Você está na página 1de 62

Introdução à

Semiologia
veterinária
Prof. Me Jordana Belos dos Santos
“As pessoas se esquecem do que
ouvem; Lembram do que lêem;
Porém, só aprendem, de fato,
aquilo que fazem.”
Adão Roberto da Silva
2022
Clin. Prop.
Semiologia
Origem do grego:
•Semeion: sintomas/sinais
•Logos: ciência/estudo

Adaptado: Jaislaine Bastos Braz


Semiologia

Sinais/
Achados
Histórico
Sintomas
dos exames

Hipótese diagnóstica
Subdivisão da semiologia
Semiotécnica: aplicação de técnicas para examinar o paciente
(simples ou complexas);

Clínica e propedêutica: reunião e interpretação dos dados obtidos do


exame do paciente. Confere o raciocínio e análise dentro da clínica
médica para obtenção do diagnóstico.

Semiogênese: explica os mecanismos pelos quais os sintomas


aparecem e se desenvolvem.
Conceitos
gerais
Sintoma ou sinal?
Sintoma

Origem grega:

•Sintein: acontecimento
Medicina Humana x Medicina Veterinária
Medicina Humana
• Sintoma: sensação subjetiva anormal sentida pelo
paciente e não vizualizada pelo examinador (dor,
náusea, dormência)

• Sinal: dado objetivo que pode ser visualizado pelo


examinador por inspeção, palpação, percussão,
auscultação ou evidenciado por meio de exames
complementares (tosse, edema, cianose, sangue
oculto).
Medicina Veterinária
• Sintoma: todo fenômeno anormal, orgânico ou
funcional, pelo qual as doenças se revelam no animal
(tosse, claudicação, dispneia)

• Sinal: não se limita à observação da manifestação


anormal no animal, mas a avaliação e a conclusão que
o clínico retira do(s) sintoma(s) observado(s) e/ou por
um método físico de exame(s).
Sinal de goudet positivo
Sintoma x sinal – Medicina Veterinária

•Sintoma: aumento de volume (abcesso,


hematoma, edema)

•Sinal: palpação - teste de goudet


positivo = edema
Saúde x Doença

Saúde
• Estado do indivíduo cujas funções orgânicas, físicas e
mentais se acham em situação normal.
Doença
• Evento biológico caracterizado por alteração anatômica,
fisiológica ou bioquímica, isoladas ou associadas.
Sintomas

SINTOMAS LOCAIS SINTOMAS GERAIS

SINTOMAS SINTOMAS
PRINCIPAIS PATOGNOMÔNICOS
Sintomas locais

CLAUDICAÇÃO POR ARTRITE


HIPEREMIA DA CONJUNTIVA POR SÉPTICA FALANGICA DISTAL
IRRITAÇÃO
SINTOMAS GERAIS
SINTOMAS
PRINCIPAIS
SINTOMAS
PRINCIPAIS
SINTOMAS
PATOGNOMÔNICOS
CLASSIFICAÇÃO DOS SINTOMAS QUANTO À
EVOLUÇÃO:

SINTOMAS SINTOMAS
INICIAIS TARDIOS
Primeiros;
Reveladores; SINTOMAS
RESIDUAIS Período de estabilização
ou declínio da doença;
Após aparente recuperação do
animal; (mioclonias na cinomose)
CLASSIFICAÇÃO DOS SINTOMAS QUANTO AO
MECANISMO DE PRODUÇÃO:

SINTOMAS SINTOMAS
ANATÔMICOS FUNCIONAIS
Alteração na forma:
HEPATOMEGALIA;
ESPLENOMEGALIA; SINTOMAS
Sintomas distantes* REFLEXOS Alteração da
SUDORESE NA CÓLICA; função:
ICTERÍCIAS NAS HEPATITES; CLAUDICAÇÃO;
Síndrome
SÍNDROME FEBRE
DIAGNÓSTICO
SINDRÔMICO
RESSECAMENTO DA BOCA
NÃO É UMA
AUMENTO DA FC E FR
DOENÇA!
PERDA PARCIAL DO APETITE
OLIGÚRIA
HIPERTERMIA
DIAGNÓSTICO

Do grego DIAGNOSIS:

ATO DE DISCERNIR; DE
CONHECER;
CLASSIFICAÇÃO DO DIGNÓSTICO

NOSOLÓGICO OU CLÍNICO
TERAPÊUTICO
ANATÔMICO
ETIOLÓGICO
RADIOLÓGICO
PROVÁVEL/PROVISÓRIO/PRESUNTIVO
ERRO DIAGNÓSTICO

"a maioria dos erros médicos não


se devem a falhas de raciocínio
sobre fatos bem avaliados, mas a
raciocínio bem conduzido sobre
fatos mal observados".
filósofo francês Blase Pascalno século XVII
ERRO DIAGNÓSTICO – PRINCIPAIS CAUSAS

•Anamnese incompleta ou preenchida


erroneamente.
• Exame físico superficial ou feito às
pressas
ERRO DIAGNÓSTICO – PRINCIPAIS CAUSAS

•Avaliação precipitada ou falsa dos


achados clínicos.

•Conhecimento ou domínio insuficiente


dos métodos dos exames físicos
disponíveis
ERRO DIAGNÓSTICO – PRINCIPAIS CAUSAS

•Impulso precipitado em tratar o


paciente antes mesmo de se
estabelecer o diagnóstico.
COMO CHEGAR NO DIAGNÓSTICO?

1.Elaboração das hipóteses;

2.Avaliação das hipóteses obtidas;


DIAGNÓSTICO CLÍNICO

RESENHA HIPÓTESES...
ANAMNESE
EXAME FÍSICO
EXAMES COMPLEMENTARES
Dicas para não errar...
1. Não seja demasiadamente sagaz.
2. Não tenha pressa.
3. Não tenha predileções.
4. Não diagnostique raridades. Pense nas hipóteses mais
simples.
5. Não tome um rótulo por diagnóstico.
6. Não seja demasiado seguro de si.
7. Não hesite em rever seu diagnóstico, de tempo em tempo,
nos casos crônicos.
DIAGNÓSTICO CLÍNICO

"para um clínico não existe enfermidade, e sim, enfermos".


Torres Homem (médico brasileiro)

Experiência e confiança:
• Avaliação repetitiva de um mesmo paciente
• Avaliação de diferentes pacientes com a
mesma doença
Contribuição para o diagnóstico assertivo:

Anamnese 50%

Diagnóstico Exame físico 35%

Exames
complementares 15%
PROGNÓSTICO
•Origem do Grego:
•Pró: antes
•Gnosis: conhecer
PROGNÓSTICO 1.Perspectiva de salvar a
vida do animal;
2.Perspectiva de
recuperar a saúde ou
curar o paciente;
3.Perspectiva de manter a
Prevê a evolução da capacidade funcional
doença e suas do(s) órgão(s) doente(s)
consequências.
PROGNÓSTICO
Orientação sob três aspectos:
1.Perspectiva de salvar a vida do animal;
2.Perspectiva de recuperar a saúde ou curar o
paciente;
3.Perspectiva de manter a capacidade funcional do(s)
órgão(s) doente(s)
Evolução crônica
com piora na Evolução natural
qualidade de vida para cura
(com ou sem
PROGNÓSTICO tratamento)

Favorável
Desfavorável
Duvidoso, reservado Evolução progressiva
ou incerto. até o óbito
PROGNÓSTICO
Além da doença, considerar:

1.Características do animal: idade, raça, espécie,


valor econômico;
2.Características do animal: poder aquisitivo para
custear; condições de manejo disponíveis na
propriedade;
TRATAMENTO OU RESOLUÇÃO

Meio utilizado para combater a


doença:
Cirúrgico
Medicamentoso
Dietético
Os meios podem ser combinados
ou isolados.
Classificação quanto a finalidade do tratamento:

Causal: visa combater a causa da doença;


Sintomático: visa combater os sintomas ou evita o
sofrimento;
Patogênico: visa modificar o mecanismo de
desenvolvimento da doença;
Vital: visa evitar o aparecimento de complicações
que possam fazer o animal correr risco de morte;
Métodos Gerais de exploração clínica
SEMIOTÉCNICA E A CIÊNCIA DO DIAGNÓSTICO
Aporte humano básico necessário:
•Conhecimento.
•Raciocínio.
•Visão, olfação, audição e tato.
•Sensatez.
•Organização.
•Paciência.
SEMIOTÉCNICA E A CIÊNCIA DO DIAGNÓSTICO
Material básico necessário:
• Papel e caneta para • Luvas de palpação retal;
anotações; • Otoscópio e oftalmoscópio;
• Estetoscópio; • Espéculo vaginal;
• Martelo e plexímetro para • Frascos para
percussão; acondicionamento de
• Termômetro; amostras;
• Lanterna; • Material específico para
• Luvas de procedimento; contenção (cordas, mordaças,
focinheira..)
Semiotécnica
Inspeção
•Sentido da visão!
•Olhar o corpo do
animal de forma
sistemática!
Inspeção
Lugar iluminado (luz solar ou luz branca de boa
intensidade)
Se possível, observar o animal no ambiente de
origem (família ou rebanho).
Iniciar com observação à distância (anormalidades
da postura ou comportamento);
Comparar o animal doente com o animal sadio;
Inspeção
Não conter o animal antes de uma inspeção
cuidadosa – evita o estresse. (Não tenha pressa).
Se limitar apenas a descrever o que se observa,
Não se preocupar com a interpretação e a
conclusão do caso ainda.
Tipos de inspeção:
Panorâmica: Localizada:

•visualização como •atentando-se para


um todo (condição determinadas
corporal) regiões do corpo
(glândula mamária,
face membros)
Tipos de inspeção:
Direta: Indireta:

• Visão – observa-se • Feita com auxílio de


pelos, pele, mucosas, aparelhos como
movimentos otoscópio,
respiratórios, oftalmoscópio,
secreções, etc... laringoscópio, etc...
Inspeção da cavidade oral
Palpação
Uso do tato ou força muscular para determinar
as características de um sistema orgânico ou
área explorada.
Utiliza-se mãos, pontas dos dedos, punhos ou
até instrumentos
Inspeção superficial
(Palpação para detectar oleosidade na pele)
Inspeção profunda
(Palpação para detectar as características dos órgão
internos)
Palpação com dedos em pinça
Palpação punho-pressão
Palpação mão espalmada e parte ventral dos dedos
Palpação dígito pressão
Percussão dígito-digital
Percussão com plexímetro
Anamnese

Você também pode gostar