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Professora Patrícia Eliza Miranda Dupim

CONSIDERAÇÕES ÉTICAS GERAIS PARA OS CUIDADOS DE ENFERMAGEM

Ética profissional: É o conjunto de normas éticas que formam a consciência profissional e representam imperativos
de sua conduta.

A ética profissional refere-se aos padrões de conduta moral, isto é, padrões de comportamento relativos ao paciente, ao
chefe e aos colegas de trabalho. Ter boa capacidade de discernimento significa saber o que é certo e o que é errado, e
como agir para se chegar a um equilíbrio.

Ter ética profissional é cumprir com todas as atividades de sua profissão, seguindo os princípios determinados pela
sociedade e pelo seu grupo de trabalho.

Cada profissão tem o seu próprio código de ética. No entanto, há elementos da ética profissional que são universais e,
por isso, aplicáveis a qualquer atividade profissional, como a honestidade, responsabilidade, competências, entre
outras.

A enfermagem não pode nem deve dimensionar apenas a doença, e sim a pessoa como totalidade, a qual, por estar
vivendo um episódio em sua existência, a doença, necessita de cuidado pessoal e especial.

A pessoa é soberana para decidir sobre si mesma, mas sempre com base em deliberações determinadas por grupos
sociais. A autonomia significa a possibilidade de o ser humano ser capaz de decidir sobre o que é melhor para si, cuja
concepção central é a autogovernabilidade. Em outras palavras, a autonomia é uma categoria de liberdade e respeito.

Respeitar o paciente é permitir-lhe o direito de decidir livremente sobre si mesmo e sobre seu bem-estar, de ser
esclarecido e consentir sobre as ações do enfermeiro. Para tanto, é necessária a construção de uma inter-relação, com
decisões compartilhadas e trocas de informações efetivas.

Assim, antes de examinar o paciente ou de executar qualquer procedimento, o enfermeiro ou estudante irá informa-lo
adequadamente sobre o que será feito e aguardar o seu consentimento, para só então realiza-lo.

A informação deverá ser transmitida em linguagem e terminologias acessíveis, atentando para o nível de escolaridade
e cultura do paciente. Deve-se estar disponível para responder as perguntas feitas pelo paciente sobre exames e/ou
procedimentos de enfermagem a serem realizados. Essa disponibilidade deverá ser demonstrada e comunicada
verbalmente.

Outro princípio a ser observado é a privacidade do cliente, ou seja, as informações dadas em confiança devem ser
respeitadas, bem como sua intimidade. Tais aspectos envolvem questões de anonimato, sigilo, afastamento e a
liberdade que o paciente tem de não ser observado ou examinado sem autorização.

Há quebra de privacidade quando se atende um paciente sem sua autorização. Já a quebra de confidencialidade só é
eticamente admitida quando existe sério dano físico ou alta probabilidade de sua ocorrência; quando puder resultar em
um benefício real; quando constituir o último recurso, após terem disso tomadas a persuasão ou outras abordagens; e,
especialmente, quando o procedimento tiver de ser generalizável ou utilizado em outra situação com as mesmas
características.

Referência:
LUCIA, A.; BARROS, B. L. Anamnese e Exame Físico. 3 ed. 2016
Aulas Práticas – Semiologia do Cuidar

Atribuições do professor
Zelar pelos materiais utilizados em aula prática;
Cumprir as normas vigentes neste regulamento;
Agendar aulas com o prazo de antecedência estabelecido;
Usar jaleco ou roupa branca no momento das aulas práticas;
Consultar a agenda de reservas para facilitar o agendamento;
Cobrar dos alunos o uso do jaleco em aulas práticas;
Supervisionar os alunos durante as aulas práticas;

Atribuições do aluno
Zelar pelos materiais e equipamentos existentes no laboratório;
Usar jaleco ou roupa branca nas aulas práticas;
Respeitar as normas vigentes

Normas para frequência as aulas práticas

- O aluno deverá estar usando calça comprida que cubra os tornozelos (é proibido o uso de calças que contenham
rasgos, telas ou perfurações)
- Usar sapatos fechados
- Manter cabelos sempre presos
- Manter unhas curtas e usar esmaltes claros
- Não usar anéis, relógios, pulseiras e colares.
- Portar o material obrigatório para aulas práticas (termômetro, estetoscópio, fita métrica, lanterna clínica)
- Manter silêncio durante a execução das práticas
- Manter o respeito ao colega que durante as aulas estiver sendo examinado
- Após as aulas deixar laboratório organizado e limpo
- Usar os EPIs obrigatórios para aula de semiologia: respirador N95, Face shield.
- Manter distanciamento de segurança
- Não retirar máscara dentro do laboratório (quando for ingerir água o aluno deverá sair do laboratório e em um lugar
afastado dos demais alunos retirar a máscara e só então ingerir a água)
Sumário

1 – Coleta de dados e entrevista


2 – Técnicas instrumentais para exame físico
3 - Sinais Vitais
4 - Exames físicos dos Sistemas tegumentares e segmento cabeça e pescoço
5 - Investigação de Enfermagem do Sistema Neurológico
6 - Investigação de Enfermagem do sistema cardiovascular
7 - Investigação de Enfermagem do Sistema respiratório
8 - Investigação de Enfermagem do sistema gastrointestinal
9 - Investigação de enfermagem no sistema músculo esqueléticas
ROTEIRO 1

INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS PARA REALIZAÇÃO DA SISTEMATIZAÇÃO DA


ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM

COMPONENTES: Data:
Paciente:
Entrevistador:

1. IDENTIFICAÇÃO
Nome:
Idade: anos Leito:
Data de nascimento: Escolaridade:
Sexo: ( )F ( )M Estado Civil:
Profissão: Ocupação:
Naturalidade: Nacionalidade
Religião: Diagnóstico médico:

2. INFORMAÇÕES SOBRE DOENÇA E TRATAMENTO


Motivo da internação:

Doenças crônicas:

Tratamentos anteriores:

3. H.M.A. ou H.D.A. (História da Moléstia Atual ou História da Doença Atual)


Quando começou? ( ) de repente ( ) gradativo ( ) recente
( ) longa duração
O que sentia? (sinais e sintomas)
Onde?
Relação com outros órgãos?
Há outros sintomas associados? ( ) vômito ( ) náuseas
( ) palidez ( ) diarreia ( ) sudorese ( ) mal estar
( ) cefaléia ( )outros:
Quais os fatores q/ aliviavam os sinais e sintomas?
Quais os fatores q/ acentuavam os sinais e sintomas?

Já procurou algum tratamento em clínicas / hospitais? Quais?

Usa algum medicamento? Quais?

No momento como está? Ainda com as dores? Onde?

4. HISTÓRIA PREGRESSA (HP) /ANTECEDENTES PESSOAIS


Fazer perguntas sobre o passado e depois relatar no espaço abaixo sob a forma de texto: que tipo de
parto você nasceu? Teve alguma doença na infância, na adolescência ou na fase adulta? O seu cartão de vacina
está em dia? Você tem filhos?; se sim, como foi o parto de cada um? Já fez alguma cirurgia? Você usa algum
método anticoncepcional?

Possui alergias? A quê?

Você fuma? ( ) Sim ( )Não O que?


Há quanto tempo? Qual a frequência?
Você ingere bebida alcoólica? ? ( ) Sim ( )Não O que?
Há quanto tempo? Qual a frequência?

5. ANTECEDENTES FAMILIARES
Algum familiar tem alguma doença? (câncer; diabetes; doença reumática, doença congênita, hipertensão,
doença cardíaca, tuberculose, etc).
Quem e quais?

Seus pais são falecidos? ( ) Sim ( ) Não Quem? ( ) Pai ( ) Mãe


Qual o motivo?

6. HÁBITOS
Condições de moradia
Procedência: ( ) área urbana ( ) rural
Casa ou apartamento? ( ) casa ( ) apartamento
Possui saneamento básico? ( ) Sim ( )Não
Coabitação:
Quantos cômodos?
Cuidado corporal (apenas observe e assinale):
( ) higiene adequada ( ) falta de higiene corporal
Atividades físicas no trabalho (você permanece a maior parte do dia em pé ou sentado?):
( ) em pé ( ) sentado
OBS:
Como é o seu sono? Você dorme bem?
( ) insônia ( ) acorda várias vezes à noite ( ) sonolência
( ) dorme durante o dia ( ) dorme bem
Quantas horas você dorme por noite?
Você faz atividade física? Quais? ( ) aeróbicos ( ) musculação
( ) natação ( ) caminhada ( ) outro
( ) não faz exercícios programados Quantas vezes/semana?
Recreação e lazer: O que você faz como atividade de lazer?
( ) viagem ( ) cinema ( ) TV ( ) leitura ( ) jogos esp.
( ) pesca ( ) rádio ( ) praças ( ) não faz atividades de lazer
( ) outros:
O que você costuma comer e beber no seu dia-a-dia?
( ) frutas ( ) Verduras e legumes: ( ) cruas ( ) cozidas;
( ) Carne: ( )vermelha ( ) frango ( ) peixe
( ) Ingesta Hídrica ( ) suco ( ) água ____ litros ( ) café ( ) chá
( ) leite ( ) outros:
Quais as refeições que você faz por dia?
( ) café da manhã ____ hrs ( ) almoço____ hrs.
( ) lanche ____ hrs. ( ) jantar _____ hrs.
( ) outro:
Como é sua alimentação?
( ) Carboidratos, proteínas, verduras, legumes, frutas, laticínios e doces
( ) Carboidratos, proteínas, verduras, legumes, frutas e laticínios
( ) Carboidratos, proteínas, verduras, legumes e frutas
( ) Carboidratos, proteínas, verduras e legumes
( ) Carboidratos, proteínas e frutas
( ) Carboidratos e proteínas
( ) Outros
Eliminação urinária:
Qual a cor da sua urina? ( ) normal ( ) translúcida ( ) amarelo ouro
( ) amarela turva ( ) hematúria ( ) colúrica ( ) outro:
Quantas vezes por dia?
Odor: ( ) Fétido ( )Sui generis
Eliminação intestinal:
Qual é a consistência das suas fezes?
( ) endurecidas ( ) normal – pastosa ( ) líquidas
Coloração? ( ) castanho/marron ( ) enegrecida ( ) esverdeada
( ) clara/ esbranquiçada ( )outro:
Quantas vezes você vai ao banheiro por semana?
Como é o seu ciclo menstrual? ( ) sem alterações ( ) menopausa
( ) dismenorréia ( ) amenorréia ( ) NSA
Como é a atividade sexual? ( ) desempenho satisfatório
( ) não satisfatório ( ) não tenho relacionamento

7. PSICO-SOCIAL
Interação Social:
Como é a sua relação com as pessoas e as adaptações nos lugares?
( ) normal ( ) não faz amizades com facilidade
( ) prefere ficar sozinho ( ) não se adapta com facilidade a lugares ou situações novas
OBS:
Como resolve os problemas: ( ) toma decisões rapidamente
( ) demora para tomar decisões ( ) costuma pedir ajuda para familiares e amigos
( ) não consegue tomar decisões
Apoio espiritual:
Você frequenta alguma religião / crença? ( ) possui crença religiosa
( ) procura apoio em sua fé nos momentos difíceis ( ) anda meio descrente ultimamente
( ) não possui crença religiosa
Você possui convênio de saúde?
( ) possui recursos próprios para tratamento médico (particular)
( ) conta com a ajuda de familiares ( ) possui convênio
( ) utiliza exclusivamente hospitais conveniados ao SUS
Você está ciente sobre o seu problema de saúde?
( ) orientado ( ) pouco orientado
( ) prefere não falar no assunto ( ) prefere que os familiares sejam orientados
Você consegue fazer as coisas do dia-a-dia sozinho? (banho, vestir-se, ir ao banheiro, alimentar-se, etc)?
( ) independente ( ) precisa de ajuda para poucas atividades
( ) precisa de ajuda para muitas atividades ( ) é totalmente dependente

OBSERVAÇÕES: (faça observações que foram relatadas pelo paciente e que não contém no roteiro de entrevista):
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ROTEIRO 2

TÉCNICAS UTILIZADAS PARA O EXAME FÍSICO


Materiais necessários:
- Máscara descartável
- Estetoscópio
- Espátula de madeira (abaixador de língua)
- Algodão
- Àlcool a 70%
- Martelo de reflexos
- Bandeja

INSPEÇÃO:
1-FRONTAL: olhar frente a frente a observar alterações
2-TANGENCIAL: pesquisar movimentos mínimos na superfície corporal (pulsações, abaulamentos, ondulações,
retrações)

PALPAÇÃO:
1- Palpação leve (polpas digitais): os dedos tocam a superfície da pele; compressão de 1 cm.
2- Palpação com mãos espalmadas: usando-se toda a palma de uma ou de ambas as mãos
3- Palpação profunda: para avaliar o estado de órgãos e massas, a pele é comprimida 2,5 cm
4- Palpação bimanual: as duas mãos são usadas para palpação profunda. Uma leve e sensitiva e a outra ativa aplica a
pressão sobre a sensitiva
5- Palpação com as mãos sobrepostas: uma mão permanece sobre a outra de forma igual
6 – Palpação sob a forma de pinça: usando o polegar e o indicador
7- Palpação com o dorso dos dedos e/ou das mãos, para avaliar a temperatura
8- Dígito-pressão: realizada com a polpa do polegar ou do indicador. Consiste na compressão de uma área, com o
objetivo de pesquisar dor, detectar edema e/ou avaliar circulação cutânea
9- Punti Pressão: utiliza-se um objeto pontiagudo, não cortante, num ponto do corpo, para avaliar a sensibilidade
dolorosa.
10- Fricção com algodão: com uma mecha de algodão, roçar a pele, procurando verificar sensibilidade tátil
11 - Palpação em garra - o examinador posiciona-se à direita do paciente e com a mão direita em garra tenta sentir o polo
esplênico inferior durante a inspiração profunda próximo ao rebordo costal esquerdo, e o contrário para palpação do fígado

PERCUSSÃO:
1 - Percussão direta - golpeia-se diretamente com as polpas dos dedos a região alvo; o dedo imita a forma de martelo,
e os movimentos são feitos pelas articulações do punho; golpe seco e rápido
2 - Percussão dígito-digital – usa-se a borda ungueal da 2ª falange sobre a outra mão que percute. Sons encontrados na
percussão dígito-digital

✔ Som maciço: regiões desprovidas de ar (músculo, fígado, coração) sensação de dureza e resistência.

✔ Som sub-maciço: presença de ar em pequena quantidade.

✔ Som timpânico: regiões que contém ar, recobertas por membrana flexível, como o estômago, intestino.

Sensação é de elasticidade.

✔ Som claro pulmonar: específico para a área dos pulmões, é dependente da presença de ar dentro dos alvéolos e

demais estruturas pulmonares.


3 - Punho-percussão – percussão com a borda da mão (fechada)
4 - Percussão com a borda da mão: os dedos ficam estendidos e unidos, golpeando-se a região desejada com a borda
ulnar.
5- Percussão por Piparote: com uma das mãos, golpeia-se o abdome com piparotes, enquanto que a outra mão,
espalmada na região contralateral, capta ondas líquidas que se chocam com a parede abdominal.

AUSCULTA:
■ Tórax: Posição sentada. Pede-se ao paciente que respire mais profundamente com os lábios entreabertos.
■ Cardíaca: decúbito dorsal, cabeça apoiada em um travesseiro, tórax descoberto. Profissional a direita em pé
ou sentado. Outra posição: paciente sentado e o profissional do lado direito do paciente em pé (para melhor
ouvir a base do coração)
■ Abdome: decúbito dorsal e abdome desnudo

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ROTEIRO DE AULA PRÁTICA 3

SINAIS VITAIS E ANTROPOMETRIA


Material:

● Esfigmomanômetro
● Máscara descartável
● Estetoscópio
● Algodão
● Termômetro
● Álcool 70%
● Balança clinica
● Fita métrica
● Caneta ou pincel dermatológico
● Adipômetro
● Estadiômetro
● Bandeja
AFERIÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL (PA)

Procedimento:

🡪 Explicar o procedimento ao paciente com clareza e respeito e deixá-lo em repouso de 3 a 5 minutos em ambiente
calmo. Deve ser instruído a não conversar durante a medição. Possíveis dúvidas devem ser esclarecidas antes ou
depois do procedimento.

🡪 Certificar-se de que o paciente NÃO


- Está com a bexiga cheia;
- Praticou exercícios físicos há pelo menos 60 minutos;
- Ingeriu bebidas alcoólicas, café ou alimentos;
- Fumou nos 30 minutos anteriores.

🡪 Posicionar corretamente o paciente


- Posição sentada, pernas descruzadas, pés apoiados no chão, dorso recostado na cadeira, braço na altura do coração e
apoiado, palma da mão voltada para cima, cotovelo ligeiramente fletido.

🡪 Medir a circunferência do braço do paciente (meio do braço) e escolher o manguito correto


- A largura do manguito deve corresponder a 40% da circunferência braquial e seu comprimento a 80%

Fonte: SBH 2017

🡪 Colocar o manguito sem deixar folgas ou sem estar extremamente apertado, 2 a 3cm acima da fossa cubital do braço
escolhido. Centralizar o meio da parte compressiva do manguito sobre a artéria braquial.

🡪 Identificar o pulso braquial na fossa cubital para posicionamento da campânula/diafragma do estetoscópio sem
compressão excessiva.

🡪Identificar o pulso radial para estimar o nível da pressão sistólica após insuflação do manguito.

🡪Inflar o manguito rapidamente até não sentir a pulsação da artéria radial. Após inflar mais 20/30mmHg para obter
uma margem de segurança para PA sistólica.
🡪 Proceder à deflação lentamente (2mmHg /segundo) e acompanhar o som da pulsação da artéria braquial à medida
que o manguito desinsufla. Considerar o valor da PA sistólica no 1º som auscultado (fase I de Korotkoff).

🡪Determinar a PAD no desaparecimento dos sons (fase V de Korotkoff)

SONS KOROTKOF
1. Fase I – aparecimento do 1º ruído, passagem do primeiro fluxo, turbulento – Pressão sistólica.
2. Fase II – sons suaves e prolongados que podem ser inaudíveis.
3. Fase III – sons mais intensos e nítidos
4. Fase IV – sons de baixa intensidade e abafados
5. Fase V – desaparecimento do som.
Fonte: SBH 2017

🡪 Ausculta cerca de 20 a 30 mmHg abaixo do último som para confirmar seu desaparecimento e, então, procede à
deflação rápida e completa.

🡪 Caso não tenha sido possível a ausculta completa, aguardar 3 minutos para nova verificação no mesmo braço ou
fazer nova verificação no outro braço.

🡪 Anotar os valores exatos (sem arredondamentos) e o braço em que a pressão arterial foi medida. No caso dos
batimentos persistirem até o nível 0 (zero), determina a pressão diastólica no abafamento dos sons (fase IV) e anotar
corretamente valores: sistólica/diastólica/zero.

Identificação dos pulsos periféricos

Introdução:

O pulso arterial percebido durante o exame clínico nada mais é do que a pressão que o sangue exerce numa artéria
grande e que se torna acessível ao exame.

E medida e registrada em bpm.

Durante a verificação do pulso observa-se:

- Ritmo
- Frequência
- Amplitude
- Características da parede arterial

1. Pulso Carotídeo

🡪 A artéria carótida comum está localizada na região cervical anterior, entre os músculos esternocleidomastóideo e as
vísceras cervicais.
🡪 Para verificação do pulso carotídeo o paciente deve estar sentado ou deitado com a cabeça e troncos elevados para
que a região cervical esteja mais relaxada.
🡪 O profissional deve estar sempre a direita do paciente de modo a facilitar a identificação da artéria.
🡪 Antes de verificar o pulso, examinar toda região cervical buscando sobre a artéria, sem muita pressão, identificando
a pulsação do vaso.

2. Pulso Braquial

🡪A artéria braquial se localiza entre o tendão do músculo bíceps braquial e a aponeurose bicipital, no centro de fossa
cubital, local em que a artéria braquial e o nervo mediano estão situados próximo à superfície da pele
🡪 O exame deverá ser iniciado pelo braço direito do paciente, que deverá estar em posição paralela ao tronco, com a
palma da mão voltada para cima, o antebraço fletido e o cotovelo levemente flexionado.
🡪 A palpação do pulso braquial deve ser feita utilizando o dedo indicador e médio aprofundando-se um pouco na
fossa cubital.

3. Pulso Radial

🡪 A artéria radial é palpada contra a epífise distal do rádio, na face palmar do punho.
🡪 A palpação da artéria deve ser feita utilizando o dedo indicador e médio sem realizar pressão no local evitando a
compressão do vaso.
🡪 Para melhor percepção da artéria radial a face palmar da mão do paciente deve estar voltada para cima e estar
apoiada sobre uma mesa ou sobre o leito do paciente.

4. Pulso Femoral

🡪 A artéria femoral é palpada com o paciente em decúbito dorsal, na região inguinal. O local da palpação tem como
referência o ponto médio do ligamento inguinal, acima da eminência iliopúbica, onde a artéria se localiza próximo à
superfície.
🡪 A palpação da artéria deve ser feita utilizando o dedo indicador e médio na região inguinal no paciente, com leve
pressão, pois é uma artéria mais profunda. O examinador deve estar sempre à direita do paciente.
🡪Serve como diferencial nos casos de obstrução de aorta torácica ou abdominal quando comparado com o pulso
radial.

5. Pulso Poplíteo

🡪 O exame do pulso da artéria poplítea é realizado com o paciente em decúbito dorsal, o joelho levemente flexionado
e a perna apoiada sobre um travesseiro para que os músculos da região fiquem relaxados.
🡪 O examinador coloca suas mãos de cada um dos lados do joelho e palpa a fossa poplítea posteriormente,
aumentando progressivamente a pressão dos dedos contra a face poplítea do fêmur até perceber o pulso poplíteo em
sua maior amplitude.

6. Pulso Pedioso

🡪 Artéria Tibial Posterior: é palpado comprimindo-se a artéria contra a face posterior do maléolo medial.
🡪 A palpação dos pulsos mais distais é importante para avaliação de insuficiência arterial periférica.

Disponivel em: https://www.wikiwand.com/pt/Pulsação_arterial

DETERMINAÇÃO DA RESPIRAÇÃO

Introdução:
A principal função da respiração é suprir as células do organismo de oxigênio e retirar o excesso de dióxido de
carbono.
A avaliação da respiração baseia-se no reconhecimento dos movimentos torácicos e abdominais normais. Avaliar a
FR (irpm).

Durante a verificação da respiração avaliar:

- Ritmo (regularidade dos ciclos);


- Profundidade (expansão e movimento da parede torácica);
- Sons emitidos durante os ciclos – ruídos (estridor – traqueia/laringe).

Material:

● Relógio com ponteiro de segundo

Procedimento:

🡪 Orientar o paciente quanto ao exame


🡪 Não deixar o paciente perceber que estão sendo contados os movimentos
🡪 Contar a FR por um minuto observando os movimentos torácicos e abdominais (1 ciclo =1 insp. + 1 exp.);

DETERMINAÇÃO DA TEMPERATURA

INTRODUÇÃO:

É a medida do calor do corpo, sendo o equilíbrio entre o calor produzido e o calor perdido.

O calor é produzido como produto do metabolismo. O metabolismo basal consiste no consumo de energia pelo corpo
em repouso.
A Taxa de metabolismo basal baseia-se no consumo de O2, execução de esforço físico e fatores hormonais.

O Hipotálamo é o nosso termostato, percebendo as alterações da temperatura e mantendo o equilíbrio entre produção e
perda de calor.

Locais para aferição: axila, reto, boca, ouvido, região frontal. É medida e registrada em graus Celsius (ºC);

Tipologia de termômetros clinicamente utilizados no Brasil


Os termômetros de vidro de mercúrio estão proibidos no Brasil a partir de janeiro de 2019

Os termômetros variam de acordo com o local de aferição

Procedimento e orientações:
- Orientar o paciente quanto ao exame
- Fazer a higienização do termômetro antes e após o procedimento
- Se a temperatura axilar ajustar o termômetro no local a ser aferido e observar até que o sinal de alerta seja disparado.
- A temperatura oral é indicada para pacientes adultos. C oloca-se o termômetro sob a língua e, com os lábios,
mantém-se o termômetro fixo Não utilizar em pessoas que ingeriram alimentos muito quentes ou frios.
- A temperatura retal é mais indicada em bebês. Coloque a criança em decúbito ventral, lubrifique a ponta do
termômetro, afaste as nádegas e insira o bulbo do termômetro cerca de 1 ou 2 cm, remova após o sinal sonoro.
- Temperatura timpânica: colocar a ponta do termômetro no interior do ouvido e apontá-la em direção ao nariz; apertar
o botão de ligar o termômetro até ouvir um sinal sonoro;
- Temperatura frontal (testa): dependendo do termômetro infravermelho é possível medir a temperatura colocando o
aparelho diretamente em contato com a pele ou a uma distância de até 5 cm da testa. Ler o valor da temperatura que
sai imediatamente e retirar o termômetro da testa.

VALORES DE REFERÊNCIA

PRESSÃO ARTERIAL
CLASSIFICAÇÃO PAS (mmHg) PAD (mmHG) TERMINOLOGIAS
Baixa ≤100 ≤60 Hipotenso
Normal 100 e 140 60 e 90 Normotenso
Alta ≥140 ≥90 Hipertenso

PULSO
LACTENTES CRIANÇAS ADULTO TERMINOLOGIA
120 a 160bpm 80 a 120bpm 60 a 100bpm Eucárdico ou
normocárdico
>160bpm >120bpm > 100bpm Taquicárdico
<120pbm <120bpm < 60bpm Bradicárdico

TEMPERATURA
<35ºC Hipotérmico
35 a 37,5ºC Afebril
37,5 á 37.8º C Subfebril
37,9ºC a 39ºC Febril ou pirexia
>39ºC Hipertermia

RESPIRAÇÃO
NEONATO LACTENTES CRIANÇAS ADULTO TERMINOLOGIA
30-60irpm 30-50irpm 20-30irpm 12-20irpm Eupneico
<30 <30 <20 <12 Bradipneico
>60 >50 >30 >20 Taquipmeico

EFEITOS DA ATIVAÇÃO SIMPÁTICA SOBRE A PRESSÃO ARTERIAL, FREQUÊNCIA CARDÍACA E


FREQUÊNCIA RESPIRATÓRIA

Objetivos

Os principais objetivos desta aula é avaliar os parâmetros cardiovasculares e respiratórios do indivíduo em repouso e
em exercício, e explicar os mecanismos envolvidos nas alterações cardiorespiratórias observadas com a ativação
simpática.

Avaliação dos parâmetros em repouso

Primeiramente verifique e anote a frequência cardíaca por um minuto através do pulso radial, como descrito
anteriormente.

Verifique a frequência respiratória sem alertar o voluntário, pois os padrões respiratórios podem mudar. Conte o
número de incursões respiratórias durante um minuto, seja por inspeção visual ou pela ausculta sutil com o
estetoscópio pousado no tórax. Um adulto em repouso respira suave e regularmente, com uma FR de 12 a 20 incursões
respiratórias por minuto (irpm). Um suspiro ocasional é normal. Verifique se a expiração é prolongada (BATES,
Propedêutica Médica, 12a ed).

Realize a aferição da PA pelos métodos palpatório e auscultatório (como aprendido na prática).

Anote os valores no espaço a seguir.

Avaliação dos parâmetros em exercício físico

Um dos voluntários deverá realizar 10 minutos de uma atividade física, como por exemplo polichinelos, subir e descer
escadas ou correr em velocidade moderada. Marque o tempo da atividade e realize a aferição da FC, FR e PA
novamente e anote os valores.

Nome do voluntário: ____________________________ Idade: ________


Sexo: F M
Fumante: S N

Valores em repouso: FC ________ FR _________ PAS/PAD_________

Valores durante o exercício: FC ________ FR _________ PAS/PAD_________


Valores 10 min após o exercício: FC ________ FR _________ PAS/PAD_________

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ROTEIRO 4
SEMIOTÉCNICA TEGUMENTO e COONG
Materiais necessários:
- Máscara descartável
- Espátula de madeira (abaixador de língua)
- Algodão
- Álcool a 70%
- Bandeja
- Lanterna clinica
- Martelo de reflexos
- Otoscópio
- Luvas de procedimento

1) AVALIAÇÃO DA PELE: levantamento de dados durante a entrevista (investigação sobre lesões e doenças
cutâneas pregressas).
Itens avaliados e alterações encontradas no Exame Físico da Pele:
Técnica propedêutica: INSPEÇÃO e PALPAÇÃO:

⮚ Coloração:

❖ Palidez (generalizada e/ou localizada): diminuição ou desaparecimento da cor rósea – técnica de palpação:

dígito-pressão no esterno

❖ Vermelhidão ou Eritrose (generalizada e/ou localizada): exagero da coloração rósea da pele devido aumento

da quantidade de sangue na rede vascular cutânea

❖ Cianose (generalizada e/ou localizada): cor azulada da pele ou mucosa por falta de oxigênio nos tecidos.

❖ Icterícia: coloração amarelada da pele, mucosas visíveis e escleróticas devido acúmulo de bilirrubina no

sangue

❖ Albinismo: coloração branco-leitosa da pele

⮚ Umidade: técnica de palpação – polpas digitais e palma da mão

❖ Normal

❖ Xerodermia: pele seca

❖ Hiperidrose: umidade aumentada ou pele sudorenta.


⮚ Textura: técnica de palpação – polpas digitais (deslizar as pontas dos dedos sobre a pele)

❖ Normal

❖ Lisa ou fina

❖ Áspera

❖ Enrugada

⮚ Espessura: técnica de palpação – prega cutânea fina (pinça) sem englobar o tecido subcutâneo

❖ Normal

❖ Atrófica (translúcida)

❖ Hipertrófica ou espessa

⮚ Temperatura: técnica de palpação – dorso dos dedos ou mãos. Avaliar e comparar lado homólogo

❖ Normal

❖ Diminuída

❖ Aumentada

⮚ Elasticidade: técnica de palpação - pinça-se uma prega cutânea com o polegar e indicador, fazendo uma
tração e depois soltando a pele
❖ Normal: a prega se desfaz prontamente.

❖ Hiperelástica: distende 2 a 3 vezes mais que a pele normal

❖ Hipoelástica: a prega volta lentamente.

⮚ Turgor: técnica de palpação - faz-se uma prega na pele pinçando com o polegar e o indicador,
envolvendo o tecido subcutâneo
❖ Normal: hidratada (a prega se desfaz rapidamente)

❖ Diminuído: desidratada (a prega se desfaz lentamente)

⮚ Sensibilidade: técnica de palpação – ponta de agulha, fricção com algodão e tubos de ensaio

❖ Dolorosa: normal, hipoalgesia (diminuição da sensibilidade dolorosa), analgesia (perda da sensibilidade


dolorosa), hiperalgesia (aumento da sensibilidade dolorosa)
❖ Tátil: anestesia (perda da sensação tátil), hipoestesia (diminuição da sensação tátil)
❖ Térmica: normal, diminuída ou ausente

⮚ Integridade:
● MANCHAS OU MÁCULAS: área de coloração diferente, sem relevo ou espessamento
❖ Pigmentares: hipocrômicas ou acrômicas (diminuição ao ausência de melanina), hipercrômicas (aumento
do pigmento), efélides (manchas de sardas)
❖ Vasculares: telangectasias (dilatação dos vasos terminais), eritema (vasodilatação – cor rosa ou vermelho
vivo) – Palpação: desaparecem após a compressão
❖ Hemorrágicas: petéquias (puntiforme), víbices (vergão), equimoses – Palpação: não desaparecem após
a compressão
● LESÕES ELEMENTARES SÓLIDAS:
❖ Pápulas: elevações sólidas da pele com até 0,5 cm de diâmetro. Ex: picada de inseto

❖ Tubérculos: elevações sólidas da pele maior que 0,5 cm de diâmetro. Ex: tuberculose

❖ Nódulos: formações sólidas localizadas na hipoderme. Ex: furúnculo, neoplasias

❖ Urticárias: formações sólidas, de várias formas, eritematosas e pruriginosas. Ex: urticária.


● LESÕES ELEMENTARES DE CONTEÚDO LÍQUIDO:
❖ Vesícula: elevação que contém líquido em seu interior e mede até 0,5 cm de diâmetro. Ex: herpes simples,
queimadura
❖ Bolha: elevação contendo liquido em seu interior maior que 0,5 cm de diâmetro.

❖ Pústula: vesícula ou bolha com conteúdo purulento. Ex: acne

❖ Abscessos: coleções purulentas. Ex: furunculose, acne


● SOLUÇÕES DE CONTINUIDADE:
❖ Erosão: escoriação

❖ Ulceração: perda delimitada de estruturas que constituem a pele e que chegam a atingir a derme

❖ Fissura: perdas de substâncias lineares

❖ Fístulas: são pertuitos cutâneos em conexão com focos de supuração que flui líquido purulento,
serosanguinolento ou gomoso
● LESÕES ELEMENTARES CADUCAS:
❖ Escara: tecido com necrose
● SEQUELAS:
❖ Atrofia: adelgaçamentos da pele

❖ Cicatriz: reposição de tecido destruído pela proliferação do tecido fibroso circunjacente

2) EXAME DOS PÊLOS: levantamento de dados durante a entrevista (alterações pregressas em relação aos
pêlos)
Itens avaliados e alterações encontradas no Exame Físico dos Pêlos:
Técnica propedêutica: INSPEÇÃO e PALPAÇÃO:
⮚ Avaliar: distribuição, quantidade, brilho, espessura, consistência e comprimento

⮚ Alterações:

❖ Hirsutismo: presença de pelos terminais na mulher em áreas anatômicas características de distribuição


masculina
❖ Hipertricose: transformação de pêlos velus em pêlos terminais

❖ Hipotricose: redução da quantidade normal dos pêlos

❖ Atraso ou precocidade no aparecimento

❖ Perda relacionada à distúrbios endócrinos

❖ Perda relacionada à desnutrição, hepatopatias, dermatoses, insuficiência vascular

3) EXAME DOS CABELOS e COURO CABELUDO: levantamento de dados durante a entrevista (alterações
pregressas em relação aos cabelos e couro cabeludo)
Itens avaliados e alterações encontradas no Exame Físico dos Cabelos:
Técnica propedêutica: INSPEÇÃO e PALPAÇÃO:
⮚ Avaliar: distribuição, quantidade, coloração, brilho, espessura, consistência

⮚ Alterações:

❖ Alopécia: redução parcial ou total de pêlos em determinada área da pele

❖ Calvície: parcial ou total

❖ Presença de lesões no couro cabeludo (verrugas, descamação, caspa, psoríase, pediculose, inflamações)

❖ Ausência de brilho

❖ Quebradiços

❖ Secos

4) EXAME DAS UNHAS: levantamento de dados durante a entrevista (alterações pregressas em relação às
unhas)
Itens avaliados e alterações encontradas no Exame Físico das Unhas:
Técnica propedêutica: INSPEÇÃO e PALPAÇÃO:
⮚ Avaliar: Coloração do leito ungueal, forma da placa ungueal, resistência da placa, espessura e condições
da cutícula, condições do tecido em torno da unha.

⮚ Alterações:

❖ Coloração: pálidas ou cianóticas


❖ Superfície irregular

❖ Espessura: aumentada ou diminuída

❖ Ausência de brilho

❖ Consistência: diminuída

❖ Leuconíquias: manchas brancas (comum em pessoas sadias)

❖ Distróficas: espessadas, rugosas e de forma irregular (isquemia crônica, pessoas que trabalham descalças)

❖ Onicomicoses: alteração da forma (substâncias cáusticas, estados carenciais)

❖ Perioniquias: processo inflamatório de origem micótica ao redor da unha

❖ Onicofagia: unhas com sinais indicativos do hábito de roer

❖ Escleroníquias: endurecimento e espessamento das unhas

5) EXAME DE CABEÇA E PESCOÇO:


Itens avaliados e alterações encontradas no Exame Físico da Cabeça e Pescoço:
o Cabeça: cefaléia, traumatismo recente, tontura
o Pescoço: dor, rigidez, edema, alterações ganglionares
o Face: fácies, coloração, etc
Técnica propedêutica: INSPEÇÃO e PALPAÇÃO:
● Cabeça: Posição da cabeça em relação ao tronco, tamanho do crânio (variações conforme idade e
biótipo), atentar para presença de lesões hematomas, nódulos no couro cabeludo.

⮚ Palpação:

❖ Permite a verificação da presença de nódulos, tumores e de pontos dolorosos (obs: descrever a localização
considerando as regiões da cabeça).
❖ RN: palpar as fontanelas

● Face: Avaliar alterações de coloração, expressão facial (fácies), simetria, manchas.

● Pescoço: Observar e avaliar – Tamanho (varia de acordo com o biótipo), simetria muscular, alinhamento da
traquéia, alteração na base do pescoço, notar proeminência ou desatenção das veias jugulares e artérias
carótidas, presença de cicatrizes, cianose

⮚ Avaliação dos Linfonodos:

❖ Linfonodos submentoneanos - Posição do examinador: na frente do paciente. Posição do paciente:


Queixo erguido, cabeça ligeiramente inclinada para trás, inspecionar área do pescoço, comparando os
lados. Efetuar a palpação utilizando a técnica de palpação com as mãos em garra.
❖ Linfonodos cervicais: Posição do examinador: Atrás do paciente. Posição do paciente: Pescoço ereto.
Efetuar a palpação utilizando a técnica de palpação com as polpas digitais.
❖ Linfonodos supra-claviculares - Posição do examinador: na frente do paciente. Posição do paciente:
Cabeça curvada para frente e ombros relaxados. Efetuar palpação com as polpas digitais utilizando os
dedos indicadores.
❖ Linfonodos esternocleidomastóideos - Posição do examinador: Atrás do paciente do lado
correspondente à palpação. Posição do paciente: Ligeiramente flexionada. Efetuar a palpação
utilizando a técnica de palpação em pinça.

6) EXAME DOS OLHOS: pesquisar sobre alterações na visão, presença de secreção e lacrimejamento, dor,
sensação de corpo estranho, queimação, prurido, cefaléia, fotofobia, diplopia, nistagmo.

Itens avaliados e alterações encontradas no Exame Físico dos Olhos:


Técnica propedêutica: INSPEÇÃO e PALPAÇÃO:
⮚ Alterações:

❖ Pálpebras: edema, ptose (paralisia do m. elevador da pálpebra superior – comprometimento do n.


oculomotor), xantelasma (placas ovais amarelas no canto interno as pálpebras superiores), blefarite (processos
inflamatórios), lagoftalmia (alterações no fechamento da pálpebra)
❖ Cílios: distribuição.

❖ Sobrancelhas: distribuição, queda, falta de movimentos.

❖ Globo ocular: enoftalmia, exoftalmia, Nistagmo (movimentos involuntários), estrabismo

❖ Conjuntiva ocular: pterígio (prega de conjuntiva dirigida p/ córnea), hiperemia (conjuntivite), edema,
coloração
❖ Esclerótica: conjuntivite, icterícia, hemorragias.

❖ Córnea: processos ulcerosos, Arco senil (presença de um anel opaco esbranquiçado na região periférica da
córnea ao redor da íris – processo degenerativo).
❖ Pupilas: Parâmetro normal: Isocoria. Alterações: Anisocoria, Midríase e Miose.

❖ Conjuntiva palpebral: palidez, vermelhidão. (Exame: traciona-se as pálpebras para baixo e para cima)

❖ Acuidade visual: Amaurose (cegueira), diminuição da acuidade visual.

❖ Mobilidade visual: alteração: Nistagmo. (Exame: Solicitar ao paciente que acompanhe com o olhar a
movimentação de determinado objeto para a direita, esquerda, para cima e para baixo)

7) EXAME NARIZ E SEIOS NASAIS: Pesquisar sobre alterações mais comuns encontradas no nariz e seios
paranasais: secreções, dor, alterações do olfato, alterações de fonação, obstrução nasal, dispnéia, alucinações
olfativas.

Itens avaliados e alterações encontradas no Exame Físico do Nariz e Seios Nasais:


Técnica propedêutica: INSPEÇÃO e PALPAÇÃO:
⮚ Inspeção: Forma, tamanho, cor, deformidade e inflamação no nariz externo, rinorréia (secreções nasais –
características), sugidade, epistaxe (sangramento nasal). Em caso de pacientes com sondas, observar
diariamente: lesões, septo, crostas, integridade da mucosa. (Exame: Elevar a cabeça do cliente ligeiramente
para trás e examinar com o auxilio de uma espátula)

⮚ Palpação: Em casos de deformidades palpar a crista nasal e o tecido mole do nariz com um dedo de cada lado
(sensibilidade, massas e desvios)

⮚ Avaliação dos Seios Nasais:

❖ Dor, rinopatias alérgicas, epistaxe, alterações do olfato (anosmia, hiposmia, hiperosmia), rinoralia
(alterações de fonação), obstrução nasal, alucianações olfativas (cacosmia: consiste em sentir maus
odores; parosmia: Consiste na interpretação errônea de uma sensação olfatória,)

⮚ Palpação dos Seios Nasais:

❖ Seios frontais: acima das sobrancelhas: palpação por dígito-pressão utilizando os polegares.

❖ Seios maxilares: sobre o osso zigomático ao lado do nariz: palpação por digito-pressão utilizando os
polegares.
❖ Seios etmoidais: ao lado das fossas lacrimais: palpação por dígito pressão utilizando os dedos
mínimos.
❖ Obs: os seios esfenoidais não podem ser palpados devido à sua localização.

8) EXAME DOS OUVIDOS: Pesquisar sobre alterações na audição, dor , presença de secreção, distúrbios da
audição, presença de corpos estranhos, rolhas ceruminosas, furúnculo, otite, otomicose.

Itens avaliados e alterações encontradas no Exame Físico dos Ouvidos:


Técnica propedêutica: INSPEÇÃO e PALPAÇÃO:
⮚ Inspeção: Aurícula (forma, cor, tamanho, simetria), presença de processos inflamatórios, fístulas,
deformidades congênitas, cistos, rolhas ceruminosas, otorréia, Disacusias (Hipoacusia e Acusia) – (Utilização
de um otoscópio)

⮚ Palpação: Dor – puxar a aurícula, pressionar sobre região mastoideana e palpar atrás da orelha, sobre o
processo mastóide a procura de tumefações e nódulos.

9) EXAME DA BOCA E GARGANTA: avaliação com auxílio da espátula

Itens avaliados e alterações encontradas no Exame Físico dos Ouvidos:


Técnica propedêutica: INSPEÇÃO e PALPAÇÃO:
⮚ Lábios: Inspecionar – cor dos lábios, textura, hidratação, contorno, presença de lesões (rachaduras)

⮚ Dentes: Inspecionar – Condições de higiene, cáries, ausência, observar presença de próteses dentárias.

⮚ Gengivas/mucosa: Inspecionar – Edema, coloração, presença de infecções: Estomatite e gengivite, icterícia,


palidez, sangramento da gengiva (doenças periodontal)
⮚ Língua: Pedir ao cliente para exteriorizar a língua e avaliar alterações: língua lisa e sem papilas, língua
volumosa, saburrosa, seca, geográfica, Glossite, tumefação. Pedir ao cliente que abra a boca e incline a cabeça
para trás para avaliação dos palatos.
⮚ Faringe: Pedir o cliente que incline a cabeça para trás, abra a boca e diga “AH”: inspecionar a úvula e o
palato mole (desvio ou imobilidade podem indicar alterações no Décimo par de nervos cranianos). Avaliar
faringite
⮚ Tonsilas / Amígdalas: ausente, sinais de inflamação ou infecção
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ROTEIRO 5

SEMIOTÉCNICA SISTEMA NEUROLÓGICO


Materias necessários:
- Luvas de procedimento
- Máscaras descartáveis
- Bandeja
- Algodão
- Àlcool a 70%
- Espátula de madeira (abaixador de língua)
- Martelo de reflexos
- Diapasão
- Lanterna clínica

1) Dados do Exame Físico relacionado ao Sistema Neurológico


Itens avaliados e alterações encontradas no Exame Físico:
Avaliação do Nível de Consciência: o conteúdo e o despertar da consciência são avaliados por meio da:
⮚ PERCEPTIVIDADE: análise das respostas (aprendizagem)

⮚ REATIVIDADE: pode variar – inespecífica, à dor, vegetativa

⮚ EXAME DO NÍVEL DE CONSCIÊNCIA: utilizar os estímulos na ordem de prioridade abaixo:

⮚ Estímulo Auditivo:

❖ Iniciar com o tom de voz NORMAL. Se obter resposta, avaliar:

✔ nível de orientação (no tempo e espaço e em relação a si mesmo)

✔ função cognitiva (memória, atenção, concentração, linguagem, resolução de problemas, etc)

❖ Se não obter resposta ao tom de voz NORMAL, utilizar VOZ ALTA ou algum BARULHO (bater das mãos ou
estalar dos dedos).
✔ Em caso de resposta verbal, avaliar a orientação e cognição (mesma forma citada acima)

⮚ Estímulo Tátil: utilizar caso não obtenha resposta ao estímulo auditivo.

❖ Iniciar com um leve toque sobre o braço, chamando-o pelo nome

⮚ Estímulo Doloroso: utilizar caso não obtenha resposta ao estímulo tátil


❖ O estímulo doloroso deve ser aplicado na seguinte ordem:

✔ Pressão de leito ungueal (extremidades dos dedos): pressão sobre as unhas das mãos e dos pés;

✔ Pressão supra-orbital com o polegar

✔ Pressão de trapézio com pinça

❖ A resposta observada após a aplicação do estímulo doloroso é do tipo MOTOR:


a. Apropriada: o paciente retira o membro após o estímulo e/ou empurra a mão do examinador
b. Inapropriadas: dependem do nível da lesão (decorticação e descerebração)
c. Ausente (arreflexia)

⮚ Escala de COMA DE GLASGOW (ECGl)

● Pontuação ECGl:
▪ 15: tronco cerebral e córtex preservados

▪ 9 a 15: quanto > o score, melhor o estado de consciência

▪ < 8: coma

▪ 3: paciente arreativo, distúrbios do tronco cerebral, mas não é indicativo de morte encefálica
Após a realização da ECG pode ser prudente realizar a:

ECG-P = ECG – (n o de pupilas não reagentes)


Após a aplicação da ECG, faz-se a avaliação da reatividade pupilar com estímulo luminoso:
🡺 se ambas as pupilas estiverem fotorreagentes, não se altera o somatório da escala já feito pelos passos
acima;
🡺 se somente uma das pupilas não estiver reagente, subtrai-se 1 ponto da escala;
🡺 se nenhuma das 2 pupilas estiverem reagentes, subtrai-se 2 pontos da escala.

⚫ Assim, a não reação da pupila indica uma maior gravidade e pior prognóstico.

EXAME FÍSICO:
Avaliação da FUNÇÃO CEREBRAL: utiliza-se a técnica de INSPEÇÃO durante a entrevista:
⮚ Parâmetro normal: estado mental ativo, orientado no tempo e espaço, coordenação de idéias,
memória anterior e recente preservada, capacidade cognitiva preservada, afeto, humor, aparência e
comportamento normais

⮚ Alterações / Problemas: sonolência, torpor, desorientação no tempo e/ou espaço, falta de iniciativa e
crítica, falha ou perda da memória, incapacidade de anotar e transmitir recados, incapacidade para
cálculos, afasia, disartria, irritação, ansiedade, apatia, euforia, labilidade de humor.

Avaliação dos NERVOS CRANIANOS: a inspeção e palpação são realizadas com a utilização de
testes específicos
Teste dos Nervos Cranianos 

PAR NERVO TIPO FUNÇÃO TESTE


NO
ME
TIP
O
FUN
ÇÃO
PAR
NO
ME
TIP
O
FUN
ÇÃO
PAR
I Olfatório Sensitivo Olfato Com os olhos fechados o
paciente deve identificar odores
familiares. Cada narina deve ser
testada separadamente.
Observar possíveis obstruções
desvio de septo, fratura,
secreções.
II Óptico Sensitivo Visão O paciente deve cobrir um dos
olhos, fixando seu olhar no nariz
do examinador. O examinador
move seu dedo na frente do
paciente, do campo temporal ao
campo nasal, e este deverá
informar quando estiver
visualizando o dedo do
examinador.
III Oculomotor Motor Movimentos dos É examinada a capacidade de
olhos para cima, olhar para cima, para baixo e
para baixo e para para dentro. É observada a
dentro e elevação presença de queda da pálpebra
da pálpebra superior (ptose)
IV Troclear Motor Movimentos dos É testada a capacidade de
olhos para baixo e movimentar cada olho de cima
para dentro para baixo e de dentro para fora
V Trigêmeo Misto Sensibilidade e Raiz sensitiva: paciente de olhos
movimento faciais, fechados, e o examinador com
reflexo córneo uma gaze, toca na sua.fronte,
palpebral seu queixo e a face lateral do
rosto, comparando sempre as
duas metades do rosto.
Raiz motora: o examinador pede
ao paciente para que abra sua
boca amplamente e usando as
mãos deve tentar fechá-la.
VI Abducente Motor Movimento lateral Pede-se ao paciente para seguir
dos olhos o movimento do dedo do
examinador para o lado, para
cima e para baixo, realizado em
cada olho. Também os
movimentos conjugados
(movimento simultâneos de
ambos os olhos). Para testar o
reflexo córneo palpebral,
deve-se encostar delicadamente
uma gaze na superfície temporal
de cada córnea, enquanto o
paciente olha para cima. A
resposta esperada é o piscar de
olhos e o lacrimejamento.
VII Facial Misto Movimento facial e Avaliar a simetria dos
sensibilidade movimentos do paciente
gustativa dos dois enquanto o mesmo sorri,
terços anteriores da assobia, franze a sobrancelhas e
língua. cerra as pálpebras. Testa-se
ainda a diferenciação entre o
doce e o salgado. As lesões do
nervo facial são caracterizadas
por hemiplegia facial, desvio da
comissura dos lábios para o lado
contralateral e não fechamento
da pálpebra.
VIII Acústico ou Sensitivo Audição, equilíbrio Avaliação do equilíbrio, instruir
Vestibulococlear e postura o paciente para que fique de
olhos fechados e em pé com as
pernas aproximadas,
posicionando os braços e as
mãos paralelamente ao corpo. O
paciente deve manter-se nessa
posição por 10 segundos, sem
perder o equilíbrio. Logo em
seguida, ele deve ser orientado a
assumir posição normal para
andar, unindo o calcanhar de um
pé com o dedo do outro e dar
dez passos. Avaliação da
acuidade auditiva, cobrir uma
das orelhas e testar por meio de
um som de relógio, um sussurro
ou estalar de dedos. O paciente
deve estar apto a ouvir o som e
fazer a diferenciação
IX Glossofaríngeo Misto Movimentos dos O paciente deve ser instruído
músculos faríngeos para que abra a boca e diga AH,
na deglutição, devendo-se observar a elevação
palato e amígdala. e a contração do palato e da
Sensibilidade úvula. Avaliar reflexo de
gustativa dos dois deglutição observando sinais de
terços posteriores disfagia. Anotar alguma
da língua. dificuldade de fonação e
articulação da palavra. Avaliar a
capacidade do paciente em
distinguir o doce e o salgado
(terço posterior da língua)

X Vago Misto Motricidade do O examinador deve tocar a parte


palato, inervação de posterior da língua com um
vísceras abaixador ou estimular a faringe
toracoabdominiais posterior par desencadear
e sensibilidade reflexo de vômito. Observar a
visceral presença de rouquidão, simetria
da úvula e do palato mole.
XI Acessorório Motor Inervação da Avaliar a capacidade do paciente
laringe, de encolher os ombros e de fazer
Movimentos do a rotação com a cabeça contra
pescoço e da parte uma resistência exercida. O
superior das costas. exame deve ser feito em busca
de atrofia muscular e queda de
ombro. Um desvio do queixo
para baixo, contra a resistência,
indica o lado paralisado.
XII Hipoglosso Motor Movimento da É solicitado ao indivíduo que
língua mostre a língua para se observar
 
a presença de um desvio para
um lado ou outro
⮚ Avaliação importante: reflexo fotomotor das pupilas (II e III par cranianos). Ao avaliar o reflexo,
avalie também:
✔ Diâmetro: midríase, miose, puntiforme

✔ Simetria: isocoria, anisocoria

✔ Forma: arredondada (normal); ovóide (sinal precoce de herniação na HIC), buraco de fechadura
(cirurgia de catarata), irregurlar (trauma de órbita)

Avaliação da FUNÇÃO MOTORA: avaliar o lado oposto. O exame inclui:

⮚ Tônus muscular: palpar os músculos em repouso e em movimentação ativa (Alterações: flacidez,


rigidez e espasticidade).
⮚ Força muscular:

❖ em pacientes CONSCIENTES, mantê-lo em decúbito dorsal:

✔ Extender e flexionar um membro de cada vez.

✔ Observar também o modo de caminhar, o balanço dos braços e firmeza na deambulação

✔ O aperto em cada uma das mãos deverá ser forte, firme e igual

❖ Em pacientes inconscientes, aplicar estímulo doloroso: observar sinais de decorticação e descerebração. Pode
estar comprometido: fraqueza ou paresia, plegia ou paralisia

Avaliação da FUNÇÃO CEREBELAR: avaliação da função motora:

⮚ Testar a MARCHA: solicitar ao paciente que ande em linha reta. (normal ou incoordenação da marcha).

⮚ TESTES:

❖ Prova de Romberg: solicitar que o paciente ande com os olhos fechados. (Normal: Romberg -; Alterado:
Romberg +)
❖ Prova de Brudzinski: manter os MMII relaxados na posição dorsal ao flexionar a cabeça. (Normal: Brudzinski
-; Alterado: Brudzinski +: os MMII fletem – pode ser um sinal de irritação meníngea)
❖ Prova Lewinson: encostar o queixo no tórax com a boca aberta. Se o movimento for amplo e fácil, não há
rigidez de nuca. Caso contrário, há rigidez de nuca (meningite ou hemorragia meníngea).
❖ Prova de Lasègue: manter o paciente em DD e os MMII estendidos. O examinador levanta um dos MMII,
estendido. A prova é positiva quando o paciente reclama dor na face posterior do membro examinado, logo no
início da prova (30º elevação)
❖ Prova de kerning: manter o paciente em DD, flexionar uma da coxas em ângulo de 90º sobre o quadril e a
perna sobre o joelho. O paciente não deverá sentir dor ao longo do trajeto do nervo ciático. Se dor presente,
indica meningite, hemorragia subaracnóide
❖ Prova dedo-nariz: manter o paciente em pé e os braços em completa extensão e abdução; solicitar que leve a
ponta do dedo indicador de cada mão ao nariz alternadamente. Caso não consiga, suspeitar de disfunção
cerebelar.

Avaliação dos REFLEXOS: percutir o tendão do paciente diretamente com um martelo para reflexos

⮚ Exame normal: percutir o tendão com a mesma força e observar simetria, relaxamento igual em ambos os
lados
⮚ REFLEXOS TESTADOS:
❖ Biceptal: Com o braço do paciente parcialmente fletido, coloca-se o polegar no tendão do bíceps que se aloja
na fossa cubital. Golpeia-se diretamente o seu polegar. Observa-se a flexão do cotovelo.
❖ Triceptal: Flexiona-se o braço do paciente e percute-se o tendão do tríceps acima do cotovelo. Observa-se a
extensão do cotovelo.
❖ Patelar: O paciente deve estar sentado com as pernas pendentes, percute-se o tendão patelar com um golpe
curto e rápido, logo abaixo da patela e observa-se a extensão do joelho. O procedimento deve ser repetido na
perna oposta.
❖ Aquileu (calcanhar): tensionar levemente o tendão de Aquiles, por meio de uma discreta dorsoflexão do pé.
Percute-se o tendão e observa-se uma flexão plantar súbita e involuntária.
❖ Sinal de Babínski: ao arranhar a face lateral da sola do pé de um indivíduo hígido, os artelhos se contraem e se
unem. Em pacientes com comprometimento do SNC os artelhos se estendem dorsalmente e se afastam.

Avaliação da PERCEPÇÃO SENSORIAL: manter o paciente com os olhos fechados

⮚ Exame normal:
❖ Tátil: diferenciar um objeto macio (algodão) de um duro (caneta)

❖ Térmica: diferenciar calor e frio

❖ Dolorosa: beliscar a pele e observar a resposta verbal (expressão facial ou contração muscular)

⮚ Alterações:

❖ Analgesia: ausência da sensação da dor

❖ Hipoalgesia: diminuição da sensação da dor

❖ Hiperalgesia: aumento da sensação da dor

❖ Anestesia: ausência de sensibilidade (mais utilizada para a perda da sensibilidade tátil)

❖ Hipoestesia: diminuição da sensibilidade

❖ Hiperestesia: aumento da sensibilidade

❖ Parestesia: sensação de formigamento ou adormecimento.


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ROTEIRO 6
SEMIOTÉCNICA SISTEMA CARDIOVASCULAR

Materias necessários:
- Luvas de procedimento
- Máscaras descartáveis
- Bandeja
- Àlcool a 70%
- Espátula de madeira (abaixador de língua)
- Estetoscópio
- Esfigmomanômetro
- Lanterna clínica

1) Dados do Exame Físico relacionado ao Sistema Cardiovascular:


Itens avaliados e alterações encontradas no Exame Físico:
1ª Medida:
⮚ Posição do paciente no leito (dado subjetivo):

❖ Observar como o paciente encontra-se no leito (tranqüilo, agitado, sem posição / incomodado / inquieto)

2ª Medida:
⮚ Sinais Vitais:

❖ Pressão arterial: medir em ambos os braços

❖ Pulso: avaliar ondas de pulso da Artéria Radial em 60 segundos. Registrar as seguintes características:

✔ Tensão ou dureza: pressão progressiva da artéria (mole: pequena pressão interrompe a pulsação / duro:
forte pressão interrompe pulso)
✔ Ritimicidade: rítmico ou arrítmico

✔ Amplitude ou magnitude: amplo, mediano ou pequeno (sensação captada a cada pulsação e está
relacionada ao grau de enchimento da artéria durante a sístole e seu esvaziamento na diástole)
❖ Frequência Cardíaca: ausculta do pulso apical (5º EIC à esquerda)

❖ Pulso carotídeo: A frequência deve ser a mesma que a do pulso apical. (Divergências indicam aterosclerose,
ou doença do arco aórtico, alteração na inspiração pode indicar arritmia sinusal)
❖ Peso

⮚ Perfusão Periférica:

❖ Coloração da pele: normal, hipocorada, cianótica

❖ Grau de enchimento das extremidades: comprimir a polpa de um ou mais dígitos. Ao descomprimir, o leito
ungueal se torna esbranquiçado e readquire a coloração normal gradativamente.
✔ Normal: enchimento rápido – em torno de 2 a 3 segundos

✔ Alteração: perfusão diminuída – enchimento lento - > 3 segundos

2) Dados do Exame Físico relacionado ao Tórax:


Itens avaliados e alterações encontradas no Exame Físico do Tórax:
Inspeção:
⮚ Avaliação do Precórdio: Paciente em decúbito dorsal, com o tórax exposto

❖ Avaliar ICTUS CORDIS (ou Ponto Apical ou Ponto de Impulso Máximo – PIM):

✔ Localização: 5º EIC à esquerda, linha hemiclavicular

✔ Extensão: normal (1 a 2 polpas digitais cobre o ictus cordis), anormal: > 2 polpas digitais cobre o ictus
cordis)
✔ Intensidade e forma de impulsão: colocar a palma da mão sobre o ictus cordis (normal ou intensa –
emoções, após exercícios)

❖ Pulsações epigástricas e supra-esternais:

✔ Normal

✔ Acentuada (hipertrofia ventricular direita, HAS, aneurisma de aorta)

Palpação:
⮚ Ictus cordis:

❖ Avaliada juntamente com a inspeção

❖ DLE (decúbito lateral esquerdo) – pode ser usada para acentuar os movimentos precordiais

❖ Deslocamento: para cima (elevação do diafragma – Ex: gravidez, ascite), para baixo (rebaixamento do
diafragma – Ex: enfisema pulmonar, pneumotórax)

Ausculta:
⮚ Focos de ausculta:

❖ Foco mitral: corresponde ao choque de ponta e está localizado no cruzamento do 5º EIC esquerdo com a linha
hemiclavicular.
❖ Foco tricúspide: localizado na base do apêndice xifóide

❖ Foco aórtico: localizado no 2º EIC à direita, junto ao esterno

❖ Foco pulmonar: localizado no 2º EIC à esquerda, junto ao esterno.


⮚ Bulhas cardíacas:

❖ B1: fechamento das válvulas M e T (auscultar os focos M e T) – “TUM”

❖ B2: fechamento das válvulas A e P (auscultar os focos A e P) – “TA”

✔ Avaliar: intensidade das bulhas (normofonéticas, hiperfonéticas ou hipofonéticas)

❖ B3 e B4: devem ser baixas e difíceis de ouvir


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ROTEIRO 7

SEMIOTÉCNICA SISTEMA RESPIRATÓRIO


Materias necessários:
- Luvas de procedimento
- Máscaras descartáveis
- Bandeja
- Àlcool a 70%
- Espátula de madeira (abaixador de língua)
- Lanterna clínica
- Estetoscópio
- Esfigmomanômetro

1) Dados do Exame Físico relacionado ao Sistema Respiratório:


Itens avaliados e alterações encontradas no Exame Físico:

Etapa anterior às técnicas de Exame Físico:


⮚ Avaliação do Eixo Vertical:

❖ Numerar as costelas e os espaços intercostais – Parâmetro: localizar o ângulo esternal (ou de Louis):

✔ identificar a chanfradura supra-esternal

✔ deslizar o dedo cerca de 5 cm para baixo até encontrar a saliência óssea que une o manúbrio ao corpo do
esterno
✔ deslocar o dedo para o lado e identificar a 2ª cartilagem costal e a costela

✔ deslizar o dedo para baixo para identificar as demais costelas e os espaços intercostais

⮚ Avaliação da Circunferência Torácica:

❖ Identificação das linhas nas regiões anterior e posterior:

▪ Região anterior:

✔ linha hemiclavicular

✔ linha axilar anterior, linha axilar média, linha axilar posterior

▪ Região posterior:

✔ linha vertebral

✔ linhas escapulares

2) Dados do Exame Físico relacionado ao Tórax:


Itens avaliados e alterações encontradas no Exame Físico do Tórax:
Inspeção:
⮚ Estática – observar:

● condições da pele (coloração, cicatrizes, lesões)


● pêlos e sua distribuição
● Variações normais (sexo, idade e biotipo)
● Forma do tórax: normal ou alterado (Chato ou Plano, em Tonel ou Barril ou Globoso, em funil ou pectus
escavatum, Peito de Pombo ou pectus carinatum, cifótico, escoliótico)
● Presença ou não de abaulamentos: aumento do volume de um dos hemitórax. Ex: Derrame Pleural,
Aneurisma de Aorta.
● Presença ou não de retrações: retração de um dos hemitórax. Ex: Atelectasia, Lesão Fibrótica

⮚ Dinâmica – observar:

● Tipo Respiratório: torácica ou costal (paciente sentado ou em pé), diafragmática (DD – decúbito dorsal)
● Ritmo Respiratório: rítmico ou arrítmico (Cheyne-Stokes, Biot, Kussmaul)
✔ Cheyne-Stokes: fase de apnéia seguida de incursões inspiratórias cada vez mais profundas até atingir um
máximo. Após, decresce até uma nova pausa. Ex: ICC, AVC, TCE, Hipertensão Intracraniana
✔ Respiração de Biot: apnéia seguida de movimentos inspiratórios e expiratórios anárquicos quanto ao ritmo
e amplitude. Ex: grave comprometimento cerebral
✔ Respiração de Kussmaul: compreende 4 fases: a) inspirações ruidosas, gradativamente mais amplas,
alternadas com inspirações rápidas e de pequena amplitude; b) Apnéia em inspiração.; c) Expirações
ruidosas gradativamente mais profundas alternadas com inspirações rápidas e de pequena amplitude; d)
Apnéia em expiração - Ex: acidose – diabetes

● Frequência Respiratória: contar durante 60 segundos sem o paciente perceber (utilizar os termos científicos
para classificar – eupnéico, taquipnéico, bradipnéico, apnéia)
● VALORES DE REFERÊNCIA:
✔ Recém Nascido = 40 – 45 irpm.

✔ Lactente = 25 – 35 irpm

✔ Pré-escolares = 20 – 35 irpm.

✔ Escolares = 18 – 35 irpm.

✔ Adultos = 12 – 20 irpm

● Amplitude e Expansibilidade: normal ou alterada (superficial, profunda)


● Presença ou não de tiragens (de fúcula e intercostais)
● Presença ou não de baqueteamento digital (ex: fibrose pulmonar, DPOC)

Palpação:
⮚ Palpar traquéia, tórax anterior e posterior
❖ Palpação da traquéia: posicionar suavemente o dedo da mão em um dos lados e o restante dos dedos no outro
lado
● Normal (discreta mobilidade, retornando rapidamente à linha média após ser deslocada)
● Alterada (deslocamento da traquéia para um dos lados - Ex: massas cervicais, massas mediastinais,
atelectasias, pneumotórax de grande volume)

❖ Expansibilidade ou Mobilidade Torácica: posicionar suavemente o dedo da mão em um dos lados e o restante
dos dedos no outro lado
● Colocar as mãos espalmadas na face posterior do tórax (bases pulmonares)
● Os polegares encontram-se na linha média sobre a coluna e os dedos ficam voltados para cima e para
fora, evolvendo a região lateral
● Ao posicionar as mãos, faça-as deslizar um pouco para dentro, a fim de fazer uma prega cutânea entre
os polegares e a coluna.
● À medida que o paciente inspira, as mãos do examinador devem deslocar-se para fora e para cima
simetricamente
● ALTERAÇÃO: qualquer assimetria pode sugerir um processo patológico na região (PNM, Derrame
pleural, penumotórax)

❖ Frêmito toracovocal:
● realize a palpação da parede posterior do tórax, enquanto o paciente pronuncia as palavras “33” (produz
intensa vibração)
● Utilize a parte óssea da palma das mãos e dos dedos a fim de detectar o frêmito
● Normal, alterado (aumentado, diminuído ou ausente):
✔ Aumentado: consolidação de uma área pleural (PNM, infarto pulmonar)

✔ Diminuído ou desaparecimento: alguma anormalidade que impeça parcial ou totalmente a transmissão


das ondas sonoras originadas na laringe (derrame pleural, atelectasia por oclusão brônquica, enfisema
pulmonar)
Percussão: anterior / lateral (paciente deitado e as mãos na cabeça); posterior (paciente sentado). Utilizar a
técnica “DÍGITO-DIGITAL”
⮚ Sons gerados durante a percussão:

❖ Claro Pulmonar: normal (timbre grave e oco)

❖ Hipersonoro: mais intensos e de timbre mais grave que o claro pulmonar (pneumotórax)

❖ Som Maciço: ruídos surdos e secos encontrados normalmente sobre a coxa ou estruturas ósseas (Derrame
pleural, PNM)
❖ Som Submaciço: suaves e de alta freqüência (sobre o fígado)

❖ Som Timpânico: oco como um tambor (Estômago, amplo pneumotórax)

Ausculta: de preferência com o paciente sentado, respirando mais profundamente com a boca entreaberta.
⮚ Sons Normais

❖ Murmúrio vesicular: mais intenso nas bases pulmonares e melhor auscultado na inspiração

❖ Brônquico: sobre o manúbrio esternal e é mais intenso, oco e timbre agudo. Melhor auscultado na expiração

❖ Broncovesicular: sobre as grandes vias aéreas centrais tanto na expiração quanto na inspiração de forma igual
(semelhante a de uma brisa)
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ROTEIRO 8
SEMIOTÉCNICA SISTEMA DIGESTÓRIO – ABDOME
Materiais necessários:
- Luvas de procedimento
- Máscaras descartáveis
- Bandeja
- Àlcool a 70%
- Espátula de madeira (abaixador de língua)
- Fita métrica
- Estetoscópio
- Esfigmomanômetro
- Caneta ou pincel para pele
- Lanterna clínica

1) Dados do Exame Físico relacionado ao Sistema Digestório - Abdome


Itens avaliados e alterações encontradas no Exame Físico:
Antes de iniciar o exame físico: relembrar a divisão do abdome em 4 quadrantes e em 9 regiões. Pedir ao
paciente qualquer ponto ou área dolorosa ou sensível (deixar para examinar por último

Relação dos 4 Quadrantes com os órgãos abdominais:


o Quadrante Superior Direito: Lobo direito do fígado, vesícula biliar, piloro, duodeno, cabeça do pâncreas,
flexura hepática do cólon, partes dos cólon transverso e ascendente
o Quadrante Inferior Direito: Ceco, apêndice vermiforme e parte do cólon ascendente.
o Quadrante Superior Esquerdo: Lobo esquerdo do fígado, estômago, corpo do pâncreas, flexura esplênica do
cólon, e partes do cólon transverso e descendente
o Quadrante Inferior Esquerdo: Cólon descendente e parte do cólon sigmóide

Relação das 9 Regiões com os órgãos abdominais:


o Hipocôndrio D: parte do fígado e a flexura hepática do cólon
o Epigastro ou Região Epigástrica: cárdia, estômago, piloro, parte do fígado, cólon transverso e o pâncreas
o Hipocôndrio E: baço e flexura esplênica do cólon
o Flanco D: parte do apêndice, o ceco e o cólon ascendente
o Região umbilical: grande epíplon, o intestino delgado, o íleo e os gânglios mesentéricos
o Flanco E: cólon descendente
o Região inguinal D: parte do apêndice
o Região suprapúbica ou Hipogastro ou Região Hipogástrica: parte do intestino delgado e do cólon
descendente
o Região inguinal E: parte do cólon descendente

INSPEÇÃO: manter-se lateralmente ao paciente (de pé ou sentada) para melhor visualização do contorno da
parede abdominal, bem como na procura por peristalse visível
⮚ Avaliação do contorno:

❖ Plano, arredondado, protuberante ou escavado

⮚ Avaliação da forma:

❖ Observar presença de saliências ou protusões localizadas (massas, herniações ou visceromegalias)

⮚ Avaliação da cicatriz umbilical – Exame: paciente em DD e elevação da cabeça e dos ombros do paciente – a
protusão pode tornar-se mais evidente
❖ Normal: localizada na linha média e apresenta-se invertida.

❖ Alterações: plana, evertida, sinais de inflamação, hérnia

⮚ Avaliação da pele da parede abdominal

❖ Observar a integridade, presença de cicatrizes, manchas, trajetos venosos dilatados e estrias (descrever tais
alterações em relação à localização e características)

AUSCULTA:
⮚ Técnica do exame:
▪ aquecer o diafragma do estetoscópio
▪ iniciar a ausculta abdominal pelo QID, aplicando leve pressão e identificando a qualidade dos RHA

▪ permanecer por até 5 minutos até auscultar os RHA (caso a ausculta esteja difícil, repetir a ausculta por 2 a 5
minutos em cada um dos demais quadrantes abdominais em busca de atividade peristáltica)

❖ Normal: RHA + (som tipo gargarejo ou borbulhar; de freqüência irregular e intensidade suave)

❖ Alterações: RHA ausente ou hipoativo; RHA hiperativos

PERCUSSÃO: técnica dígito-digital - inicia-se levemente no QID, prosseguindo pelos demais quadrantes
no sentido horário, até percorrer toda a área abdominal
⮚ Sons gerados pela percussão
❖ Timpânico: sons claros e de timbre baixo, semelhantes à batida de um tambor (Estômago vazio, intestino)

❖ Maciço: sons breves, com timbre alto de macicez ou submacicez (Fígado, baço, rins, vísceras preenchidas por
líquidos ou fezes)
❖ Sinal de Jobert: encontrado quando a percussão sobre a área hepática produz sons timpânicos ao invés de
maciços
❖ Percussão do abdome ascítico: percussão por piparote

❖ Percussão do rim – pesquisa por meio de punho percussão – sinal de Giordano, o mesmo será positivo se
houver presença de dor

PALPAÇÃO: técnica – palpação leve e profunda – palpar os 4 quadrantes em sentido horário (deixar para o
final as áreas mais dolorosas ou sensíveis)
⮚ Palpação Superficial: com uma das mãos fechadas e dedos estendidos, pressionar cerca de 1 cm de forma
delicada. Em caso de resistência muscular, é necessário distinguir:
❖ Resistência voluntária: defesa

❖ Contratura muscular involuntária: característica da resposta inflamatória do peritôneo

⮚ Palpação Profunda: com o paciente respirando pela boca, utilizar a técnica bimanual ou palpação profunda e
deprimir a parede abdominal a cada expiração profundamente, procurando com maior pressão dos dedos:
tamanho, forma, consistência, localização, sensibilidade, mobilidade e pulsações de órgãos ou massas
❖ Achados normais: Abdome liso, de consistência macia, não tenso, não doloroso e sem órgãos aumentados ou
massas
❖ Ao detectar sensibilidade dolorosa: executar a técnica de rebote - pressionar a mão devagar e profundamente
na área acometida e em seguida liberar lentamente.

PROCEDIMENTOS ESPECIAIS:
❖ Sinal de descompressão brusca: aplica-se com os dedos uma compressão LENTA e PROFUNDA no abdome
e subitamente, SUSPENDA a mão, soltando a parede abdominal (irritação peritoneal: apendicite aguda,
colecistite aguda, pancreatite, diverticulite, lesão peritoneal)
✔ Deve ser realizado ao detectar alguma área de sensibilidade dolorosa na palpação superficial e
profunda
❖ Sinal de McBurney: a descompressão brusca dolorosa ocorre no ponto de McBurney (ponto médio entre a
cicatriz umbilical e a crista ilíaca D) – indica apendicite aguda
❖ Sinal de Rosving: identificado pela palpação profunda e contínua do QIE que produz dor intensa no QID, mais
especificamente na fossa ilíaca D – também indica apendicite aguda
❖ Sinal de Murphy: dor e sensibilidade no QSD (ao comprimir o ponto cístico, solicita-se ao paciente que inspire
profundamente. A resposta de dor intensa no ponto pressionado e a interrupção súbita da inspiração = sinal de
Murphy +) – indica colecistite aguda
❖ Sinal de Jobert: explicado anteriormente

❖ Percussão do Fígado:

✔ iniciar na linha hemiclavicular D em uma área de ressonância pulmonar

✔ percutir para baixo em direção ao fígado

✔ usar uma caneta para marcar o ponto em que o som muda para macicez (borda superior do fígado)

✔ na mesma linha, porém abaixo do umbigo, percuta levemente para cima, até perceber a mudança de som
timpânico para maciço
✔ marcar o local que indica a borda inferior do fígado

✔ usar uma régua para medir a distância vertical entre as 2 marcas (adulto: normal: de 6 a 12 cm)

❖ Palpação do Fígado:

▪ Técnica com as mãos em garra:


o forma alternativa
o o profissional deve ficar em pé, junto ao ombro D do paciente e voltado para os pés
o coloque as mãos lado a lado, formando um gancho com as pontas dos dedos, sobre a margem costal D, abaixo
da marca inferior de macicez
o peça ao paciente que inspire profundamente
o empurre os dedos para dentro e para cima

❖ Localização do Baço:

▪ Técnica de percussão:
o localiza a linha axilar média E
o percutir abaixo da 10ª costela
o a percussão deve produzir uma pequena área de macicez, mas quase sempre é mascarada pelo timpanismo do
cólon.

▪ Técnica de palpação – bimanual:


o baço normal não é palpável
o quando aumentado, pode ser percebido e palpado
o manter à D do paciente
o passar o braço E sobre o tronco do paciente
o colocar a mão sob o tórax posterior (inferior E), apoiando-se sobre o gradeado costal posterior, projetando-o
para cima
o enquanto o paciente inspira profundamente, pressionar com as pontas dos dedos da mão D para dentro e para
cima em direção ao baço
o se o contorno do baço for sentido, esse achado indica que a víscera pode estar AUMENTADA.
o Em caso de víscera aumentada, não persistir com a palpação, devido risco de ruptura do baço

2) Dados do Exame Físico relacionado ao Sistema Digestório – Aparelho Urinário:


Itens avaliados e alterações encontradas no Exame Físico:
INSPEÇÃO: em condições normais, este exame pouco informa ao profissional.

❖ Nos grandes aumentos dos rins, pode-se observar: abaulamentos localizados no flanco e na fossa ilíaca
correspondente (Hidronefrose, Tumores, Rim policístico)

PERCUSSÃO:
❖ Técnica para os rins – punho-percussão (identifica processos inflamatórios agudos)

❖ Técnica para a bexiga – percutir a 5 cm da sínfise púbica

✔ Som normal: timpânico

✔ Alteração: som maciço (ascite ou bexigoma)

PALPAÇÃO: Bexiga
❖ Na palpação da bexiga, para o conforto do paciente, realizar após o paciente ter urinado

❖ Palpar aproximadamente 2 cm da sínfise púbica

✔ Palpação normal: região firme e lisa

PALPAÇÃO DO RIM: MÉTODO DE DEVOTO – é realizado com o paciente em Decúbito Dorsal,


solicitando-se ao mesmo que tente relaxar a musculatura o máximo possível. Posicionar-se do
lado do órgão que pretende palpar. Colocar uma mão contrária ao rim a ser examinado no ângulo
lombocostal, exercendo pressão de trás para frente, enquanto a outra mão, espalmada sobre o
abdome abaixo do rebordo costal, procura sentir e pinçar o pólo inferior do rim na sua descida
inspiratória.
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ROTEIRO 9

SISTEMA MUSCULOESQUELÉTICO
Materias necessários:
- Luvas de procedimento
- Máscaras descartáveis
- Bandeja
- Àlcool a 70%
- Espátula de madeira (abaixador de língua)
- Martelo de reflexos
- Diapasão
- Lanterna clínica

INSPEÇÃO
🡪Paciente nas posições:
Em pé, durante a marcha, sentado, em decúbito dorsal e ventral.
🡪Avaliar alinhamento, tamanho, forma, volume, postura, coordenação motora, amplitude dos movimentos, pele e
condições dos tecidos circundantes.
🡪Pode ser estática ou dinâmica - durante a marcha

a) Estática – inspecionar a face posterior, anterior e perfil. Verificar desvios da cabeça, dos ombros, desnível dos ossos
ilíacos, justaposição nas coxas, joelhos, pernas e pés. Em perfil verificar as curvaturas normais da coluna cervical,
torácica e lombo sacra.

b) Dinâmica - Durante a marcha – inspecionar face anterior e posterior da coluna, solicitando ao paciente que ande
cerca de 10 passos, com 2 ou 3 repetições do trajeto.
Observar: posição dos pés, joelhos e coxas; mobilidade lateral, simetria e amplitude da coluna e quadril e movimentos
dos membros superiores e cabeça.

PALPAÇÃO

Avaliar por digito pressão do polegar ou indicador e mão espalmada

PERCUSSÃO

Direta
🡺 1- Exame da força muscular
a) Aperto de mão - fornece indicação da capacidade de preensão
b) Extensão e flexão do bíceps, enquanto se aplica resistência para prevenir a flexão do braço. Nos MMII
aplica-se uma resistência na altura do tornozelo, e solicita-se que o paciente eleve a perna, flexão e extensão
da panturrilha.

🡺 2- Grau de mobilidade
A movimentação anormal aparece unilateralmente ou distorcida na tentativa de compensar o movimento ineficaz.
Pode ser pesquisada ativamente (paciente consegue movimentar com sua própria força) ou passivamente (é realizada
pelo próprio examinador, sem participação do paciente).
a) Coluna Cervical
1- Postura do paciente e toda coluna cervical antes de examinar seus componentes
2- Movimento ativo e passivo Coloque o paciente sentado, palpe os processos espinhosos.
3- Flexão – permite que o paciente encoste o queixo na face anterior do tórax
4- Extensão – mover a cabeça como que olhando para o teto
5- Rotação lateral – paciente deve rodar a cabeça de um lado para o outro, fazendo com que o queixo
fique alinhado com o ombro.
6- Inclinação lateral – paciente deve tentar tocar o ombro com a orelha, formando ângulo de 45º.
b) Ombro
1- Rotação externa e abdução – devem tentar alcançar com o braço por trás da cabeça
2- Rotação interna e adução o paciente deve alcançar o acrômio contra lateral com o braço, passando
pela face anterior do tórax, ou com o braço por trás das costas, tocarem inferior da escápula contra
lateral.
3- Extensão – é feita com os braços do paciente abduzidos a 90º, mantendo os cotovelos em linha reta,
as mãos devem retornar para cima em supinação continuar o movimento de abdução, até que as mãos
se encontrem por cima da cabeça.

c) Cotovelo
1- Flexão – paciente deve flexionar o cotovelo, tentando tocar a face anterior do ombro com a mão.
2- Extensão – é dada pelo ponto em que o olecrano encontra a foca olecraniana
3- Supinação – é testada com a flexão do cotovelo a 90º, no nível da cintura. A seguir com o punho
cerrado á frente e com a palma da mão voltada para baixo, solicita-se que esta volte para cima.
4- Pro nação - é testada com a flexão do cotovelo a 90º, no nível da cintura. A seguir com o punho
cerrado á frente e com a palma da mão voltada para cima até atingir a posição completa e, então,
vira-se completamente em direção ao solo.
d) Mão e punho
1- Flexão e extensão do punho – são solicitadas que o paciente flexione e estenda o punho
2- Desvio olear e radial – movendo-se o punho de um lado para o outro, efetua-se os desvios olear e
radial.
3- Superação e pronação – são testadas com o cotovelo
4- Flexão e extensão digital – pede-se ao paciente que mantenha o punho cerrado e solicita-se que ele
estenda os dedos. Na flexão os dedos fecham-se tocando a palma da mão.
5- Abdução e adução digital – o paciente deve afastar os dedos uns dos outros e tornar aproximá-los
6- Flexão do polegar – o polegar deve cruzar a palma da mão em direção ao dedo mínimo
7- Tensão do polegar – deve mover-se lateralmente para fora
8- Oponência – deve ser capaz de tocar a extremidade distal de todos os dedos
9- Palpação – palpar as faces internas e externas das articulações interfalangianas, com polegar e
indicador.
10- Palpar as articulações do punho com os polegares no dorso do punho e os dedos na região ventral
das articulações
e) Quadril e pelve
1- Abdução – solicita-se ao paciente que afaste ao máximo as pernas
2- Adução – o paciente deve cruzar as pernas alternadamente, primeiro à direita a frente da esquerda e
vice-versa.
3- Flexão – deve levar o joelho em direção ao tórax
4- Flexão, extensão e rotação externa – descruzar as pernas e apoiar a face lateral do pé no joelho
oposto.
5- Extensão – ficar sentado, braços cruzados, com as costas eretas e elevar as pernas.
6- Rotação interna e externa – são testadas com os movimentos citados acima
f) Joelho
1- Flexão – o paciente deve ser capaz de fletir o joelho simetricamente até ficar de cócoras
2- Extensão – com o paciente ereto, observar se os joelhos estão totalmente estendidos. Se estiver
sentado estender completamente o joelho
3- Rotação interna e externa – deve rodar o pé em sentido medial e lateral
4- Palpação – palpar com o indicador livre para percepção de flutuação da rótula e pesquisa de líquidos
g) Tornozelos e pé
1- Flexão plantar e movimentação dos dedos – deve andar na ponta dos dedos
2- Dorsiflexão – andar sobre os calcanhares
3- Eversão – andar apoiando-se na borda lateral externa dos pés
4- Inversão – andar apoiando-se na borda lateral interna dos pés
5- Articulações - Palpar com o polegar e indicador as articulações metatarso falangianas
h) Coluna lombar
1- Flexão – deve curva-se para frente ao máximo, mantendo os joelhos eretos e tentando tocar os pés.
2- Extensão – fique em pé ao lado do paciente, com umas das mãos sobre a espinha ilíaca e com os
dedos voltados para linha média. A seguir, peça ao paciente para que se curve para trás o máximo que
conseguir, podendo ajudá-lo empurrando a face anterior do tórax.
3- Inclinação lateral – fixando a crista ilíaca, pedir ao paciente para inclinar-se á D e depois á E, ao
máximo.
4- Rotação lateral – fique atrás do paciente fixe a pelve com uma das mãos e coloca a outra sobre o
ombro oposto. Em seguida, com o tronco fixo, gira a pelve e o ombro.
i) Marcha
1- Divide-se em fase de apoio (quando o pé entra em contato com o solo e suporta o peso) e fase de
balanço (quando o membro sofre um avanço)
2- O exame da marcha deve ser feito durante a deambulação normal
3- Pede-se ao paciente para levantar e caminhar (observe como ele se levantou, se usa os braços, se
necessita de auxílios).
4- Observe contato dos pés com o solo, a posição, os movimentos de centro de gravidade a força
necessária á marcha, o passo e o ritmo
j) Articulações
1- Deve-se observar: presença de aumento do volume articular (edema), deformidades, rigidez articular.
2- Peça ao paciente para ficar em frente observando inicialmente as mãos, colocando-as sobre uma
superfície plana.
3- A articulação do cotovelo deve ser feita com o braço em extensão e flexão
4- No ombro verificar simetria e contorno
5- Nos quadris, joelhos e MMII inicie com o paciente em pé , observando postura, encurtamento.( teste
de trendelemburg – fica em cima de um pé sobre uma das pernas e depois sobre a outra ).Após deite o
paciente e observe a altura das cristas ilíacas , flexione uma das pernas ao máximo, se encontrar
resistência faça o mesmo com a outra
6- Avaliar articulação do joelho em extensão e flexão, observando simetria, queixa de dor.
7- Palpação das articulações – Na palpação das partes moles avaliam-se queixas de dor, tônus muscular,
gradiente térmico, consistência e contorno dos músculos, além da rigidez articular. Na palpação da
parte óssea procure avaliar protuberâncias, forma, deformidades, estalidos e crepitações.
8- A amplitude do movimento articular deve ser examinada, verificando se é limitada por dor ou se há
instabilidade.
Referencias Bibliográficas
BARROS, Alba Lucia Bottura Leite de. Anamnese e exame físico. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2016. Disponível em:
<https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788582712924

BICKLEY, Lynn. Bates, propedêutica médica e essencial: avaliação clínica, anamnese, exame físico. 6ª ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2010.

BADDINI MARTINEZ; M. DANTAS; J.C.VOLTARELLI. Semiologia geral e especializada. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2013.)

PORTO, Celmo Celeno; PORTO, Arnaldo Lemos. Exame clínico. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012.
Disponível em: http://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/978-85-277-2128-8/pages/51522286)

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