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Preparo Biomecânico do Canal Radicular: Meios Físicos e Químicos

Irrigação dos Canais Radiculares (Técnicas e Substâncias)


por Eduardo Luiz Barbin e Nádia de Souza Ferreira

1 Introdução

O preparo biomecânico que se traduz como sendo o conjunto de intervenções que


preparam o canal radicular para a obturação endodôntica é realizado através de meios físicos,
químicos e mecânicos. A limpeza, o controle da infecção endodôntica e a escultura ou modelagem
do canal radicular (ampliação divergente para coroa), criando condições para a obturação
hermética, são conseguidos por meio da ação hidrodinâmica proporcionada pelo processo de
irrigação, aspiração e inundação (meio físico) como, também, através da ação química (meio
químico) das substâncias químicas auxiliares. A ação mecânica se dá pela ação dos instrumentos
endodônticos.
Clinicamente, é um processo simultâneo e contínuo onde a instrumentação, irrigação,
aspiração e inundação se completam (LEONARDO, 2008).

1.1 Finalidades da Biopulpectomia

As funções do preparo biomecânico nos dentes com polpa viva (biopulpectomias) são
as seguintes:
=> ação antimicrobiana combatendo uma possível infecção superficial;
=> remoção de restos pulpares, sangue infiltrado, raspas de dentina e da camada residual ou
“smear layer”;
=> prevenir o escurecimento dental;
=> promover escultura do canal radicular e;
=> lubrificar e diminuir a tensão superficial das paredes dentinárias (aumentar a energia das
paredes do canal radicular).

1.2 Finalidades da Necropulpectomia

As funções do preparo biomecânico nas necroses pulpares (necropulpectomias) estão


listadas a seguir:
=> neutralizar o conteúdo séptico/tóxico do canal radicular;

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=> lubrificar e diminuir a tensão superficial das paredes dentinárias (aumentar a energia das
paredes do canal radicular);
=> promover escultura do canal radicular;
=> remover mecânica e quimicamente os microrganismos seus produtos e subprodutos e;
=> remover restos necróticos, dentina infectada, raspas de dentina e camada residual ou
“smear layer”.

2 Meios Químicos

A ação física das substâncias químicas auxiliares confunde-se com a química, uma vez
que, constata-se, na literatura (LEONARDO, 2008) que o maior volume de solução endodôntica
é um fator mais determinante da limpeza e controle da infecção, por meio da remoção de
microrganismos, do que o tipo de substância utilizada.
Estas substâncias químicas auxiliares podem ser empregadas na forma de solução
líquida, creme ou gel. Na maior parte das vezes, são utilizadas em forma de soluções líquidas, e
devem apresentar propriedades que as qualifiquem para o seu uso durante o preparo
biomecânico.
As propriedades desejadas para uma substância química auxiliar são:
=> Baixa tensão superficial
- Em um líquido, as forças de atração entre as moléculas da superfície são maiores que as do
interior. Isso ocorre porque, no interior do líquido, as moléculas estão cercadas por outras e,
na superfície, há uma região de contato com o meio exterior. A superfície do líquido se
comporta como uma película elástica, que tende a minimizar sua área superficial. A essa
película se atribuem as forças de tensão superficial. Os sólidos exercem força de atração
sobre as moléculas dos líquidos. Quando essa força é maior do que a tensão superficial do
liquido, ocorre o molhamento ou umectação daqueles pelo líquido, o que não ocorre quando
a força de atração é menor. (LOPES e SIQUEIRA JR., 2013). Assim, quanto menor a tensão
superficial de uma substância, maior sua capacidade de umectação e penetração pelo
sistema de canais radiculares, aumentando a capacidade de limpeza dos canais radiculares.
=> Baixa viscosidade
- Quanto maior a viscosidade mais difícil será o escoamento da substância pelo sistema de
canais radiculares.
=> Atividade solvente de tecido
- Todo o tecido pulpar presente no canal radicular, vivo ou necrosado, deve ser removido
durante o PBM para que não sirva de substrato para proliferação de microrganismos que
porventura possam permanecer no canal radicular após a instrumentação. Assim, a

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capacidade de dissolução tecidual da substância química auxiliar empregada torna-se de
particular importância.
=> Atividade antimicrobiana
- Sabe-se que os microrganismos são os principais causadores de pulpopatias e
periapicopatias. Assim, a eliminação ou máxima redução do número de microrganismos
tem relação direta com o sucesso do tratamento endodôntico.
=> Atividade quelante
- A atividade quelante é definida como uma capacidade de fixar íon metálicos de um
determinado complexo molecular. Na Endodontia, são substâncias que removem íons
cálcio da dentina, fixando-os quimicamente.
=> Atividade lubrificante
- As substâncias empregadas durante o PBM devem ter ação lubrificante para diminuição
da força de atrito entre a superfície do instrumento e a dentina. Assim, diminuem o
desgaste dos instrumentos e favorecem a passagem dos instrumentos até alcançar o CRT
(Comprimento Real de Trabalho).
=> Suspensão de detritos
- As substâncias químicas auxiliares tem a função de manter em suspensão os detritos
produzidos e liberados durante o uso dos instrumentos nos canais radiculares impedindo a
sua sedimentação na região apical.
=> Biocompatibilidade
- Toda substância desinfetante apresenta toxicidade para as células vivas, pois estas
substâncias não apresentam seletividade para microrganismos. Assim, não é possível
conciliar ação antimicrobiana e solvente de tecido com biocompatibilidade. Entretanto,
uma substância química auxiliar pode ser considerada biocompatível desde que usada
apenas dentro dos canais radiculares, evitando um minimizando o seu contato com os
tecidos perirradiculares.

As soluções e/ou substâncias de uso mais frequente na Endodontia podem ser


agrupadas como segue:
=> compostos halogenados;
=> quelantes;
=> outras substâncias;
=> associações.

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2.1 Compostos Halogenados

Os Halogênios são Elementos Químicos que compões o Grupo 17 (7A) da Tabela Periódica, a
saber: Flúor, Cloro, Bromo, Iodo, Astato e Ununséptio No grupo dos compostos halogenados estão
contidos o hipoclorito de sódio e a clorexidina que apresenta o Cloro em sua composição.

2.1.1 Hipoclorito de Sódio

O hipoclorito de sódio foi usado em 1915 por Dakin para limpeza de feridas. Seu
emprego em Endodontia foi proposto por Coolidge em 1919. Grossman difundiu o uso do
hipoclorito de sódio durante o PBM dos canais radiculares.
As soluções de hipoclorito de sódio são as mais aceitas mundialmente para a irrigação
dos canais radiculares durante o PBM graças as suas propriedades:

=> ação rápida (reage rapidamente com restos orgânicos de forma efervescente forçando os
resíduos e microrganismos para fora da massa dentinária);
=> baixa tensão superficial (penetração da solução nas reentrâncias do sistema de canais radiculares);
=> permite sistemática de contenção da irritação, ou seja, é biocompatível quando usada
corretamente;
=> baixo custo;
=> dupla ação detergente (reação de saponificação: transforma ácidos graxos em sabão solúvel
promovendo umectação e redução da tensão superficial auxiliando na instrumentação);
=> ação lubrificante (saponificação das gorduras);
=> ação antimicrobiana (libera oxigênio e cloro em contato com o conteúdo orgânico e produz
cloraminas que tem ação antimicrobiana significativa);
=> pH alcalino (neutraliza a acidez do meio, tornando o ambiente impróprio para os
microrganismos);
=> solve conteúdo orgânico e desidrata e solubiliza conteúdo proteico (faz com que
fragmentos de tecido pulpar sejam liquefeitos facilitando sua remoção, essa dissolução ocorre
pelo efeito combinado de entre hidróxido de sódio e ácido hipocloroso, o hidróxido de sódio
reage com ácidos graxos e aminoácidos das proteínas e o ácido hipocloroso reage com
grupamento amina dos aminoácidos);
=> remove o conteúdo tóxico (permite uma penetração do instrumento em um ambiente
antisséptico prevenindo a ocorrência de agudecimentos).

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As soluções aquosas de hipoclorito de sódio recebem denominações em função da
diluição (concentração de cloro ativo) e de aditivos de estabilização e de redução do potencial
hidrogeniônico (pH), a saber:
=> hipoclorito de sódio a 0,5%;
=> hipoclorito de sódio a 0,5% + ácido bórico (Líquido de Dakin);
=> hipoclorito de sódio a 0,5% + bicarbonato de sódio (Solução de Dausfrene);
=> hipoclorito de sódio a 1,0%;
=> hipoclorito de sódio a 1,0% + cloreto de sódio (Solução de Milton);
=> hipoclorito de sódio de 2,0 a 2,5% (Água Sanitária);
=> hipoclorito de sódio a 2,5% (Licor de Labarraque);
=> hipoclorito de sódio a 4,0 a 6,0% (Soda Clorada Duplamente Concentrada);
=> hipoclorito de sódio 5,0%;
=> hipoclorito de sódio 5,25%.

Considerando que a eficiência do hipoclorito de sódio é diretamente proporcional à sua


concentração e considerando que a biocompatibilidade do NaOCl é inversamente proporcional à
concentração, Leonardo (2008) indica a concentração de 1,0% para as Biopulpectomias e
Necropulpectomias sem lesão periapical (inclusive para penetração desinfetante). Para as
Necropulpectomias II são indicadas as concentrações de 4 a 6% e de 5,25% para a penetração
desinfetante ou neutralização do conteúdo séptico e tóxico do canal radicular e a concentração
de 2,5% para o preparo biomecânico do terço apical, como também:
=> após desobturação endodôntica (hipoclorito de sódio a 2,5% na região apical e de 4 a 6 %
ou a 5,25% para terços cervical e médio);
=> desbridamento foraminal nas Necropulpectomias II (hipoclorito de sódio a 2,5%);
=> desbridamento foraminal no atendimento de urgência dos Abscessos Dentoalveolares
agudos (hipoclorito de sódio a 1,0%).

A solução de hipoclorito de sódio é instável. Avaliando concentrações de cloro ativo


em amostras de soluções de hipoclorito de sódio em consultório de endodontistas, Lopes e
Siqueira Jr. observaram que nenhuma amostra apresentou a concentração de cloro ativo
prevista sendo que as soluções a 0,5% foram as que mais perderam cloro ativo
proporcionalmente.
Os fatores determinantes da sua decomposição são os seguintes:
=> ação da luz;
=> aumento de sua concentração;
=> contato com o ar do ambiente;

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=> elevação da temperatura;
=> influência de íons metálicos;
=> redução do pH.

Os cuidados de transporte, armazenagem e descarte são os seguintes:


=> atenção ao prezo de validade;
=> embalagem em recipiente opaco e de fechamento hermético;
=> evitar recipientes metálicos;
=> armazenamento e transporte em local fresco;
=> o descarte do hipoclorito de sódio associado com grande volume de água reduz a oxidação
do encanamento de esgoto.

As soluções alvejantes de uso doméstico (água sanitária) vêm sendo usadas diluídas ou
concentradas durante o PBM há muitos anos. De acordo com Lopes et al. (1999) é viável o uso
de marcas Q-boa, Super Globo e Clorox como solução qúimica auxiliar. Entretanto, os
profissionais que optarem pela utilização destas soluções devem ter em mente que essas
soluções são isentas de regulamentação. Assim, o profissional pode sofrer consequências
jurídicas no caso de um acidente.
Quanto à utilização, alguns cuidados devem ser tomados:
=> proteção das roupas do paciente fazendo uso de um avental de plástico longo;
=> proteção dos olhos do paciente com o uso de óculos de proteção durante todo o
atendimento;
=> proteção da cavidade bucal através do isolamento absoluto bem realizado, evitando a
formação de úlceras na mucosa bucal.

Canais radiculares com forame amplo, reabsorções apicais ou perfurações apicais


permitem a saída da solução irrigante para os tecidos periapicais, principalmente quando a
técnica de irrigação não é realizada com cuidado. Ao entrar em contato com os tecidos
periapicais, a solução de hipoclorito de sódio irá provocar a necrose deste tecido. Nestes casos o
paciente irá relatar dor e ardência na região e podem ocorrer sinais de hematoma e equimose.
Por ser uma solução que libera oxigênio também pode ocorrer o enfisema (ar nos tecidos) após
uma injeção acidental de hipoclorito na região periapical. Na maior parte dos casos os sintomas
desaparecem em algumas horas, mas é necessário o acompanhamento do paciente.
Alguns pacientes apresentam reações alérgicas ao hipoclorito de sódio. Os pacientes
podem relatar ardência e dor, apresentar inchaço na região, sensação de falta de ar e até

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parestesia. Anti-histamínicos devem ser prescritos nesses casos e ao reiniciar o tratamento
deve ser suspenso o uso do hipoclorito de sódio.

Figura. Equimose [severa], após injeção de solução de hiploclorito de sódio. (LEONARDO, 2005)

Equimose (e·qui·mo·se) |ó|, substantivo feminino: Nódoa [= mancha] proveniente


do sangue extravasado sob a pele (DPLP, 2008-2013).

Enfisema (en·fi·se·ma) |ê|, substantivo masculino: [Medicina] Tumefação mole


causada pela infiltração de ar no tecido celular (DPLP, 2008-2013).

Figura. Enfisema após injeção de hipoclorito de sódio (LEONARDO, 2005).

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Figura. Reação alérgica após contato com solução de hipoclorito de sódio.

2.1.2 Clorexidina

A designação coloquial Clorexidina empregada na Endodontia refere-se, geralmente,


ao digluconato de clorexidina (gluconato de clorexidina).
O digluconato de clorexidina é categorizado terapeuticamente como substância
antimicrobiana, antisséptico tópico e também na categoria de desinfetante. Há uma grande
variedade de produtos que contém digluconato de clorexidina utilizados nas áreas médica,
odontológica, veterinária e alimentar.
A clorexidina vem sendo utilizada na Odontologia no controle da placa bacteriana ou
biofilme dental como, também, no tratamento das infecções periodontais principalmente
como princípio ativo de enxaguatórios bucais (THYLSTRUP; FEJERSKOV, 1995).
O digluconato de clorexidina, em concentrações iguais ou inferiores a 0,25%, é
marcadamente menos agressivo exibindo reações inflamatórias mais brandas e não gerando
necrose tecidual nem edema persistente, mas, em concentrações iguais ou maiores que 0,5%,
produz necrose tecidual e exacerba o processo inflamatório. Assim, podemos considerar que a
a clorexidina tem uma relativa ausência de toxicidade (PRADO et al., 2004; FARIA et al., 2007;
ZEHNDER, 2006; YESILSOY et al., 1995).
O digluconato de clorexidina é um potente anti-séptico de amplo espectro e, já há
alguns anos, vem sendo amplamente utilizado no controle da placa bacteriana ou biofilme
dental em solução aquosa cuja concentração varia de 0,12 a 0,2% enquanto que as
concentrações de 0,2 a 2,0 % geralmente têm sido empregadas como solução irrigante e

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medicação intracanal na Endodontia (SIQUEIRA; USEDA, 1997; ZEHNDER, 2006; ZAMANI et al.
2003; THYLSTRUP; FEJERSKOV, 1995; GOMES et al., 2006).
O digluconato de clorexidina vem demonstrando ter propriedades antimicrobianas de
longa duração (ação residual) devido à rara capacidade de se ligar reversivelmente às
superfícies dentais, hidroxiapatita e mucinas salivares podendo se desligar dessas estruturas
mediante a elevação do gradiente de concentração. Reiterando, a hidroxiapatita é capaz de
armazenar moléculas de digluconato de clorexidina e desprendê-las, gradualmente, no meio,
estabilizando a concentração do antisséptico em níveis suficientes para manter uma ação
bacteriostática nos compartimentos endodônticos por um período de tempo prolongado. Esta
possibilidade de se formarem reservas de clorexidina na superfície dental da qual a clorexidina
é lentamente liberada é capaz, então, de prevenir a colonização bacteriana e o
desenvolvimento do biofilme. A capacidade antimicrobiana de longa duração é demonstrada,
especialmente, contra o "Enterococcus faecalis" e "Candida albicans". Essa atividade
resultante da adsorção e da subseqüente liberação da clorexidina no meio pela dentina é
denominada de substantividade e é uma de suas grandes virtudes (RÖLLA et al., 1970;
ZAMANY et al., 2003; KOMOROWSKI et al., 2000; BASRANI et al., 2002; SOARES et al., 2007,
GOMES et al., 2006).
O digluconato de clorexidina exibe amplo espectro de ação sobre linhagens Gram
positivas e negativas (HENNESSEY, 1973; EMILSON, 1977), sendo que os cocos Gram positivos
apresentam especial sensibilidade (HENNESSEY, 1973). Além disso, os microrganismos do
gênero "Staphylococcus", assim como as espécies "Streptococcus mutans", "Streptococcus
salivarius" e "Escherichia coli" são afetados pelo digluconato de clorexidina em concentrações
reduzidas. Apesar disso, há grande variação na susceptibilidade dos microrganismos que
compõem a comunidade infectante endodôntica ao digluconato de clorexidina. Destaca-se a
potente ação a qual é particularmente efetiva contra a espécie Gram positiva "Enterococcus
faecalis" (BASRANI et al., 2002) e ao fungo "Candida albicans" (WALTIMO et al., 1999;
PAQUETTE et al. 2007), microrganismos que vem sendo correlacionados com fracassos
terapêuticos assim como contra as bactérias anaeróbias facultativas (HENNESSEY, 1973;
MOLANDER et al., 1998; SUNDQVIST et al., 1998). Porém, registra-se susceptibilidade reduzida
das linhagens do gênero "Proteus", "Pseudomonas" e "Klebsiellade" as quais são bactérias
Gram negativas.
Em baixas concentrações a clorexidina é bacterostática e em concentrações mais
elevadas é bactericida. A ação antimicrobiana do digluconato de clorexidina está relacionada à
ligação eletrostática entre as moléculas catiônicas do anti-séptico e as cargas negativas da
parede celular bacteriana. O digluconato de clorexidina adsorve-se sobre a parede celular
microbiana causando alterações no equilíbrio osmótico e perda de componentes intracelulares

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de baixo peso molecular, como por exemplo, íons potássio. Se o efeito da substância para
nesse ponto em razão da baixa concentração a substância tem efeito bacterisotático. Quando
utilizada em concentrações mais altas o dano à membrana citoplasmática bacteriana é mais
grave, levando ao extravasamento de conteúdo citoplasmático de maior peso molecular, como
ácidos nucleicos (LOPES e SIQUEIRA JR., 2013).
O digluconato de clorexidina a 2% pode ser um efetivo agente antimicrobiano quando
empregado tanto como solução irrigante quanto medicação intracanal com o objetivo de
reduzir a infecção endodôntica no preparo biomecânico ou debelar os microrganismos que
resistiram à limpeza e escultura do canal radicular (DELANY et al., 1982).
Portanto, o digluconato de clorexidina exibe uma ampla lista de virtudes como (1)
largo espectro de ação antimicrobiana; (2) substantividade; (3) efeito residual; (4) baixa
citotoxicidade em concentrações iguais ou menores que 0,25%; (5) ação antibacteriana e (6)
ação antifúngica (RÖLLA et al., 1970; ZAMANY et al., 2003; KOMOROWSKI et al., 2000;
BASRANI et al., 2002; SOARES et al., 2007; PAQUETTE et al. 2007; WALTIMO et al., 1999).
Entretanto, a clorexidina apresenta a desvantagem de não ter capacidade de dissolver
matéria orgânica.
Na tentativa de compensar essa desvantagem da clorexidina alguns pesquisadores
propõem o uso da clorexidina 2% em gel. Assim, o canal radicular seria preenchido com um gel
de clorexidina solúvel durante o PBM e removido com solução salina fisiológica. O gel abriga as
partículas de dentina e restos de tecido e por ser solúvel, quando houver irrigação com solução
salina fisiológica é removido do canal radicular carregando partículas de dentina e
remanescente tecidual. Desta maneira, a viscosidade do gel compensa a incapacidade de
dissolver tecido.
Devido à capacidade superior de promover a limpeza do canal radicular, o hipoclorito
de sódio é a solução irrigante de primeira escolha. A clorexidina pode ser substância química
auxiliar de eleição quando há relato de alergia ao hipoclorito de sódio e em casos de
tratamento de dentes com rizogênese incompleta.
Enquanto solução irrigadora do preparo biomecânico e considerando as evidências
atuais, a clorexidina caracteriza-se com coadjuvante podendo ser usada na última irrigação após
a utilização do hipoclorito de sódio. No entanto, deve-se remover o hipoclorito de sódio antes da
utilização da clorexidina, uma vez que a mistura das duas substâncias geram um floculato
avermelhado que pode pigmentar a estrutura dental e obstruir os túbulos dentinários.

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Figura. Floculato avermelhado formado após a mistura de hipoclorito de sódio e clorexidina.

2.2 Quelantes

O vocábulo quelante vem do grego “khele” que significa garra (que agarra), uma vez
que os quelantes “agarram” íons metálicos e os mantêm aprisionados nas suas moléculas
(fixam em suas moléculas) permitindo sua aspiração. Os quelantes apresentam especificidade
relacionada com a substância e com o pH do meio.
Destaca-se, entre os quelantes, o “ethylenediaminetetraacetic acid (EDTA)”, ou seja,
ácido etilenodiaminotetracético dissódico. O EDTA apresenta especificidade para o íon cálcio
em pH na faixa de 7,3 a 7,7.

Com relação à ação do EDTA, destacam-se:


=> ação diretamente proporcional ao tempo de aplicação;
=> diminui a microdureza da dentina;
=> facilita a ação dos instrumentos endodônticos;
=> remove a camada residual (“Smear Layer”);
=> aumenta a permeabilidade da dentina.

O EDTA pode ter a seguintes indicações:


=> como auxiliar no alargamento de canais atresiados e/ou calcificados (perícia, prudência e atenção);
=> “toilete” final, permitindo a penetração dos medicamentos utilizados como curativo de
demora no sistema de canais radiculares e aumentando a adesividade dos cimentos
endodônticos à dentina canalicular.

Leonardo (2008) caracteriza o EDTA como coadjuvante no preparo biomecânico e indica


seu emprego tanto nas Biopulpectomias quanto nas Necropulpectomias na irrigação (“toilete”)

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ao final do preparo biomecânico objetivando a remoção da camada residual (“Smear Layer”,
camada de “smear”, barro dentinário ou lama dentinária resultante da ação mecânica).
A “smear layer” é composta por partículas de dentina, restos pulpares, resíduos de
soluções irrigadoras, prolongamentos odontoblásticos, microrganismos e seus produtos
metabólicos. Existe controvérsia quando a sua remoção, entretanto a sua remoção pode
resultar em uma melhor descontaminação dos canais radiculares, com ação mais efetiva da
medicação intracanal devido a sua maior difusão pelo sistema de canais radiculares e melhor
adaptação do material obturador aumentado a possibilidade de obturar canais laterais.
O EDTA é utilizado nos casos de biopulpectomia antes da obturação e nos casos de
necropulpectomia antes da medicação intracanal e da obturação. Entende-se que sempre que
houver ação dos instrumentos haverá formação de “smear layer”, assim o EDTA deve ser
utilizado sempre ao fim da instrumentação.
Portanto, ao final do PBM o canal radicular deve ser preenchido com EDTA 17% que
deve permanecer no canal por 3 a 5 minutos. A solução deve ser agitada com um instrumento
endodôntico e removida com solução salina fisiológica ou hipoclorito de sódio.
A ação do EDTA por 3-5 minutos promove remoção da “smear layer”, após 10 minutos
já pode ser observado um halo de desmineralização. Entretanto, a ação quelante ocorre até
esgotamento da combinação química do EDTA e do cálcio. Se o objetivo for promover
desmineralização para o preparo de canais calcificados a solução deve ser renovada dentro dos
canais radiculares.

Figura. Paredes dentinárias de canais radiculares após o PBM. Na primeira imagem foi
realizada irrigação somente com hipoclorito de sódio. Na segunda imagem foi realizada
irrigação final com EDTA após o PBM utilizando hipoclorito de sódio.

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2.3 Detergentes Sintéticos

O vocábulo detergente, vem do latim, “detergere” que significa lavar. Os detergentes


sintéticos são substâncias semelhantes ao sabão que baixam a tensão superficial de líquidos
propiciando sua penetração nas reentrâncias, além de combinarem-se com resíduos apolares
(gorduras), mantendo-os em suspensão e dispersão (detergentes aniônicos) passíveis de
serem removidos pela aspiração.
Destacam-se as propriedades e características dos detergentes, a saber:
=> Lubrificação;
=> Umectação ou molhamento;
=> Formação de espuma;
=> Emulsificação;
=> Dispersão e espalhamento;
=> Solubilização:
- por meio do aumento da superfície de contato;
=> Redução da tensão superficial da superfície das estruturas em contato
- melhora a ação das medicações intracanais;
=> Aumento da penetração nas estruturas dentinárias e;
=> Biocompatibilidade.
Entretanto, os detergentes não apresentam qualquer efeito antibacteriano. Leonardo
(2008) caracteriza os detergentes sintéticos como coadjuvante no preparo biomecânico
utilização em associações e podendo ser empregado na remoção hidrodinâmica do EDTA na
irrigação (“toilete”) ao final do preparo biomecânico.

2.4 Água de hidróxido de cálcio (água de cal)

Essa solução é preparada utilizando hidróxido de cálcio P.A. puro e água destilada
(cerca de 14 mg de hidróxido de cálcio em 100 mL de água) formando uma solução saturada.
Após um período de repouso, o líquido sobrenadante pode ser retirado estando pronto para o
uso.
Tem um pH fortemente alcalino, neutralizando a acidez do meio e torna o ambiente
impróprio para o crescimento de bactérias. Tem um grande poder hemostático e pode ser
usado em casos de hemorragia pulpar eliminando a possibilidade de hemorragia tardia.
Pode ser indicado para o uso em dentes com vitalidade pulpar e rizogênese incompleta
ou em tratamentos endodônticos conservadores.

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2.5 Desmineralizantes

O ácido cítrico, geralmente utilizado na concentração de 10%, pode ser considerado


um desmineralizante e, desta feita, pode ser empregado para remover a camada residual e
contribuir com a limpeza no preparo biomecânico como alternativa ao EDTA (LEONARDO,
2008).

2.6 Peróxido de hidrogênio (água oxigenada)

Os peróxidos podem ser decompostos em água e gás oxigênio pela ação da enzima
catalase ou pela mistura com o hipoclorito de sódio. A reação de Grossman se dá pela mistura
do peróxido de hidrogênio a 10 volumes e da soda clorada duplamente concentrada.
Os peróxidos quanto mais concentrados, tanto mais serão irritantes; tanto mais
promoverão a desnaturação protéica da dentina; e tanto mais promoverão a diminuição da
microdureza da dentina.
O peróxido de hidrogênio é um líquido incolor conhecido pelo nome fantasia água
oxigenada aviada, frequentemente nas concentrações de 3,0% (10 volumes) e 6,0% (20
volumes).
Os peróxidos são indicados como
=> anti-séptico para anaeróbios (Necropulpectomias II),
=> preservação da cor do dente nas Biopulpectomias,
=> no clareamento dental.

Quando empregada no preparo biomecânico, deve ser completamente decomposta


pela ação do hipoclorito de sódio. Se resíduos do peróxido permanecerem no interior do
compartimento endodôntico após o selamento provisório, sua decomposição poderá provocar
Enfisema (ar nos tecidos).

2.7 Outras Substâncias

Outras substâncias são úteis no preparo biomecânico, tais como:


=> água destilada e deionizada (veículo de baixo custo);
=> solução fisiológico (pode tornar-se séptica facilmente – recomenda-se a utilização de
frascos de 15 ml): pode ser usada para remoção de clorexidina gel e do EDTA e tratamentos
conservadores da polpa.

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2.8 Associações

As associações justificam-se pela possibilidade de associação de virtudes ou propriedades.

=> Detergente Aniônico + Hipoclorito de Sódio


- Neste caso, o pH do hipoclorito de sódio potencializaria a ação saponificante o
detergente. A ação detergente melhoraria as propriedades do hipoclorito de sódio. No
entanto, pode ser desnecessária ao considerar a dupla ação detergente do hipoclorito de
sódio (SPANÓ, 1998; TANIT, 1998 e BARBIN, 1998).
=> Detergente Aniônico + Hidróxido de Cálcio
- Solução de hidróxido de cálcio (água de cal) adicionada de um detergente aniônico nome
fantasia Tergentol (Lauril dietilenoglicol éter sulfato de sódio a 0,125%).
=> Quelante + Detergente
- O EDTA-C é a associação do EDTA com o Cetavlon, um detergente catiônico derivado de
um amônio quaternário. A ação detergente melhoraria a ação do EDTA. O Smear Clear é
composto por EDTA a 17% e cloreto de cetilpiridino, um detergente catiônico com ação
antimicrobiana.
=> Quelante + Veículo Gel
- O Gly Fiel Prep é composto por EDTA em veículo gel. Utilizado alternadamente com o
hipoclorito de sódio.
=> Antisséptico + Veículo Cremoso
- O Glyoxide proposto por STEWARD et al (1961) associa Peróxido de Uréia 10% com a
Glicerina Anidra. A glicerina torna Peróxido de Ureia mais estável além de atuar como
lubrificante e Peróxido de Ureia, como antisséptico.
=> Antisséptico + Quelante + Veículo Cremoso
- O RC-Prep proposto por STEWARD et al (1969) associa peróxido de uréia a 10% (ação
antisséptica), EDTA (ação quelante) e Carbowax (polietilenoglicol/veículo), o qual é solúvel
em água, estável e lubrificante. Embora a irrigação alternada com soda clorada
proporcione, ao entrar em contato com o peróxido de ureia, a produção de gás oxigênio,
observam-se indícios na literatura de remoção incompleta do creme do canal radicular.
=> Antisséptico + Detergente +Veículo Cremoso
- O Endo-PTC é composto por Peróxido de uréia (ação anti-séptica), Tween 80 (tensoativo) e
Carbowax (veículo de cremoso). Paiva e Antoniazzi (1973) propuseram a irrigação alternada do
Endo-PTC e Líquido de Dakin seguido de detergente aniônico com Furacin. A utilização do
Furacin (nitrofural) foi descontinuada nos Estados Unidos da América do Norte.

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=> Detergente + Desmineralizante + Antimicrobiano
- O MTAD, sugerido por Torabinejad, associa o detergente Tween 80, o desmineralizante
ácido cítrico e o antimicrobiano tetraciclina (doxiciclina). É indicada no “toilete” final.

Cabe ressaltar que o EDTA, em veículo cremoso ou gel, são indicados no preparo
biomecânico de canais calcificados, muito atresiados e canais com instrumentos fraturados.
Mas considerados contraindicados nos demais casos em virtude da remoção incompleta que
pode prolongar o contato e promover irritações teciduais apicais e/ou periapicais.

3 Meios Físicos

A ação física de limpeza e controle da infecção endodôntica dá-se por meio das ações
hidrodinâmicos (mecânica dos líquidos) durante o processo de irrigação, aspiração e
inundação.
A sistemática de emprego dos recursos hidrodinâmicos inicia-se com a irrigação e a
aspiração concomitante.

Figura. Irrigação e aspiração concomitantes.

Após a irrigação e aspiração concomitantes, realiza-se a inundação (irrigação sem


aspiração) do compartimento endodôntico previamente à ação mecânica das limas
endodônticas.
A irrigação-aspiração-inundação deve ser realizada:
=> Antes do PBM: nos casos de biopulpectomia para promover uma entrada asséptica dos
instrumentos e nas necropulpectomias para neutralizar produtos séptico/tóxicos do canal
radicular evitando que esses produtos sejam levados a região periapical;
=> Durante o PBM: para manter as paredes do canal radicular úmidas e remover restos de
dentina e;
=> Após o PBM: para remover raspas de dentina e a camada residual (smear layer).

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Os materiais utilizados são as seringas plásticas, agulhas de irrigação, cânulas e pontas
para aspiração.
As cânulas de irrigação devem ser delgadas, preferencialmente 30 G, podendo-se
utilizar, em canais mais amplos, as cânulas 27 G. Cânulas de diâmetro elevado podem impedir
ou dificultar o refluxo da solução para a embocadura do canal radicular. Uma cânula de 30 G
tem um diâmetro equivalente a 0,3 mm. As agulhas devem permitir o pré-curvamento caso
haja necessidade. Se necessário o dobramento deve ser em forma de arco e não de ângulo,
para não ocorrer a redução da área do furo interno e dificultar a saída do líquido.
As agulhas de irrigação devem ser levadas em profundidade no canal radicular, o
comprimento de trabalho da agulha de irrigação deve ser configurado no comprimento de
trabalho subtraído de 2 a 3 milímetros (limite do qual a cânula não deve ultrapassar) já que o
jato da solução irrigante no interior do canal radicular alcança em média 2 a 3 mm além da
ponta da agulha. Agulhas irrigadoras com a ponta fechada e ranhura lateral (canelura) podem
ser posicionadas mais próximas ao comprimento de trabalho, ou seja, um milímetro (1 mm).
Esse tipo de cânula ou agulha, com extremidade em meia cana, é considerado mais seguro
quando há maior risco de injeção da solução nos tecidos periapicais.

Figura. Agulha irrigadora Endo-Eze com calibre 27 G e extremidade em meia cana.

Leonardo (2008) recomenda que se utilize o volume de aproximadamente 2,5 mililitros


de solução irrigadora em cada procedimento de irrigação, aspiração e inundação, ou seja,
antes da exploração ou ação mecânica com qualquer instrumento. Lopes e Siqueira Jr. (2013)
indicam como rotina o emprego de 3 a 5 mL de solução irrigadora para cada irrgação-aspiração
do canal radicular. Quanto maior o volume da solução irrigadora, maior será a ação de
limpeza.
No ato da irrigação, a cânula não deve estar ajustada no canal para promover espaço de
refluxo da solução. Ao penetrar e se encontrar oposição à penetração, a cânula deve ser recuada
até que fique desajustada no canal evitando a formação de um êmbolo que irá levar solução
irrigadora para os tecidos periapicais. A irrigação deve realizada concomitante com movimentos

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de inserção e remoção de curta amplitude, aumentando a agitação mecânica da solução no
interior do canal, possibilitando maior limpeza. Deve ser aplicada uma suave pressão no êmbolo.
As cânulas de aspiração flexíveis fabricadas em material plástico são mais seguras, pois
reduzem o risco de fratura coronário por desajuste de posicionamento. Elas podem ser de
maior calibre, no início do preparo biomecânico, evitando-se, desta forma, entupimentos e, de
menor calibre, nas fases finais do preparo, possibilitando melhor ajuste. O sugador deve
prover vazão de aproximadamente 700 mililitros por minuto.
Por meio da irrigação, introduz-se fluido no canal radicular o qual pode dissolver o
conteúdo do compartimento endodôntico ou promover uma suspensão do conteúdo na solução
irrigadora. A sucção removerá a solução (soluto dissolvido no solvente) e ou a suspensão.
Em condições normais a irrigação-aspiração é realizada com pressão positiva (agulha
de irrigação inserida mais profundamente do que a cânula de aspiração). Em casos onde há
maiores riscos de extravasamentos de solução irrigadora no periápice pode ser realizada a
irrigação-aspiração com pressão negativa (cânula de aspiração inserida mais profundamente
do que a agulha de irrigação).
Em casos onde há necessidade de drenagem de coleção purulenta do periápice pode
ser realizada a aspiração absoluta onde a cânula de aspiração é inserida no canal radicular e a
interface cânula aspiradora - dente é vedada com cimento para restauração provisória. Desta
maneira, a pressão negativa gerada pela aspiração pode auxiliar na drenagem de coleção
purulenta do periápice.
O uso do ultrassom tem se difundido na Endodontia e está comprovado a sua
associação com a efetividade de limpeza dos canais radiculares. A vibração ultrassônica +
irrigação gera um contínuo movimento no líquido e favorece a remoção de debris e
microrganismos em áreas inacessíveis aos instrumentos.
A irrigação deficiente acarretará na descontaminação incompleta dos canais
radiculares e compactação de dentina no terço apical, levando a perda do CRT (Comprimento
Real de Trabalho). Desta forma, um passo tecnicamente simples está intimamente ligado ao
sucesso do tratamento endodôntico e não deve ser negligenciado.

4 Bibliografia

ABOU-RASS M, FRANK AL, GLICK DH. The anticurvature filing method to prepare the curved
root canal. JADA, v. 101, p. 792-794. 1980. Disponível em:
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DPLP. Dicionário Priberam da Língua Portuguesa (DPLP) [em linha], 2008-2013,
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LEONARDO, M.R.; LEAL, J.M. Endodontia. Tratamento de Canais Radiculares. 3ª ed., São Paulo,
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LEONARDO, M.R.; LEAL, J.M. Endodontia. Tratamento de Canais Radiculares. 3ª ed., São Paulo,
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WALTON, R.E.; TORABINEJAD, M. Princípios e Práticas em Endodontia. 1ª ed., São Paulo,
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