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AULA 8 – ENDODONTIA LABORATORIAL

SUBSTÂNCIAS
Q U I M I C A S
SUBSTÂNCIAS Q U Í M I C A S AULA 8 – SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS

SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS
Nesta imagem podemos ver um pré-molar superior, onde se tem dois
canais, com uma câmara pulpar bem evidente. Muitas vezes olhando
essa imagem é comum pensar que esses canais não possuem nenhuma
variação anatômica e que a parede de dentina é sólida, por vezes se
esquece da presença dos túbulos dentinários. Quando se estuda a
Endodontia, que é o interior do dente, temos que ter em mente a
presença dos túbulos dentinários. É importante saber que tais estruturas
microscópicas existem, porque eles, assim como todas as variações
anatômicas presentes no interior da cavidade pulpar, serão um nicho
para bactérias. Imagine que o paciente chegue no consultório
odontológico para tratamento de canal apresentando uma necrose do
tecido pulpar. Uma vez que esse tecido está necrosado significa que não
há mais vida dentro do dente.
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SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS
E se não tem mais vida dentro do dente, logo não se tem sistema ou
mecanismos de defesa na polpa para atuar contra essa infecção. As
bactérias começam a penetrar dentro dos canais radiculares e,
consequentemente uma vez dentro destes, penetram nos túbulos
dentinários. As bactérias possuem um tamanho mínimo, permitindo que
consigam penetrar nos túbulos dentinários, criando um conglomerado e
formando o biofilme microbiano. Ao tratar um canal temos de saber o
porquê.
O dente com polpa viva é um caso para o tratamento e o dente com
polpa morta é outro diferente. Com relação à polpa morta, geralmente
há biofilme, temos de lembrar sempre disso quando formos tratar casos
de necrose pulpar. O conglomerado de bactérias que se acumulam nos
túbulos dentinários tornam o acesso difícil para o profissional. Então, o
biofilme intratubular é uma das principais causas de insucesso do
tratamento endodôntico!
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SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS – PREPARO QUÍMICO-MECÂNICO


Quando se utiliza os instrumentos endodônticos eles cortam a dentina, eliminando as
bactérias que estão nas paredes dos canais radiculares. Entretanto, para conseguir MODELAGEM
atingir/alcançar o biofilme (as bactérias) que estão dentro do túbulo dentinário, o
dentista tem de otimizar a limpeza dos canais radiculares. Quando se fala de preparo
químico e mecânico significa que terá uma ação química que será proporcionada por
uma substância química que irá auxiliar a instrumentação feita pelo dentista. O
primeiro passo para o preparo químico-mecânico é a utilização de instrumentos. Os
instrumentos são utilizados com a sua ação mecânica para ampliar e modelar aquele
canal. O principal objetivo de ampliar e modelar o canal é para inserir um cone de
guta-percha posteriormente. Dentro da cavidade pulpar tem a polpa, uma vez que
ela morre ou está inflamada de forma irreversível, o dentista tem de removê-la, e o
LIMPEZA

espaço que continha tem de ser preenchido. O material que se tem para preencher
esse espaço são os cones de guta-percha, após o canal ter sido ampliado, modelado,
removendo-se todas as suas irregularidades.
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SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS – PREPARO QUÍMICO-MECÂNICO


Tais irregularidades precisam ser removidas para que o cone penetre dentro do canal
e assim o dentista consiga vedar esse espaço, evitando que bactérias penetrem tanto MODELAGEM
por via coronária quanto por via apical; esse é o principal objetivo de ampliar e
modelar esse dente. O outro motivo é a limpeza, uma vez que se utiliza instrumentos
com diferentes diâmetros, consequentemente cortamos mais dentina e junto com
essa dentina virão restos bacterianos e também as irregularidades serão
regularizadas, as paredes começam a ficar lisas, com isso se tem espaço para o cone
de guta-percha e espaço para irrigar esse canal. Irrigar o canal é a segunda parte do
processo de limpeza dos canais radiculares. Objetivamos abrir espaço para aquele
dente para que o dentista possa atuar com a solução irrigadora. Além dos
instrumentos, também tem a ação química da substância química auxiliar (SQA). Essa
LIMPEZA

substância tem propriedades adicionais que promovem a desinfecção do dente.


Também são necessárias algumas outras propriedades para otimizar a finalização
desse preparo.
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SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS – SOLUÇÕES QUÍMICAS AUXILIARES (SQA)


Além disso, também tem de ter uma ação física, ou seja, tem de ter uma ação de fluxo e refluxo associada a uma
agitação para que se promova uma melhor desinfecção, um maior potencial de penetração desse líquido. O líquido
precisa ter propriedades que vão facilitar o preparo. Estas duas ações de modelagem/ampliação e limpeza fazem
parte do preparo químico-mecânico com o objetivo de modelar e limpar os canais.

O hipoclorito de sódio é a substância mais utilizada. São soluções empregadas no preparo dos canais radiculares
como auxiliar da instrumentação, como solução irrigante e como agente antimicrobiano. Na definição tem a
denominação de soluções, porque as substâncias utilizadas estão no estado líquido. Percebe-se pela definição na
parte de “para auxiliar da instrumentação” que a instrumentação e as soluções são processos concomitantes, ou
seja, não se utiliza a lima primeiro para depois irrigar, a lima e a irrigação são utilizadas durante o PQM. A atuação
como solução irrigante e agente antimicrobiano ocorrem dentro do canal. Assim, a substância química auxiliar tem
de ter propriedades que forneçam os objetivos descritos na definição.
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SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS – SOLUÇÕES QUÍMICAS AUXILIARES (SQA)


Muitas vezes as nomenclaturas substâncias químicas auxiliares e soluções
irrigadoras são utilizadas como sinônimos. Mas será que elas são sinônimos
mesmo?
A substância química auxiliar tem de ter propriedades químicas, ela tem de ter
algum ponto de atuação, alguma propriedade ativa. Já a solução irrigadora nem
sempre precisa ter essa propriedade química. O hipoclorito de sódio, por
exemplo, tem propriedades químicas, então, ele pode ser considerado uma
substância química auxiliar e ao mesmo tempo ele é líquido, então, ele pode ser
considerado também uma solução irrigadora. O soro fisiológico é considerado
apenas como uma solução irrigadora, porque ele não tem nenhuma substância
química, ele é uma solução inerte. Então, nem toda solução irrigadora é uma
substância química auxiliar, para ser uma substância química auxiliar tem de ter
propriedades químicas e para ser uma solução irrigadora tem de ter
propriedades físicas.
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SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS – SOLUÇÕES QUÍMICAS AUXILIARES (SQA)


As substâncias químicas auxiliares devem ter alguns objetivos:
Promover a eliminação ou máxima redução de microrganismos. Esse deve ser o primeiro objetivo. Assim sendo,
devem ser dotadas de ação antimicrobiana, porque dentro do canal radicular tem microrganismos. E se tem
microrganismos deve-se otimizar a ação contra esses estes. Ter a propriedade de dissolver tecido orgânico vivo ou
necrosado. Essa propriedade é porque vai tratar polpa viva e necrosada. A propriedade de dissolver é para facilitar
a remoção desse tecido. Se esse tecido permanece no interior do canal após o preparo, servirá como alimento
para os microrganismos que por ventura sobreviveram ao PQM, podendo incorrer em insucesso do tratamento.
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SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS – SOLUÇÕES QUÍMICAS AUXILIARES (SQA) – objetivos


Umedecer ou lubrificar as paredes dentinárias. Para a utilização de instrumentos as paredes dentinárias devem
estar lubrificadas para facilitar a penetração. Remover a smear layer, pois ao longo de toda a instrumentação a
smear layer é produzida por duas formas, tanto pela ação dos instrumentos contra as paredes de dentina, quanto
pela química que muitas vezes é causada pela presença de hipoclorito. Outro objetivo é a suspensão de detritos.
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SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS – SOLUÇÕES QUÍMICAS AUXILIARES (SQA) – requisitos

1. Solvente de matéria orgânica


2. Ação antimicrobiana
3. Atividade lubrificante
4. Suspensão de detritos
5. Biocompatibilidade
6. Atividade quelante
7. Baixa viscosidade
8. Baixa tensão superficial
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SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS – SOLUÇÕES QUÍMICAS AUXILIARES (SQA) – REQUISITOS


1. SOLVENTE DE MATERIA ORGÂNICA:
Remoção do tecido pulpar vivo ou necrosado. É essencial que no processo de irrigação haja dissolução da matéria
orgânica, removendo tecido vivo ou necrosado. Para canais com resto de polpa viva ou necrosada, a utilização da
substância torna mais fácil sua remoção. O solvente de matéria orgânica é utilizado em regiões inacessíveis aos
instrumentos, e sua maior ação se dá quando temos uma maior área de contato (volume de solução e massa)
obtido pelo maior volume da solução por meio de irrigações/aspirações sucessivas. Para proporcionar um maior
volume de solução dentro do canal é necessário a renovação constante da solução. O ato de irrigar e aspirar vai
proporcionando um volume maior de solução irrigadora dentro do canal radicular, com isso tem uma maior ação de
solvente de matéria orgânica para possíveis regiões onde o tecido permaneceu ali. Um tempo maior de ação
melhora a performance da substância. Então, o tempo e a concentração vão influenciar. A agitação mecânica
também aumenta a ação do solvente de matéria orgânica. Quanto maior for a concentração da solução, maior será
a ação do solvente de matéria orgânica. Logo: área de contato (volume de solução e massa), frequência de
renovação, tempo de ação, agitação mecânica e concentração da solução interferem na sua capacidade de
promover a dissolução da matéria orgânica em dentes com polpa necrótica ou não.
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2. AÇÃO ANTIMICROBIANA
Há muitos microrganismos dentro do canal radicular, por isso deve haver uma ação antimicrobiana que será
promovida pela instrumentação. A instrumentação por si só reduz em 53,3% os microrganismos que estão dentro
do canal (redução bacteriana). Quando se associa instrumentação com soluções irrigadoras, a redução de
microrganismos passa para 80-90%.
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3. ATIVIDADE LUBRIFICANTE
Quando se joga um líquido sobre um sólido, aquela substância fica úmida, dessa forma ocorre o processo chamado
de adsorção. Absorção é quando um líquido é absorvido por um sólido, quando molha sua superfície. Uma região
úmida/lubrificada tem uma facilidade de penetrar qualquer coisa, então, reduz a resistência ao deslocamento e
consequentemente reduz o atrito. O atrito nada mais é do que a resistência ao deslocamento.
Trabalhar com o instrumento dentro do canal sem lubrificação gera um atrito muito maior contra as paredes. Além
de acumular muito mais raspas de dentina, também vai proporcionar um maior desgaste ao instrumento.
Resumindo: atividade lubrificante: adsorção de um líquido pelo sólido → umectação → reduzir a resistência ao
deslocamento → reduzir atrito.
Quanto menor a força de atrito, o contato físico desses instrumentos, maior será o tempo de vida útil destes. E
também, quanto mais atrésico o canal, mais difícil será a penetração do instrumento. Precisamos irrigar e deixar o
líquido descer por capilaridade, pelos canais helicoidais do instrumento (pelas áreas de escape).
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4. SUSPENÇÃO DE DETRITOS
Quando se utiliza o instrumento no canal radicular para cortar dentina, ocorre a
produção de raspas que ficam dentro do dente. Se não tem solução irrigadora, esses
debris (raspas de dentina) começam a acumular nas paredes. Outro fator é que se
essa solução satura, a substância já não consegue mais suspender detritos e, como
consequência, esses detritos vão se sedimentando na região mais apical. Isso é um
dos fatores que podem levar a perda do comprimento de trabalho, pois forma um
conglomerado de raspa de dentina na região apical que é muito difícil de ser
ultrapassado. Na prática, além de perder o comprimento de trabalho, o dentista
percebe que o instrumento começa a bater em uma região dura, em que não tem
mais a continuidade do canal. Então, a manutenção dos detritos orgânicos e
inorgânicos em suspensão impedem sua sedimentação, seu acúmulo dentro do
canal. Forçar o instrumento para ultrapassar essa obstrução, pode levar debris para a
região periapical. A solução é límpida, transparente, e quando turva, precisa de ser
trocada, renovada.
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5. BIOCOMPATIBILIDADE
É necessária uma solução que além de dissolver matéria orgânica, ter uma ação antimicrobiana, de lubrificar o
canal, de suspender detritos, seja também biocompatível, uma vez que ela possa atingir a região periapical. A
compatibilidade biológica está intimamente ligada com a atividade antimicrobiana. Então, não há uma substância
química auxiliar que seja dotada de propriedade antimicrobiana e que ao mesmo tempo ela seja completamente
biocompatível. Por exemplo, se tem uma ação química dessa substância que incomode a célula, que não tenha
compatibilidade com a célula, vai haver uma resposta inflamatória mais acentuada dessas células ou da região
periapical, então, esse é um grande problema.
Assim, sabe-se do problema de encontrar uma solução que tenha uma compatibilidade biológica e que apresenta
uma excelente atividade antimicrobiana. Dentro do canal não terá mais tecido vivo, tem apenas bactéria e não se
quer que a solução tenha uma compatibilidade biológica com a bactéria, se quer que ela elimine as bactérias. É
desejado uma atividade antimicrobiana e não se preocupa com essa compatibilidade biológica, porque não se tem
células vivas dentro do canal de dente necrosado ou no caso de uma remoção, de uma biopulpectomia. → Os
tratamentos conservadores são vistos por outro ponto.
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5. BIOCOMPATIBILIDADE
Então, quando se precisa remover a polpa e tratar um canal que não tem mais tecido, podemos atenuar essa
compatibilidade biológica. Podemos utilizar uma substância dotada de propriedade antimicrobiana e atenuar a
compatibilidade biológica trabalhando essa substância, diminuindo o tempo de contato, a área de contato e assim
atenuar a irritação transitória daquela região periapical. A toxicidade depende de alguns fatores:

● Tempo de contato
● Área de contato
● Irritação transitória

Não há até o momento nenhuma substância química auxiliar (SQA) que tenha propriedades antimicrobianas
excelentes e ao mesmo tempo seja biocompatível.
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6. QUELANTE
A instrumentação produz raspas de dentina nas paredes formando a smear layer. Essa smear layer tem de ser
removida com uso de uma substância quelante. Quelação é a associação do agente da solução com os íons cálcio
que estão presentes na dentina. Uma vez que eles se associam começam a remover esses íons. Assim, a quelação
é por meio da remoção de tecido mineralizado. Então, os íons cálcio são removidos da smear layer e com isso a
lama dentinária é removida. A substância da quelação de íons cálcio tem fechamento em cadeia heterocíclica, ou
seja, ela se une/liga e fecha uma cadeia, e dessa forma tem um efeito autolimitante. O efeito autolimitante
significa que se o dentista colocar uma gota de EDTA dentro do canal, uma vez que aquela solução se ligue com os
íons cálcio ela vai perder a sua ação. Para a solução ter uma nova ação, o dentista deve renovar a solução. A smear
layer é formada por restos teciduais e bacterianos que obstruem os túbulos dentinários. Uma vez utilizada, a
solução quelante consegue limpar os túbulos dentinários, expondo-os ao líquido irrigante, promovendo uma
melhor performance do mesmo. Obviamente que quando for obturar o canal o cimento endodôntico consegue
entrar nos túbulos dentinários sem a presença de smear layer.
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SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS – SOLUÇÕES QUÍMICAS AUXILIARES (SQA) – REQUISITOS


7. VISCOSIDADE
Viscosidade é a resistência ao movimento das moléculas de um fluido em deslocamento devido às forças de
coesão intermolecular. Em qualquer substância há moléculas, quando elas estão bem unidas há um escoamento
menor, uma fluidez menor, há uma maior coesão. Quanto mais fortes são as forças intermoleculares, maior é a
viscosidade. Quanto menor a viscosidade, maior o potencial de penetração.
Então, se usarmos uma substância líquida para irrigar o canal há uma
maior probabilidade de penetrar em regiões de variação anatômica.
Uma menor viscosidade aumenta o potencial de penetração. Outro
fator que influencia na viscosidade é a velocidade, pois quanto mais
viscoso menor é a velocidade. O diâmetro também vai influenciar,
pois quanto mais amplo, mais lento é a penetração e,
consequentemente, quanto mais atrésico, mais rápido é a
penetração. Tem de ter isso em mente, porque existirão canais
radiculares mais atrésicos e mais amplos.
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SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS – SOLUÇÕES QUÍMICAS AUXILIARES (SQA) – REQUISITOS


8. TENSÃO SUPERFICIAL
Baixa tensão superficial. A tensão superficial é quando as forças de atração entre moléculas de superfície são
maiores do que as do interior. Isso ocorre porque não há nada em cima da superfície do líquido, o que se tem é ar,
ou seja, a substância é modificada. Dentro da água há várias moléculas unidas umas às outras. Já na superfície tem
moléculas unidas e acima tem ar, então, tais moléculas aumentam a força de coesão nessa região mais superficial,
onde substâncias ou criaturas mais leves conseguem caminhar sobre a água. Se diminuirmos a tensão superficial,
o líquido vai penetrar mais facilmente no canal, algo possível quando se aumenta a temperatura, fazendo as
moléculas da superfície agitarem-se, deslocando-as e, assim, a tensão superficial do líquido é diminuída. Também
pode-se utilizar um agente tensoativo, um detergente para conseguir diminuir aquela tensão superficial. Quanto
menor a tensão superficial, maior o potencial de penetração, de capilaridade. Outro fator que diminui a tensão
superficial é a agitação da solução, então, se a substância é agitada, automaticamente aumenta a temperatura e
consequentemente diminui a tensão superficial. Uma vez que a tensão superficial é diminuída se consegue ampliar
o potencial de penetração dessa solução em regiões de difícil acesso. Tudo isso são formas de otimizar a irrigação.
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SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS – SOLUÇÕES QUÍMICAS AUXILIARES (SQA) – APRESENTAÇÕES


Uma vez que as propriedades que essas substâncias devem ter foram vistas, propriedades que são requisitos,
agora veremos como tais propriedades podem ser empregadas, desde cremes a géis. Nota-se que há funções
diferentes, os cremes e os géis são menos utilizados, eles são mais utilizados como proposta de lubrificação do
canal radicular (atrésicos). Se há um canal muito atrésico e a lima não penetra, essa região tem de ser lubrificada
para conseguir inserir o instrumento. Às vezes existem algumas medicações que estão associadas ou a clorexidina
também pode vir associada ao gel.
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SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS – SOLUÇÕES QUÍMICAS AUXILIARES (SQA) – CLASSIFICAÇÃO


● Compostos halogenados
● Detergentes sintéticos
● Substâncias quelantes
● Associações para tentar conseguir contemplar todas as propriedades vistas previamente.
● Outras soluções irrigadoras
Compostos halogenados: as duas principais soluções halogenadas são o hipoclorito de sódio e a clorexidina, e as
mais utilizadas na endodontia. Hipoclorito de sódio: é a primeira solução e a mais utilizada. É uma solução que foi
utilizada desde a primeira Guerra Mundial para limpeza de feridas, em 1915. Em 1920 começou o emprego do
hipoclorito de sódio na Endodontia. Entretanto, só em 1936 por Walker começou a utilização de soda clorada
propriamente dita na Endodontia. Essa utilização ao longo de todo preparo químico mecânico foi difundida em
1943 ou a partir de 1943 por Grossman. Até o momento não existe uma solução melhor do que o hipoclorito para
ser utilizada. Assim, o hipoclorito de sódio é a solução mais utilizada mundialmente na Endodontia.
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SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS – SOLUÇÕES QUÍMICAS AUXILIARES (SQA) – HIPOCLORITO DE SÓDIO


O hipoclorito de sódio existe ou ele é formulado em algumas concentrações diferentes e às vezes com alguns
compostos diferentes para estabilizá-lo, por ser muito instável. Uma das principais e mais utilizadas é o líquido de
Dakin, tal solução é utilizada principalmente na Odontopediatria. A solução de Milton é utilizada para preparo de
polpa viva. A solução de Labarraque é a mais utilizada no mundo para todos os casos. É um meio termo que tem
uma excelente ação antimicrobiana e também proporciona a dissolução tecidual sem danificar tanto as estruturas
da dentina. Então, é uma solução que apresenta uma boa concentração para utilizar no preparo de canais. A soda
clorada tem concentrações de hipoclorito que variam de 4 a 6%. É muito utilizada em países fora do Brasil, e alguns
profissionais a utilizam para canais necrosados/mais complexos.
HALOGENADOS
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SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS – SOLUÇÕES QUÍMICAS AUXILIARES (SQA) – HIPOCLORITO DE SÓDIO


Por exemplo, um paciente chega com um dente com infecção há mais de um ano, às vezes o dente está aberto. É
necessário atuar de uma forma mais efetiva. Como a ação de solvente orgânico é otimizada com o aumento da
concentração dessa solução, concentrações mais altas seriam indicadas para esses casos.
HALOGENADOS
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SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS – SOLUÇÕES QUÍMICAS AUXILIARES (SQA) – HIPOCLORITO DE SÓDIO


Propriedades:
● Antimicrobiana
● Solvente de matéria orgânica
● Desodorizante
● Clareadora
● Lubrificante
● Baixa tensão superficial
● Detergente
● pH alcalino (11 a 11,5)
É em pH alcalino, porque é a forma que se encontra de estabilizar a solução. Tudo isso porque o hipoclorito é uma
solução muito instável, qualquer fator pode alterar essa solução. Então, em pH alcalino o hipoclorito encontra a
sua estabilidade.
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SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS – SOLUÇÕES QUÍMICAS AUXILIARES (SQA) HIPOCLORITO DE SÓDIO


p r o p r i e d a d e s
Como o hipoclorito funciona? Por que se utiliza hipoclorito? Onde ele vai atuar? O hipoclorito de sódio vem na
forma de uma solução aquosa (se reage com água, o hipoclorito é uma solução aquosa). Isso significa que o
hipoclorito de sódio vai se associar ou vai reagir com a água e vai formar duas substâncias a partir dessa reação.
Quando reage com a água o hipoclorito forma o hidróxido de sódio e o ácido hipocloroso, que são,
respectivamente, uma base forte e um ácido fraco. Em meio alcalino, com pH maior que 10 o hipoclorito de sódio
tem maior estabilidade. Essa estabilidade é para o hipoclorito não perder as suas propriedades.

Água Ácido
hipocloroso

NaOCl H₂O NaOH HOCl Ácido


fraco
Hipoclorito Hidróxido
de sódio de sódio Base
forte
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ÁCIDO HIPOCLOROSO → O ácido hipocloroso atua em meio ácido, em um pH menor que 5.5, e encontra-se na
forma não ionizada. O tubo de hipoclorito vem em um pH alcalino, entretanto a ação do ácido hipocloroso ocorre
melhor em um pH menor que 5,5. Nessas condições, na forma não ionizada, o hipoclorito tem uma maior ação
antimicrobiana. Em inflamações ou na presença de muitos microrganismos o ambiente será mais ácido,
melhorando a ação do ácido hipocloroso quando o hipoclorito entra em contato com aquela região, o que era
básico começa a diminuir o seu pH automaticamente. Diminuindo o pH, a ação antimicrobiana é potencializada.
Entretanto o hipoclorito perde a sua estabilidade. Isso significa que uma vez que ele atue, ele vai perder o seu
potencial de ação, tornando-se instável. A solução tem de ser renovada.

Água Ácido
hipocloroso
Melhor ação antimicrobiana
NaOCl H₂O NaOH HOCl
Meio ácido pH menor que
5.5 HOCL não ionizado
Hipoclorito Hidróxido
de sódio de sódio
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SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS – SOLUÇÕES QUÍMICAS AUXILIARES (SQA) HIPOCLORITO DE SÓDIO


HIDRÓXIDO DE SÓDIO → é uma base forte que se encontra 100% dissociada em meio aquoso, produzindo íons
sódio e hidroxila. NaOH dá toxicidade ao hipoclorito de sódio. Quanto maior a concentração do hidróxido de sódio,
mas tóxico torna-se o hipoclorito. Entretanto, é o hidróxido de sódio que dá o pH alto, básico entre 10-11 dando
estabilidade ao hipoclorito de sódio. O valor máximo aceitado de hidróxido de sódio para que se mantenha uma
boa estabilidade e que ao mesmo tempo não venha a ser tão tóxico é 0,4%. O hidróxido de sódio tem uma
pequena ação antimicrobiana, quem proporciona a ação antimicrobiana em si é o ácido hipocloroso
principalmente. Ele não é tão atuante na ação antimicrobiana, mas tem uma excelente ação de dissolução
tecidual. Associando hidróxido de sódio e o ácido hipocloroso obtemos uma dissolução tecidual aumentada.

Água Ácido
hipocloroso

NaOCl H₂O NaOH HOCl

Hipoclorito Hidróxido
de sódio Valor máximo de sódio Responsável pela
de 0.4% toxicidade do hipoclorito
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SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS – SOLUÇÕES QUÍMICAS AUXILIARES (SQA) HIPOCLORITO DE SÓDIO


Como o hidróxido de sódio vai dissolver o tecido? O hidróxido de sódio reage com ácidos graxos, óleos e gorduras,
produzindo sabão e glicerol que são substâncias inertes. Então, ele reage com esses ácidos dentro do canal, tais
ácidos são produzidos por bactérias. O hidróxido também reage com aminoácidos e proteínas, formando sal e
água.
Como o ácido hipocloroso vai dissolver o tecido? O ácido hipocloroso reage com o grupo amina, produzindo
cloramina e água. Os dois questionamentos anteriores significam basicamente que esse hidróxido e o ácido vão
agir com esses microrganismos produzindo substâncias inertes. E assim destruindo os microrganismos e
dissolvendo tecido. As duas principais funções do hipoclorito de sódio são de ação antimicrobiana e solvente
tecidual.

NaOCl • Ácidos graxos (óleos e Ácido • Grupos aminas dos


hipocloroso
gorduras) e glicerol aminoácidos
Hipoclorito (álcool) • Cloraminas e água
HOCl
de sódio • Aminoácidos das
proteínas, sal e água
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SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS – SOLUÇÕES QUÍMICAS AUXILIARES (SQA) HIPOCLORITO DE SÓDIO


Ação desodorizante → Como o hipoclorito vai tirar o odor fétido do canal? As bactérias estão presentes dentro do
canal, uma vez que o hipoclorito vai atuar matando bactérias, ele reagirá diretamente com os produtos
bacterianos dentro do canal radicular. O hipoclorito de sódio reage com ação:

AÇÃO
→ Ácidos graxos de cadeia curta DIRETA
→ Compostos sulfurados O hipoclorito de sódio também pode agir

→ Amônia de forma indireta: atividade letal sobre

→ Poliaminas microrganismos. Como o hipoclorito

→ Ação oxidativa sobre produtos bacterianos mata microrganismo, o microrganismo

→ vai agir diretamente nos produtos bacterianos não vai mais produzir nenhum composto
fétido.
AÇÃO
INDIRETA
Barato - Rápida atuação - Desodorante e lubrificante - Excelente
atividade antimicrobiana - Baixa toxicidade nas condições de uso -
Solvente de matéria orgânica - Clareador.
VANTAGENS
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SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS – SOLUÇÕES QUÍMICAS AUXILIARES (SQA) HIPOCLORITO DE SÓDIO


DESVANTAGENS Instabilidade química: se armazenado no sol perde sua estabilidade. Precisa ser guardado
em frasco âmbar/opaco. Decréscimo da concentração → Uma vez que a concentração decresce ele
torna-se menos potente na sua ação antimicrobiana e de dissolução tecidual, principalmente.
Corrosivo: é uma substância que corrói tecido, corrói lençol de borracha. Irritante para pele e mucosa:
existem pacientes que têm alergia. Forte odor; descora tecido; remove carbono da borracha: uma vez
que isola, se não tem cuidado de aspirar a solução irrigadora no local certo, a solução começa a formar
furos naquele lençol de borracha. Não inativa lipopolissacarídeos (LPS), presente nas bactérias gram
negativas. Toxicidade → Existe a toxicidade do hipoclorito para as células da polpa dentária.
Entretanto para que ocorra a apoptose é preciso utilizar uma concentração de 13,5% de NaOCl, mas na
Odontologia se utiliza uma concentração de 1 e 2,5%. Então, a concentração utilizada na Odontologia é
muito baixa para que tenha uma toxicidade muito alta para as células da polpa dentária. O
emprego consciente favorece uma baixa citotoxicidade. Assim, apesar de ser uma substância
citotóxica, se ela for utilizada dentro do limite do canal radicular, vai conseguir uma baixa
citotoxicidade. Se conseguir uma concentração compatível com essas células, que não cause um
dano tão grande a essas células, vai ter uma baixa citotoxicidade.
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SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS – SOLUÇÕES QUÍMICAS AUXILIARES (SQA) – HIPOCLORITO DE SÓDIO


Acidentes com hipoclorito. Tem de tomar todos os cuidados possíveis para evitar, mas também tem de saber
como conduzir se um acidente acontecer. Extravasamento via forame apical. Quando ocorre o paciente incha na
hora, começa a formar eritemas na face, ficam regiões edemaciadas e roxas → Isso ocorre minutos depois do
extravasamento. Quando o extravasamento ocorre, a culpa é do operador, pois utilizou hipoclorito de uma forma
que não deveria ser utilizada. Às vezes acontece de formar úlcera. Sinais e sintomas no paciente:
● Dor severa e imediata (2 a 6 minutos)
● Edema dos tecidos moles
● Extensão do edema pela face (bochecha, olhos e lábios)
● Equimose (decorrente da hemorragia)
→ Sinais e sintomas dentro do canal:
● Sangramento intracanal
● Sabor ou cheiro de cloro
● Possível infecção secundária
● Possível parestesia
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SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS – SOLUÇÕES QUÍMICAS AUXILIARES (SQA) – HIPOCLORITO DE SÓDIO


Conduta: percebendo a possibilidade de ter irrigado a região periapical e não a do canal radicular, tem de parar
imediatamente a irrigação com hipoclorito. Deve-se seguir com:
1. Irrigação abundante com solução fisiológica estéril: é uma solução inerte e sendo uma solução inerte ela
neutraliza o hipoclorito que foi extravasado, diminuindo a concentração dele naquela região e a sua ação.
2. Inserção de medicação intracanal
3. Prescrição de antibiótico (prevenção de contaminação dos tecidos necrosados): a prescrição é necessária
porque o hipoclorito é corrosivo, levando a necrose tecidual e atração de bactérias. Na corrente sanguínea tem
bactérias circulando (?!), então, se tem uma área de necrose, há grandes chances daquela região ser contaminada,
dela atrair essas bactérias. Prescreve-se antibiótico para prevenir a contaminação dos tecidos que foram
necrosados.
4. Prescrição de analgésicos/anti-inflamatórios → Dexametasona de 4 mg é excelente para evitar edema posterior.
Prescrever de 8 em 8 horas.
5. Compressas de gelo → No 1º dia
6. Compressas mornas → No 2º dia. Até estabilizar o caso
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SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS – SOLUÇÕES QUÍMICAS AUXILIARES (SQA) – CLOREXIDINA


É o segundo composto halogenado mais utilizado na Endodontia.
Características:
● Bisbiguanida catiônica
● Base forte
● Sal digluconato de clorexidina → Na Endodontia é utilizada como esse sal 2%
● Incolor e inodora
● Estável em pH de 5 a 8.
● Atividade antibacteriana em pH de 5 a 8 → Como consequência é uma substância mais estável quando
comparada ao hipoclorito.
● Amplo espectro de ação → Atua em uma grande gama de microrganismos e por isso é bastante utilizada na
Periodontia.
Na periodontia a clorexidina é utilizada para:
● Redução da formação de placa
● Tratamento de doenças periodontais
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SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS – SOLUÇÕES QUÍMICAS AUXILIARES (SQA) – CLOREXIDINA


Percebe-se que a clorexidina é utilizada de uma forma mais preventiva para o biofilme, para prevenir a formação
de placas bacterianas. Ela possui a propriedade de substantividade, uma das propriedades mais importantes da
clorexidina, fazendo com que ela possa se ligar a dentina e assim permanecer atuando por longos períodos de
tempo, isso é muito bom no sentido de prevenir uma recolonização daquela parede. Substantividade: ligação à
hidroxiapatita do esmalte ou dentina. A propriedade da clorexidina é um pouco diferente da do hipoclorito, mas
ela tem um amplo espectro de ação, principalmente quando o biofilme é desorganizado sobre bactérias
planctônicas. Atividade antibacteriana → Como a clorexidina atua: é carregada positivamente, ela se liga à parede
que está carregada negativamente, causando dano a membrana plasmática da bactéria, rompendo a célula
bacteriana. Pode atuar em baixas concentrações, ou seja, 0,12%. Entretanto em baixas concentrações tem uma
ação bacteriostática, ou seja, apenas inibe o metabolismo daqueles microrganismos. Pode atuar em altas
concentrações, sendo nesse caso bactericida, ou seja, ela libera moléculas de alto peso molecular que danificam o
DNA bacteriano causando sua morte.
Vantagens: Não provoca corrosão dos tecidos → Com isso, a clorexidina é tida como uma solução de baixa
toxicidade. Isso com relação à concentração de 2%, que é a utilizada na Endodontia. → Deve ser utilizada em
dentes com rizogênese incompleta.
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SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS – SOLUÇÕES QUÍMICAS AUXILIARES (SQA) CLOREXIDINA


Na Endodontia utiliza-se em uma concentração alta, para efeito bactericida. A clorexidina possui maior capacidade
de inibir a aderência inicial e talvez um posterior acúmulo e formação de biofilmes e outros microrganismos. A
principal atuação da clorexidina no biofilme não é de desorganizar o biofilme, quem faz isso é o hipoclorito. A
clorexidina inibe a aderência bacteriana.

Desvantagens:
● Não é capaz de eliminar completamente o LPS
bacteriano. Da mesma forma que o hipoclorito, a
clorexidina não consegue eliminar completamente o
LPS.
● Não dissolve matéria orgânica → Não é solvente de
matéria orgânica
● Não é desodorizante
● Citotóxica → Baixa citotoxicidade → Estudos mais
recentes mostram que a citotoxicidade da
clorexidina é bem similar ao hipoclorito de sódio.
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SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS – SOLUÇÕES QUÍMICAS AUXILIARES (SQA) CLOREXIDINA


O principal caso em que a clorexidina é utilizada é em paciente com alergia ao hipoclorito. Tanto o hipoclorito a
5,25% quanto a clorexidina a 2% causam retardo do processo de reparo. A literatura afirma que a clorexidina pode
ter efeito adverso caso o paciente tenha alergia, assim, a clorexidina não tem uma biocompatibilidade efetiva.
Resumindo… hipoclorito: dissolve tecido; age sobre o biofilme. Clorexidina: tem substantividade; previne a
formação do biofilme. Será que o hipoclorito e a clorexidina são substâncias que podem ser associadas? A imagem
à esquerda tem o hipoclorito de sódio na sua forma original, límpido e transparente. A imagem no centro é o
hipoclorito associado a clorexidina, formando uma substância marrom. Assim, associando a clorexidina ao
hipoclorito eles vão interagir quimicamente e formam a substância conhecida como paracloroanilina. A
paracloroanilina é uma substância cancerígena e ela não sai, a sua remoção é muito difícil. A imagem à direita
mostra que a clorexidina interage com o EDTA, mas forma um sal. Tal sal não é danoso ao paciente, entretanto, se
associar o hipoclorito a clorexidina vai ter problemas. Há relatos na literatura de dentistas que utilizam hipoclorito
e clorexidina juntos, mas para isso eles neutralizam o hipoclorito. Neutralizar o hipoclorito significa inativar. Então,
inativa o hipoclorito para posteriormente utilizar a clorexidina. PRÓXIMA PÁGINA
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SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS – SOLUÇÕES QUÍMICAS AUXILIARES (SQA) CLOREXIDINA


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SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS – SOLUÇÕES QUÍMICAS AUXILIARES (SQA) – QUELANTES


Tais substâncias são principalmente o ácido etilenodiamino tetracético dissódico (EDTA) e o ácido
cítrico. O EDTA é utilizado em uma solução trissódica no formato de sal, apesar de originalmente
ser um ácido fraco. O EDTA é a solução quelante. O hipoclorito atua em algumas propriedades e
agora o dentista tem de usar o quelante para remover a smear layer. A smear layer tem uma
camada orgânica e uma camada inorgânica, com uma espessura de 1 - 5 μm. Há uma interação de
todo esse tecido dentro do canal, formando essa lama dentinária (smear layer) que começa a ficar
aderida na dentina, e que precisa ser removida. Como já dito, essa lama dentinária tem uma
camada orgânica e inorgânica e quem atua na camada orgânica é o hipoclorito. Já quem age na
camada inorgânica, que é o tecido duro, é o agente quelante, o EDTA, que interage com íons cálcio
e remove a parte inorgânica da smear layer. Existem associações, como:
MTAD → Usa: tetraciclina isomérica + ácido cítrico + tween 80.
● QMIX → É clorexidina com EDTA. ● Peróxido de hidrogênio ● Água destilada ● Água de cal → É
para parar sangramento.
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SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS – SOLUÇÕES QUÍMICAS AUXILIARES (SQA) – QUELANTES


EDTA 17% quelante específico para íons cálcio → Parte inorgânica
● Solução salina derivada de ácido fraco
● Ação autolimitante → Ou seja, uma vez que se liga ela perde a sua ação
● Maior ação no 1º minuto
● Não tóxico aos tecidos periapicais
● Bio e necropulpectomia → Pode ser utilizado tanto em polpa viva quanto em polpa morta. A
concentração e o tempo também ampliam a atuação dessa substância
↪ Desmineralização dentinária
● 5 minutos de atuação: dissolve de 1 a 5 μm
● 48 horas de atuação: dissolve 50 μm
↪ Quando se utilizar o quelante?
• Antes da medicação intracanal → Para abrir os túbulos e para que a medicação penetre.
• Antes da obturação → Para que haja penetração de cimento.
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SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS – SOLUÇÕES QUÍMICAS AUXILIARES (SQA) – TENSOATIVOS


Agentes tensoativos
● Diminuir tensão superficial de uma solução
● Favorece a umectação da dentina
● Endo-PTC; Tween 80; Tergentol
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IRRIGAÇÃO
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SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS – IRRIGAÇÃO E ASPIRAÇÃO


→ A irrigação e aspiração é um processo físico mecânico.
→ A agulha é inserida dentro do canal e o líquido é jogado lá dentro. Há uma diferença de diâmetro da região
cervical para a região apical pois o canal é cônico. Ao ser injetado, o líquido bate nas paredes e tende a retornar,
devendo então ser aspirado. O líquido vai 2ml além da ponta e retorna gerando um refluxo. Quando inserido é
gerado um fluxo, e quando o líquido retorna por meio da aspiração gera um refluxo. A aspiração ajuda a prevenir
esse extravasamento, além da própria anatomia cônica do canal que evita o líquido de passar.
→ Como é que se evita exercer uma pressão dessa agulha na região mais estreita do canal radicular? A irrigação
exerce uma pressão dentro do canal, pressão essa diminuída pela aspiração (na embocadura do canal). É
necessário que haja o fluxo da irrigação para dentro do canal, com refluxo concomitantemente gerado pela
aspiração. Com isso começa a remover detritos, microrganismos, tudo que tiver em suspensão nessa região da luz
do canal é removido pela irrigação.
↪ Então, fluxo e refluxo é o que ocorre nesse processo mecânico. Se a agulha travar, uma força será exercida
gerando uma pressão no êmbolo, com possível extravasamento do hipoclorito para a região do forame apical.
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SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS – IRRIGAÇÃO E ASPIRAÇÃO: Fatores que influenciam a irrigação-aspiração:


● Propriedades físicas da solução irrigante
→ Tensão superficial
→ Viscosidade
↪ Quando diminui essas propriedades, consequentemente gera um fluxo e refluxo maior, gera um potencial de
penetração maior dessa solução irrigadora.
● Anatomia do canal radicular
→ Canais amplos e retos: maior penetração de solução irrigadora (SQA)
● Canal amplo e reto permitem entrada fácil da agulha e consequentemente inserção de maior quantidade de
líquido dentro desse canal.
● Entretanto, se inserir uma solução irrigadora com muita força e muita velocidade, essa solução vai direto para a
região periapical e pode ocorrer um acidente.
→ Canais com curvaturas acentuadas: muitas vezes a solução irrigadora tem dificuldade para chegar nessa região
mais apical. Pois tem uma curvatura, tem um canal mais atrésico, tem obstáculos no caminho.
● Se há obstáculos no caminho que impedem o livre acesso, a tendência da solução é estar retornando para a
cânula de aspiração.
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SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS – IRRIGAÇÃO E ASPIRAÇÃO: Fatores que influenciam a irrigação-aspiração:


↪ Por isso que a agulha nunca deve estar travada, ela sempre deve estar em movimento de vai e vem.
● Diâmetro das agulhas irrigadoras → Se tem uma agulha muito calibrosa e ela não penetra no canal,
consequentemente não está levando solução irrigadora para o canal. A profundidade da agulha no canal é
importante. → Diâmetro do preparo do canal.
● Tem de ampliar o canal até uma lima 30 ou 35 mm para a solução irrigadora chegar lá na região mais apical → Se
tem um canal muito atrésico, consequentemente não tem espaço para que a solução irrigadora chegue na região
mais apical. A partir do momento que se tem um canal mais amplo ou que vai ampliando um canal mais atrésico,
vai fazer com que essa solução chegue na região periapical → Diâmetro externo das agulhas 0,25 a 0,6 mm com
comprimento de 17, 21, 25 ou 28 mm.
● As agulhas têm diâmetros diferentes e comprimentos diferentes → Quanto menor o diâmetro, maior a
velocidade e alcance do jato. Na Endodontia geralmente se utiliza o de 0,3 a 0,6 mm.
● 0,3 mm de ponta corresponde a uma lima 30; 0,45 mm corresponde a uma lima 45 e por aí vai.
→ O tamanho da agulha vai depender do tamanho do canal. Por isso existem vários tamanhos de agulha.
● Técnica de preparo do canal radicular → Maiores diâmetros dos canais radiculares favorecem o mecanismo de
irrigação-aspiração → Maior volume de solução irrigadora (SQA)
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SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS – IRRIGAÇÃO E ASPIRAÇÃO: Fatores que influenciam a irrigação-aspiração:

USAR AGULHAS
COMPATÍVEIS COM O
DIÂMETRO E
PROFUNDIDADE DO
CANAL RADICULAR

2-3 mm AQUÉM DO CT ERRADO!!!


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SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS – IRRIGAÇÃO E ASPIRAÇÃO: Fatores que influenciam a irrigação-aspiração:


A solução irrigadora sempre tem de ser renovada:
● Troca de instrumento
● Turvamento da solução → A solução turva significa que ela saturou, aí tem de trocar. NUNCA TRAVAR A
AGULHA OU
Posicionamento das agulhas irrigadoras
MANTÊ-LA
↪ Quantos milímetros tem de entrar?
PARADA!!!!
● 2 - 3 mm aquém do comprimento de trabalho
→ Deve-se fazer isso porque estudos mostram que o alcance do jato além da ponta da agulha varia de 2 a 3 mm
dentro do canal radicular → Relembrando que o movimento sempre é de vai e vem.
Quando se vai irrigar? Após acesso coronário → Durante o acesso é produzida muita raspa de dentina por meio da
utilização da broca. Essa raspa de dentina tem de ser eliminada para evitar levar para o canal radicular.
● Manter a câmara pulpar inundada sempre → Tem bactérias na região da câmara pulpar, por isso que tem de
irrigar bastante para neutralizar o conteúdo da câmara pulpar. Ao longo da instrumentação sempre deve manter a
câmara pulpar inundada. A cada 5 a 10 movimentos com o instrumento → Tem de trocar/renovar a solução
irrigadora ou se ela saturar (ficar branca) antes desses movimentos. Renovar solução irrigadora sempre que a
mesma estiver turva (saturada).
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SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS – IRRIGAÇÃO E ASPIRAÇÃO


Considerações importantes:
● 3 a 5 mL a cada irrigação-aspiração
● Curvar a agulha quando for reta
● Nunca travar a agulha!!
→ Travar a agulha é inserir ela no canal e ela prender. Se ela
prender e aí o dentista jogar o jato com força vai causar
extravasamento. Deve-s-e recuar e ter espaço para fazer
movimento de vai e vem acionando o êmbolo.
→ Seringas de 3 ou 5 mL com a ponta rosqueável.
→ As agulha utilizadas são compatíveis com o diâmetro do canal.
→ Agulha de irrigação é uma agulha metálica fininha para
irrigação, elas podem ter saída lateral (imagem à direita) ou saída
em nicho (imagem à esquerda).
→ A cânula de aspiração pode ser metálica ou a da Angelus.
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SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS – IRRIGAÇÃO E ASPIRAÇÃO – PROTOCOLO UFBA


● Polpa viva: hipoclorito de sódio (NaOCl) 1% (Solução de Milton)
→ Porque ainda não tem (ausência) infecção na porção radicular. Então, 1% é
suficiente para descontaminar a câmara pulpar, não tem aqueles biofilmes
dentro dos túbulos ou área de reentrância.
● Polpa morta: NaOCl 5% ou 2,5%
→ Porque tem a contaminação de todo canal radicular.
→ Esse protocolo de irrigação é feito antes da obturação dos canais
radiculares:
1. Hipoclorito de sódio (3 - 5 mL)
→ O hipoclorito é utilizado para remover a smear layer, a porção orgânica.
2. ETDA (3 minutos)
→ O EDTA é utilizado para remover a porção inorgânica
3. Detergente
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SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS – IRRIGAÇÃO E ASPIRAÇÃO – PROTOCOLO UFBA


É importante que se faça a agitação manual dinâmica com cone de guta-percha ou instrumentos fininhos após o
PQM. O cone deve ser agitado com movimentos pequenos de vai e vem e irrigação. Então, a partir do momento
que vai utilizando o cone e vai fazendo movimentos curtos e irrigando, os resquícios finais que sobraram dentro
do canal radicular começam a ser eliminados, começam a ser removidos. Assim, essa remoção otimiza a irrigação
final. Esses resquícios finais são causados pelo hipoclorito de sódio, pois o hipoclorito de sódio vai formando essas
bolhas de vapor no final pela liberação do cloro e impede que a solução chegue na região mais apical. Essas
bolhas são desorganizadas utilizando cone de guta-percha ou lima, uma vez desorganizadas se consegue fazer
com que essa substância flua para a região mais apical , otimizando a limpeza.
Como protocolo de irrigação final, para essa agitação final, pode ser utilizado o Easy Clean. É um dispositivo que
vai na baixa rotação.
● O protocolo do Easy Clean é:
● 20 segundos de NaOCl
● 20 segundos de EDTA
● 20 segundos de NaOCl
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SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS – IRRIGAÇÃO E ASPIRAÇÃO – PROTOCOLO UFBA


Quais são os requisitos para uma boa irrigação? O que precisa ter para promover uma boa irrigação dos canais
radiculares?
1. Substância: NaOCl 2,5% → Uma substância que tenha propriedades compatíveis antimicrobiana e de dissolução
tecidual. O hipoclorito 2,5% sempre é um coringa para ser utilizado, é uma concentração excelente.
2. Volume: mínimo 20 ml → O volume mínimo de 20 mL ao longo de todo o preparo. Então, ao final do PQM tem
de ter irrigado no mínimo 20 mL de solução irrigadora.
3. Agulha: fina roxa ou amarela → Tem de ser fina para conseguir inserir em todo o comprimento do canal
radicular e levar a solução irrigadora até a região mais apical.
4. Profundidade: 3 mm aquém → É 3 mm aquém por questão de segurança, porque o jato vai de 2 - 3 mm aquém
da ponta.
5. Refluxo: agulha livre no canal → Sempre tem de gerar um refluxo, com a agulha solta no canal em movimentos
de vai e vem.
6. Velocidade: lenta → Se inserir em uma velocidade muito rápida pode levar ao extravasamento.
7. Renovação: constante → A renovação deve ser constante para que as propriedades sejam excelentes ao longo
de todo o preparo.
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SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS – IRRIGAÇÃO E ASPIRAÇÃO – PROTOCOLO UFBA


Quais são os requisitos para uma boa irrigação? O que precisa ter para promover uma boa irrigação dos canais
radiculares?
8. Agitação: entrada e saída → Movimento de vai e vem sempre
9. Remoção da smear layer: EDTA 17% → Também se utiliza o hipoclorito
10. Irrigação final: NaOCl 2,5% → A irrigação final pode ser feita com hipoclorito ou detergente ou o que tiver na
clínica para ampliar a ação antimicrobiana.
A agulha com saída para lateral tem um refluxo para a região coronária maior e consequentemente um menor
risco de extravasamento.
→ Se utilizar a agulha com saída para lateral para fazer a irrigação da região apical, não vai chegar tanta solução
irrigadora. Para levar solução irrigadora para a região apical deve-se fazer uma agitação manual dinâmica com o
cone de guta-percha.
→ A agulha comprada na disciplina (a roxa) é para secar o canal. O canal deve ser seco no final para obturar. Essa
agulha ajuda muito a economizar o cone de papel, coloca ela dentro do canal e tira, ela vai secar, consegue aspirar
lá dentro. Então serve para secar o canal antes da obturação.

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