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CUIDADOS ODONTOLÓGICOS DE PACIENTE

NEFROPATAS E ONCO-HEMATOLÓGICOS
ADRIELI FERNANDA DA SILVA
GABRIELA MONTES DE SOUZA
JACIARA DUTRA VALENTIN
JAQUELINE BALIN
LUANA MARA VIVAN DE FARIA
TAIS AMANDA LORENZZETT
PROF: MARCOS MASSAHIRO SUZUKI
INTRODUÇÃO
DOENÇA RENAL CRÔNICA

RINS AFETADOS – Principal função:


 A remoção de resíduos metabólicos, eletrólitos e água.

 Na insuficiência renal crônica, ocorre o acúmulo dessas substâncias no sangue,


que deveriam ser filtradas e excretadas pelos rins (SANTOS et al., 2019).
INTRODUÇÃO
DOENÇA RENAL CRÔNICA
 Consequentemente, podem ocorrer alterações sistêmicas, alteração na
composição salivar e complicações orais.
 Xerostomia;
 Cárie;
 Doenças periodontais.
(SANTOS et al., 2019)
INTRODUÇÃO
DOENÇA RENAL CRÔNICA
TRATAMENTOS
 Hemodiálise
 Transplante renal
 Drogas imunossupressoras são utilizadas por pacientes que realizam o tratamento de
transplante, que se tornam um problema por causar deficiência imunológica; em
pacientes imunocomprometidos.
 Ulcerações orais
 Infecções bucais
(SANTOS et al., 2019).
INTRODUÇÃO
ONCO-HEMATOLÓGICAS
 Leucemias;
 Linfomas Hodgkin;
 não-Hodgkin;
 Mieloma múltiplo.
 Medula Óssea e Órgãos Linfóides são Afetados - alterando a produção e função das células hematopoiéticas
(LIMA, 2014).

TRATAMENTO
 Quimioterapia
 Os quimioterápicos antineoplásicos agem em diferentes fases do ciclo celular, porém em sua maioria não são
específicos para células malignas, atingem tanto células benignas quanto neoplásicas de rápida proliferação
(LIMA, 2014).
DOENÇA RENAL CRÔNICA(DRC)

A doença renal crônica se dá pela lenta, progressiva e


irreversível redução das funções renais

Ocasionando uma diminuição na filtração glomerular e acúmulo de produtos tóxicos no


sangue como a uréia, afetando a manutenção da homeostasia interna do organismo,
evoluindo para estágios avançados da doença

Necessitando de terapias substitutivas como diálise e transplante renal


Terapias substitutivas
A diálise é a terapia que através de filtração remove todas as substâncias
tóxicas acumuladas e o líquido é removido por ultrafiltração.

Diálise peritoneal Hemodiálise


É o processo através da
membrana filtrante situada no
Utiliza a membrana peritoneal dialisador que é acoplado no
interior do aparelho para diálise

Vantagens: baixo custo, simplicidade na


realização, redução das chances de Desvantagens são as sessões frequentes,
transmissão de doenças infecciosas e o risco de peritonite e a baixa eficiência
sem necessidades do uso de comparada à hemodiálise
anticoagulantes.
Fonte:https://arquivos.sbn.org.br Diálise peritoneal
Hemodiálise

Fonte:http://www.medicinapratica.com.br
Dermatológicas
(Feridas, palidez,
prurido)

Metabólicas
Hematológicas
(acidose
(Hemorragia,
metabólica,
anemia)
ureia)

Manifestações
sistêmicas
Imunológicas
Cardiovasculares
(Tendência a
(Hipertensão)
infecções)

Neuromuscular Gastrointestinais
(Fraqueza, (Náuseas,
cansaço, hemorragia
cefaleia) gastrointestinal)
Hálito urêmico devido a uréia na saliva, fazendo com
Manifestações bucais em indivíduos que há gosto metálico;

Xerostomia;

Desidratação e a respiração bucal devido a


problemas de circulação pulmonar; Torna-se imprescindível que os
Alteração das glândulas salivares como atrofia e pacientes em hemodiálise
fibrose; realizem acompanhamento
com DRC

Palidez da mucosa devido a anemia;


odontológico periódico para o
controle e prevenção de doenças
bucais, diagnóstico precoce e
Alta prevalência de cálculo dentário;
tratamento. Faz-se ainda
indispensável a conscientização
Hipoplasias de esmalte;
da importância em condicionar
hábitos de cuidados relacionados
Erosão dentária; à saúde bucal, visto que são
pacientes potenciais candidatos a
Doença periodontal - alta morbidade e transplantes renais (PUPO et al.,
mortalidade por doença cardiovascular em DRC; 2010; LIMA et al., 2014).
Lesões das mucosas, lesões malignas e infecções
por fungos;
AVALIAÇÃO DA CONDIÇÃO BUCAL DE PACIENTES COM DOENÇA RENAL CRÔNICA EM TRATAMENTO NA
FUNDAÇÃO HOSPITALAR ADRIANO JORGE – AM
Gonçalves et al. (2019)

 Publicado na revista Arquivos em Odontologia;

 Foram examinados, por um examinador calibrado, 50 pacientes com DRC em tratamento


hemodiálico;

 Fundação Hospitalar Adriano Jorge;

 A abordagem do paciente foi durante o processo de hemodiálise;

 Exame foi realizado sob luz artificial e equipamentos para melhor visualização da cavidade bucal;

 Foram avaliados a autopercepção dos problemas bucais, hábitos de higiene bucal e alterações
detectadas no exame clínico.
Tabela 1 - Distribuição dos indivíduos com DRC em tratamento hemodialítico de acordo com a
autopercepção dos problemas bucais.

Fonte: Gonçalves et al. (2019).


Tabela 2 - Distribuição dos indivíduos com DRC em tratamento hemodialítico de acordo com as informações de
higiene bucal

Fonte: Gonçalves et al. (2019).


Tabela 3 - Distribuição dos indivíduos com DRC em tratamento hemodialítico de acordo com as variáveis
relacionadas ao exame clínico

Fonte: Gonçalves et al. (2019).

Os resultados indicaram uma alta prevalência de alterações bucais nos indivíduos em tratamento hemodialítico,
demonstrando a necessidade da inclusão do Cirurgião-Dentista na equipe multiprofissional de atendimento a esses
pacientes promovendo prevenção e controle das alterações bucais (GONÇALVES et al., 2019).
DOENÇA RENAL CRÔNICA(DRC)

• Portanto, é importante que o cirurgião-dentista detenha de conhecimentos a


respeito dos sinais e sintomas advindos da condição sistêmica desses indivíduos
com DRC, e cautela até mesmo para procedimentos rotineiramente normais na
odontologia.

• Os pacientes em diálise têm risco aumentado para hemorragias e infecções.


DOENÇA RENAL CRÔNICA(DRC)

• Em geral, o atendimento odontológico a pacientes com DRC se baseia em restaurar a saúde


bucal, eliminar potenciais focos de infecção e familiarizar o paciente com técnicas de higiene
bucal e prevenção (MANA et al., 2013; GUEVARA et al., 2014).

• Alguns médicos acreditam que a bacteremia decorrente de procedimento odontológico invasivo


poderia causar infecções principalmente quando relacionadas ao uso de cateter e a profilaxia
antibiótica poderia prevenir essa complicação. O assunto é bastante controverso e divide
opiniões, e em grande parte por causa da falta de atualização e protocolos baseados em
evidências para abordar a questão do uso profilático de antibióticos nos vários estágios da doença
renal (crônica, estágio final e pré / pós-transplante).
DOENÇAS ONCO-HEMATOLÓGICAS

 Hematologia é o específico estudo do sangue, onco-


hematológico são doenças malignas de origem
sanguínea, fazem parte dessa classificação
Leucemias, Linfomas e Mielomas múltiplos.
(LITTLE,2008)
LEUCEMIA

 Nesse tipo de patologia ocorre a  Leucemia linfóide aguda (LLA)


malignização e expansão clonal dos
 Leucemia linfóide crônica (LLC)
leucócitos neoplásicos, podendo ser de
forma aguda ou crônica na corrente  Leucemia mielóide aguda (LMA)
sanguínea (GILBSON, 2013).  Leucemia mielóide crônica (LMC)
 Etiologia: genética, exposição a radiação
e substancias químicas
 Sinais: palidez da pele e mucosa,
taquicardia, equimoses, sangramentos
espontâneos da mucosa e pele,
infecções oportunistas e perda de peso.
 Diagnostico: laboratorial de células

LEUCEMIA
leucêmicas, geralmente: anemia,
leucocitose ou leucopenia e
trombocitopenia.
 Tratamento: o tratamento de leucemia é
quimioterapia, destruindo as células
leucêmicas, em alguns casos poderá ser
indicado transplante de medula óssea.
LINFOMA

 Alteração maligna de origem linfoide,  Hodgkin (LH)


acarretando no desenvolvimento de um
 Não Hodgkin (LNH)
tumor sólido, a origem não é conhecida,
porém pode estar relacionada a
imunossupressão congênita ou adquirida.
 Classificação: Hodgkin e não Hodgkin,
diagnóstico será por meio de biópsia
tecidual
 Sinais: Tumefação unilateral indolor no
pescoço, dificuldade respiratória,
manifestações sistêmicas (sudorese noturna,
febre e perda de peso). (SANTOS et al, 2012)
 Diagnóstico: Por meio da biópsia tecidual,
exame anatomopatológico associado ao
exame imuno–histoquímico, onde são
LINFOMA encontradas células de Reed-Sternbe no
Hodgkin, e ainda exames de imagem
(SANTOS et al, 2012).
 Tratamento: Quimioterapia, radioterapia e
imunoterapia (Isolados ou em conjunto) e
transplante de medula óssea (SANTOS et al,
2012; MORAIS, 2015)
MIELOMA MÚLTIPLO

 Neoplasia das células produtoras de anticorpos (células


plasmáticas), maior incidência em idosos e pessoas
melanodermas duas vezes mais que indivíduos feodermas
(pardos). (HUNGRIA et al, 2005; MORAIS, 2015)
MIELOMA MÚLTIPLO

 Sinais: Alteração da função renal, fraqueza, dor óssea, perda de peso, febre e fraturas
patológicas espontâneas. (HUNGRIA et al, 2005; MORAIS, 2015)
 Diagnóstico: análises de amostras de sangue ou urina, para avaliar presença de gamopatia
monoclonal e exames de imagem para detectar lesões osteolíticas do mieloma. A dosagem
de creatinina indica o nível de comprometimento renal. (MORAIS, 2015)
 Tratamento: Se resume em alívio dos sintomas, ou seja paliativo. O protocolo depende da
idade e condições sistêmicas, nos casos onde a doença esta isolada é utilizado radioterapia,
quimioterapia, transplante autógeno e bisfosfonatos endovenosos para tratamento de
suporte. (MORAIS, 2015)
TRANSPLANTE DE MEDULA ÓSSEA

 Chamado também de transplante de  Autógeno


células-tronco hematopoiéticas (TCTH),
 Sisgênico
onde ocorre a destruição da medula
original através de quimioterapia  Alógeno
associada ou não á radioterapia onde
posteriormente será substituído por
células progenitoras hematopoiéticas do
próprio paciente ou de um doador
compatível (MORAIS, 2015).
• Pré-transplante
ETAPAS DO • Dia do transplante

TRANSPLANTE • Pós-transplante
PACIENTES NA UTI

 A abordagem do paciente onco-  A desidratação da mucosa bucal pode ser


hematológico na unidade de terapia não agravada nos pacientes com abertura
difere da abordagem do paciente no leito bucal constante e/ou intubação
hospitalar, no entanto deve-se considerar orotraqueal, podendo levar a uma
que as condições de saúde sistêmica do evolução desfavorável ou contribuir para
paciente são geralmente mais graves. a ocorrência de novas lesões na cavidade
bucal.
PACIENTES NA UTI

 Diante disso os cuidados de higiene bucal


 Porém a maior incidência de acúmulo do do paciente se fazem necessário e devem
biofilme bucal nestes pacientes e o seu seguir as recomendações e o protocolo
controle deficiente podendo contribuir de higiene bucal em UTI da Associação
para piorar o quadro desses pacientes . de Medicina Intensiva Brasileira
(AMIB)(MORAIS, 2015)
MANIFESTAÇÕES BUCOMAXILOFACIAIS DECORRENTES DO TRATAMENTO
DAS DOENÇAS ONCO-HEMATOLÓGICAS

Os aparecimentos bucomaxilofaciais mais  Hipossialia


frequentes no tratamento oncológico são:
 Xerostomia
 Mucosite
 Cárie
 Dor
 Disgeusia
 Infecções fúngicas, virais e bacterianas
 Odinofagia
 Hemorragia
 Disfagia
 Alteração da função das glândulas salivares
 Doença do enxerto contra o hospedeiro
 Disfunção da articulação temporomandibular
 Trismo e osteonecrose
MUCOSITE

A mucosite é classificada por uma escala que varia de 0 a


4.

 O estágio 0 corresponde à mucosa sem lesão

 1 à área eritematosa

 2 à eritema ou ulceração, permitindo a ingestão de


sólidos

 3 à área ulcerada, permitindo apenas ingestão de


líquidos

 4 quando há indicação de dieta enteral ou parenteral


CONSIDERAÇÕES FINAIS

 Esses pacientes têm condições sistêmicas e orais comprometidos, que exigem


precauções especiais durante o tratamento odontológico. Os medicamentos
devem ser administrados com cautela, os pacientes com doenças renais crônicas
que são submetidos à hemodiálise devem receber atenção especial. Antes do
início de qualquer tratamento odontológico, o cirurgião dentista deve consultar o
médico do paciente a respeito das precauções específicas. Um plano de
tratamento deve ser constituído, protegendo contra possíveis riscos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS

 O tratamento desses pacientes deve ser minucioso, o cirurgião dentista deve ter
a capacidade de reconhecer o nível de risco, estar ciente dos protocolos
farmacológicos, características do atendimento clínico e alterações psicológicas
que esses pacientes podem apresentar. É importante também reconhecer as
diferentes necessidades e os ajustes que devem ser feitos individualmente para
cada um dos casos.
OBRIGADO!!

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