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Estomatologia as lesões pigmentadas das lesões vasculares pois

Por Maria Eduarda Athaide estimula esvaziamento da lesão.


@odontologia_duda Percussão: corresponde a golpes controlados e rápidos
em determinada estrutura, podendo ser realizada com
Semiologia: os dedos (digital/direta) ou algum instrumento
(indireta). Importante para confirmação do diagnóstico
Estomatologia: objetiva a prevenção, o diagnóstico, o de pulpite.
prognóstico e o tratamento das doenças próprias do Olfação: esta semiotécnica é pouco utilizada, sendo
complexo maxilo-mandibular, das manifestações realizada através do olfato
bucais de doenças sistêmicas e das repercussões bucais • hálito cetônico em pacientes diabéticos
do tratamento antineoplásico. Lábios, dentes, mucosa descompensados, hálito fétido de pus infectado por
oral, glândulas salivares, tonsilas palatinas, faríngeas e bactérias anaeróbias, hálito com cheiro de urina nos
demais estruturas da orofaringe. Pautada na anamnese pacientes com uremia, hálito do odor de cadaverina e
criteriosa, exame clínico minucioso e conhecimento putrescina dos pênfigos e carcinomas em estágio
através de estudo e prática clínica. avançados, a halitose por si só que pode apresentar
diferentes causas.
Semiologia: semeyon significa “sinal, sintoma” e lógus Auscultação: utiliza-se o sentido da audição. Este
“ciência, estudo, tratado”. Estuda os sinais e sintomas sentido pode ser ampliado com o emprego do
da doença e a maneira de interpretá-los: discute estetoscópio. Ausculta de ruídos da atm e verificação
mecanismo, coordena e sistematiza elementos para dos sinais vitais.
construir o diagnóstico e como consequência deduzir o Exploração/sondagem: ato de explorar os dentes e o
prognóstico. complexo periodontal com o auxílio de instrumental
Conceitos importantes: para identificar ou determinar a extensão de sulco ou
Etiologia: é a origem da doença, que inclui as causas cavidade (sondas).
fundamentais e os fatores modificadores.
Patogenia: é a etapa do desenvolvimento da doença. Semiogênese: analisa os sinais e sintomas obtidos,
utilizando os sentidos naturais do examinador direta e
Semiotécnica: técnica de obtenção dos sinais e indiretamente atribuindo-lhes valor clínico,
sintomas (explorar). É importante utilizar todos os estabelecendo o diagnóstico e o prognóstico. Estuda o
recursos disponíveis para examinar o paciente, mecanismo de formação dos sinais e sintomas em
incluindo a observação e realização de exames bases fisiopatológicas.
complementares. Propedêutica: anamnese + exame físico = semiologia.
Métodos que o examinador utiliza para avaliar o Etapas iniciais e introdutórias no processo de
quadro sintomático apresentado pelo paciente: aprendizagem. Determinar o diagnóstico, conhecer as
Inspeção: inicia-se no momento que o paciente entra condições médicas, descobrir doenças concomitantes,
no consultório (observar alterações visíveis). Demanda controlar emergências, tratar o paciente.
uma boa iluminação e o posicionamento do paciente Qualidade do questionário: competência do
deve ser adequado. Observar cautelosamente cada entrevistador, capacidade de comunicação (doente),
região anatômica. O profissional deve procurar, ambiente de execução.
perceber e distinguir as alterações de cor, textura, Sinal: “signalis” que significa manifestação, indício ou
superfície, contorno e tamanho, além de reconhecer as vestígio. Manifestações clínicas visíveis e perceptíveis
variações do aspecto normal da boca. pelo profissional, através de seus sentidos naturais.
Palpação: corresponde ao tato e à pressão realizados Exemplos: edema, vômito, bolha, úlcera, nódulo.
numa determinada área (intra ou extraoral). O tato • sinal manobra: é uma manifestação patológica, cuja
fornece dados sobre a superficial e a pressão, sobre a exteriorização foi provocada pelo profissional, através
porção profunda bem como sua consistência e de uma determinada manobra.
temperatura local. • sinal patognomônico: é um sinal que por si só,
• digital: utiliza-se o dedo indicador, geralmente em caracteriza uma determinada enfermidade.
áreas próximas ao tecido ósseo. No caso de exercer Ex: homem de 50 anos com dor torácica que se irradia
pressão do indicador contra a área tem-se a pelo braço esquerdo e sobe para a mandíbula, realizou
digitopressão. um ECG ou exame de sangue= ataque cardíaco.
• bidigital: utiliza-se o dedo indicador e o polegar da Sintoma: é uma manifestação orgânica ou funcional,
mesma mão, formando uma espécie de pinça. observada pelo médico ou
• bimanual: utilizam as duas mãos, empregada na Paciente.
palpação de glândula submandibular e de boca. Diagnóstico: identifica uma doença pela interpretação
• vitropressão ou diascopia: técnica descrita dentro da da entrevista (anamnese) e exame físico (exame intra e
semiotécnica da palpação, sendo realizada por meio de extraoral). Conhecimento e interpretação das doenças
uma lâmina de vidro de microscopia comprimindo-a através dos sinais e sintomas.
contra a área. Geralmente, é utilizada para diferenciar
• diagnóstico diferencial é a relação de doenças ou muletas, bengalas, órteses, cruzar os braços, roer as
alterações que mostram sinais e sintomas semelhantes unhas... 25-30% dos pacientes que procuram
e são compatíveis com uma determinada lesão. tratamento odontológico mostram pelo menos 01 fator
• diagnóstico definitivo ou diagnóstico final é o sistêmico/médico potencialmente relevante.
descobrimento ou reconhecimento de uma lesão. Comunicação: prestar atendimento respeitoso; atender
Decisões mais importantes e complexas só podem às necessidades pessoais, culturais e religiosas do
acontecer após o diagnóstico. paciente; educar e informar sobre questões de saúde;
Como chegar ao diagnóstico? A história e o exame facilitar os pacientes a fazerem suas próprias escolhas;
físico do paciente sugerem um suspeito provável, e a respeitar essas escolhas.
tecnologia diagnóstica confirma a impressão. Exames complementares: observação, análise e
Prognóstico: apresenta maior coincidência de detalhes interpretação dos dados coletados dos sinais e sintomas
de uma determinada doença. Reconhecer uma doença através de suas fases.
pelas suas manifestações clínicas e prever sua Se divide em duas fases:
evolução. É uma dedução obtida pelo profissional, 1. Anamnese (fase subjetiva) - o paciente relatará sua
após o exame do doente. Não é, porém, um juízo do percepção dos sintomas e descreverá sua visão dos
estado atual do caso, mas algo mais distanciado. sinais.
• prognóstico favorável: evolução satisfatória. Ex: 2. Exame físico (fase objetiva) - o profissional
afta. procurará descrever, apurada e detalhadamente, os
• prognóstico desfavorável: evolução fatal. Ex: câncer sinais e pesquisará alguns sintomas que poderão ser
metastático. relatados com a semiotécnica.
• prognóstico duvidoso: curso imprevisível. Ex: lesões Construção do diagnóstico: anamnese, exame físico,
displásicas. descrição detalhada de lesão fundamental, hipótese
Alterado por: tipo de doença, dano anatômico e diagnóstica, exames complementares
funcional-local, efetividade da terapêutica disponível, (anatomopatológico, citopatológico, hemograma,
condições gerais do paciente, condições psíquicas do bioquímicos, radiografias)
paciente Exame físico – métodos propedêuticos: tudo que é
Segundo Hipócrates: aumenta confiança no observado durante o exame clínico deve ser transcrito
profissional, prevê certos acidentes e diminui a fiel e pormenorizadamente no prontuário clínico
responsabilidade (morte). adequado. O exame clínico deve ser lido e revisto para
complementar ou corrigir dados.
Tratamento:
Efetivo: combate a causa. Estrutura da anamnese:
Sintomático: combate os sintomas. Dados biográficos:
Suporte: melhorar as condições gerais do paciente e Identificação: nome social, gênero, cor, estado civil,
suportar melhor os efeitos colaterais de outros data de nascimento, profissão, nacionalidade e
tratamentos. naturalidade, endereço. Estudos epidemiológicos
mostram frequências maiores de algumas doenças por
Proservação: termo utilizado para acompanhamento faixa etária, gênero, profissão, etnia.
(follow up). Na odontologia compreende as • melanoderma: pacientes negros.
observações periódicas de um tratamento odontológico • leucoderma: pacientes brancos.
para o acompanhamento da evolução de estados • feoderma: pacientes miscigenados.
clínicos, radiográficos de saúde bucal e da saúde geral • xantoderma: pacientes asiáticos.
do paciente. + preparo para o atendimento: prontuário, caneta e
letra legível.
Prontuário estomatológico:
Ficha de estomatologia:
O processo de diagnóstico: Área de identificação do paciente:
Anamnese: fatos e o que há por trás deles. Tente Dados iniciais o paciente pode preencher (legível),
absorver o máximo de informações! Esses dados vão, sendo que cor declarada o profissional preenche de
além de te ajudar a entender a doença, analisar também forma formal de acordo com o que o paciente falou
os hábitos do paciente e prevenir problemas futuros. É (ex: negro/melanoderma).
necessário entender os antecedentes pessoais e ** questionário básico:
familiares, os hábitos de vida e as condições Queixa principal: o que trouxe o paciente a esse
socioeconômicas e culturais. atendimento? Escrevemos entre aspas exatamente o
História clínica: melhor local para encontrarmos as que o paciente disser.
pistas! histórias bem colhidas representam menos Histórico da doença atual: escrevemos com nossas
exames desnecessários! palavras os detalhes sobre cada queixa citada
Aspectos não verbais podem ajudar a compreender o anteriormente. Nem sempre a queixa principal do
paciente: aparência, vestuário, adereços, luto, paciente irá coincidir com o problema mais relevante
uniformes, óculos, comportamento, maneira de andar, do paciente. O paciente pode vir para tratar uma
pequena lesão cariosa e ter uma neoplasia maligna que nomenclaturas e da metodologia de técnicas de exame
ignorava. Nesse momento ainda não posso usar termos clínico.
como: mancha, pápula, mácula. Afinal, ainda não 2- Introdução as alterações do desenvolvimento e
avaliei o paciente clinicamente. Essas informações variações da normalidade da mucosa bucal como
foram colhidas durante a anamnese. exemplos para iniciar esse aprendizado.
Ficha de anamnese: atenção! 3- Nesse momento ainda não estamos fazendo
História patológica pregressa: transformamos em texto diagnóstico de patologias. O objetivo é reconhecer o
o que foi relatado na anamnese das perguntas diretas. normal e as alterações da normalidade
História odontológica: serão transformadas em uma + as alterações de normalidade da mucosa bucal são
redação contendo as informações. aquelas que não apresentam obrigatoriamente caráter
• tratamentos prévios–extrações, biópsias, tratamentos de doença, tratando-se tão somente de um “desvio de
ortodônticos (correções dentárias), implantes, normalidade”, mesmo assim, essa condição não exime
clareamento, restaurações, tratamentos periodontais. o profissional de efetuar um exame clínico detalhado e
• usa próteses (total; parcial; superior; inferior); completo referente à alteração diagnosticada,
• família tem problemas gengivais; registrando-a no prontuário.
• respiração bucal; Definição:
• range ou aperta os dentes; Lesões elementares: alterações morfológicas na
• maxilar estala ou incomoda os ouvidos; pele/mucosa que exercem considerável importância
• intercorrência durante tratamentos odontológicos; diagnóstica. Grinspan, 1970- “lesões elementares são
• frequência com que vai ao dentista; como letras de um alfabeto, indispensáveis para se
• higiene bucal (frequência de escovações, uso de fio conhecer o idioma”.
dental, colutórios, tipo de pasta de dente). Importância: todo diagnóstico norteia-se pela história e
História familiar, pessoal e social: questões de saúde pelas características clínicas da lesão, que se
dos pais, filhos, irmãos. Saneamento básico/ animais enquadram dentro de algum tipo de lesão elementar
de estimação. Cigarro/ álcool - etilista/ etilista social. (mácula ou mancha, placa, erosão, úlcera ou ulceração,
Quando existir história de uso de medicamento incluir vesícula e bolha, pápula, nódulo). Esse agrupamento
também na história médica. em lesões elementares auxilia na padronização e
Exame das estruturas: Descrição das lesões facilita o estudo das alterações orais e processo do
fundamentais sem colocar hipótese diagnóstica**. diagnóstico.
Reservado ao aluno: informações importantes que Descrição detalhada:
devem ser ressaltadas. 1. Tamanho- maior diâmetro da lesão
• o que é digno de nota na história médica. 2. Base- inserção
• o que é digno de nota na história odontológica. 3. Forma/contorno- geométrica, irregular, com
depressão, nítido, difuso, elevada, plana
Biossegurança: retirar todos os apetrechos (anéis, 4. Consistência- mole, flácida, borrachoide, fibro-
brincos, colares, pulseiras, relógio), higienização das elástica, fibrosa, dura
superfícies com álcool 70°, barreira física nos locais 5. Coloração- normocrômica, rosa, vermelha,
indicados (saco de sacolé, rolopack), higienização das arroxeada, enegrecida, acastanhada
mãos. 6. Borda- elevada, plana, irregular
Equipamento de proteção individual (EPI): 7. Superfície- rugosa, lisa
gorro/touca, máscara, luva de procedimento, óculos de 8. Número- única, múltiplas
proteção, capote/jaleco descartável. 9. Localização- exata e descritiva
Ergonomia: equipo na posição correta. 10. Distribuição

Humanização da prática médica: anamnese não Lesões:


dirigida, estudo da relação terapêutica, relação médico Mácula: alteração de cor sem elevação ou depressão.
paciente (o fármaco mais utilizado e menos conhecido Pode ser circunscrita e focal (áreas com diferentes
na prática médica é o próprio médico), interconsulta (o colorações). Distinguível pela coloração (azul,
prognóstico e o curso de uma enfermidade podem estar marrom, negra). Plana. Até 1 cm. Pode estar associada
determinando pela organização da relação médico- a outras lesões.
paciente). • mácula melanocítica.
• efélides (sardas).
Lesões elementares (fundamentais) e algumas • lentigos actinicos.
alterações do desenvolvimento: Mancha: alteração de cor sem elevação ou depressão
mais difusa e mais ampla que a mácula. Circunscrita.
Introdução: Distinguível pela coloração (azul, marrom, negra).
Objetivo: informação detalhada sobre a inspeção visual Plana. Maior que 1 cm.
e tátil (informar uma descrição acurada de algo). • pigmentação racial: gengiva inserida.
1- Descrever as alterações morfológicas presentes de • leucoedema: lesão edematosa branca ou cinza-
forma precisa e com atenção aos detalhes, através de esbranquiçada da mucosa bucal e labial. Difusas ou
irregulares, em geral assintomáticas. Maior frequência • grânulos de fordyce: pápulas brancas ou amareladas
entre homens negros. A aparência histológica simula a de 1 a 2 mm de diâmetro, que quando confluentes
do nevo branco esponjoso. Desaparece quando a (muito juntas) podem configurar placas.
mucosa é distendida. • papilite lingual- pápula amarelo rosada.
• língua geográfica. Nódulo, nodosidade, massa nodal: lesão sólida,
+ mácula ou mancha: pigmentação endógena: elevada, maior que a pápula. Firme, pétreo,
1. Vásculo-sanguíneas= hipercrômicas fibroelástico. Sólido e circunscrito. Superficial ou
(vasodilatação/vasoconstrição). profundo. Tecido epitelial, conjuntivo ou misto.
2. Melânicas= hipocrômicas (acúmulo/perda de Pediculado ou séssil. Superficial ou exofítico.
melanina). Submerso.
Placa: elevação tecidual plana, altura muito pequena • hiperplasia fibrosa
em relação a largura e comprimento. Sólida, levemente • linfonodo
elevada. Única ou múltipla. Consistente à palpação. • torus e exostoses: protuberâncias ósseas surgindo da
Superfície variável. Rugosa, plana, lisa, verrucosa, cortical. Origem desconhecida (resposta a um trauma).
Bem ou mal delimitada, homogênea ou não. Adultos; principalmente na maxila; aproximadamente
Removível ou não. Obs: placa branca na língua que sai 1:1000. Mucosa alveolar de pré-molares e molares.
ao raspar: saburra ou candidíase pseudomembranosa. Acompanhamento ou remoção cirúrgica. Tórus
• língua pilosa. palatino (linha média do palato duro) e tórus
• língua saburrosa: biofilme (placa bacteriana mandibular (face lingual da mandíbula acima da linha
esbranquiçada, podendo ainda ter a coloração milo-hioide).
amarelada ou amarronzada). Diminuição da produção + pode ser pediculado (base menor do que o seu maior
de saliva ou uma descamação epitelial da mucosa diâmetro) ou séssil (base igual ou maior ao seu maior
bucal (minúsculos pedacinhos de pele que se diâmetro).
desprendem dos lábios e bochechas) acima dos limites Cisto: cavidade patológica revestida por epitélio
normais (ou fisiológicos). Obs: a papila é um fator de conteúdo fluido ou gasoso. Tamanho variável. Termo
retenção de biofilme e quem tem anemia não tem que descreve uma característica que só pode ser
papila. comprovada após estudo anatomopatológico.
• língua geográfica: associadas às placas, podem Vesículas, bolhas, pústulas: lesão elevada, circunscrita,
aparecer manchas, erosões, ulcerações, fissuras, com conteúdo líquido no interior do epitélio ou
nódulos etc. Possível predisposição familiar e uma imediatamente abaixo. Preenchida por líquido (soro,
forte associação com a língua fissurada. Diagnóstico linfa, sangue)
clínico. Comprometimento de papilas filiformes com Vesículas, bolhas, pústulas: lesão elevada, circunscrita,
preservação das papilas gustativas. com conteúdo líquido no interior do epitélio ou
Áreas erosivas no dorso e nas bordas da língua que imediatamente abaixo. Preenchida por líquido (soro,
podem ser isoladas ou múltiplas circundadas por placa linfa, sangue).
branca linear ou despapilações (manchas) circulares e + até 3 mm= vesícula/herpes.
regulares- aspecto típico. Descrição: ausência de papila + superior a 3 mm= bolha.
e placa circular branca com meio avermelhado. Vesícula ou bolha com exsudato purulento (pústula).
• linha alba: placa branca linear em mucosa jugal. Podem romper deixando úlceras (crônica) ou
• nevo branco esponjoso: placas brancas de aspecto ulcerações (aguda).
corrugado e esponjoso, consistência macia, • herpes
assintomático e geralmente bilateral e simétrico. Local • doenças vesículo-bolhosas
de maior acometimento é mucosa jugal, embora outros Fístulas: são orifícios na superfície cutânea ou mucosa,
locais como os lábios, rebordo alveolar, língua e terminais de trajetos sinuosos que põem em contato
assoalho da boca possam ser envolvidos. com o exterior focos ou cavidades supurativas
Genodermatose rara de traço autossômico dominante, internas; em fases crônicas, aparecem, clinicamente,
alta penetração e expressão variável. Acredita-se que como pequenas pústulas.
seja resultado de alterações na ceratinização das • tommasi: região submandibular decorrente de
mucosas, podendo estar relacionado com a mutação abscesso dentoalveolar.
dos genes "ceratina 4" e "ceratina 13". As lesões • regezzi: abscesso dentoalveolar.
geralmente se desenvolvem ao nascimento ou por volta Erosão: perda parcial ou total da superfície da
da infância. Outras mucosas podem ser afetadas pelo pele/mucosa, acima da camada basal sem exposição do
nbe, dentre elas, a mucosa nasal, da laringe, esôfago e tecido conjuntivo subjacente primariamente.
mucosa anogenital. • pênfigo, líquen plano erosivo.
Pápula: lesão sólida, elevada, circunscrita, sem Úlcera: perda parcial ou total da superfície da
conteúdo líquido. Superfície variável. Até 5mm. Única pele/mucosa, acima da camada basal com exposição do
ou múltipla. Consistente à palpação. Analisar tecido conjuntivo. Geralmente dolorosa.
superfície (lisa, rugosa, oval, arredondada). • aftas: ulceração curso agudo
• papiloma escamoso. • doenças vesiculo bolhosas de curso crônico
• úlcera: carcinoma de células escamosas
Fissura: abertura linear do epitélio, com exposição do
tecido conjuntivo subjacente Sinais vitais:
• queilite angular, ressecamento labial Pressão sanguínea: a rotina para mensuração da
Fenda: abertura linear do epitélio, sem exposição do pressão arterial é feita de maneira indireta utilizando
tecido conjuntivo subjacente. Afetam frequentemente equipamentos aneróide, eletrônico ou coluna de
lábios e tecidos peribucais. mercúrio. Paciente deve estar em ambiente tranquilo,
• fendas na língua, fendas lábiopalatais. silencioso, não deve ter ingerido nos últimos 30 min
• língua fissurada: comum, fissuras e sulcos no dorso bebida alcóolica, cafeína e tabaco, não deve ter
da língua; possível hereditariedade, fatores ambientais, executado atividade física nos últimos 60 min.
estresse; crianças e adultos; pode ser associada a língua Não conversar com o paciente no momento da
geográfica. aferição. Aparelho deve ser aferido anualmente.
Hemorragia: Verifique se o manguito tem as dimensões corretas
para o seu paciente. Paciente sentado, pernas
descruzadas. Se for necessário repetir as medidas
aguardar uns minutos.
Como aferir:
• manguito do esfigmomanômetro no braço direito, a 2
ou 3 cm da fossa cubital do paciente. Altura do braço-
pré cordio, não pode estar sobre roupas.
• palpe o pulso radial.
• insuflar o manguito (com a válvula fechada) a
• Varizes (alteração da normalidade): veias aproximadamente 200-250mmhg ou até o pulso radial
anormalmente dilatadas, perda tônus. Adultos idosos. não estar mais palpável.
Sem relação outras doenças. Acompanhamento; • abra a válvula do manguito lentamente, auscultando
biópsia excisional; esclerose. com o estetoscópio (sobre a artéria braquial) na pele da
parte interna do braço, abaixo do manguito.
Exame clínico geral e intra-bucal: a finalidade do • registre a pressão sistólica quando o primeiro ruído
exame clínico/ físico é a coleta de sinais e sintomas aparecer.
para que se possam elaborar hipóteses de diagnóstico. • desinsuflar o manguito mais um pouco até o som
tornar-se abafado (pressão diastólica).
Introdução: deve-se cumprir uma sequência lógica, • registre a pressão sanguínea como pressões
completa e minuciosa em duas fases: anamnese e sistólica/diastólica (valores normais em torno de
exame físico. 120/80 mmhg).
• normas do manual de biossegurança (2021), equipo Contraindicação para aferição da p.a: mastectomia
na posição correta, equipamento de proteção total com esvaziamento de linfonodo, presença de
individual, material completo para exame, prontuário e fístula de hemodiálise, acesso venoso, cateterismo
caneta. arterial.
+ prontuário eletrônico. Interpretação clínica: passa a ser considerada
Métodos propedêuticos: tudo que é observado durante hipertensão arterial sistêmica a presença de pas maior
o exame clínico deve ser transcrito fiel e ou igual a 130mmhg e/ou pasd maior ou igual a 80.
pormenorizadamente no prontuário clínico Glicemia: aferição não será realizada de forma
adequado. O exame clínico deve ser lido e revisto para rotineira. Suspeita clínica durante a anamnese.
complementar ou corrigir dados. Paciente diabético.
Exame físico: aparência, vestuário, adereços, luto,
uniformes, óculos; comportamento, maneira de andar, Exame físico:
muletas, bengalas, órteses; cruzar os braços, roer as Crânio: tamanho, proporcionalidade, forma, simetria,
unhas. Aspectos não verbais que podem nos ajudar a tecido de revestimento, cor. As artérias temporais são
compreensão do paciente. História médica e visíveis e proeminente em um indivíduo com arterite
odontológica, aparência/ comportamento, mau odor, de células gigantes. Elas também são doloridas à
temperatura, consistência. palpação.
Exame físico na odontologia: principais elementos: • caso: paciente procurou atendimento por causa do
sinais vitais, avaliar a pele da face/exame externo dos aumento de volume do lado esquerdo, havia removido
olhos, examinar as glândulas salivares e pescoço, uma lesão fibromatosaagressiva do lado direito.
tecidos moles da boca, avaliação dentária, exame Tecido de revestimento
periodontal. Exame das estruturas: descrição das lesões
fundamentais. Anotar a pa, glicemia, resultado Sequência palpação extraoral: permite obter o que não
de anátomo patológico, exames laboratoriais se tem pela simples inspeção, alterações mais
Diagnóstico: **que recursos o dentista utiliza para profundas, avaliar sua alteração tátil superficial e
realizar o exame físico? Os sentidos do diagnóstico: espessura, alteração de temperatura, linfadenomegalia.
ouvir, observar, cheirar, tocar. • seios paranasais/ maxilares.
• cadeia ganglionar (linfonodos submentuais e Fotopolimerizadores (inspeção de tecido cariado
submandibulares). interproximal).
• intraparotídeos pré auriculares. + palpação/percussão: pancadas rápidas e controladas
• intraparotídeos pós auriculares e occipitais. com a pontas dos dedos, ou instrumentos variados
• músculo esternocleidomastoideo. (percussão indireta) nas estruturas que se quer analisar.
• articulação temporomandibular. A percussão vertical positiva tem sido associada à
• ambos os côndilos, por palpação, via meato acústico inflamação de origem endodôntica, enquanto a dor
Externo, para detectar sensibilidade posteriormente e relacionada com a percussão horizontal diz respeito a
usando um único dedo colocado sobre as articulações alterações periodontais.
em frente das orelhas. + diascopia/vitropressão: usada em lesões escuras para
Pescoço (linfonodos, glândulas, músculo): aumento de distinguir conteúdo intra ou extravascular. Suspeitas
volume, abscesso, assimetrias, tumefação, de hemangioma ou nevo. Se a cor desaparece é lesão
sensibilidade. vascular. Se a origem for de um pigmento nos tecidos
• o que são linfonodos? Adenomegalias adjacentes aos vasos, a coloração não irá esmaecer
ou linfonodomegalias são termos utilizados para com a compressão.
designar o aumento do tamanho dos linfonodos ou • lábio e vestíbulo bucal.
gânglios linfáticos. • assoalho da boca e face interna da mandíbula.
• além do pescoço, aonde mais eu posso ter o • língua.
linfonodo palpável? Virilha e axila. • mucosas jugais.
Linfonodo inflamatório: dolorido, pouco consistente, • palatos.
Borrachóide ou fibrosa, fugaz, liso, hipertermia. • rebordos alveolares.
Linfonodo tumoral: indolor, consistente, pétrea ou • úvula, pilares tonsilares, tonsilas e orofaringe
dura, fixo, superfície irregular, sem diferença na • dentes e tecidos periodontais
temperatura. Tempo é imprescindível para o
prognóstico/ desfecho do caso. Lábios: freio labial, gengivas, fundo de vestíbulo.
Articulação temporomandibular(atm) e músculos da Sulco vestibular ou fundo de sulco: região situada à
mastigação: verifique a amplitude da abertura, abertura frente dos dentes e atrás dos lábios e bochechas
e fechamento mandibular (4cm). Palpação de lábio superior.
Gengiva: sulco da gengiva livre. Notar linha nítida que
Masseter (levanta a mandíbula): compressão intra e separa gengiva inserida da mucosa bucal. Separa a
extrabucal entre um dedo e o polegar. gengiva inserida da livre
Palpação dos músculos masseteres nas suas inserções Oclusão: atrição, desalinhamento (fraturas maxilares),
superiores nos arcos zigomáticos. deslocamento dos côndilos mandibulares.
Palpação dos músculos masseteres superficiais Dimensão vertical (aparência facial envelhecida, falta
próximos da borda inferior da mandíbula. de espaço interoclusal para reabilitação oral e
Temporal: levanta mandíbula (velocidade), retrai dificuldade ao pronunciar palavras com sons sibilantes
a mandíbula. Por palpação direta da região temporal e como o “s”). Exposição radicular, recessão gengival.
pedindo ao paciente para apertar os dentes. Rebordos alveolares: são examinados e palpados
+ a mastigação representa o processo mecânico de afastando-se as mucosas das bochechas e pedindo que
digestão alimentar e depende dos dentes e músculos. o pac entre em oclusão dental. A expansão dos
Os principais músculos relacionados com esse rebordos alveolares pode revelar os sinais de aumento
processo são o masseter, temporal, pterigoide medial e de volume dos ossos gnáticos.
pterigoide lateral. Estes músculos possuem ação Soalho bucal/ventre da língua: o ducto submandibular
principal de aproximar os dentes com uma força de até (ducto de wharton) percorre ântero-medialmente
25 quilos para os incisivos e 90 quilos para os através do soalho da boca para abrir lateralmente ao
molares. freio lingual.
Músculos cervicais: Dorso da língua: dois terços anteriores muitas papilas
Occipitais: (região posterior do crânio) geralmente sua filiformes, e poucas fungiformes. Bordas laterais
sintomatologia dolorosa pode estar associada a um posteriormente e por trás das papilas circunvaladas-
quadro de desordem da papilas foliáceas abundante tecido linfóide (tonsilas
articulação temporomandibular ou da relação cabeça- linguais confundidas com tumores)
coluna cervical. + pesquise as alterações sistêmicas que podem
causar despapilação na língua.
Inspeção intraoral: posicionamento do paciente, boa Papilas fungiformes: distribuem-se entre as
iluminação; aspiração da saliva ou secagem com gaze filiformes, são maiores e mais avermelhadas. Inervadas
ou ar comprimido; uso de espelho clínico, afastadores pelo nervo corda do tímpano e ramo do nervo facial
e lupa; tracionamento da língua com gaze; remover (vii nervo craniano), respondendo principalmente aos
próteses. Inspeção direta (sem o uso de instrumentos) e estímulos salgados (nacl) e doces (sacarose).
indireta (com instrumentos: microscópio, lupas,
espelho). Conhecer as variações da normalidade.
Papilas foliáceas ou folhadas: nódulos contendo • Palpação: observar elevação da mucosa e realizar
corpúsculos gustativos e tecido linfoide na submucosa. distensão da mucosa.
Região posterior da borda da língua. • Raspagem.
Sensíveis aos sabores desagradáveis e estímulos
amargos. Inervadas pelo nervo glossofaringeo (ix Lesões brancas da cavidade oral:
nervo craniano). Hiperqueratose friccional: irritação crônica da mucosa,
Papilas circunvaladas: maiores papilas linguais, gerando aumento da camada de queratina. Reversível,
localizadas na frente do sulco terminal da língua, ao remover a causa a lesão tende a desaparecer.
forma de v. Dois terços posteriores da língua. Diagnóstico clínico, perguntas durante anamnese
Sensibilidade a azedo/amargo. Inervadas pelo Exame clínico: há elevação? Lesão é destacável?
nervo glossofaringeo (ix nervo craniano). Morsicatio buccarum: mastigação crônica da mucosa
Papilas filiformes: elevações cônicas, em forma de jugal (labiorum ou linguarum). Principalmente
pincel, ponta da língua, bordas laterais e dorso. São mulheres com mais de 35 anos. Estresse e fatores
bem claras. psicológicos. Mucosa jugal, região de lábio e região de
Bordo lateral da língua: papilas foliadas. língua.
Glândulas salivares maiores (parótidas e Não removível: diagnóstico clínico.
submandibulares): Linha alba: mucosa jugal na linha oclusal. Pressão,
• o que devemos observar durante a inspeção? fricção, sucção dos dentes. Estresse.
Simetria, aumento de volume, fluxo salivar dos ductos Não removível: diagnóstico clínico.
salivares, acúmulo de saliva no soalho bucal, aparência Leucoedema: mucosa jugal bilateral, negros e
da saliva, secura bucal (resíduo de alimentos; batom tabagistas. Mancha branco-acinzentada opalescente,
nos dentes; saliva escassa; espelho bucal cola na edema intracelular. Desaparece com estiramento da
mucosa. mucosa.
• palpadas: dedos colocados sobre as glândulas a frente Não removível = diagnóstico clínico.
das orelhas, para detectar dor ou inchaço. Candidose pseudomembranosa: candida albicans
Bochecha/mucosa jugal: tração anterolateral, palpação (principalmente). Estado imune e medicamentos são
bidigital e digitopalmar, determinantes (hiv). “sapinho” (crianças, idosos).
ductos parotídeos (carúncula parotídea), secam-se as Removível com raspagem da mucosa. Diagnóstico
carúnculas parotídeas com gaze ou jato de ar. clínico; citologia esfoliativa; antifúngico.
Palato duro/palato mole: Candidose hiperplásica crônica: não sai com raspagem,
+ você já ouviu falar em palato alongado? é carcinogênico, região de mucosa jugal próximo a
Amigdalas ou tonsilas palatinas: comissura.
Amígdalas palatinas localizada na fossa ou cavidade Leucoplasia pilosa: ebv (epstein barr). Marcador de
amigdaliana, por trás e ao lado do palato mole paciente imunodeprimido (principalmente hiv). Bordo
+ pesquise os fatores etiológicos que podem estar lateral de língua (bilateral). Não removível. Controle
relacionados com o aumento das amigdalas palatinas. da doença.
+ quais as repercussões sistêmicas do aumento Biópsia!
idiopático da hipertrofia de amigdalas? Língua saburrosa: aumento das papilas filiformes e
Orofaringoscopia: volumosa massa tumoral em tonsila ausência da descamação normal. Hipossalivacao,
palatina direita, estendendo-se aproximadamente 1 cm alimentação pastosa, retenção de biofilme.
superiormente, em direção ao cavum, e, inferiormente, Língua pilosa: aumento das papilas filiformes (padrão
até o nível da epiglote, pela parede lateral direita da em dedo de luva). Aumento da produção de queratina
faringe. Véu palatino do lado direito paralisado. ou menos descamação. Cor verdadeira é branca,
Diagnostico final linfoma linfocítico difuso bem enegrecida secundariamente. Assintomática ou
diferenciado de tonsila palatina. sensação de gosto desagradável na boca. Queixas
Dentes: principais: aparência estética e halitose.
•quantidade - idade do paciente Secundariamente pigmentada- tabagistas crônicos,
•dentes extras (dentes supranumerários) debilitação geral, higiene deficiente, antissépticos
•ausência de dentes, perda parcial bucais, antibióticos, histórico de radioterapia na região
(hipodontia; oligodontia) de cabeça e pescoço.
•ausência completa (anodontia) Líquen plano: doença mucocutânea imunomediada,
•sinais de doenças ou más-formações, tais etiologia ainda desconhecida. Afeta de 0,5 a 2% da
como hipoplasia população. Principalmente mulheres acima de 40 anos.
•coloração anormal Não removível.
•desordens adquiridas- cáries dentárias, pigmentações, Exame clínico: reticular (estrias de wickham), erosivo,
erosão abrasão ou fraturas. em placa, bolhoso. Nenhum tratamento curativo,
corticoides.
Lesões brancas e lesões vermelhas: Biópsia!
• Manobras de inspeção Leucoplasia: placa predominantemente branca que
• Anamnese: traumas locais e hábitos (etiologia). apresenta questionável risco de transformação maligna
(4 a 6%), tendo excluído outras doenças ou desordens Síndrome de sturge-weber: angiomatose
conhecidas que apresentam risco aumentado para o encefalotrigeminal. Condição congênita não
câncer. Principalmente homens (9:1), acima dos 40 hereditária rara. Manchas “vinho do porto” ou nevo
anos, idade média de 60 anos. flâmeo, malformações vasculares, unilateral, ao longo
Diagnóstico diferencial: líquen plano, morsicatio, do nervo trigêmeo. Angiomas cerebrais, epilepsia
ceratose friccional, ceratose da bolsa de tabaco, (80%), retardo mental (54%), alterações oculares
estomatite nicotínica, leucoedema, nevo branco, (37%).
candidose pseudomembranosa, lúpus eritematoso Rx crânio: calcificações em “linhas de trem” (63%).
discoide. Diagnóstico de exclusão, biópsia de áreas Mucosa oral: áreas hiperplásicas avermelhadas.
menos homogêneas e mais irregulares. Candidose eritematosa: candida albicans
Leucoplasia verrucosa proliferativa: lesões tendem a (principalmente)medicamentos (atrófica aguda), estado
ser persistentes, multifocais, recorrentes e algumas imune (pós- rxt), idiopática (glossite romboidal
vezes localmente infiltrativas. A transformação mediana), perda dimensão vertical (queilite angular) e
maligna para carcinoma de células escamosas ou uso de próteses dentárias são determinantes. Iho /
carcinoma verrucoso pode ocorrem em mais de 80% antifúngico
dos casos. Gênero feminino, e os fatores de risco ** cuidados com a prótese: não higienizar com pasta
tradicionalmente atribuídos ao câncer de boca, como o de dente, higienizar com sabonete líquido transparente,
tabagismo e o etilismo, não estão presentes. deixar de molho em copo com água sanitária (1 colher)
dissolvida em água .
Lesões vermelhas da cavidade oral: Estomatite nicotínica: resposta ao calor (cachimbo) -
Eritroplasia: lesão vermelha com taxa de não relacionada aos agentes carcinógenos.
transformação maligna elevada, seu número pode ser Principalmente homens com mais de 45 anos.
subestimado devido a dificuldade de identificá-la. Queratinização do palato e inflamação das glândulas
Ocorre na faixa etária de meia idade e idosos, sem salivares menores. Reversível.
predileção por gênero. Palato mole, assoalho de boca e Língua geográfica: eritema migrans, glossite
mucosa jugal são os locais de acometimento mais migratória benigna, eritema areata migrans. Comum (1
comuns. Forte associação com tabaco e álcool. a 3% população), principalmente mulheres. Indivíduos
• leucoeritroplasia e eritroleucoplasia. atópicos? Psoríase oral?
Fatores de risco: radiação ultravioleta (vermelhão do Zona de eritema: atrofia papilas filiformes e
lábio inferior), microrganismos (treponema pallidum, inflamação (mucosa sensível/demarcação por área
candida albicans), hpv, trauma, cigarro/ álcool. branca). Localização variável (melhoram e recorrem
Características associadas a maior risco de em outra área). Assintomático ou sensação de
transformação maligna: leucoplasias maiores que queimação (corticoide tópico).
20mm, leucoeritroplasias e eritroplasias (80-90% cec),
forma não homogênea (especialmente a verrucosa Considerações finais: importância da boa anamnese,
proliferativa), presença de displasia epitelial à inspeção cautelosa da mucosa e conhecimento das
histopatologia (graus mais altos de displasia), patologias.
localização em assoalho bucal ou língua, paciente não
fumante, idade mais avançada. Efeito colateral de medicamentos na cavidade oral:
+ mulher, 35 anos, farmacêutica, sem nada digno de “qualquer resposta prejudicial ou indesejável e não
nota na história médica. História de ter sido intencional que ocorre com medicamentos em doses
contaminada pelo filho de 1 ano e 5 meses que teve normalmente utilizadas...” Oms
episódio com intervalos curtos de doença da mão, pé e
boca e estomatite herpética primária. Há dois meses Pontos importantes: fármacos podem causar uma
notou áreas eritematosas em bordo lateral direito de grande variedade de reações, portando devem ser
língua com áreas de nódulos brancos que se mantêm considerados como causas de quase toda reação
estáveis. Paciente nega etilismo e tabagismo e está cutânea inexplicada. A base do diagnóstico são os
amamentando. Realizada biópsia incisional após teste critérios clínicos, incluindo história detalhada de
terapêutico com nistatina e clob x para diminuir a fármacos prescritos e de venda livre. Interromper o
inflamação e possível contaminação secundária. Hd: fármaco causador suspeito e tratar os sintomas
leucoeritroplasia ou lesão facticial com inflamação e conforme necessário.
contaminação secundária associada.
Hemangioma: lesão benigna da infância. Crescimento, Alterações salivares:
proliferação endotelial, involução. Crianças (8 Queixa principal: xerostomia, hipossalivação ardência
primeiras semanas de vida região de cabeça e bucal.
pescoço). Acompanhamento. Queixas secundárias: halitose, formação de saburra
Malformação vascular: alteração nos vasos ao Candidose, sensibilidade, dificuldade para usar
nascimento (persistentes). Manchas “vinho do porto”. dentaduras, alterações do paladar.
Cirurgia, laser, crioterapia, esclerosantes, corticoide. Drogas relacionadas: antidepressivos, antipsicóticos,
clorexidina, anti-hipertensivos, anti-inflamatórios,
relaxantes musculares, anticolinérgicos, anti- diminui a taxa de mortalidade. Tratamento de casos
histamínicos, descongestionantes e antigripais, graves (unidade de queimados e em terapia intensiva).
antineoplásicos, antieméticos. Consultar um oftalmologista se os olhos forem
Estomatite de contato: as reações alérgicas na afetados. Considerar ciclosporina e, possivelmente,
odontologia, de modo geral, acontecem após uma troca plasmática para casos graves.
sensibilização prévia e reexposição do indivíduo ao
alergeno. Quantidade menor de saliva, menor proteção Conclusão: pontos importantes: fármacos podem
do meio, maior predisposição ao aparecimento das causar uma grande variedade de reações, eles devem
estomatites alérgicas. ser considerados como causas de quase toda reação
Produtos de higiene oral: lauril sulfato de sódio cutânea/mucosa inexplicada. Basear o diagnóstico
(aumenta a permeabilidade dos tecidos), pirofosfato e principalmente em critérios clínicos, incluindo história
hexametafosfato (clareadoras e anti-tártaro), detalhada de fármacos prescritos e de venda livre. A
aromatizantes (óleo de canela, menta, carvona), anetol maioria das reações a fármacos é resolvida pela
- (anis e erva-doce, 13 x mais doce que o açúcar), retirada do fármaco e não requer mais tratamento.
outras substâncias (clorexidina, própolis, peróxido de Quando possível, compostos químicos não
hidrogênio). relacionados devem substituir os fármacos suspeitos.
Pigmentação oral: Se não houver fármaco substituto e a reação é leve, é
Pigmentação por cloroquina: artrite reumatoide, lúpus necessário continuar o tratamento sob rigoroso
eritematosos, hepatite por ameba, malária. Diagnóstico controle apesar da reação.
precoce (envolvimento ocular, exame de fundo de olho
de 6 em 6 meses). Carcinoma:
Diagnóstico diferencial: doença de addison.
Hiperplasia gengival: anti-convulsivante fenobarbital. Carcinogênese: doença metabólica que se caracteriza
Metabolismo dos fibroblastos e do colágeno. Surge nos pela perda controle das divisões celulares e pela
6 primeiros meses. Higiene oral inadequada. capacidade de invadir estruturas orgânicas.
Hiperplasia gengival medicamentosa: inflamação Danos genéticos:
gengival, acúmulo de níquel (utensílios de cozinha, Carcinógenos físicos:
baterias níquel-cádmio, exposição industrial, óleos • radiação solar (raios ultravioletas- uv) = lesão dna e
hidrogenados, trabalhadores de cerâmica, permanentes imunossupressão.
a frio, soldas), congênita (gengivite fibromatosa • radiação ionizante= induz mutação.
hereditária), gravidez, adolescência, deficiência de Carcinógenos químicos:
vitamina c, leucemia, sarcoidose, neurofibromatose. • iniciação= fator iniciador/carcinogênico causa
Reação liquenóide: antidiabéticos, antifúngicos, dano(mutação). Células iniciadas latentes.
anticonvulsivantes. • promoção= estimula crescimento da célula que sofreu
Ulceração: medicamento sistêmico. Lesões bolhosas, mutação. Agente promotor (processo inflamatório
semelhante ao que ocorre no pênfigo vulgar, qualquer crônico/hormônios/fatores crescimento).
superfície da cavidade oral pode ser afetada. Múltiplas Carcinógenos biológicos: vírus dna/rna. Animais e
e dolorosas. seres humanos. Papiloma vírus humano
Eritema multiforme: fenobarbital, aas, alopurinol, (hpv), vírus epstein-barr (ebv), hepatite b (hbv).
amoxicilina, clorpromazina, dapsona, diclofenaco, Vírus incorpora seu material genético ao do hospedeiro
carbamazepina, enalapril, fluconazol, ibuprofeno e Célula imortal- inibição apoptose / ativação proto-
sulfonamidas. Lesão inicial extremidades planas/ oncogêneses (replicação celular).
arredondada/vermelho- escuro. Lesões alvo. Proliferação tumoral: proliferação ilimitada- células
Eritema multiforme menor: lábios/mucosa malignas- imortalidade- independência fatores
jugal/língua/assoalho de boca/palato mole. Placas inibitórios/ estimuladores ciclos celulares.
eritematosas, erosões/ulcerações, crostas hemorrágicas. Célula /tecido pouco diferenciadas: perda
Eritema multiforme maior (síndrome stevens-johnson): características morfológicas /funcionais.
sulfas, anticonvulsivantes e antibióticos. Mucosa • anaplasia, pleomorfismo celular e nuclear, células
ocular/genitália, lesões bucais/pele, cicatriz ocular tumorais gigantes, variação distribuição cromatina,
(simbléfaro). tamanho /números nucléolos variados, mitoses.
Eritema multiforme severo: necrólise epidérmica
tóxica. Droga, descamação difusa, idoso, feminino. Os Câncer: no latim caranguejo. Essa denominação
fármacos causam mais de 50% dos casos de ssj e até comum já ocorria entre os gregos, que também
95% dos casos de net, outros fatores etiológicos podem designavam o animal e o tumor com a mesma palavra:
ser: infecção, vacinação e doença do enxerto versus "karkínos" -, de onde proveio o nosso carcinoma.
hospedeiro. Se as características clínicas (lesões alvo Segundo galeno, o legendário médico romano, o nome
progredindo para bolhas, envolvimento ocular e de "câncer" foi dado à doença porque as veias
mucosas, sinal de nikolsky, descamação em folhas) intumescidas que circundam a parte afetada têm a
forem inconclusivas - diagnóstico confirmado por aparência das patas de um caranguejo; outros atribuem
biópsia (epitélio necrosado). O tratamento precoce
o nome a uma metáfora: o local do tumor é corroído exposição excessiva ou período prolongado ao
dolorosamente como se um caranguejo o devorasse.” componente ultravioleta da radiação solar. Atrofia da
Lesão e condição cancerizáveis: borda do vermelhão do lábio inferior, superfície lisa e
Lesão cancerizáveis- alterações teciduais- áreas pálidas com erupções. Escurecimento da margem
malignidade, pré-requisito. entre o vermelhão e a porção cutânea do lábio. Pode
Condição cancerizáveis- condição sistêmica- ulcerar com a progressão. Hiperqueratose.
manifestação bucal, atrofia mucosa bucal /redução Queilite actínica x carcinoma espinocelular: carcinoma
imunológica. espinocelular do lábio- lesões preexistentes de queilite
actínica.
Leucoplasia: lesão branca da mucosa bucal É a neoplasia maligna mais frequente do lábio 15% a
representada clinicamente por placa aderente que pode 40% dos casos de câncer bucal.
ser lisa, rugosa ou verrucosa, homogênea ou não, Indicativos de malignidade: área endurecida/ úlcera/
revelando, histologicamente, na grande maioria dos eritema persistente e áreas de hiperceratose. Qualquer
casos, hiperqueratose, paraqueratose ou uma dessas alterações é indicação para realização de
hiperparaqueratose, acompanhadas ou não de diversas biópsia.
outras alterações epiteliais, em especial, acantose, Fatores que influenciam prevalência e incidência:
espongiose e edema intracelular. Normalmente não gênero/idade/cor pele, localização anatômica,
regridem após eliminação de agentes irritantes exposição fatores de risco
crônicos detectáveis e sofrem transformação maligna, Fatores de risco: tabagismo, álcool, agentes biológicos,
quando não removidas cirurgicamente, em cerca de 6% condição dentária, status socioeconômico, dieta,
dos casos. Não removível por raspagem. trauma, agentes genéticos imunossupressão.
Diagnóstico: por exclusão
Tipos de apresentações clínicas: homogêneas, lisa ou Carcinoma células escamosas (cce)/ carcinoma
enrrugada, fissura ou rachadura, salpicada ou nodular, epidermóide (ce)/ carcinoma espinocelular (cec):
papulas, verrugosa proliferativa, pilosa. Origina no epitélio de revestimento (tecido epitelial
Diagnóstico diferencial: líquen plano hipertrófico, escamoso) = 90% neoplasia maligna bucal e
candidíase hiperplásica crônica, leucoedema, orofaringe.
queimadura química. • outros tipos histológicos carcinomas linfoepiteliais:
Agente etiológico: fumo, álcool, estresse. adenocarcinomas de glândulas salivares menores
(tecido glandular), sarcoma de kaposi, linfomas de
Eritroplasia: lesão macular ou em placa aveludada, de burkitt e melanomas (tecido linfóide).
coloração vermelha, para a qual não pode ser Carcinoma células escamosas (cce): 80-90% e demais
estabelecido um diagnóstico clínico específico. São neoplasias malignas 20%.
extremamente raras. Maior probabilidade displasia, Etiologia: tabagismo, etilismo, imunossupressão,
carcinoma. Etiologia desconhecida. Não removidas radiação ultravioleta, trauma/higiene oral deficiente,
raspagem. Avaliar extensão/espessura contorno, Hpv (16/18/31/33), fatores genéticos.
localização anatômica, lesões mistas (grave). Biópsia Carcinoma espinocelular: formas diferentes.
obrigatória. Grau de diferenciação celular (anaplasia é a falta de
Tratamento: remoção cirúrgica da lesão/remoção diferenciação celular): bem diferenciado (baixo grau,
hábito deletério (tabagismo/etilismo). tumor semelhante ao tecido de origem),
• homogênea: lesão vermelha, plana com bordas bem moderadamente diferenciado (alterações
definidas. intermediárias), pobremente diferenciado,
• homogêneas associadas: com áreas leucoplásicas. diferenciado/anaplásico (alto grau, tumor
• granular: elevada, bordas irregulares entremeando pleomórfico/sem semelhança).
áreas leucoplásicas. Localização anatômica: vermelhão dos lábios (30%),
bordo lateral língua (25%), assoalho de boca (20%),
Desordens potencialmente malignas: rebordo alveolar/gengiva/ palato mole.
Etiologia: irritação crônica deve ser evitada nas lesões Tempo de evolução: aspecto clínico, envolvimento
pré-malignas. tecidos adjacentes.
Atipia são alterações celulares: queratinização • aspecto clínico inicial: semelhantes as desordens
intraepitelial, aumento da atividade mitótica, potencialmente malignas, coloração avermelhada/
pleomorfismo celular /nuclear, alteração relação branca / branco- avermelhada/ acinzentada/ negra/
núcleo/citoplasma. azulada, ulcerada ou não/ pequeno nódulo ou saliência
tecidual/ úlcera rasa. Combinação destes aspectos-
Queilite actínica: queilo =lábio, ite = inflamação, pacientes de risco: etilistas /tabagistas crônicos.
actino= raio solar. São lesões semelhantes à • aspecto clínico endofítico: úlcera bordo elevado e
leucoplasia. Lábio inferior (descamação/ edema/ centro necrótico.
estrias transversais/ úlcera). Acomete principalmente • aspecto clínico exofítico: crescimento vegetativo
idosos, homens, pessoas de pele clara, pessoas com moriforme ou papilífero.
risco ocupacional. Vermelhão do lábio inferior/
Carcinoma vermelhão lábios: brancos, radiação Lesões vesículo bolhosas ulcerativas agudas:
ultravioleta/dano agudo (queimadura), trabalho ar gengivoestomatite herpética primária, úlcera
livre, queilite actínica, úlcera endurecida, pequena traumática, herpes labial recorrente estomatite aftosa,
(1cm), crescimento lento. gengivite ulcerativa necrosante, sífilis primária,
Carcinoma intra-oral: língua (ventral/ lateral posterior), síndrome de behçet, necrose anestésica.
assoalho bucal / palato mole e duro/ gengiva/ mucosa Uma úlcera aguda surge na cavidade oral e permanece
jugal e labial, gengival e alveolar (mucosa na cavidade oral durante uma curta duração,
ceratinizada). normalmente até 7 a 10 dias se a causa for eliminada.
Carcinoma orofaríngeo: palato mole / mucosa Lesões vesículo bolhosas ulcerativas crônicas: líquen
orofaríngea, diagnóstico tardio, dor, disfagia. plano erosivo, carcinoma de células escamosas,
penfigóide, granuloma traumático, lúpus eritematosos,
• neoplasias da cavidade oral: terço posterior da língua, pênfigo vulgar, tuberculose, sífilis terciária.
palato mole, úvula, tonsilas, parte mais superior da Aparecimento insidioso e permanece durante um longo
parede posterior da faringe, faringe, mucosa de período. A úlcera oral vai estar sujeita a irritação
revestimento dos lábios, mucosa jugal, trígono contínua devido à ação da saliva e da microflora oral o
retromolar, mucosas alveolares, dois terços anteriores que favorece a evolução de inflamatória aguda para
da língua, assoalho de boca, palato duro. ulcerada crônica. Período superior a 2 semanas é
Segundo inca, neoplasias malignas cavidade oral de considerada crônica.
localização primária acomete: os lábios, a cavidade Origem lesões erosivas e ulcerativas da mucosa bucal:
oral, as glândulas salivares e a orofaringe. reacional, bacteriana, fúngica, viral, imunológica,
medicamentosa, neoplásica, metabólicas, diversas.
Lesões erosivas e ulcerativas da mucosa bucal: Úlceras traumáticas ou reacionais: lesão comum,
causa-efeito, trauma mecânico ou químico, crônica ou
Patologia da mucosa e tecidos moles: aguda, acidental ou iatrogênica. Importância do
Alteração de superfície: lesões erosivas, ulcerativas, diagnostico diferencial. História do paciente,
vesiculares e bolhosas. História da doença atual (lesões localização, tempo de duração.
de pele, oculares, genitais, febre) história patológica • Etiologia: mordidas durante mastigação;
pregressa, história odontológica, história familiar e de traumatismos agudos sobre a região bucal; úlceras
hábitos. térmicas produzidas por alimentos excessivamente
Sintomas: dor nas articulações, fraqueza muscular, quentes (particularmente queijos); úlceras iatrogênicas
dispnéia. produzidas por peças de mão, remoção abrupta de
Anamnese: tempo e evolução, sintomas associados, rolos de algodão utilizados para isolamento relativo,
fatores desencadeantes, fatores de melhora ou piora, por aspirador de saliva inadequadamente colocado, por
uso de medicações e resposta terapêutica, uso de instrumental; úlceras pós-anestésicas em que o
fármacos nos últimos 30 dias, viagens recentes, paciente não alertado morde a região anestesiada
imunização, exposição a animais ou a picada, podendo provocar grandes ulcerações, particularmente
exposição a pacientes enfermos, contato desprotegido em crianças; ulcerações gengivais por escova dental;
com portadores de dst. ulcerações produzidas por aparelhos protéticos e
Abordagem diagnóstica para úlceras: o que chamou ortodônticos
atenção inicialmente? De que modo a úlcera • Lesões: únicas. Cobertas por membrana fibrinosa.
incomodou o paciente? Ela se modificou desde que foi Aspecto de superfície sangrante, crostosa ou
notada a primeira vez? Já teve úlceras semelhantes no eritematosa, esbranquiçada, presença ou não do halo
mesmo local ou em outro local? A úlcera precedeu ou eritematoso periférico. Reparo em 15 dias. Borda
acompanhou aspectos como dor, vesícula, ardência, lateral língua, mucosas livres em geral. História
formigamento? Estavam presentes outros sintomas no evolutiva ajuda no diagnóstico diferencial do
momento e que a úlcera se formou? carcinoma epidermóide.
Exame físico: inspeção (pele, cabelo, unha, mucosas), Lesões traumáticas facticiais: caracterizam-se por
palpação (espessura, umidade, volume, consistência), ações de auto injúria que resultam em danos físicos por
característica das lesões, distribuição, morfologia, trauma. Não acidental. Desordens psiquiátricas ou
forma de apresentação, presença de secreção purulenta, emocional. Principalmente mulheres. Língua, mucosa
sanguinolenta, prurido ou dor, forma, borda, cor, jugal e lábios.
localização, distribuição, tamanho, superfície.
Úlcera aftosa recorrente (uar) ou estomatite aftosa
Lesões ulceradas: a semelhança entre a afta (lesão da recorrente (ear): Lesões ulcerativas em regiões pouco
mucosa bucal de maior ocorrência e absolutamente queratinizadas da mucosa oral, que podem variar de
benigna) e o carcinoma epidermoide (uma lesão mais tamanho, tempo de duração e forma de cicatrização.
grave) exige extremo cuidado na observação e no Não se conhecem os fatores que causam a afta (perda
conhecimento do comportamento clínico de cada de equilíbrio imunológico). Origem estomacal ou
doença para definir o diagnóstico. decorrente de acidez são hipóteses desprovidas de
qualquer fundamento científico.
Manifestações clínicas visíveis da lesão: que causem a imunossupressão (corticoterapia
Dia 1- eritema localizado e uniforme, que aos poucos sistêmica, quimioterapia) vão desenvolver sua forma
se torna mais vermelho. atípica e acometer a mucosa livre como língua, mucosa
Dia 2- dor se intensifica e surge no local uma úlcera jugal, gengiva livre.
arredondada de contorno regular e uniforme, medindo Tratamento herpes: anestésicos tópicos (xilocaína),
não mais que 3 mm de diâmetro, com halo analgésicos por via oral ou parenteral (dependendo do
eritematoso, exsudato acinzentado ou amarelado na número de lesões, da área atingida e da
porção central, única ou múltipla. Severidade da lesão), quimioterápicos (aciclovir ou
A úlcera manifesta-se sempre em mucosas pouco valaciclovir, infecção primária grave (herpes neonatal/
queratinizadas, ou seja, pouco espessas, como a do imunocomprometimento grave aciclovir, 5mg/kg dose
soalho da boca, a jugal, a labial, o ventre da língua e o de 8/8 horas ou aciclovir 200mg 5 x ao dia ou 800mg 2
palato mole. O paciente refere intensificação da dor e x ao dia por 5 dias ou mais), vitamina c (em
ardor quando provocado ou de forma espontânea. comprimidos por via oral em dosagens de 2 a 4 g
Úlcera aftosa menor: ulceração única ou múltipla, diárias, por longos períodos), lisina, preventivo.
superficial, de contorno arredondado, com diâmetro Sífilis (lues): treponema pallidum, transmissão venérea
variável entre 2 e 10 mm, mucosa de revestimento, não ou vertical, adultos jovens
queratinizada, da mucosa bucal. A reparação tecidual Primária: 2-3 semanas após a infecção; pápula com
inicia-se entre quatro e sete dias a partir do ulceração central (cancro duro); área genital e ânus;
aparecimento clínico da lesão episódios de repetição e lábio, língua; linfadenopatia; cicatriza em 3 a 8
sintomatologia dolorosa. As úlceras aftosas menores semanas; sorologia negativa.
geralmente duram de 7 a 10 dias e cicatrizam sem a Secundária: 4-10 semanas após infecção inicial
formação de cicatriz. Cicatrização final entre 10 e 14 sintomas sistêmicos. “rash” mucocutâneo roseóla
dias. sifilítica. Boca: “placas mucosas”. Remissão
Úlcera aftosa maior: úlcera rasa, contorno regular e espontânea (3-12 semanas). Sorologia positiva. Mais
uniforme, cerca de 3 mm, halo eritematoso ao redor, frequentemente as lesões bucais envolvem língua,
mucosa pouco queratinizada. Em geral a afta maior é lábio, mucosa jugal e palato.
múltipla e pode atingir mucosas mais queratinizadas. Latência: sem sinais/sintomas; meses a anos.
Seu curso é relativamente longo, por ser mais profunda Terciária (tardia): 30% dos casos. Sistema
e mais extensa. Muitas vezes o local se repara após cardiovascular (aneurisma, doença cardíaca), snc,
cerca de 15 a 20 dias. Considerada como uma forma osteomielite, articulações. Goma sifilítica (perfuração
clínica mais agressiva, mais profundamente situada, palatina). Glossite sifilítica. As lesões ocorrem mais
dor intensa. frequentemente em língua e palato e, neste último, a
Úlcera aftosa herpetiforme: não tem a presença da ulceração e a necrose podem provocar perfurações,
vesícula prévia, mais rara (5% dos casos), ulcerações levando a comunicações buconasais ou bucossinusais
rasas, múltiplas, de pequeno diâmetro, (1 a 3 mm), Congênita: transmissão vertical, jonathan hutchinson
mucosa bucal. Semelhantes lesões bucais do herpes (tríade de hutchinson), queratite intersticial, surdez,
simples síndrome de behçet. Múltiplas ulcerações de anomalias dentárias (incisivos de hutchinson, molares
perfil ovalado, centro amarelado, superficial e halo em amora), nariz em sela, rágades. Ulceração,
eritematoso regular envolvente. infiltrado perivascular e perineural de plasmócitos;
granulomas, impregnação pela prata (warthin-starry),
Infecções e manifestações bucais que fazem esfregaço (microscopia de campo escuro), vdrl, rpr;
diagnóstico diferencial com lesões vesiculo bolhosas: fta-abs e tpha, penicilina v (2.400.000 ui).
sífilis, tuberculose, herpes, herpes zoster.
Herpes simples: Os casos brandos geralmente se Alterações sistêmicas com repercussão bucal
resolvem dentro de 5 a 7 dias; os casos graves podem diagnóstico diferencial:
persistir por 2 semanas. Vitamina c: os sinais de deficiência após cerca de 4 a 6
Herpes x afta: além de eritema prévio, na afta não se meses de baixa ingestão. Hipovitaminose concentração
observa qualquer outro sinal, como vesículas ou plasmática menor de 0,4mg/dl. Os primeiros sintomas
bolhas. Esse simples fato já pode destacar a afta de incluem manifestações dermatológicas, anemia,
outras lesões, como herpes. Vesículas em fundo artralgia, fadiga e alterações de humor. Os sintomas de
eritematoso na mucosa, na semimucosa e na pele do início tardio podem incluir hemólise, neuropatia e
lábio, em geral próximo à comissura. Essas vesículas convulsões. Inflamação nos tecidos de proteção,
se juntam formando bolhas que se rompem, dando aumento da permeabilidade da barreira gengival no
lugar a ulcerações que, na pele do lábio, formam sulco gengival, mobilidade nos tecidos de sustentação,
crostas e, na mucosa, formam úlceras de pequenas hemorragia e perda dentária.
dimensões, circulares, umas próximas das outras, em Escorbuto: concentração plasmática da vitamina é
grupos isolados de 4 a 7 lesões. O relato de surtos inferior a 0,2mg/dl. Hemorragia perifolicular, fadiga,
antecedentes é de grande valia para auxiliar o clínico a fraqueza difusa do tecido conjuntivo e fragilidade
reconhecer os sinais e sintomas. Pacientes capilar. Linha do escorbuto. Inflamação da língua
imunossuprimidos ou fazendo uso de medicamentos
(glossite), com áreas de eritema e hemorragia petequial não é comum e está associado a prognóstico ruim
submucosal. (paralisia e demência grave). Podem ter alterações no
Hipovitaminose C: sistema cardiovascular, gastrointestinal, hematológico,
• Fatores de risco: deficiência de ferro, cirurgias, pulmonar, muscular, renal.
queimaduras, deficiências proteicas, uso de
anticoncepcionais, aspirinas e barbitúricos 60mg. doença de cronh: acomete qualquer região do trato
Inibidores da bomba de prótons, doenças febris, gastrointestinal (do ânus até a boca). Condição
doenças inflamatórias ligadas a diarreia. inflamatória (possivelmente mediada de forma
Hipertireoidismo, baixo nível socioeconômico, imunológica); etiologia idiopática. Afeta mais
tabagismo, transtorno por uso de álcool. comumente a porção distal do intestino delgado e do
• Diagnóstico: os exames laboratoriais nem sempre são colo proximal. Casos familiares sugerem fator
eficazes para determinar o diagnóstico de escorbuto. O genético. Adolescência doença se torna evidente
nível de ácido ascórbico plasmático pode ajudar a havendo outro pico de diagnóstico após 60 anos. Afeta
estabelecer o diagnóstico, mas esse nível tende a sítios extra intestinais, pele, olhos e as articulações.
refletir a ingestão alimentar recente, em vez Lesões orais podem preceder as lesões gastrointestinais
Dos níveis reais de vitamina c nos tecidos. em 30% dos casos envolvimento oral e
Anemias: gastrointestinal. Há relatos de que o tabagismo pode
• Sintomas gerais: fadiga, fraqueza, falta de ar, tontura agravar a doença de crohn. As lesões orais podem
e palidez. Cefaléia. Tontura, vertigens e zumbidos; desaparecer com o tratamento do processo
palpitações; diminuição da libido; alteração do humor; gastrointestinal, ocasionalmente ulcerações orais
incapacidade de se concentrar. Sintomas incomuns na persistentes podem ser tratadas com corticoides tópicos
deficiência grave de ferro: picafagia, um desejo ou intralesionais.
anormal de ingerir substâncias (gelo, barro, tinta). Sintomas gastrointestinais: cólicas abdominais com
Síndrome das pernas inquietas: impulso de mover as dor e diarreia e febre ocasional, perda de peso, pode
pernas durante períodos de inatividade. ocorrer anemia ocasionando diminuição do
• Sinais: glossite, queilite unhas côncavas crescimento e baixa estatura.
(coiloníquia). Diagnóstico: confirmado pelo exame histopatológico
Ferropriva: perda de sangue, má absorção é menos (da mucosa intestinal ou oral) mostrando inflamação
comum, insuficiência renal crônica em hemodiálise, granulomatosa não necrosante do tecido conjuntivo
baixos níveis de ferritina e ferro sérico. submucoso.
Perniciosa ou a megaloblastica: deficiências de Doenças digestivas de repercussão na saúde bucal:
vitamina b12 e folato. Causas para deficiência de Dentista deve estar atento à sinais e sintomas das
folato doença celíaca e alcoolismo e b12 anemia principais doenças gastrointestinais (se necessário
perniciosa secundária a autoanticorpos (gastrite solicitar avaliação médica), medicações em uso (ex:
atrófica autoimune). corticosteroides dependendo da dose em uso pode
suprimir a função das glândulas suprarrenais reduzindo
Síndrome de behçet/síndrome adamantiades: a tolerância ao stress), que pode ou não ser prescrito
Doença sistêmica que apresenta ulceração aftosa para esse paciente (anti-inflamatórios não esteroides).
recorrente: Combinação de inflamação ocular crônica e
ulcerações orogenitais, desordem multissistêmica Pênfigo e penfigoide: Manifestações bucais doenças
(gastrointestinal, cardiovascular, ocular, snc, articular, dermatológicas.
pulmonar e dérmica), imunodisfunção vasculite, Pênfigo: vulgar, vegetante, eritematoso, foliáceo (é
prevalência mais alta oriente médio e japão, adulto uma dermatose mucocutânea). Mucosa bucal
jovem, primeira manifestação ocorre entre 25 e 75% (palato/lábios/ventre lingual/gengiva), adultos jovens,
dos casos na boca. dor, erosões /ulcerações, pele, nasal, faringe, laringe,
Critérios que auxiliam a diferenciar as ulcerações orais anogenital, rara, morbidade 5 a 10%.
recorrentes da síndrome: apresentar ulcerações orais Afeta mucosa bucal, autoimune (desmossomos),
recorrentes (pelo menos 3 vezes no período de 12 bolhas intraepiteliais, acantólise (células tzanck).
meses). 6 ou mais ulcerações palato mole, orofaringe Sinal de nikolsky: positivo bolha pode ser induzida na
(locais mais raros pra aftas). As lesões individuais pele aparentemente normal, com firme pressão lateral.
variam no tamanho, possuem bordos elevados e Tratamento pênfigo vulgar: início precoce, doença
circundadas por eritema difuso. associada com outros sistêmica (tratamento sistêmico).
dois critérios: Ulcerações genitais recorrentes, lesões Penfigóide: etiologia não definida, curso crônico e
oculares, lesões cutâneas, teste de patergia positivo (40 benigno, sexo feminino / 4a e 6a décadas da vida.
a 80% dos pacientes). • Tratamento: corticoesteróide tópico (lesões bucais).
Outras complicações: oculares secundarias (catarata, Higiene adequada e protetor labial (lesão gengival).
glaucoma, neovascularização da íris e retina), artrite é Corticosteroide sistêmico e imunossupressor (lesão
uma das manifestações mais comuns, autolimitada e ocular progressão). Dapsona(sulfa). Tetraciclina.
não deformante (joelhos, punhos, cotovelos, Cicatricial (benigno mucosa): 2x comum pênfigo
tornozelos). Envolvimento do sistema nervoso central vulgar, mucosa conjuntiva perda visão, prolongado e
progressivo, adultos 50/60 anos, vesículas/bolhas, Única ou múltiplas, tecido fibroso e firme, vestibular
gengivite descamativa. superior e lingual inferior, região anterior maxilares,
Bolhoso: pode ou não acometer as mucosas (incomum acima dos 50 anos, predileção sexo feminino.
na mucosa oral), lesão autoimune comum, limitado, Palato duro, prótese total, coloração rósea,
60/80 anos, prurido precoce, bolhas pele, pedunculada ou pediculada.
normal/eritematosa/crosta, cicatrizes. Etiologia desconhecida. Crescimento de tecido
reacional que usualmente, embora nem sempre,
+ Diagnóstico diferencial: desenvolve-se abaixo da prótese total. Má adaptação
Afta: lesão ulcerada muito frequente, áreas pouco da prótese total, câmara de sucção, má higienização,
queratinizadas da mucosa bucal, soalho da boca e uso diário prótese total.
mucosa labial, rara no palato duro e gengiva inserida, Hiperplasia papilar inflamatória (papilomatose por
em geral é recidivante. dentadura): excisão parcial ou total da lesão,
Úlcera traumática: úlcera única, profunda, de contorno curetagem, eletro cirurgia, crio cirurgia.
irregular e dimensões variadas, proporcionais ao Lesões iniciais: remoção da prótese total, terapia
traumatismo, é mais extensa do que a afta. tópica/sistêmica antifúngico.
+ Quando biopsiar uma lesão ulcerada: úlcera de causa Lesões avançadas: excisão tecido hiperplásico, troca
desconhecida que permanece por um período superior da prótese.
a 2 semanas sem sinal de cicatrização. Úlcera de Granuloma piogênico: representa uma resposta
etiologia/fatores precipitantes possivelmente conhecida tecidual a uma irritação local ou trauma. Lesão
(após exame clínico e realização de testes de comum, semelhante tumor, não neoplásica. Massa
diagnóstico) que não responde ao tratamento/ou plana, lobular, pediculada, ulcerada, rosa, vermelha ou
remoção dos fatores após 2 semanas de início dele. roxa, indolor, crianças e adultos jovens, gengiva, lábio,
+ Conduta clínica antes de iniciar a terapia língua, mucosa jugal.
medicamentosa: identificar e remover/controlar fatores Granuloma piogênico ou tumor gravídico: estrogênio e
locais e sistêmicos antes de iniciar a progesterona. Excisão cirúrgica e em caso de gravidez
Terapia, orientar sobre a importância de investir na postergado pós-parto.
redução do stress, eliminar trauma oral ou hábitos Estética, mastigação, fonação.
(morder mucosa jugal), excluir determinados alimentos Epúlide granulomatosa: crescimento hiperplásico de
da dieta e fármacos causadores de ulceração devem ser tecido de granulação na região do alvéolo após a
descontinuados. A deficiência de vitaminas ou ferro extração, semelhante ao granuloma piogênico que
deve ser corrigida caso se verifique essa depleção. representam uma reação dos tecidos de granulação
Aos sequestros ósseos no alvéolo dentário.
Hiperplasias reacionais e doenças das glândulas Granuloma periférico de células gigantes (epúlide de
salivares: células gigantes): mandíbula, 2cm, massa nodular
vermelha ou vermelha azulada, séssil ou pedunculado,
Hiperplasia: aumento de células em um órgão ou 5a e 6a década, feminino, crescimento semelhante
tecido tumor, relativamente comum. Lesão reacional
Hiperplasias reacionais: lesões relativamente comuns provocada por agentes irritantes locais e traumas,
cavidade bucal, crescimento tecidual inflamatório recidiva 10% casos.
(células iguais, células origem, células inflamatórias). Lesão de tecido mole- reabsorção em forma de taça no
Trauma crônico (frequência, intensidade). 1cm osso alveolar subjacente.
diâmetro aproximadamente 3 meses. Remoção agente Fibroma ossificante periférico: crescimento gengival
etiológico- lesão proliferativa controlada. relativamente comum, de natureza reacional, produto
Aspecto clínico nodular: fibrosa, coloração rósea, mineralizado originário de células do periósteo ou do
eritematosa, ulcerada, sangramento, flácida, ligamento periodontal. Recidiva 16%, exclusivamente
assintomática. gengiva (papila interdental), maxila (incisivos e
Tratamento: biópsia excisional. caninos), massa nodular, pedinculada ou séssil,
Fibroma ou hiperplasia focal: fibroma periférico vermelho a róseo, adolescentes e adultos jovens (10-19
consiste em uma massa hiperplásica reacional (tecido anos), feminino. Excisão cirúrgica, dentes adjacentes
conjuntivo da submucosa ou do ligamento raspados.
periodontal). Rara recidiva. Mucosa jugal, mucosa Hiperplasia gengival medicamentosa: crescimento
labial, língua e gengiva. Nódulo rosa e lisa, 1,5 cm, 4º anormal tecido gengival secundário uso de
e 6ª década, assintomático, mulheres. medicamento. Mais grave em crianças e adolescentes,
Hiperplasia fibrosa inflamatória (epúlide fissurada): é início após 3 meses utilização droga, papila
uma hiperplasia de tecido conjuntivo fibroso, interdental, anterior, vestibular. Susceptibilidade
semelhante a uma neoplasia, que se desenvolve em paciente associado ao nível de higiene oral.
associação às bordas de uma prótese total ou parcial Fenitoína, nifedipina (pacientes jovens), ciclosporina
mal adaptada. (todas faixas etárias).
Tratamento: suspensão ou substituição medicamento.
Limpeza profissional, reavaliações frequentes e
controle de placa bacteriana. Gengivectomia e controle Contraindicação: pacientes com sensibilidade a iodo e
de placa bacteriana rigoroso. infecção salivar aguda.
Fibromatose gengival (elefantíase gengival): é um Sialodenite: é a inflamação da glândula por infecção
crescimento gengival lento e progressivo, proliferação bacteriana ou infecção viral (caxumba). As infecciosas
do colagenoso do tecido conjuntivo fibroso gengival. são as que tem comprometimento da glândula
Aumento gengival até 20 anos, associado decídua e (processos patológicos crônicos, síndromes, redução
permanente, generalizada ou localizada, prevalência de fluxo salivar).
tuberosidade maxilar com espessamento palato, • Tratamento: hidratação intravenosa,
gengiva firme, coloração normal, lisa ou pontilhada antibioticoterapia, analgésico. Inflamações recorrentes
Tratamento: gengivectomia, higienização rigorosa, (danos irreversíveis a glândula): indicação de excisão
extração em casos severos. cirúrgica.
Familiar (autossômica dominante): pode ter associada Neoplasias de glândulas salivares: ligada ao grau de
hipertricose, retardo mental, epilepsia, hipotireoidismo, comprometimento, a capacidade que essas células têm
deficiência no hormônio do crescimento. Consistência em se multiplicar e atingir outros sítios anatômicos.
firme, coloração normal e sem sangramento. Podem ser benignas ou malignas. Glândula parótida
Isolada ou relacionada a síndromes. mais acometida. Relativamente incomuns,
Idiopática (etiologia indefinida). comportamento clínico variável, adultos.
Tratamento: cirúrgico, radioterapia e quimioterapia,
Doenças das glândulas salivares: reconstrução e reabilitação.
Retenção de muco: Neoplasia benigna:
Mucocele: ruptura de ducto salivar por trauma com Adenoma pleomórfico: tumor benigno que
extravasamento de saliva para tecidos circunjacentes. corresponde a 2/3 de todas as neoplasias de parótida e
Formação de pseudocisto. Lábio inferior e mucosa o mais frequente em todas as outras glândulas
oral. salivares. Segundo tumor mais frequente em crianças
• Aspectos clínicos: tumefação em forma de cúpula (hemangiomas), tem uma cápsula fibrosa bem definida
semelhante vesícula acinzentado (extravasamento de (recidiva), 90% dos casos acometem o lobo superficial
sangue), preenchida por muco. Conteúdo viscoso e da glândula, sendo 80% na sua porção inferior,
flutuante. tumores bilaterais são extremamente raros.
• Tratamento: excisão cirúrgica da lesão e glandular Tratamento: parotidectomia superficial com ressecção
associada, taxa de recidiva de 15 a 30%. do tumor com margem cirúrgica de glândula normal,
Rânula: lesão comum da glândula sublingual recorrência tumoral frequente de maneira multilocal
(mucocele do assoalho da boca). Retenção de muco ao (10 a 15 anos após a ressecção inicial. Reoperações
sistema ductal da glândula/extravasamento mucoso põem em risco o nervo facial), radioterapia no
pela ruptura ductal. tratamento de múltiplas recorrências.
• Aspectos clínicos: tumefação azulada, flutuante com Exostoses (tórus palatino): são protuberâncias de osso
forma de cúpula, lateralmente a linha média, simples normal, localizado, que se originam na cortical óssea.
ou mergulhante. Plano, alongado ou nodular.
• Tratamento: marsupialização, excisão da glândula Neoplasia maligna:
sublingual. Carcinoma mucoepidermóide: tumor maligno mais
Obstrução de ducto: comum de parótida (15% dos tumores de parótida) e o
Sialolitíase: estruturas calcificadas no interior do segundo mais frequente em submandibular. 4º e a 6ª
sistema ductal salivar. Deposição de sais de cálcio ao décadas. Crescimento lento em meses ou anos, com
redor de restos orgânicos (muco, bactéria, células Discreta predominância feminina. 7% dos casos os
epiteliais do ducto). Duas vezes mais comum em pacientes têm paralisia facial periférica. Massa bem
homens com maior incidência entre 30 e 50 anos. Nas circunscrita, parcialmente encapsulada.
glândulas submandibulares 85% dos casos (questão Adenocarcinoma: mais comum nas glândulas salivares
anatômica). menores, seguidos da glândula parótida. Predileção
• Aspectos clínicos: dor e/ou tumefação da glândula gênero feminino, palato
desenvolvido especialmente durante as refeições, Diagnóstico diferencial: adenoma pleomórfico e
massa dura submucosa (sialolito), progressão até que carcinoma adenóide cístico.
ocorra obstrução total e/ou infecção da glândula, Tratamento: terapia inicial (excisão cirúrgica
cronificação (atrofia das células secretoras da glândula completa), esvaziamento cervical em casos de
envolvida). metástases evidentes, radioterapia (controle em longo
• Tratamento: sialolitos pequenos, tratamento prazo).
conservador (ordenha da glândula), sialogogos Carcinoma adenoide cístico (cac): mais comum nas
(artifícios que aumentam o fluxo salivar), calor úmido glândulas salivares menores, seguidos da glândula
e sialolitos grande remoção cirúrgica (próximo a saída parótida. Palato duro,
do ducto) ou remoção da glândula. Idade média 45 anos, são lesões geralmente pequenas,
• Exames: por imagem (radiografia convencional, infiltrativas, ulcerada, invasão perineural, crescimento
radiografia oclusal, panorâmica) e sialografia.
lento da lesão primária, recidiva, seguimento a longo doenças e diagnóstico diferencial, avaliação da
prazo é mandatório, mau prognóstico em longo prazo. necessidade de exames complementares adicionais,
Tratamento: terapia inicial (excisão cirúrgica completa conduta para definir diagnóstico final, planejamento
+ radioterapia), esvaziamento cervical em casos de terapêutico.
metástases evidentes, radioterapia (controle em longo Abscessos dentoalveolares, osteomielites agudas e
prazo). crônicas, periostites: quadros agudos (dor intensa,
supuração, radiolucência difusa).
Aspectos importantes para formulação das hipóteses de Cistos e pseudocistos: lesões radiolúcidas
diagnóstico: lesões únicas ou múltiplas, localização, circunscritas, expansiva ou não, limites definidos.
trauma, lesão conteúdo líquido ou sólido, episódio Lesões fibro-ósseas: comportamento autolimitante e
único ou recidiva, associação com doenças sistêmicas, evolução de uma fase osteolítica para uma fase
lesões causadas por uso de medicamentos, alteração osteoblástica (local ou sistêmico).
salivar, aumento de volume. Neoplasias: lesões radiolúcidas circunscritas,
• Exame clínico e semiotécnico: expansivas, limites definidos (benignas) ou lesões
• Anamnese: a queixa principal, a duração, e a história radiolúcidas irregulares, margens difusas, desconforto
da doença deve ser enfatizada nos pacientes (malignas).
acometidos por doenças das glândulas salivares.
• Exame físico rigoroso: exame físico intra e
extrabucal possibilitam verificação da coloração das
mucosas ou da pele que recobre a glândula, a
localização da lesão e sua relação anatômica com as
glândulas salivares, a análise dos duetos excretores
destas glândulas, se existe aumento de volume,
aumento da temperatura local, presença de secreção
purulenta, integridade dos tecidos de revestimento que
recobrem a glândula.
• Palpação: presença de secreção através da manobra Avaliação geral do aspecto radiográfico:
de "ordenha" que é realizada através da palpação • osteolítico ou radiolúcido (uni ou multilocular).
digitopalmar consistência endurecida (neoplasia • osteoblástico ou com radiopacidades (focal, difusa,
maligna) consistência borrachóide (neoplasias em flocos, em vidro despolido, homogênea, total, em
benignas). Presença de lesões flutuantes, como os raios de sol etc.).
abscessos as rânulas e os mucoceles. Dor presença Avaliação da necessidade de exames complementares
processos infecciosos. adicionais.
• Exames complementares: exames por imagem + o forame incisivo pode apresentar-se maior que o
(radiografia ou ultrassonografia) ou aspiração por tamanho usual, o que pode ser um fator dificultante na
agulha fina (cintilografia). sua diferenciação em relação a um pequeno cisto. Uma
Lesões reativas: fenômeno de extravasamento de imagem radiotransparente na região nasopalatina, com
muco, cisto de retenção mucoso, sialometaplasia 6 mm ou menos, pode ser, portanto, considerada um
necrosante. forame. A etiologia do cisto do ducto nasopalatino
Sialoadenite infecciosas: parotidite endêmica pode ser devida à ocorrência de um trauma ou de uma
(caxumba), sialodenite bateriana, síndrome de sjögren. infecção.
Neoplasias: benignas (adenoma pleomórfico ou tumor
de warthin) e malignas (carcinoma mucoepidermóide, Cistos odontogênicos:
adenocarcinoma, carcinoma adenocistico). Cisto radicular (residual):
Origem: formação de um cisto a partir do epitélio no
Lesões intraósseas dos maxilares: ápice de um dente não vital, estimulado pela
• cistos: odontogênicos ou não odontogênicos. inflamação. Dente não responde ao teste pulpar.
• tumores: odontogênicos ou não odontogênicos. Radiografia: perda da lâmina dura ao longo da raiz.
• neoplasia maligna: local, neoplasia metastática. O Imagem radiolúcida em sítio de extração dentária
carcinoma espinocelular (cec) representa cerca de 80 a prévia.
90% de todas as neoplasias malignas que afetam a Predileção: 4a e 5a década de vida.
cavidade oral. Cisto dentígero (folicular):
Origem: separação do folículo que circunda a coroa de
Dinâmica do diagnóstico: as lesões dos tecidos de um dente não erupcionado. Aderido ao dente pela
superfície, o raciocínio diagnóstico tem como base as junção amelocementária.
lesões fundamentais, no tecido ósseo, o aspecto Predileção: pacientes jovens (10 a 30 anos).
radiográfico é fundamental. Tratamento: enucleação da lesão + remoção do dente
• avaliação geral do aspecto radiográfico, correlação (ou deixar o dente erupção possível).
com os grandes grupos de patologias, análise das Conforme conklin & stafne, o cisto dentígero apresenta
variáveis clínicas do caso, restrição dos grupos de um halo radiolúcido de 2,5mm de espessura, ou mais,
envolvendo a coroa dental. Por outro lado, quando este desenvolvendo fístulas extrabucais e fraturas
halo é menor, representa um folículo pericoronário. Da patológicas. Manifesta-se por dor intensa, exposição
mesma forma, de acordo com varoli et al., maroo e óssea e febre alta.
white & pharoah, pode-se considerar que a imagem Osteíte condensante: osteíte esclerosante,
radiolúcida seja característica de um cisto dentígero osteoesclerose idiopática ou osteomielite crônica
quando a observação radiográfica do espaço esclerosante. Ocorre em casos de resistência tecidual.
pericoronário for igual ou exceder 2,5mm e, se for Cessado o agente causal, por tratamento endodôntico
menor, pode ser considerada característica de um ou exodontia, a lesão regride, mas, às vezes, deixa área
folículo pericoronário. residual persistente, denominada osteoesclerose.
Queratocisto odontogênico: grande potencial de Diagnóstico: clínico e radiográfico.
crescimento; alto índice de recidiva; pode ter Diagnóstico diferencial: osteoma, cementoblastoma,
associação com síndrome de gorlin-goltz. odontoma, hipercementose.
Origem: restos celulares da lâmina dentária. Osteonecrose dos maxilares: osso não é renovado!
Predileção: pacientes jovens (10 e 40 anos). Relacionadas aos medicamentos: classe de
Crescimento pela medular, sem expansão óssea medicamento inibe ação osteoclastos. Paciente tratados
Síndrome de gorlin-goltz: autossômica dominante, com bisfosfonato por via endovenosa não são
múltiplos carcinomas basocelulares, cistos candidatos a implantes osseointegrados, devido à via
epidermóides, alterações das costelas, disqueratose de administração, a absorção no organismo é mais
palmoplantar, queratocistos múltiplos. intensa comparada à ingestão por via oral, além de que
Cisto periodontal lateral as drogas intravenosas são mais potentes e ficam
Odontogênico calcificante alojadas no osso por período de tempo maior.
• osteonecrose associada à bifosfonatos: tratamento de
Cistos não odontogênicos: doenças perda de mineral; osteoporose, doença de
Cisto do seio maxilar paget, metástases ósseas; metabolismo
Cisto nasolabial Osteoclastos e osteoblastos; diminuição da
Cisto nasopalatino remodelação óssea e angiogênese; mandíbula; áreas de
pressão, abscesso, exodontia, implante, grampo,
Pseudocistos: endodontia= lesão ao osso.
Cisto ósseo simples (traumático) Fatores de risco: idade/ uso corticóide/drogas
Cisto ósseo aneurismático quimioterápicas/diabetes/tabagismo/álcool/má
Defeito ósseo de stafne higiene/uso de drogas por mais 3 anos.
Tratamento: 3 meses antes e 3 meses depois
Outras alterações inflamatórias: procedimento debridamento (remoção do osso com
• 1983: a osteonecrose foi descrita pela primeira vez área de segurança= aumento da necrose), oxigênio
como consequência da radiação ionizante usada no hiperbárico (não tem sido benéfico), uso de clorexidina
tratamento de tumores malignos. Mais tarde, verificou- 0,12% 2x ao dia.
se que a osteonecrose era resultado do uso continuado Radiografia: zonas radiolúcidas de dimensões
de alguns medicamentos da classe dos bisfosfonatos variáveis entremeadas com zonas radiopacas, contorno
(bfs). irregular e, eventualmente, sequestros ou fraturas
• 2019: revisão de literatura para identificação de casos patológicas.
de osteonecrose de maxilares em indivíduos recebendo Periostite proliferativa
bisfosfonatos por indicações diversas. Os autores
observaram que a maioria dos pacientes com necrose Lesões de céls gigantes:
apresentava uma condição sistêmica alterada e fazia Lesão central de células gigantes: proliferação benigna
uso de outras medicações. de fibroblastose células gigantes multinucleadas que
Osteomielites: processo inflamatório progressivo ocorre quase exclusivamente nos maxilares. Estas
agudo, subagudo ou crônico que envolve o osso. lesões tendem a envolver os maxilares anteriores com
Má circulação, fibrose de radiação, vasculopatias de eventual extensão através da linha média. Raramente,
pequenos vasos, displasias cemento-ósseas. Infecções as lesões envolvem a parte posterior dos maxilares,
locais (periapicais, pericoronais, alveolites, fraturas) ou incluindo o ramo e o côndilo mandibular. Resposta
sistêmicas (essencialmente por via hematogênica). reparadora à inflamação e hemorragia intraóssea, o foi
Osteorradionecrose: tipo de osteomielite que pode se considerado à gccg uma lesão reativa. O gccg
desenvolver após radioterapia em neoplasias malignas tipicamente produz expansão ou tumefação
na região de cabeça e pescoço. A radiação em altas assintomático, e corticais adelgaçadas, mas raramente
doses causa redução do conteúdo celular e vascular do perfuradas.
tecido ósseo, propiciando necrose tecidual e baixa Radiografia: área radiolúcida multilocular, margem da
resistência à infecção. A mandíbula é mais afetada que lesão relativamente bem demarcada.
a maxila. O tecido ósseo expõe-se muitas vezes em Tumor marrom do hiperparatireoidismo
grande extensão, havendo supuração, sequestros e
necrose, assumindo coloração cinza-amarelada e Alterações metabólicas:
Doença óssea de paget tecido odontogênico, hematopoiético, ou
Hiperparatireoidismo representarem metástases de lesões em outros órgãos.
Neoplasias ósseas malignas: crescimento rápido,
Lesões fibro-ósseas benignas: grupo de lesões provocando deformidade, aumento de volume e,
caracterizadas pela substituição de osso normal por frequentemente, destruição de corticais, extensão aos
tecido fibroso e material mineralizado neoformado. tecidos moles e sintomatologia dolorosa. Os dentes na
Displasia fibrosa. Displasia óssea focal, periapical e área afetada apresentam, comumente, mobilidade e
florida. Fibroma ossificante. deslocamento. A reabsorção radicular é menos comum
Diagnóstico diferencial: doença de paget, síndrome de nas neoplasias malignas, sendo mais observada em
gardner. associação a lesões benignas agressivas. Mais precoce
Displasia cementiforme periapical e mais intensa= mais mobilidade, menor deslocamento
Displasia óssea focal e florida e menor ocorrência de reabsorção dental.
Displasia fibrosa (mono e poliostótica) Aspecto radiográfico: é infiltração e irregularidade de
Querubismo margens (difusas ou em “roído de traça”). São
osteolíticas (imagens radiolúcidas com limites pouco
Neoplasias benignas odontogênicas: definidos).
Ameloblastoma: tumor odontogênico mais comum. Carcinomas odontogênicos: carcinoma ameloblástico,
Crescimento lento / localmente invasivo. “bolhas de carcinoma de células escamosas intraósseo primário,
sabão” ou “favos de mel”. Aumento de volume carcinoma de células escamosas intraósseo primário
indolor, com expansão vestibular e lingual. Reabsorção derivado de cistos odontogênicos, carcinoma de
das raízes é comum. Sólido, unicístico ou periférico. células escamosas intraósseo primário derivado de
Odontoma: tumor odontogênico mais comum. tumor odontogênico queratocístico, carcinoma
Hamartoma. Duas primeiras décadas de vida. odontogênico de células claras, carcinoma
Composto e complexo (dentículos/ massa de esmalte e odontogênico de células-fantasmas.
dentina). Remoção cirúrgica simples. Carcinossarcoma odontogênico: sarcoma
Tumor odontogênico escamoso odontogênico.
Tumor odontogênico epitelial calcificante Osteossarcoma: neoplasia maligna mais comum de
Tumor odontogênico adenomatoide tecido ósseo, apresenta prevalência de um caso para
Fibroma ameloblástico cada 1,5 milhão de pessoas. Podem produzir tecidos
Fibro-odontoma ameloblástico malignos calcificados, eventualmente com padrão
Tumor dentinogênico de células-fantasmas radial, descrito como “raios de sol”, e mostrar aspecto
Fibroma odontogênico radiográfico misto.
Mixoma Condrossarcoma: podem produzir tecidos malignos
Cementoblastoma calcificados, eventualmente com padrão radial,
descrito como “raios de sol”, e mostrar aspecto
Neoplasias benignas não odontogênicas: radiográfico misto.
Osteomas: neoplasias benignas mais comuns no Carcinoma ameloblástico: o carcinoma ameloblástico
complexo maxilomandibular, tendo seu (ca) é um tumor odontogênico raro que representa o
correspondente maligno, o osteossarcoma, como o equivalente maligno de um ameloblastoma. Existem
mais incidente nesta região. Podem se desenvolver no poucos casos de ca na literatura em inglês: nos últimos
interior do osso (tecido ósseo esponjoso) ou na sua 10 anos, foram relatados apenas 16 casos surgidos de
superfície (tecido ósseo compacto), sendo rara na ameloblastomas preexistentes.
região do complexo maxilomandibular. Na maioria das Sarcoma de Ewing
vezes, são achados radiográficos ou quando o aumento Mieloma múltiplo/plasmocitoma solitário
chega a incomodar o paciente. Seu crescimento é lento Metástases
e indolor, sua consistência é dura, regular, provocando Carcinomas odontogênicos
expansão óssea e dependendo da localização assimetria Carcinossarcoma odontogênico.
facial.
Radiografia: apresentam massas radiopacas bem
delimitadas, circunscritas, que se confundem com o
osso normal. Dependendo da fase de evolução em que
se encontra e da sua localização, seu trabeculado
central pode ser circundado por halo esclerótico.
Osteoma osteoide/osteoblastoma
Fibroma ossificante
Histiocitose de langerhans

Neoplasias malignas: as neoplasias malignas que


envolvem os maxilares podem originar-se
primariamente do tecido ósseo, de constituintes do

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