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1 Introdução
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Considerando a terapêutica endodôntica, a radiografia convencional é empregada
nas seguintes etapas:
=> radiografia inicial, pré-clínica ou de diagnóstico para diagnóstico e planejamento,
- reconhecimento da anatomia interna (condição da câmara pulpar, número de canais,
curvaturas, calcificações), lesões periapicais, rastreamento de fístula, reabsorção
radiculares (interna e externa);
=> tratamento endodôntico
- odontometria; seleção do cone principal (prova radiográfica do cone principal), avaliação
da qualidade da obturação ao final da condensação lateral;
=> radiografia final que documenta o tratamento endodôntico executado;
=> radiografias de controle, acompanhamento, proservação ou “follow-up”.
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Figura. À esquerda, feixe central de raios X incidindo na altura do ápice radicular. À direita, dente com
periapicopatia crônica centralizado na imagem radiográfica (LEONARDO, 2008).
Figura. “A pressão [pelo dedo do paciente contra o palato] sobre o filme radiográfico frequentemente causa uma curvatura
no filme, produzindo uma imagem distorcida. Esta curvatura do filme “estica” a metade apical da raiz, tornando impossível
uma interpretação precisa e a determinação do comprimento” (TORABINEJAD; WALTON, 2010).
Com relação à Técnica da Bissetriz, o feixe central de raios X deve ser dirigido ao
plano médio do dente [ortorradial], e perpendicular à bissetriz do ângulo formado entre o
plano do longo eixo do dente e o plano do filme. É a técnica mais utilizada durante o
tratamento endodôntico devido a sua fácil manipulação e rápida obtenção.
Cabe destacar que, se o feixe central de raios X for direcionado perpendicular ao
dente, ocorrerá alongamento da imagem que gera imprecisão com risco de sobre
instrumentação (CTP = CAD - 2 a 3 mm) e dificuldade de observação do ápice radicular.
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Por outro lado, direcionando-se o feixe central de raios X perpendicularmente ao
filme, ocorrerá encurtamento da imagem gerando alguma imprecisão, mas com menor risco
de sobre instrumentação (CTP) e ainda com possibilidade de visualização do ápice radicular.
Ressalta-se, ainda, que Leonardo (2008) sugere que o eixo central do feixe de raios
X deve passar pelo ápice radicular.
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3 Da Interpretação das Estruturas Anatômicas
A imagem relativa a uma raiz contendo canal único apresenta-se como segue:
=> imagem centralizada do canal radicular em relação à imagem da raiz;
=> o diâmetro da imagem do canal radicular guarda proporção de diâmetro com a imagem da raiz;
=> geralmente, a morfologia cônica do canal radicular com estreitamento uniforme é visível;
=> geralmente, o canal estende-se da coroa até a região apical;
=> a imagem do canal radicular se interpõe às imagens do periodonto lateral, ou seja, se
coloca entre às linhas radiolúcidas localizadas nas bordas da imagem da raiz;
=> não se observam outras linhas radiolúcidas longitudinais (da coroa para o ápice) na raiz
entre suas bordas laterais delimitadas pelas linhas radiolúcidas relativas ao periodonto lateral;
=> imagem de apenas um ápice radicular.
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3.2 Da Interpretação de Raízes com dois Canais Radiculares, um Vestibular e outro Lingual
Figura. Imagem relativa a uma raiz contendo dois canais. À esquerda, seta indicando ponto provável da
bifurcação. No centro, fim da proporcionalidade a partir da bifurcação. À direita, ponto de estreitamento
marcante no terço médio (LEONARDO, 2008).
Figura. Em A, tomada ortorradial de pré-molar, observa-se estreitamento abrupto do canal (seta pequena) que
geralmente indica bifurcação do canal; proeminência de raiz dupla na superfície mesial (seta grande) indica
duas proeminências e uma concavidade; a sua ausência na superfície distal indica uma superfície radicular
plana ou convexa. Em B, o mesmo pré-molar em uma incidência proximal dá conta de dois canais definidos,
cada qual em sua proeminência radicular (TORABINEJAD; WALTON, 2010).
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Figura. À esquerda, em um dos canais, a imagem não se estende até a região apical. À direita, imagem dando
a impressão de canais calcificados (LEONARDO, 2008).
Figura. À esquerda, canal único: percebe-se a presença de linhas radiolúcidas referentes ao periodonto lateral. No centro,
o abaulamento unilateral da raiz gera uma linha radiolúcida longitudinal que começa e termina no periodonto. À direita, o
abaulamento bilateral da raiz gera duas linhas radiolúcidas longitudinais que começam e terminam no periodonto: esta
ocorrência está associada às bifurcações do canal radicular [abaulamento relaciona-se à presença de septo entre os canais]
(LEONARDO, 2008).
Figura. Imagem de dois ápices radiculares sugerindo, pelo menos, dois canais. Observe, nas duas radiografias
centrais, obtida com incidência mésio ou distoangulada (mésio ou distoradial), a imagem mais radiolúcida
referente aos dois ápices e a imagem radiopaca, entre eles, que não deve ser confundida com o terceiro ápice,
pois refere-se ao maciço radicular ou área da imagem relativa à sobreposição das duas raízes que é, portanto,
mais radiopaca por corresponder à dupla espessura dentinária. À direita, duas radiografias de um canino
inferior sugerindo dois ápices radiculares e, pelo menos, dois canais (LEONARDO, 2008).
Figura. À esquerda, com angulação mesial, observa-se insucesso no tratamento endodôntico devido a uma raiz ou um
canal despercebido e raiz palatina (seta) não tratada. À direita, radiografia de controle, após 9 meses da reintervenção,
mostra regeneração óssea e redução da lesão (TORABINEJAD; WALTON, 2010).
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4 Técnicas Radiográficas Importantes para Endodontia
Figura. À esquerda, plano horizontal (transverso ou transversal) que divide superior de inferior.
No centro, plano frontal (ou coronal) que divide anterior de posterior. À direita, plano sagital que
divide direito de esquerdo. As imagens no centro e à direita são exemplos de planos verticais que
dividem anterior de posterior (frontal ou coronal) e direito de esquerdo (sagital).
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4.1 Variação do Ângulo Horizontal
Figura. Incidência pela mesial (mesioradial) gerando imagem com raiz palatina pela mesial (LEONARDO,
2008; TORABINEJAD; WALTON, 2010).
Figura. Em A, incidência ortorradial dos incisivos sugere um canal único e uma única raiz. Em B, a
incidência distal (canino) fornece uma perspectiva diferente. Os canais dos incisivos lateral e central parecem
se bifurcar no terço médio da raiz (seta) e se reunir no terço apical (TORABINEJAD; WALTON, 2010).
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Figura. Em A, sobreposição do processo zigomático (seta) com o ápice. Em B, incidência por mesial dissocia
as estruturas (seta) deslocando o ápice para a mesial (TORABINEJAD; WALTON, 2010).
Segundo Leonardo (1998), a escolha da face proximal de incidência depende do dente, a saber:
=> Pré-Molar Superior: a incidência mais indicada é a mesiorradial;
=> Molar Superior com 3 canais: a incidência mais indicada é a ortoradial;
=> Molar Superior com ênfase na raiz mesiovestibular: a incidência mais indicada é a distoradial;
=> Molar Superior com ênfase na raiz distovestibular: a incidência mais indicada é a mesioradial;
=> Molar Inferior com ênfase na raiz mesial: a incidência mais indicada é a distoradial;
=> Molar Inferior com ênfase na raiz distal: a incidência mais indicada é a mesioradial (ou ortoradial).
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Figura. Radiografia de Pré-Molar Superior. Em A, ortoradial. Em B, mesioradial (melhor dissociação). Em
C, distorradial com sobreposição (LEONARDO, 2008).
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Figura. Radiografia de Molar Inferior. Em A, ortoradial. Em B, mesioradial. Em C, distorradial com melhor
visão e dissociação das estruturas da raiz mesiovestibular (LEONARDO, 2008).
Figura. Em A, “incidência mesial fornece informações limitadas acerca das características morfológicas e do
relacionamento dos quatro canais”. Em B, “uma incidência distal correta “abre” as raízes. Os canais mesiais
são facilmente visualizados em todo o seu comprimento. O canal distal é um canal único e amplo, pois os
instrumentos estão próximos e paralelos” (TORABINEJAD; WALTON, 2010).
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da imagem do canal nos casos de perfuração (ex.: com incidência mesioradial e perfuração
na vestibular, imagem do instrumento pela distal).
Figura. À esquerda, ortoradial (sobreposição da lima com o canal). No centro, distorradial e imagem da ponta
do instrumento deslocada para mesial. À direita, em b, mesioradial, e imagem da ponta do instrumento
deslocada para distal (alça do grampo geralmente indica a distal) evidenciando perfuração pela vestibular
(LEONARDO, 2008).
Figura. “Em A, uma perfuração no preparo do núcleo intrarradicular está indicada pela lesão mesial, embora
a perfuração não seja visível nesta incidência vestibular. Uma radiografia adicional irá possibilitar detectar se
a perfuração ocorreu na face vestibular ou lingual. Em B, a extremidade do núcleo movimentou-se
ligeiramente para distal nesta incidência mesial. Logo, a perfuração está localizada na face vestibular (regra
SLOV). Em C, o sítio da perfuração (seta)” (TORABINEJAD; WALTON, 2010).
Figura. “Técnica para a localização de canais não percebidos durante o acesso endodôntico e pesquisa da
câmara pulpar. A, Radiografia distal com uma única lima na raiz mesial mostra que a lima localizou-se
vestibularmente. Portanto, um outro canal deve estar presente na face lingual. As linhas radiolúcidas verticais
(setas) representam o espaço do ligamento periodontal na raiz mesial. B, Uma pesquisa cuidadosa na face
lingual revela o canal” (TORABINEJAD; WALTON, 2010).
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4.1.2 Técnica do Rastreamento Tri-Angular de Bramante e Berbert
Figura. Durante uma tomada radiográfica ortorradial verifica-se uma curvatura para distal. Existe a
possibilidade da curvatura ser distal, distovestibular ou distolingual (LEONARDO, 2008).
Figura. Ao realizar uma tomada distorradial ainda verifica-se a curvatura. Assim, descarta-se a possibilidade
da curvatura ser distovestibular. Assim, restam duas possibilidades: a curvatura ser distal ou distolingual
(LEONARDO, 2008).
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Figura. Ao realizar uma tomada mesiorradial verifica-se a aparência de uma raiz reta. Assim, como houve
coincidência entre a curvatur e a incidência dos raios X, a curvatura está para o lado distolingual
(LEONARDO, 2008).
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Figura. À esquerda, angulação vertical padrão de uma molar superior resultando na sobreposição do processo
zigomático com os ápices radiculares. No centro, posicionamento do filme radiográfico com a interposição
de um rolete de algodão entre a coroa e o filme. À direita, ângulo vertical reduzido mantendo-se a
perpendicularidade entre o feixe de raios X e o dente, bem como ao filme resultando na dissociação das
estruturas (LEONARDO, 2008).
4.2.2 Aumento do Ângulo Vertical para Visualização do Ápice de Caninos e Pré-Molares Superiores
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As características da fratura são melhores observadas por angulação vertical que
não coincida com o plano da fratura. A justaposição dos fragmentos, por sua vez, é
analisada mais apropriadamente por angulação vertical que coincida com o plano de
fratura. A coincidência ou não do feixe de raios X com o plano da fratura são obtidas pelo
método da tentativa e erro.
Figura. Variação do ângulo vertical para análise das características da fratura bem com da justaposição dos
fragmentos (LEONARDO, 2008).
Figura. De a para c houve a redução do ângulo vertical e dissociação da imagem da coroa em relação à
imagem do pino. Apenas em c observa-se o pino na raiz mesiovestibular (LEONARDO, 2008).
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4.2.5 Dissociação entre Asa do Grampo e Ápices do Molar Inferior pela Variação do
Ângulo Vertical
Figura. Direção de incidência do feixe de raios X em relação ao plano que coincide com as asas do grampo
de isolamento influenciando a visualização dos ápices radiculares. À esquerda, sobreposição. À direita,
dissociação (LEONARDO, 2008).
A incidência com angulação vertical faz com que a asa do grampo lingual
aproxime-se do ápice radicular e a asa vestibular, da coroa. Sabendo que o objeto palatino
sempre se desloca para o lado da incidência horizontal de raios X, pelo posicionamento
proximal da asa do grampo lingual é possível determinar a angulação horizontal.
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Figura. Determinação do angulo horizontal (se ortorradial, mesiorradial ou distorradial) pelo posicionamento
proximal da asa do grampo lingual (geralmente a que mais se aproxime do ápice radicular).
Figura. Determinação do angulo horizontal (se ortorradial, mesiorradial ou distorradial) pelo posicionamento
proximal das cúspides linguas (geralmente a que mais se aproximam do ápice radicular).
Semelhante com o que acontece com a asa do grampo, a cúspide lingual é a mais
curta, ou a que está mais próxima do ápice. Sabendo que o objeto palatino sempre
acompanha a incidência horizontal de raios X, pelo posicionamento proximal da cúspide
lingual (mais curta) é possível determinar a angulação horizontal.
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9 Bibliografia
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