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MEDICAÇÃO INTRACANAL

Objetivo
a) Eliminar Microrganismos que Sobreviveram ao Preparo Químico-mecânico:
Deve possuir ação antimicrobiana, tendo o potencial de destruir microrganismos
remanescentes que sobreviveram aos efeitos do preparo químico-mecânico.
Microrganismos são encontrados em 40% a 60% dos canais radiculares mesmo após o
preparo químico-mecânico.
Regiões como istmos, ramificações, delta apical, dentre outros, não são limpas e
desinfetadas no preparo. A maioria desses microrganismos tem a capacidade de
invadir os túbulos da dentina radicular e instalar uma infecção intratubular.

Pelo fato de permanecer por tempo muito mais prolongado no interior do canal
radicular do que a substância química usada na irrigação, o medicamento tem mais
chances de atingir tais áreas não afetadas pela instrumentação e pela substância
química auxiliar.
b) Atuar como Barreira Físico-química contra a Infecção ou Reinfecção por
Microrganismos da Saliva
Canais instrumentados podem ser contaminados/recontaminados e
infectados/reinfectados entre as sessões de tratamento por diferentes motivos:

• Microinfiltração através do selador temporário;


• Perda ou fratura do material selador e/ou da estrutura dentária.

Barreira Química: Substâncias aplicadas em mechas de algodão colocadas na câmara


pulpar, como tricresol formalina e paramonoclorofenol canforado, agem desta
maneira. A saliva pode diluir o medicamento e neutralizar seus efeitos, permitindo,
assim, a invasão microbiana do canal.
O tricresol formalina e o paramonoclorofenol canforado, aplicados na câmara pulpar,
não conseguem retardar por muito tempo a recontaminação do canal, após exposição
à saliva.
Barreira Física: A contaminação ou recontaminação do canal através da saliva ocorrerá
por solubilização e permeabilidade do medicamento ou percolação de saliva na
interface entre o medicamento e as paredes do canal.
As pastas de hidróxido de cálcio funcionam como uma barreira físico-química,
retardando significativamente a recontaminação do canal.

O efeito físico de preenchimento parece exercer maior influência na


prevenção da reinfeccção do que o efeito químico quando da exposição
à saliva por perda do selador coronário. É recomendável que a
medicação intracanal seja renovada sempre que houver perda do
selador temporário e franca exposição do canal radicular à saliva.
O tempo médio observado in vitro para ocorrer a total recontaminação de um canal
medicado com hidróxido de cálcio foi de aproximadamente 15 dias.
c) Reduzir a Inflamação Perirradicular e a Consequente Sintomatologia (Otosporin)
Periodontite apical aguda e no abscesso perirradicular agudo, em que há
sintomatologia por causa da inflamação perirradicular, faz-se necessário o emprego de
um medicamento intracanal.
Medicamentos que inibem ou reduzem diretamente a resposta inflamatória
perirradicular têm um consequente efeito analgésico, uma vez que a dor é um dos
sinais cardeais da inflamação.

• Corticosteroides são os mais eficazes;


• Em casos de infecção do canal- Medicamentos com atividade antimicrobiana.
d) Controlar a Exsudação Persistente (hidróxido de cálcio com PMCC/Iodofórmio)
O exsudato é considerado persistente quando ainda é observado no canal após
irrigação com NaOCl e secagem com pelo menos uns 3 a 4 cones de papel absorvente.
A presença física desse exsudato cria um ambiente extremamente úmido que impede
a obtenção de um adequado selamento do canal radicular quando da sua obturação,
além de indicar que o tratamento não está sendo eficaz em eliminar a causa da
inflamação perirradicular.
Nesse caso, as pastas de hidróxido de cálcio são a melhor opção, pois, são dotados de
atividade antimicrobiana.
e) Solubilizar a Matéria Orgânica (Irrigação e hipoclorito de sódio)
Durante o preparo químico-mecânico o instrumento não alcança as áreas adicionais,
como istmos e ramificações. A remoção do tecido vital ou necrosado que preenche
estas áreas dependerá da ação solvente da solução química auxiliar, do fluxo da
solução irrigadora durante a aspiração e da ação de substâncias empregadas como
medicamento intracanal.
f) Inativar Produtos Microbianos (Hidróxido de cálcio)
Medicamentos com efeito neutralizantes sobre LPS e LTA podem contribuir para a
criação de um ambiente endodôntico favorável à reparação perirradicular.
g) Controlar a Reabsorção Dentária Inflamatória Externa, pode ocorrer após:

• Traumatismo dentário ou estar associada à lesão perirradicular – PERDA DO


CEMENTO E EXPOSIÇÃO DE TÚBULOS DENTINÁRIOS- CONDUZEM À MANUTENÇÃO
DA INFLAMAÇÃO PERIRRADICULAR E À PROGRESSÃO DA REABSORÇÃO RADICULAR.

• Lesões traumáticas menores do ligamento periodontal e/ou do cemento-


PEQUENAS CAVIDADES DE REABSORÇÃO NA SUPERFÍCIE RADICULAR.

• Dentes com lesão perirradicular- reabsorção do cemento.

A perda do cemento expõe a dentina à bactérias. Para o tratamento da reabsorção


inflamatória externa, após o preparo químico-mecânico, é imprescindível o uso de um
medicamento intracanal com atividade antimicrobiana.
h) Estimular a Reparação por Tecido Mineralizado

Nos casos de perfurações e reabsorções radiculares, assim como nos dentes com
rizogênese incompleta, medicamentos intracanais são utilizados com a intenção de
favorecer a reparação através da deposição de um tecido mineralizado.

CLASSIFICAÇÃO QUÍMICA DOS MEDICAMENTOS INTRACANAIS


A atividade antimicrobiana é a principal propriedade exigida para um
medicamento intracanal!
Derivados Fenólicos – Agente bactericida- Fenol comum
Hidroxila ligado ao anel benzênico.

• Agem à distância (liberação de vapores) e por contato (direto);


• Potentes agentes microbianos.
Ex.: eugenol, paramonoclorofenol, paramonoclorofenol canforado (PMCC),
metacresilacetato (cresatina), cresol, creosoto e timol. Destes, apenas o PMCC ainda é
recomendado em Endodontia.
Aldeídos- Carbonila
Valência do carbono preenchida pelo hidrogênio e a outra, por um radical alquila ou
arila.

• Agem à distância (liberação de vapores) e por contato (direto);


• Potentes agentes microbianos.
Tricresol formalina ou formocresol e glutaraldeído.
Halógenos- Cloro ou Iodo
Apresentam efeitos destrutivos sobre vírus e bactérias.
Iodofórmio:

• Empregado como medicamento intracanal, isoladamente ou associada a outras


substâncias;
• Se decompõe liberando iodo no estado nascente;
• Apresenta boa radiopacidade.
O iodeto de potássio iodetado a 2%:

• Também tem sido utilizado como medicação intracanal;


• Possui atividade antimicrobiana satisfatória.

Bases ou Hidróxidos- Hidroxila


Hidróxido de cálcio [Ca(OH)2]

• Pode ser usada isoladamente (hidróxido de cálcio p.a.) ou associada a outras


substâncias;
• Alcalino, inodoro, pouco solúvel em água;
• Propriedades: atividade antimicrobiana por contato e o efeito de estímulo à
formação de uma barreira mineralizada.
Corticosteroides
São medicamentos que atuam sobre o processo inflamatório, inibindo a ação da
enzima fosfolipase A2 envolvida na síntese dos derivados do ácido araquidônico
(prostaglandinas e leucotrienos) importantes mediadores químicos da inflamação;

• Possuem efeito inibitório potente sobre a exsudação e a vasodilatação associadas à


inflamação.
• Aplicações tópicas para o controle da reação inflamatória, nos casos de periodontite
apical aguda de etiologia química ou traumática.
• Podem também ser utilizados na biopulpectomia, nos casos em que não se realiza a
obturação radicular imediata e nas pulpotomias.
• Hidrocortisona, a prednisolona e a dexametasona.

Antibióticos
São substâncias químicas produzidas por microrganismos ou similares a elas
produzidas total ou parcialmente em laboratório, capazes de inibir o desenvolvimento
ou matar outros microrganismos.

• São poucos empregados;


• Uso tópico pode causar sensibilização e predispor reações alérgicas;
• Combinação de 3 antibióticos − ciprofloxacin, metronidazol e minociclina − tem sido
recomendada para casos de revascularização ou revitalização em dentes com
polpa necrosada e rizogênese incompleta.
HIDRÓXIDO DE CÁLCIO – CA(OH)2
Proporciona resultados clínicos superiores aos observados com fenol e
paramonoclorofenol canforado e passou a ser empregado como curativo de demora
em dentes com necrose pulpar.
Propriedades biológicas e antimicrobianas: dissociação iônica em íons cálcio e íons
hidroxila;

Alterações nas propriedades biológicas: o hidróxido de cálcio, na presença de dióxido


de carbono, transforma-se em carbonato de cálcio, sendo que este produto formado é
desprovido das propriedades biológicas do hidróxido de cálcio.
Veículos

Uma vez que se encontra na forma de pó, o hidróxido de cálcio deve ser associado a
uma outra substância que permita sua veiculação para o interior do sistema de canais
radiculares. Idealmente, os veículos devem possibilitar a dissociação iônica do
hidróxido de cálcio em íons cálcio e hidroxila, uma vez que suas propriedades são
dependentes de tal dissociação.

Classificação: Inertes e biologicamente ativos.


Inertes: São biocompatíveis mas não influencia as propriedades antimicrobianas do
hidróxido de cálcio. Ex.: água destilada, o soro fisiológico, as soluções anestésicas, a
solução de metilcelulose, o óleo de oliva, a glicerina, o polietilenoglicol e o
propilenoglicol.
Biologicamente ativos: Conferem à pasta efeitos adicionais aos proporcionados pelo
hidróxido de cálcio. Ex.: PMCC, a clorexidina e o iodeto de potássio iodetado.
Características físico-químicas
Existem dois tipos de veículos: hidrossolúveis e oleosos.
Os veículos hidrossolúveis caracterizam-se por serem inteiramente miscíveis em água.
Podem ser divididos em aquosos e viscosos.
Aquosos: Propiciam ao hidróxido de cálcio uma dissociação iônica extremamente
rápida. Permitem a rápida diluição da pasta do interior do canal radicular,
principalmente quando empregada como medicação nos casos de necrose pulpar e
lesão perirradicular. Ex.: Água destilada, o soro fisiológico, as soluções anestésicas e a
solução de metilcelulose.
Alguns exemplos de pastas já prontas para uso e que utilizam veículo aquoso são:
Calxyl (Otto&Co. Frankfurt, Alemanha), Pulpdent (Pulpdent Co. Brookline, MA, Estados
Unidos) e Calasept (Scania Dental, Knivsta, Suécia).
Viscosos: Embora sejam solúveis em água em qualquer proporção, tornam a
dissociação do hidróxido de cálcio mais lenta, provavelmente em razão de seus
elevados pesos moleculares. Ex.: Glicerina, o polietilenoglicol e o propilenoglicol.
O Calen e o Calen PMCC (SS White, RJ, Brasil) são exemplos comerciais de pastas que
empregam o polietilenoglicol como veículo.
Glicerina
A glicerina apresenta-se como um líquido viscoso, higroscópico, incolor e transparente,
com odor leve característico e sabor adocicado. Miscível em qualquer proporção com
água e álcool. Insolúvel em clorofórmio, éter e em óleos fixos e voláteis.
Polietilenoglicol 400
É um líquido viscoso, límpido, incolor, de odor fraco característico, ligeiramente
higroscópico (retira a umidade; absorve água). Miscível em qualquer proporção com
água, acetona, álcool e outros glicóis, insolúvel no éter e no benzeno.
Propilenoglicol
O propilenoglicol é um líquido viscoso, límpido, incolor, praticamente inodoro, com
sabor ligeiramente picante. Exposto ao ar úmido, absorve umidade. Mistura-se em
qualquer proporção com água e álcool.
Veículos oleosos- Em função de serem muito pouco solúveis na água, conferem à
pasta de hidróxido de cálcio pouca solubilidade e difusão junto aos tecidos. Podem ser
mencionados alguns ácidos graxos, como os ácidos oleico, linoleico e isosteárico, o
óleo de oliva, o óleo de papoula-lipiodol, o silicone e a cânfora-óleo essencial do
paramonoclorofenol. As pastas LC e Vitapex, são exemplos de formulações
comerciais que utilizam veículos oleosos.
Óleo de Oliva
É um líquido amarelo-claro ou verde-claro, com odor característico, insolúvel na água,
ligeiramente solúvel no álcool.
Paramonoclorofenol Canforado (PMCC)
Solúvel em lipídios, apresentando maior penetrabilidade tecidual, favorecendo sua
atuação no sistema de canais radiculares.
Paramonoclorofenol (PMC) + cânfora (C) = PMCC, A combinação do PMC com outras
substâncias, ou a sua diluição, tem sido proposta com o objetivo de potencializar a
atividade antimicrobiana e reduzir a citotoxicidade do medicamento.
O PMCC apresenta elevada atividade antibacteriana contra bactérias anaeróbias
estritas.
Efeito do PMC sobre microrganismos:

• Destruição da membrana celular;


• Desnaturação de proteínas;
• Inativação de enzimas (oxidases e desidrogenases);
• Liberação de Cloro (um forte agente oxidante, que inativa enzimas contendo
grupamentos sulfidrila (SH).
O uso isolado do PMCC como medicação intracanal não tem sido mais recomendado
em virtude da elevada toxicidade da substância, o que não permite preencher o
canal com esta substância, e dos efeitos antibacterianos bastante efêmeros, quando
aplicado em mecha de algodão na câmara pulpar durando no máximo 48 horas. No
entanto, tem sido recomendado como veículo biologicamente ativo e oleoso para o
hidróxido de cálcio.
Clorexidina
É uma substância antimicrobiana altamente eficaz contra espécies orais de bactérias
Gram-positivas e Gram-negativas, além de fungos. Atravessa a parede celular
microbiana por difusão passiva, atacando a membrana pela infiltração de
componentes intracelulares.
Quantidade normal Infiltração de constituintes intracelulares
Quantidade elevada diminui a infiltração de elementos intracelulares

Efeito bifásico (Efeito em duas fases, sendo efeitos opostos)

• Apresenta baixa toxicidade;


• Propriedade de substantividade à dentina (o que resulta em efeitos antimicrobianos
residuais mantidos por dias a semanas).

Como medicação intracanal, a clorexidina tem sido recomendada isoladamente ou em


combinação com o hidróxido de cálcio, incluindo, o uso na irrigação.
Substâncias Adicionais como: carbonato de bismuto, sulfato de bário, iodofórmio e o
óxido de zinco, são acrescidos ao Hidróxido de Cálcio para melhorar suas propriedades
físico-químicas.
Atividades Biológicas
Ação anti-inflamatória
Tais efeitos nunca foram demonstrados cientificamente e permaneceram no campo
da teoria e especulação.
Esta substância teria apenas um efeito osmótico, que poderia reduzir um dos sinais da
inflamação, que é o edema. Cumpre salientar que os efeitos antimicrobianos do
hidróxido de cálcio são responsáveis pela redução ou resolução da inflamação
associada ao uso desta substância, uma vez que participa na eliminação da causa do
processo inflamatório, isto é, a infecção.
Ação antimicrobiana
A maioria dos microrganismos patogênicos para o homem não é capaz sobreviver em
um meio extremamente alcalino.
Como o pH do hidróxido de cálcio é de cerca de 12,8, depreende-se que praticamente
todas as espécies bacterianas já isoladas de canais infectados são sensíveis aos seus
efeitos, sendo eliminadas em pouco tempo quando em contato direto com esta
substância.
A atividade antimicrobiana do hidróxido de cálcio está relacionada à liberação de íons
hidroxila, oriundos de sua dissociação em ambiente aquoso.
A) Perda da integridade da membrana citoplasmática bacteriana: Peroxidação
lipídica
Os íons hidroxila removem átomos de hidrogênio de ácidos graxos insaturados
(unidade básica dos lipídios) formação de um radical lipídico livre, que reage com
o oxigênio, transformando-se em um peróxido lipídico Peróxido formado remove
outro átomo de hidrogênio de um segundo ácido graxo, culminando com a formação
de outro peróxido lipídico.
Perda dos ácidos graxos resulta no dano extenso à membrana citoplasmática,
conduzindo à morte e lise do microrganismo.
B) Inativação enzimática:
As proteínas (enzimas) atuam no meio neutro. A alcalinização promovida pelo
hidróxido de cálcio induz a desnaturação de enzimas por quebra de ligações iônicas.
Inibida a atividade enzimática, a célula morre.
C) Dano ao DNA:
Os íons hidroxila reagem com o DNA bacteriano, levando à cisão das fitas,
acarretando a perda de genes e induzindo mutações. Isto gera inibição da replicação
do DNA e desarranjo da atividade celular.
Limitações do Hidróxido de Cálcio Quanto à Atividade Antimicrobiana
Pastas de hidróxido de cálcio em veículos inertes (como água destilada ou glicerina)
foram ineficazes em inibir o crescimento de várias espécies bacterianas anaeróbias
estritas e facultativas.
Baixa solubilidade em água Mesmo que sofra difusão, esta é lenta graças à baixa
solubilidade da substância, o que faz que os níveis de pH alcançados pelo meio não
sejam elevados o suficiente para apresentar atividade antimicrobiana.
Inúmeros estudos revelaram que o hidróxido de cálcio não promove ação satisfatória
sobre microrganismos presentes no interior de túbulos dentinários, levando em torno
de 10 para desinfetar os túbulos infetados por facultativos. Não eficaz na eliminação
de E. faecalis, um facultativo, e Fusobacterium nucleatum, um anaeróbio estrito,
dentro dos túbulos dentinários, mesmo após uma semana de contato. Também
relataram que uma pasta de hidróxido de cálcio em veículo inerte (água destilada) foi
ineficaz em eliminar E. faecalis em túbulos dentinários após 7 dias de exposição.
Foi demonstrado que a hidroxiapatita, principal componente inorgânico da dentina,
tem efeito tampão para substâncias alcalinas. Onde o medicamento foi aplicado, o pH
do canal foi superior a 12,2; da dentina adjacente ao canal, em contato direto com o
hidróxido de cálcio, apresentou pH variando entre 8 e 11,1; e na dentina mais
periférica, o pH foi de 7,4 a 9,6. Embora a alcalinização realmente ocorra, estes níveis
de pH podem ser insuficientes para matar alguns microrganismos, principalmente o
E. faecalis, que pode sobreviver em condições de pH 11,5.
DENTINA INATIVA O HIDRÓXIO DE CÁLCIO / REDUZ OS EFEITOS DA
CLOREXIDINA / INIBI OS EFEITOS ANTIBACTERIANOS DO IODETO DE POTÁSSIO
IODETADO.

HIDROXIAPATITA INATIVA O HIDRÓXIO DE CÁLCIO / INALTERA OS EFEITOS DA


CLOREXIDINA / NÃO AFETA OS EFEITOS ANTIBACTERIANOS DO IODETO DE POTÁSSIO
IODETADO.

ALBUMINA INATIVA O HIDRÓXIO DE CÁLCIO / INIBI FORTEMENTE A


CLOREXIDINA / NÃO AFETA OS EFEITOS ANTIBACTERIANOS DO IODETO DE POTÁSSIO
IODETADO.

A principal razão de o hidróxido de cálcio ser bem tolerado pelos tecidos é a sua
baixa solubilidade, conferida pela presença do cálcio. Uma suspensão aquosa
saturada desta substância possui pH elevado, com grande potencial citotóxico.
Contudo, por não penetrar nos tecidos em profundidade, esta citotoxicidade fica
limitada à área em contato com a substância. Esta baixa solubilidade do hidróxido de
cálcio impede que ocorra uma elevação de pH suficiente para destruir
microrganismos no interior dos túbulos dentinários. Além disso, a capacidade
tampão da dentina tende a controlar alterações de pH. Uma base pouco solúvel como
o hidróxido de cálcio pode levar muito tempo para exceder esta capacidade tampão.
Quando deixada no canal por um período longo (possivelmente por mais de um mês),
esta substância, teoricamente, teria mais chances de desinfetar túbulos dentinários.
Mas a utilização rotineira de uma medicação intracanal por período tão longo parece
inviável na prática clínica atual.

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