1. Introdução Este memorial descritivo apresenta informações sobre as lagoas anaeróbias, lagoas facultativas e lagoas de maturação, que são componentes comumente utilizados em sistemas de tratamento de efluentes. Cada tipo de lagoa desempenha um papel específico no processo de tratamento, visando a remoção de poluentes e a melhoria da qualidade do efluente.
2. Objetivo
O objetivo deste tratamento remover componentes químicos e biológicos, ou
seja, visam remover a carga orgânica, melhorar a qualidade da água e estabilizar o efluente tratado, garantindo que este atenda aos padrões de qualidade ambiental e sanitária estabelecidos.
3. Descrição:
a) Lagoas Anaeróbias: As lagoas anaeróbias são estruturas projetadas
para a decomposição biológica de matéria orgânica em condições de baixo teor de oxigênio. Nesse ambiente, bactérias anaeróbias decompõem a matéria orgânica, convertendo-a principalmente em gases, como metano e dióxido de carbono. As lagoas anaeróbias são eficientes na remoção de carga orgânica, reduzindo a demanda bioquímica de oxigênio (DBO) do efluente. A lagoa anaeróbia terá largura de 40 m, comprimento de 80 m. Tem como capacidade de volume 6207 m³, com seção trapezoidal, seu tempo de detenção será de 1,2 dias. Além disso, terá eficiência de 50%. b) Lagoas Facultativas: O processo de tratamento por lagoas facultativas é bastante simples e baseia-se exclusivamente em processos naturais. Esses processos ocorrem em três áreas distintas da lagoa: área anaeróbica, área aeróbica e área facultativa. O efluente adentra a lagoa por uma extremidade e sai pela outra. Ao longo desse percurso, o esgoto passa por processos que resultam em sua purificação. Após a entrada do efluente na lagoa, a matéria orgânica em suspensão (DBO particulada) começa a sedimentar, formando o lodo no fundo. Esse lodo passa por um tratamento anaeróbico na área anaeróbica da lagoa. Por outro lado, a matéria orgânica dissolvida (DBO solúvel) e a de pequenas dimensões em suspensão (DBO finamente particulada) permanecem dispersas na massa líquida. Essas substâncias sofrem tratamento aeróbico nas áreas mais superficiais da lagoa (área aeróbica). Nessa área, é necessária a presença de oxigênio, que é fornecido por meio de trocas gasosas entre a superfície líquida e a atmosfera, além da fotossíntese realizada pelas algas presentes, as quais desempenham um papel fundamental no processo. Para isso, é importante que haja uma quantidade adequada de luz solar, tornando essencial que essas lagoas sejam instaladas em locais com baixa nebulosidade e alta radiação solar. Na área aeróbica, há um equilíbrio entre o consumo e a produção de oxigênio e dióxido de carbono. A lagoa facultativa terá um volume de 76259 m³, área superficial de 25419 m². Ademais, terá comprimento de 264 m e uma largura de 88 m. E terá como tempo de detenção 14,71 dias. E eficiência na remoção de DBO de 91%. Além disso, devido ao seu fluxo disperso, há eficiência de 92,4% na remoção de patógenos, sendo assim, contribuindo para a redução de coliformes totais e colaborando com o tratamento seguinte, o de maturação.
c) As lagoas de maturação desempenham um papel importante ao
promoverem um processo de refinamento do efluente, priorizando a remoção de microrganismos patogênicos em vez de uma redução adicional da Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO). Essas lagoas apresentam-se como uma opção altamente viável economicamente em comparação aos métodos convencionais de desinfecção, como a cloração. A principal finalidade das lagoas de maturação é eliminar microrganismos patogênicos. Esta etapa do tratamento, contará com 3 lagoas de maturação em série, com área superficial de 25920 m², volume de 25273 m³ e tempo de detenção 4,87 dias, cada uma delas. Desta forma, tendo como volume total de detenção 75819,79 m³ e eficiência na remoção de coliformes totais de 99,99%.