S1 (“TUM”) = sístole (fechamento válvulas AV – tricúspide (E) e mitral (D))

• 2ª bulha – S2 (“TA”) = diástole (fechamento das válvulas aórtica e pulmonar)

• Ritmo e sincronismo x Arritmia


• Frequência: bpm

* Cão: Pequeno = 100-160 bpm / Grande= 70-120 bpm

* Gato: 160-240 bpm

* Bovino: 60-80 bpm

* Equino: 28-45 bpm

- Alterações na auscultação

• Intensidade das bulhas

* Hiperfonese: hipertrofia cardíaca

* Hipofonese: redução do DC

• Timbre

* Ruído de estalido (metálico): estenose da válvula mitral

• Ritmo

* Fetal: mais acelerado

* Pendular: oscilando entre alto e baixo - hipertensão

• Frequência

• Sopro (válvulas estenosadas e/ou insuficientes)

* Orgânico: congênitos

* Funcional:  no esforço

* Anorgânico: sem causa

- Exames complementares

• Radiografia torácica

* Tamanho do coração

* Posição do coração

* Presença de líquido livre

* Posição dos vasos maiores (artéria, veia pulmonar e aorta)

• Eletrocardiografia

• Ecocardiografia

• Cateterismo (“desentupimento dos vasos”)

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