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Exame clínico de grandes animais: saiba

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Sanar
Leitura de 5 min
• 10/03/2022

São muitas as possibilidades de atuação em Medicina Veterinária. Mas, avaliar a


condição do paciente é uma prática comum no dia a dia do profissional. E é sobre
isso que vamos tratar aqui, a partir de um recorte bem relevante! A seguir, saiba
mais sobre o exame clínico de grandes animais! Aproveite!
Que tal conhecer ou retomar com a gente o passo a passo para examinar grandes
animais? Preparamos um resumo prático e completo com tudo o que é preciso
saber sobre esse procedimento. Vale a leitura e a consulta sempre que necessário.

Exame Clínico de Grandes Animais


Para início de conversa, é bom saber que o exame clínico dos animais é dividido em:
• identificação,
• histórico,
• anamnese e
• exame físico, geral e específico.
A identificação, o histórico e a anamnese têm o objetivo de coletar informações
prévias sobre a vida do animal examinado. Isso é fundamental para a estabelecer um
diagnóstico.
O exame físico, por sua vez, busca reunir achados clínicos a partir de técnicas
semiológicas, tais como inspeção, olfação, palpação, percussão e auscultação.
A seguir, vamos entender melhor o que diz cada ponto:
Identificação e anamnese
Nesse momento, é chegada a hora de reunir estes dados:
• Espécie:
• Raça:
• Marca:
• Idade:
• Sexo:
• Aptidão:
• Peso:
Anamnese
Agora, a proposta é responder a pergunta como estas:
• Qual é queixa principal?
• Como aconteceu?
• Desde quando?
• Quais os sinais observados?
• É a primeira vez que apresenta?
• Sistema de criação: Extensivo, intensivo ou semi-intensivo?
• Alimentação: Qual tipo? Como e quanto é fornecido?
• Mineralização: Qual tipo? Como e quanto é fornecido?
• Aguada: Cocho? Açude? Rio? Automática?
• Vacinação: Quando e quais?
• Vermifugação: Quando e quais?
• Total de animais: Animais doentes: Quantos doentes? Quantos óbitos?
Recuperados? Quais categorias?
• Tratamento: Usou algum medicamento? Qual a dose? Houve melhora ou
piora?
Exame físico geral em equídeos e ruminantes
Antes de destacarmos os pontos que precisam ser observados, vale lembrar que,
para a realização do exame físico e preenchimento da ficha do paciente, é
importante usar sempre os mesmos parâmetros para todos os animais que você
avaliar. Combinado?
Na hora do exame em si, é preciso observar o animal como um todo, levantando
informações que não podem ficar de fora na hora de avaliar um paciente
veterinário:
• Postura: Estação, decúbito lateral ou esternal.
• Nível de consciência: Apático? Comatoso? Ativo? Excitado?
• Escore corporal: Escala de 1 a 5
• Condição física: Em relação à queixa apresentada.
• Modificação anatômica: Tudo fora do padrão anatômico.
• Hidratação: Enoftalmia, Turgor cutâneo (TC”) e Tempo de preenchimento
capilar (TPC”)
• Mucosas: Coloração e umidade
• Vasos episclerais: Visíveis, finos ou invisíveis
• Linfonodos: Tamanho, consistência, mobilidade, sensibilidade e
temperatura.
• Pele/pelos e subcutâneo: Cicatrizes, edemas, alopecia, presença de
ectoparasitos, nódulos.
• Frequência cardíaca (bpm)
• Frequência respiratória (mpm)
• Mov. Ruminais/ Intestinais
• Temperatura (ºC)
Além disso, é preciso responder a questões sobre os sistemas digestório,
circulatório, locomotor, geniturinário e neurológico.
Por exemplo, para avaliar o sistema digestório, o médico veterinário deve buscar
responder a estas questões sobre o animal: Apresenta apetite e sede? Defecando?
Qual a característica das fezes? Apresenta regurgitação ou refluxo? Qual o aspecto?
Tem relação com a ingestão de alimentos?
Alguns dos pontos acima dizem respeito a parâmetros vitais. E, cabe ao médico
veterinário, conhecê-los para avaliar a situação orgânica do animal no momento do
exame.
A seguir, vamos falar um pouco mais sobre eles!

Parâmetros vitais
Aqui estão pontos que são vitais na saúde do animal, ou seja, essenciais. O
desequilíbrio em algum desses parâmetros pode ameaçar a vida do paciente.
Acompanhe!
Escore corporal: contempla todas as partes proeminentes do esqueleto,
observando e palpando para chegar a uma determinação. Pode-se utilizar de uma
escala numérica de 1 a 5, sendo caquético (1), magro (2), normal (3), gordo (4) e
obeso (5).
Estado de hidratação: a mensuração da hidratação ou do grau de desidratação é
feita a partir do turgor cutâneo (TC’’), da enoftalmia e do tempo de preenchimento
capilar (TPC’’). Em quadros drásticos, também pode levar ao óbito.
Em casos mais leves, com grau de desidratação de até 5% (Não aparente), observa-
se: diminuição do turgor cutâneo discreto ou sem alteração; enoftalmia ausente ou
muito discreta; estado geral sem alteração ou levemente alterado; apetite
preservado/sucção geralmente presente, animal alerta e em posição quadrupedal.
No quadro mais grave, por sua vez, com grau de hidratação entre 10% e 12%, são
identificados: marcante diminuição do turgor cutâneo (> 10 segundos) e
enoftalmia intensa; baixa temperatura nas extremidades; tônus muscular
diminuído ou ausente; mucosas ressecadas; reflexos muito diminuídos ou
ausentes; decúbito lateral e apatia intensa.
Quando o grau de desidratação é acima de 12% espera-se um possível óbito.
Também são sinais vitais que merecem atenção do médico veterinário a Coloração
das mucosas e o Exame dos linfonodos.

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