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Semiologia de

pequenos

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SUMÁRIO

1. Introdução à semiologia.

2. Métodos de exploração clínica e contenção de pequenos animais..

3. Abordagem e contenção de pequenos animais.

4. Semiologia do sistema linfático.

5. Exame físico geral ou de rotina.

6. Semiologia do sistema digestório.

7. Glândula mamária.

8. Semiologia do sistema reprodutor feminino.

9. Semiologia do sistema reprodutor masculino.

10. Semiologia do sistema urinário.

11. Semiologia do sistema respiratório.

12. Semiologia do sistema cardiovascular.

13. Semiologia do sistema oftalmológico.

14. Semiologia do sistema nervoso.

15. Semiologia do sistema locomotor.

16. semiologia o sistema tegumentar

17. Semiologia do sistema auditivo


Introdução a semiologia
A semiologia veterinária é a parte da medicina veterinária que estuda os métodos do exame
clínico, estuda os sintomas e os interpreta, reunindo, dessa forma, os elementos necessários para
construir um diagnóstico e presumir a evolução da enfermidade.

Tríade da semiológica

Semiotècnica, propedêutico e semiogênese

Semiotécnica: utilização de todos os recursos disponíveis para se examinar o paciente enfermo,


desde a mais simples observação até a realização de exames modelos. Da arte de examinar o
paciente.
● Física: determina alterações anatômicas.
● Funcional: determina alterações funcionais dos órgãos e estruturas.
● Experimental: determina alterações no organismo a partir de experimentos.

Propedêutica: irá reunir e interpretar os grupos de dados obtidos através do exame clínico do
paciente. É uma etapa importante para a confecção de um diagnóstico.

Semiogênese: etapa que busca explicar os mecanismos pelos quais os sintomas aparecem e se
desenvolvem, buscando uma relação entre a causa da doença e seus sinais clínicos.

Sintoma X Sinais Clínicos


Sintoma: na veterinária, o sintoma é todo fenômeno animal, orgânico ou funcional, na qual as
doenças se revelam no animal. Ex: tosse e claudicação.

Sinal: Não se limita a observação da manifestação animal apresentada pelo animal, mas
principalmente, a avaliação e a conclusão que o clínico retira dos sintomas observados e/ou por
métodos físicos de exame. Ex: reflexo otopodal.

Existem classificações de acordo com o espectro de acometimento dos sinais clínicos, podendo
ter um acometimento Local (manifestações aparecem circunscritas e com estreita relação com
órgão envolvido), Geral (manifestação decorrente do comprometimento orgânico como um todo
ou acometimento em órgãos que levam prejuízos a demais funções do organismos), Principal
(fornece subsídios sobre o provável sistema envolvido) e Patognomônico (são sinais
característicos de uma doença, como por exemplo o mau cheiro que os ouvidos ficam que indica
uma otite e possível contaminação por Malassezia).

Além disso, há também as classificações de acordo com a evolução dos sintomas, podendo ser
Iniciais ( são os primeiros sintomas observados ou reveladores da doença), Tardios (sintomas que
aparecem no período de plena estabilização ou declínio de enfermidade), Residuais (são
aparentes durante a recuperação do animal ou após cura).
Por fim, existem as classificações quanto ao mecanismo de produção dos sintomas, podendo ser
Anatômico (onde ocorre alteração da forma de um órgão ou tecido), Funcionais (promovendo
alterações na função do órgão) e Reflexos (são originados longe da área que o principal sintoma
aparece e longe da origem da doença).

Síndrome
É o conjunto de sintomas clínicos, de múltiplas causas e que afetam diversos sistemas.
Ex’s:
● Síndrome da veia cava causada pela dirofilaria.

● Febre é a síndrome, ou seja, um conjunto de sintomas (incluindo o aumento da t.). Já a


Hipertermia é o aumento da temperatura, ou seja, somente um sintoma.

Diagnóstico
É o ato de reconhecer uma dada enfermidade por suas manifestações clínicas, bem como prever
sua evolução (prognóstico/ cura, cronicidade, óbito). O diagnóstico possui cinco classificações
possíveis de acordo com o modo que chegamos a determinada conclusão, que são:
- Nosológico ou clínicas: quando o diagnóstico se dá por meio de exames de rotina somado
aos complementares.
- Terapêutico: quando ao suspeitar de determinada doença, realiza-se um procedimento
medicamentoso para avaliar a resposta do indivíduo, se for favorável, fecha-se o
diagnóstico.
- Anatômico: quando já se é possível observar modificações anatômicas no exame
macroscópico.
- Etiológico: conclusão do clínico a partir de um fator determinante da doença, ou seja, um
sinal patognomônico da doença.
- Radiológico: utilização de raio x como auxiliar para identificar patologias na rotina clínica e
cirúrgica veterinária
- Presuntivo: quando não se consegue estabelecer um diagnóstico de imediato e trata-se
dos sintomas até que se chegue a uma possível conclusão do caso..

Principais causas de erros no diagnóstico


Erros ao longo da consulta são a principal causa de erros no diagnóstico, gerando conclusões
precipitadas. Os erros mais comuns ocorrem durante a anamnese, fazendo-a de forma
incompleta ou preenchendo com dados incorretos. Durante o exame físico, fazendo-o de forma
superficial e rápida, deixando informações passarem despercebidas. A avaliação precipitada ou
com falsos achados clínicos, ocorre pela pressa do veterinário em fechar um possível diagnóstico.
E o último está relacionado com a falta de conhecimento ou domínio dos métodos de exame físico
a se realizar.

Elaboração de hipóteses para diagnóstico


Para a elaboração de um diagnóstico completo é preciso avaliar Idade, sexo, raça e queixa
principal do paciente, bem como construir uma anamnese detalhada, descrevendo o histórico
completo do paciente e observar os sintomas e/outros sinais ao longo dos exames físicos.
Assim a evolução procede para uma hipótese, o que é natural e necessária, já que propicia uma
conduta ou direção que deve ser adotada durante o exame clínico para se aproximar de um
possível diagnóstico efetivo.

Princípio de Hutchinson

Etapas no diagnóstico
1. Anamnese: 50%
2. Exame físico: 35%
3. Exames complementares: 15%

A anamnese é a parte mais importante para o fechamento do diagnóstico, sendo responsável por
cerca de 50% de todo o exame e etapas até que se feche um diagnóstico.

Tratamento
É o meio pelo qual é utilizado para combater ou evitar a progressão da doença, podendo ser
classificado em:
● Causal: quando se opta por um meio que combata a causa da doença.
● Sintomático: quando visa combater apenas os sintomas ou abrandar o sofrimento do
animal.
● Patogênico: modificar o mecanismo de desenvolvimento da doença no organismo.
● Vital: evitar o aparecimento de complicações que possam fazer o animal correr risco de
morte.

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Métodos de exploração clínica e contenção em
pequenos animais

Materiais necessários: Ficha de atendimento, estetoscópio, martelo e plexímetro, termômetro


clínico, luvas de procedimento, otoscópio e oftalmoscópio, material para contenção.

No exame físico deve-se realizar Inspeção, palpação, percussão, ausculta e olfação tendo como
objetivo obter informações válidas sobre a saúde do paciente e seus sintomas.

Inspeção: inicia-se antes mesmo da anamnese e utiliza-se apenas da visão ou com auxílio de
equipamentos. Deve ser feito em um lugar bem iluminado, e devemos observar o animal
atentamente, tanto de longe quanto de perto e analisar postura e comportamento apresentado
pelo paciente.
● Panorâmica: animal visualizado como um todo.
● Localizada: atentando-se a alterações locais.
● Direta: utiliza-se somente da visão para inspeção.
● Indireta: utiliza-se de aparelhos como raio-x, ultrassom, eletrocardiograma, dentre outros.

Palpação: é a utilização do sentido tátil ou da força aplicada no animal, usando-se as mãos, as


pontas dos dedos, o punho, ou até instrumentos para melhor determinar as características de um
sistema orgânico ou da área explorada. A consistência analisada pode ser mole, firme, dura,
pastosa, flutuante e crepitante.
● A técnica pode ser realizada com mão espalmada, usando apenas as polpas digitais e a
parte ventral dos dedos, com o polegar e o indicador (pinça) e/ou com o dorso dos dedos
ou das mãos (temperatura). Sendo cada técnica mais eficiente para examinar uma
determinada área.

● Digito pressão: utiliza-se a polpa do polegar ou indicador, faz-se a compressão da área.


● Punho pressão: feita com a mão fechada em formato de punho, usada mais em animais
de maior porte.
● Vitropressão: utiliza-se uma lâmina de vidro que é comprimida contra a pele, é usada para
avaliar eritema e púrpura, por exemplo.
● Pesquisa de flutuação: aplica-se a palma sobre um lado da tumefação enquanto a mão
oposta exerce sucessivas compressões perpendiculares à superfície cutânea, dessa forma
se houver acúmulo de líquido na região serão formadas flutuações semelhantes a
movimentos de ondas.
Percussão: é a aplicação de pequenos golpes ou batidas em determinada áreas do corpo para se
ter informações sobre a condição dos tecidos adjacentes e porções mais profundas. Analisa-se a
resposta sonora da região para avaliar o grau de acometimento da região.
- Órgãos mesenquimais terão sons diferentes de órgãos cavitários.

O objetivo da percussão é fazer observações com relação a delimitação topográfica dos órgãos
(mais antigamente) e fazer comparações entre as mais variadas respostas sonoras obtidas e
avaliar a anatomia do paciente em busca de anormalidades.
A percussão pode ser direta (realizada com as mãos, dedos e punho) ou indireta (interpõe o dedo
da mão ou algum tipo de instrumento entre a área ser repercutida e o objeto precursor).

Tipos de sons:
● Claro: o som consegue atravessar claramente, comum em uma cavidade preenchida de ar.
Ex: pulmão sadio.
● Timpânico: ocorre em órgãos ocos com grandes cavidades repletas de ar ou gás e com as
paredes semi distendidas. Produz um som de maior tenuidade e ressonância, semelhante a
um tambor.. Ex: broncopatia (excesso de ar no pulmão).
● Maciço: comum em regiões compactas desprovidas de ar, produz-se um som de pouca
ressonância. Ex: órgãos parenquimatosos e músculos.
● Hipersonoro: um som entre o claro e o timpânico, comum em pneumotórax.
● Submaciço: um som entre timpânico e maciço, ocorre na porção do fígado onde o
rebordo pulmonar repousa. (sobreposição de órgãos).

Ausculta: realizamos a avaliação dos ruídos que os diferentes órgãos produzem. A diferença da
ausculta e da percussão é que na percussão os sons são produzidos pelo examinador a fim de ter
uma resposta sonora, enquanto que na auscultação os sons são os naturais gerados pelo próprio
organismo do animal. É muito comum a auscultação dos pulmões, coração e cavidade abdominal.
A auscultação pode ser Direta ou Imediata, quando se utiliza do ouvido posicionado diretamente
na área examinada. Ou, Indireta ou Mediata, quando se utilizam aparelhos de ausculta, como o
estetoscópio e o Doppler.

Focos de auscultas cardíacas:


No lado esquerdo é possível verificar os seguintes pontos de ausculta: Válvula mitral ou bicúspide
(quinto espaço intercostal), Valva pulmonar (segundo espaço intercostal) e Valva aórtica
(segundo espaço intercostal).
Já no lado direito é possível verificar o ponto de ausculta da valva tricúspide (quinto espaço
intercostal).
Tipos de ruídos:
Durante a auscultação é possível identificar diferentes ruídos, tais quais:
● Aéreos: ocorrem pela movimentação de massa gasosa. Ex: movimentos inspiratórios.
● Hidroaéreos: movimentação de massas gasosas em meio líquido. Ex: borborigmo intestinal.
● Líquidos: movimentação de massas líquidas em uma estrutura. Ex: sopro por anemia.
● Sólidos: atrito de duas superfícies sólidas rugosas. Ex: roce pericárdico, nas pericardites.

Olfação: utiliza-se o olfato para determinar algo característico. É pouco utilizado, devido a
individualidade de cada veterinário, a incerteza e necessidade de experiência para reconhecer os
cheiros. Porém, é possível identificar alguns cheiros característicos, como por exemplo: uremia,
secreção de glândulas adanais, odor de fezes dos cães com gastroenterite hemorrágica.

Exames complementares
Os exames complementares são essenciais para confirmar a presença ou causa da doença,
avaliar severidade do processo mórbido, determinar evolução de uma doença específica, verificar
a eficácia de determinado tratamento. Alguns dos principais exemplos de exames
complementares são: Punção, Biópsia (exame histopatológico) , Exames laboratoriais e Exames de
imagem.

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Abordagem e contenção de pequenos animais

O nível de contenção adequada depende: comportamento do animal, ambiente, maneira de


abordagem e desconforto causado pelo exame/manipulação.

Contenção física: finalidade de restringir os movimentos para avaliação ou realização de exames,


medicamentos e outros..
Objetivo: proteger o examinador, auxiliador e o animal, facilitar o exame físico, evitar fugas e,
permitir procedimentos diversos
- O procedimento incorreto pode levar o paciente a óbito devido ao estresse ou gerar
alterações nos parâmetros dificultando o diagnóstico.
- Animais de médio e pequeno porte podem ser contidos com maior facilidade em cima da
mesa com superfície não escorregadia.
- Animais de grande a gigante o ideal é realizar no chão.
Algumas dicas que podem ser utilizadas para facilitar o manejo dos animais durante o exame são:
Segurar o animal pelas patas em contato com a mesa para não levantar

Colocar a mão debaixo do abdome para o animal não sentar

Mordaça: pode ser de corda, atadura ou focinheira, porém a focinheira impossibilita o exame da
cavidade oral. São equipamentos de segurança importantes para garantir a segurança do
veterinário em caso de animais agressivos e permitir a realização do exame sem intercorrências.
Colar elizabetano: colocado para impedir o animal a lamber ou mordiscar ferimentos, mas
também pode ser utilizado para impedir mordidas na falta de focinheiras ou mordaças.

Contenção química
É realizada com o uso de fármacos com efeito sedativo, para acalmar o animal e relaxar a
musculatura, possibilitando uma melhor examinação do paciente. Alguns exemplos dos fármacos
mais utilizados na contenção química são:
Acepromazina: pode causar hipotensão e bradicardia.
Diazepam: pode causar agressividade em alguns casos (efeito rebote).
Butorfanol: pode causar dispneia em alguns casos.

Contenção de gatos
Os gatos são mais imprevisíveis e mais difíceis de manipular, devem ficar onde foram
transportados até o momento do exame. Além disso, devem ser manipulados com o mínimo de
contenção e o mais rápido possível, visto que os gatos se estressam facilmente e esse estresse
pode vir a alterar os parâmetros do exame. A contenção deve ser realizada em decúbito esternal.

Métodos: caixinha, toalha, manual com luva, bolsas, máscaras.

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Sistema linfático de pequenos animais

Conceito: o sistema linfático constitui uma via acessória pela qual os líquidos podem fluir dos
espaços intersticiais para o sangue ou vice-versa. Com exceção de pele, SNC, nervos periféricos e
ossos, quase todos os tecidos corporais possuem canais linfáticos que tem como função realizar
a drenagem de líquido dos espaços intersticiais e funcionar como uma espécie de filtro para o
organismo do animal, retendo concentrados inflamatórios e agentes tóxicos.
Além disso, o sistema linfático é responsável por realizar o transporte de grandes materiais
particulados que não podem ser removidos diretamente do capilar sanguíneo (evitando a
hipoproteinemia sistêmica circulante que atrai líquido e gerando ascite…).
A principal via de absorção de nutrientes é no TGI (inclusive gorduras) - placa de peyer.

Linfa: é o derivado do líquido intersticial que flui para os vasos linfáticos. A linfa antes de atingir o
sangue atravessa ao menos um linfonodo para realizar uma “filtração”, por assim dizer.
- Ducto torácico é um grande desembargador de linfas.

Linfonodo: componente do sistema linfático que age como um filtro e remove partículas
estranhas e as destrói, filtrando linfa antes de chegar no sangue.
Os linfonodos possuem tamanhos pequenos e variados, apresentam um formato que se
assemelha ao de um feijão, além disso, possuem uma porção chamada hilo, que é o local por
onde entram as artérias e saem as veias e vasos linfáticos eferentes. Dentro do linfonodo há uma
rede de filtro para debelar infecções. (O aumento do linfonodo está relacionada com a área
afetada).

Timo: é a glândula linfóide primária responsável pelo desenvolvimento e seleção do linfócito T.


Mais observado em animais jovens, pois depois que crescem o papel de selecionar os linfócitos T
passa para a medula óssea.
O timo também produz tirosina, responsável pela maturação dos linfócitos e dos órgãos linfóides
(baço e linfonodo).

Tonsilas: localizam na entrada das vias respiratórios e digestivos como função de barrar entrada
de microrganismos invasores. Existem as tonsilas faríngeas, tonsilas palatinas (amígdala) e
tonsilas linguais (amígdalas línguas).
Placas de Peyer: são grupos de folículos linfóides na mucosa do intestino delgado. Elas podem
induzir tolerância imunológica ou de defesa contra antígenos utilizando uma complexa interação
entre células do sistema imunológico.

Baço: órgão linfático rico em linfonodos que irá realizar a filtração do sangue, retirando
substâncias estranhas, promovendo reação contra agentes infecciosos, armazenando hemácias
e lançando-os na corrente sanguínea em momentos de emergência.

Leishmaniose e linfoma faz a ingurgitação de todos os linfonodos

Palpação
Na palpação iremos avaliar o tamanho, consistência, mobilidade, temperatura, sensibilidade
(dor) dos linfonodos. Deve-se examinar bilateralmente para que se possa determinar se o
processo é localizado ou generalizado. Os linfonodos que devem ser analisados a partir da
palpação são:
- Retrofaríngeos: não são palpáveis, apenas em infecções, onde ocorre o aumento de
volume.
- Pré-cruciais: não palpáveis em animais de companhia, somente grandes animais.
- Inguinais: palpáveis em cães
- Ilíacos: palpáveis em cães com distúrbios pontuais Ex: carcinoma prostático por palpação
digital.
- Poplíteos: palpáveis em cães, mesmo sadios.
- Mandibulares: palpáveis quando aumentados.

Características a serem avaliadas na palpação:


1. Tamanho: São maiores em cães jovens já que são expostos a uma grande variedade de
estímulos antigênicos (ex; vacinação).
- Dependendo da localização e estado nutricional do animal podem induzir uma falsa
sensação de alteração. Ex.: caquéticos podem induzir a uma falsa impressão de
adenopatia.

2. Sensibilidade: palpar para verificar se há resposta de dor. Nos processos inflamatórios


e/ou infecciosos agudos os linfonodos tornam-se mais sensíveis.
- Em animais com processo crônico diminui a percepção de dor.
3. Consistência: normalmente apresenta consistência firme. Nos processos inflamatórios/
infecciosos agudos a consistência não se altera, mas pode-se observar o aumento de
volume e sensibilidade. Já nos processos crônicos e neoplásicos os linfonodos ficam duros.

4. Mobilidade: normalmente são móveis e quando ocorre um processo infeccioso ficam mais
aderentes. A perda de mobilidade é um achado comum nos processos inflamatórios
bacterianos agudos devido ao desenvolvimento da celulite localizada.

5. Temperatura: próxima a temperatura da pele, quando há um processo inflamatório em


curso ocorre o aumento do linfonodo e de sua temperatura. A temperatura se eleva para
destruir os agentes infecciosos que estão nos linfonodos.

Exames complementares
● Biópsia por excisão (retirada de todo linfonodo), incisão (retirada de apenas uma parte do
linfonodo) ou aspiração (com agulha fina apropriada).
● USG abdominal ou local: iremos verificar o baço, linfonodos reativos, se há
extravasamento de líquido…
● Palpação externa: tanto dos linfonodos quanto do baço, se houver esplenomegalia
torna-se mais fácil a sua palpação. A esplenomegalia é causada pela torção do baço,
hematomas ou enfartamento.

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Exame físico geral ou de rotina

O exame físico geral torna possível avaliar, rotineiramente, o estado atual de saúde do paciente
e se houve melhora, piora ou estagnação em relação a uma doença já tratada ou em tratamento.
Ele possibilita, também, a identificação do comprometimento de outros sistemas ou estruturas do
corpo do animal. O exame deve sempre seguir uma ordem, a qual o veterinário estabelece de
acordo com suas preferências, porém em casos de emergência e risco o clínico vai acabar
mudando o cronograma do exame físico para melhor atender ao caso do paciente.

O exame físico geral deve observar:


Nível de consciência (inspeção): o animal pode estar com a consciência alerta, diminuída,
aumentada ou ausente.
Deve-se observar reações a estímulos, tais como: palmas, estalos de dedo e o chamar do dono.
Animais sadios respondem aos estímulos e apresentam um estado de consciência alerta no
consultório veterinário.

Postura e locomoção: observar o padrão de postura que o animal apresenta, podendo estar em
decúbito, repouso, em estação e em locomoção. Devemos reconhecer anormalidades na postura
para que possamos identificar possíveis problemas e patologias.
Posições do tipo esfinge são normais, pois os animais flexionam os membros anteriores e
posteriores apoiando o esterno sobre o piso para perder calor.

Condição corporal: deve considerar a espécie, raça e aptidão. Pode ser classificado de 1 até 5
(obeso, gordo, normal, magro, caquético) ou de 1 até 10.
- Além disso, devemos ficar atentos às causas que levaram o animal a emagrecer. Pode
estar magro por não receber alimentação adequada ou por doença. A perda de 30 a 50%
da massa corporal costuma ser fatal.
- A obesidade pode ser causada por fator exógeno (superalimentação) ou distúrbio
endócrino (ex. Hipotireoidismo).

Avaliação da pele: nos animais o estado do manto piloso é um bom indicador de saúde física,
uma vez que a pele acaba refletindo o estado de saúde geral do animal. É possível avaliar o
estado de hidratação do paciente através do turgor cutâneo, onde avaliamos a elasticidade da
pele e o tempo que ela demora para retornar à posição inicial, não podendo ser superior a 2
segundos. O primeiro e mais importante sinal de desidratação é o ressecamento e o enrugamento
da pele.

Principais causas da desidratação: perda excessiva de líquido promovida pela ocorrência de


diarreia e/ou vômito, ingestão inadequada de água e demais patologias.

Avaliação dos parâmetros vitais: é um importante exame que antecede o exame físico específico.
É avaliado a frequência cardíaca, frequência respiratória, coloração de mucosas e temperatura
corporal do animal.
Avaliação da mucosa: a coloração das mucosas pode revelar a existência de enfermidades
próprias (inflamação, tumores, edema), auxiliar a inferir conclusões a respeito da possibilidade de
alterações no sistema respiratório e existência de doenças em outras partes do corpo.
É necessária especial atenção às alterações de coloração, como também à ocorrência de
ulcerações, hemorragias e secreções durante o exame visual.

Congestão: ocorre devido ao ingurgitamento dos vasos sanguíneos, por processo inflamatório ou
infeccioso, congestão pulmonar, endocardite, pericardite, septicemia... Podendo ser local ou
sistêmico.

Cianose: coloração azulada da pele e das mucosas causada pela redução de hemoglobina
oxigenada no sangue. Pode ser causada por anafilaxia, obstrução das vias respiratórias, edema
pulmonar, insuficiência cardíaca congestiva, pneumopatias.

Icterícia: retenção de bilirrubina nos tecidos, ocorre devido ao aumento da bilirrubina sérica, que
ficará acima dos níveis de referência. Pode aparecer em doenças hepáticas e do sistema biliar e
em afecções hemolíticas.
Pálida: coloração esbranquiçada podendo ser causada por anemia, por parasitoses, hemorragias,
choque hipovolêmico, aplasia medular, insuficiência renal e outros…

TPC é o teste realizado para promover a avaliação do tempo de preenchimento capilar, utilizado
para avaliar a volemia geral do animal. Em animais sadios demora de 1 a 2s e acima disso o
animal está desidratado.

Avaliação da temperatura : a termometria (estudo da variação térmica) é importante para


avaliar o estado geral do paciente. A principal fonte de calor é derivada de processos
metabólicos oxidativos. A temperatura dos animais domésticos pode ser obtida tanto por
palpação externa, quanto pela utilização dos chamados termômetros clínicos, que serão inseridos
via retal para uma boa aferição. Deve-se introduzir 1/3 do termômetro, de preferência por meio
de movimentos giratórios no esfíncter anal, deslocando-o depois, lateralmente, para que o
mesmo se mantenha em contato com a mucosa retal. Caso contrário, o termômetro ficará
contido dentro da massa fecal, o que elevará a temperatura, devido à intensa atividade
bacteriana.
Fatores fisiológicos x temperatura corporal
Fatores que podem promover alterações na temperatura normal do animal são:
● Variação nictemeral (circadiano): a variação entre as temperadas matinais e vespertinas
podem variar entre 0.5° e. 1.5°. Durante o dia os cães apresentam temperaturas mais altas,
enquanto que a noite mais baixas. Em gatos o ciclo ocorre de maneira inversa, onde as
temperaturas mais baixas são durante o dia e as mais altas durante a noite.

● Ingestão de alimento: o aumento do metabolismo basal depois de se alimentar aumenta a


temperatura corporal.

● Ingestão de água: se ingerida em grandes quantidades causa a redução de temperatura.

● Idade: Quanto mais jovem maior a temperatura interna, isso porque os animais jovens
possuem um metabolismo mais acelerado.

● Sexo: fêmeas em gestação e no cio apresentam temperatura mais elevada


● Gestação: No terço final da gestação a temperatura diminui até 0,5 nas 24 a 48hrs.

● Estado nutricional: Os desnutridos tendem a apresentar menor temperatura, uma vez que
o metabolismo é reduzido.

● Temperatura ambiental: mudanças de temperatura externas são acompanhadas por


alterações na temperatura interna dos animais.

● Esforços físicos: elevam a temperatura do animal por aumento do metabolismo.

Glossário termômetro
Normotermia: Ocorre quando os valores da temperatura corporal do animal encontram-se
dentro dos limites estabelecidos para a espécie.

Hipertermia: Consiste, basicamente, na elevação da temperatura corporal, sem que haja, no


entanto, alteração no termostato hipotalâmico.

Hipotermia: É o decréscimo da temperatura interna abaixo dos níveis de referência, que ocorre
por perda excessiva de calor ou por produção insuficiente, bem como pela introdução excessiva
de toxinas, as quais paralisam a regulação térmica central.
Febre: A febre corporal é a elevação da temperatura acima do normal, ela ocorre pelo
aparecimento de doenças e a resposta do corpo ao combatê-la. Ela pode ser causada por
diversos motivos, podendo ser: febre de origem séptica (processos infecciosos), febre asséptica
(processos físicos e químicos) e febre neurogênica (convulsões). Além disso, o animal pode
apresentar temperatura acima do normal em dias muito quentes ou após exercícios, e isso é
facilmente confundido e tratado como febre, porém os medicamentos não surtirão efeito uma vez
que não se trata de febre!
Durante quadros de febre as mucosas estão congestas, devido a vasodilatação, e estarão secas e
sem brilho, pela tentativa do organismo de reter o máximo de água possível. A pele e o focinho
estão ressecados e sem brilho para tentar ao máximo reter água.

O sistema circulatório irá apresentar taquicardia, um aumento de 10 a 15 batimentos


cardíacos/min, para cada grau de temperatura elevado.
● É possível ouvir sopros cardíacos funcionais em virtude da rápida passagem do sangue
pelas válvulas.

O sistema respiratório irá apresentar taquipneia, sendo a resposta do organismo com objetivo
de perda de calor e aumento do processo de hematose.

Tipos de febre: existem diferentes tipos de febre de acordo com a temperatura que o animal
atinge e com a frequência com que ele se mantém nessa zona de temperatura. As classificações
são:
● Simples ou típica: A temperatura permanece elevada, mas flutuando dentro de pequenos
limites (até 1°C).
● Remitente: A temperatura permanece elevada durante grande parte do dia (geralmente
maior que 1°C), caindo em intervalos de tempo curtos e irregulares, sem voltar aos valores
normais.
● Intermitente: Períodos que perduram por um ou vários dias, sendo intercalados por
períodos normotérmicos ou mesmo hipotérmicos.
● Atípica: Apresenta curso irregular, às vezes com grandes oscilações de temperatura em um
mesmo dia.
Sistema digestório

Alterações no sistema digestório dos pequenos animais são comuns e ocorrem em decorrência de
uma série de fatores. O mais comum é identificarmos que o animal está com dores, e os indícios
de dor abdominal em cães analisados são: recusa se mover, postura de cavalete ou de prece e
inquietação.

Termos Importantes
Disfagia: representa a dificuldade ou impossibilidade de deglutir o alimento ou água.
Regurgitação: é a eliminação retrógrada e passiva, ou seja sem forças abdominais, do conteúdo
esofágico. Ocorre antes que o alimento adentre no estômago e não está associada aos sinais de
vômito.
Vômitos: é a ejeção forçada do conteúdo gástrico e ocasionalmente, duodenal, pela boca. É um
reflexo complexo controlado pelo centro emético e requer atividade gastrointestinal, muscular,
respiratória e neurológica.

Anamnese
É a parte mais importante de todo exame, e na anamnese do sistema digestório podemos
identificar diversas doenças e distúrbios, tais quais:

Doença oral: são diversas as doenças que acometem a cavidade oral, porém elas possuem uma
sintomatologia muito semelhante. Para avaliarmos a cavidade oral devemos ver se o animal tem
halitose, sialorréia, dificuldade de apreensão, mastigação e deglutição;
Distúrbios esofágicos: são distúrbios que acometem apenas o esôfago, um exemplo é o
MegaEsôfago. Para verificarmos possíveis distúrbios devemos analisar se o animal tem
regurgitação, disfagia e ptialismo;

Distúrbios do estômago e ID: devemos avaliar se há vômito, melena (fezes com sangue digerido),
anorexia e dor abdominal. Todos esses são sinais de possíveis patologias de estômago e intestino
delgado;

Icterícia é o principal sintoma de doenças de causa hepática;

Em animais jovens é mais comum associarmos problemas no sistema digestivo a endoparasitas,


ingestão de corpos estranhos ou produtos tóxicos. Já, em animais idosos é mais comum
acharmos tumores de TG, que podem obstruir e realizar constipação. Ou insuficiência renal,
gerando hálito urêmico, aftas, corrosão de mucosa.

Cavidade oral
Para avaliar a cavidade oral deve-se usar equipamentos de proteção individual e realizar a
inspeção, palpação e olfação da cavidade oral. Em caso de animais agitados ou agressivos usar
sedativos para auxiliar, uma vez que a focinheira impediria a examinação adequada. .

Analisar as mucosas, verificando cor, tpc e a umidade. Além disso, devemos verificar se existe
oclusão mandibular, braquignatismo (mandíbula retraída) ou prognatismo (mandibular mais a
frente).

Alterações possíveis: alterações no palato, na língua, dentes e gengivas e glândulas salivares


(zigomática, parótida, mandibular e sublingual) que podem inflamar e evoluir para mucocele.
Região abdominal
A inspeção deve ser realizada ao redor do contorno do abdômen, que pode estar aumentado ou
reduzido. As principais causas são:
● Prenhez (causa fisiológica)
● Hepatomegalia
● Esplenomegalia
● Dilatação gástrica por gás
● Obstrução intestinal
● Peritonite
● Obesidade
● Retenção de fezes.

Visão lateral do abdome dividido em campos:


D = dorsal; M = medial; V = ventral;
1 = diafragma; 2 = estômago; 3 = fígado; 4 = baço; 5 = intestino delgado; 6 = intestino grosso; 7 = cólon descendente.
Palpação de região abdominal
Epigástrio: região que encontraremos o intestino delgado, fígado (quando aumentado),
estômago (quando distendido).

Mesogástrio: região que encontraremos o intestino delgado, intestino grosso, linfonodos


mesentéricos (quando aumentados), rins (especialmente em felinos), baço, estômago (quando
distendido).
A palpação de mesogástrio pode ser realizada para identificar aumento de fígado, intestino
grosso e delgado, distensão de estômago, rins e baço. Tais aumentos podem indicar desde
inflamações até severas obstruções ao longo do trato gastrointestinal.

Hipogástrio: região que compreende o intestino delgado, cólon descendente ou reto, útero
(quando distendido), bexiga (quando moderadamente distendida), próstata (quando muito
aumentada).
A palpação de hipogástrico pode ser realizada para identificar anormalidades no colo
descendente ou reto, útero, bexiga e próstata.

Avaliação de fígado: Fazer a palpação com o animal em estação ou decúbito para analisar o
fígado. Deve ser realizada com calma e delicadeza, pois o animal pode estar com dor e
assustado.
Devem ser analisados os sinais de dor, a consistência do órgão, o tamanho e estado da
superfície.
Feita a avaliação podemos realizar exames complementares como hemogramas, para verificar
enzimas, proteínas e possível grau de comprometimento do fígado. Em filhotes é esperado um
aumento de fosfatase alcalina sem ser sinal de patogenia. Isso ocorre pelo fato de o animal
estar em crescimento, então ele dissemina fosfatase alcalina na circulação.
Avaliação do pâncreas: Feita para avaliar alterações endócrinas e exócrinas, sendo as exócrinas
relacionadas ao trato gastrointestinal. Os principais sintomas de alterações do pâncreas são
diarreias, vômitos, má nutrição e deficiências metabólicas que levam ao desenvolvimento da
diabetes mellitus.
A palpação do pâncreas é mesogástrica e de difícil palpação e localização. Pode-se utilizar
ultrassonografia, hemogramas e análises bioquímicas para auxílio.

Avaliação de fluido peritoneal: é feita através da abdominocentese, onde retira-se um pouco de


líquido, pode ser feita uma anestesia local para amenizar a dor ou não, fica a critério do
veterinário analisar a situação. A abdominocentese é a inserção de uma agulha, sendo feita a
punção logo abaixo da cicatriz umbilical.
O líquido cavitário é analisada no laboratório. As características do líquido esperado em caso de
animais jovens é hipoproteinemia, isso devido a endoparasitas, ingestão de corpos estranhos ou
produtos tóxicos, ocorrendo devido a uma quebra na pressão oncótica, por isso o líquido sai dos
vasos e vem a causar ascite no animal. Quando se faz uma punção desse líquido, ele sai
branco/translúcido, pelo animal ter pouca proteína e a albumina está presente ali.
Já em animais idosos é esperado alterações relacionadas ao sistema renal, isso porque é mais
comumente encontrado tumores no TGI ou insuficiência renal. A insuficiência renal faz a ureia e a
creatinina estarem aumentadas, logo faz com que o animal tenha hálito urêmico, aftas e úlceras
gástricas, pois a ureia leva a corrosão. Além disso, aumenta a pressão intravascular, e por
diferença de pressão, o sangue extravasa do vaso e causa uma ascite. Quando se faz uma
punção desse líquido, ele terá um aspecto serosanguinolento, pois quando a pressão está muito
alta o sangue extravasa, rompendo hemácias e levando consigo a hemoglobina para o meio
extravascular. Contudo, isso não é sangue uma vez que não coagula – tem apenas hemoglobina.
A drenagem deve ser feita por completo devagar, para que não haja descompensação do animal.

Glossário
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Glândula mamária

O sistema mamário tem como objetivo a produção do leite para alimentação das crias. A
estimulação da liberação do leite se dá a partir do estímulo tátil/ amamentação /ordenha, que
levará a transmissão do impulso nervoso até o hipotálamo, onde será liberado a prolactina e
ocitocina que seguirão pelas veias e artérias para todo o corpo. Chegando nas glândulas
mamárias os alvéolos farão a produção e secreção do leite, respectivamente.

Agalaxia: é a ausência de secreção láctea;


Galactostasia: acúmulo e estase de leite nas glândulas;
Galactorreia: é a produção de leite sem estar no ciclo de amamentação. Bastante comum em
gravidez psicológica.
Polimático: animais que possuem mais de duas glândulas mamárias. As glândulas estão
presentes sempre em pares, o número de glândulas é proporcional ao número de filhotes.
● Cadelas e gatas = 6 a 10 glândulas mamárias
Embora seja basicamente similar em todos os mamíferos, há amplas variações entre as espécies
quanto a sua aparência e à quantidade relativa dos componentes secretados.
A cadela tem de quatro a cinco glândulas mamárias em cada lado da linha média, que se
estendem desde a região ventral do tórax até a região inguinal.
Cada teta pode conter até 20 aberturas distintas, cada uma correspondendo a um sistema
específico de glândulas.
Cadeias mamárias

É normal que cadelas tenham apenas 4 pares de glândulas mamárias. Cerca da metade das
cadelas não apresenta um dos pares da glândula abdominal.

Histórico e anamnese
Antes de realizar o exame de cadeia mamária devemos conhecer o histórico do paciente e
informações importantes, tais como:

- Espécie; - Eventuais particularidades


- Raça; - Quantos partos o animal já teve e se houve
- Nome; dificuldades no parto;
- Número chip; - Se já realizou cirurgia;
- Idade; - Se faz uso de injeções anticoncepcionais;
- Peso;

Alguns conceitos importantes relacionados ao parto em animais e que devem ser adicionados
a anamnese são:
Nulípara é a fêmea que nunca pariu;
Primípara é a fêmea que teve apenas um trabalho de parto;
Plurípara é a fêmea que teve dois ou mais trabalhos de parto;

Exame físico
Inicia-se com a inspeção de coloração de pele, existência de lesões e secreções e quantidade de
glândulas mamárias. A cor da glândula pode variar bastante de acordo com a raça da cadela ou
gata.
Em geral o aumento das mamas ocorre apenas em casos de gestação avançada, por acúmulo de
colostro, e é mantido durante a lactação, fora isso alterações no volume das mamas podem ser
indícios de gestação, neoplasias, abscessos, infecções ou pseudociese.
Para realizar a palpação das mamas, devemos colocar o animal em decúbito lateral e iniciar a
palpação pelas glândulas aparentemente normais e partir para as anormais. A palpação pode
ser digital ou espalmada.
Logo após o parto, na gestação, pseudociese ou falsa gestação, é normal que as glândulas
fiquem mais sensíveis e quentes em decorrência de alterações hormonais.Com isso, devemos ter
mais cautela para não gerar dor no animal.

Em felinos existe a hiperplasia mamária, um crescimento anormal de tecido. É mais comum em


gatas jovens, o seu aspecto lembra uma neoplasia mamária, sendo necessária uma avaliação
histológica para que seja realizado o diagnóstico diferencial entre ambas e seja possível
diagnosticar como hiperplasia.

A mamite/mastite é um processo inflamatório extremamente doloroso que irá causar rubor e


vermelhidão. É de origem infecciosa e causa um aumento de volume, isso porque o tecido cutâneo
fica mais exposto a entrada de bactérias e o leite é um ótimo meio de cultura bacteriano. O
quadro está associado ao histórico de parto recente (entre 1 e 3 semanas) e abandono dos
filhotes pela mãe. Além disso, o leite contará com altas concentrações leucocitárias e de aspecto
purulento e hemorrágico.
Os microrganismos mais frequentemente isolados são estreptococos e estafilococos.

As neoplasias de mama irão alterar a estrutura das glândulas mamárias. Sendo mais comum em
cadelas com mais de 5 anos de idade.
O tamanho das neoplasias é variável e tem estímulo causado pelo estro/cio. Pode ocorrer a
metástase da neoplasia para demais órgãos, podendo se espalhar por via linfática, aos nódulos
linfáticos locais ou pelo sistema cardiovascular para fígado e pulmões, por exemplo.

A incidência de tumores mamários em cadelas castradas ou de primeiro cio é baixa, o que


afirma a hipótese de que a castração é um método de se evitar possíveis neoplasias mamárias. É
mais comum ver cadelas mais velhas e não castradas com neoplasias mamárias.
O tamanho dos linfonodos inguinais e axilares devem ser considerados para que seja possível
detectar eventuais metástases.

O plano diagnóstico deve incluir exames radiográficos da região torácica, para verificar se há
metástase pulmonar. Bem como a varredura abdominal por meio de ultrassonografia para
verificar possíveis novos nódulos e metástases.

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Sistema Reprodutor feminino

Estruturas;
● Ovários;
● Ovidutos ou Tubas Uterinas;
● Cornos uterinos;
● Corpo uterino;
● Cérvix;
● Vagina;
● Vestíbulo;
● Vulva;

Sinais clínicos observados


Os principais sinais clínicos observados nas fêmeas que possuem alguma disfunção ou patologia
no sistema reprodutor são o anestro prolongado, ciclos irregulares, ninfomania e
comportamento masculinizados. Tais sinais podem ser causados devido a defeitos anatômicos
internos ou externos, bem como neoplasias e alterações hormonais.
Demais sinais como aumento de volume no períneo ou projeções anormais exteriorizadas pela
vulva, distensão abdominal, dor, contrações e esforços expulsivos e corrimentos vaginais
sanguinolentos também são comuns em patologias do sistema reprodutor feminino. Em caso de
corrimentos é necessário fazer o diagnóstico diferencial com proestro e estro em cães.
O tumor venéreo transmissível também está presente, porém em maior grau e quantidade nos
machos. Em fêmeas, o mais comum são as cistites recorrentes, e isso ocorre devido ao hábito de
se abaixarem para urinar e acabar encostando a vulva no chão e contaminando com bactérias.

Formato dos ovários


Gata: tem tamanho e forma semelhantes a um grão de arroz, tendo aproximadamente 1 cm de
comprimento. Eles são parcialmente ocultos na bolsa ovariana.
É muito comum ocorrer o ovário remanescente/ alteração policio, ou seja, o animal apresenta cio
depois da castração Isso ocorre devido a não retirada completa do tecido ovariano, é comum de
ocorrer devido ao tamanho extremamente pequeno dos ovários das gatas.

Cadela: tem um tamanho e forma semelhantes a um grão de feijão e com formato elipsóide,
tendo aproximadamente 2 cm de comprimento. Eles são ocultos nas bolsas ovarianas.
Mais difícil de apresentar ovário remanescente, isso porque os ovários são maiores e mais
facilmente visualizados.

Secreções vaginais:
As secreções vaginais são comuns em algumas patologias e se apresentam com diversos
aspectos e características, sendo eles:
● Corrimento verde escuro, indicando puerpério inicial em cadelas;
● Secreção marrom fétida, indica morte com decomposição fetal;
● Secreção sero-sanguinolenta indicando possíveis infecções e hemorragias;
● Secreção purulenta, indício de infecções;
● Secreção marrom ou enegrecida, indica mumificação fetal;

Polidipsia e poliúria são os sinais mais relatados nos casos de piometra em pequenos animais,
isso porque a inflamação comprime a bexiga e não permite o armazenamento de um grande
volume de urina, fazendo com que o animal urine a toda hora.
A piometra pode ocorrer até depois da castração, sendo chamada de piometra do coto uterino.
Ela pode aparecer após o cio, devido a distensão do aparelho reprodutor, e em animais com mais
idade pode aparecer devido ao abaixar para urinar em ambiente contaminado, animais mais
idosos não tem mais tanta força na musculatura e ossos para se manterem longe do chão, com
isso acabam encostando a vulva no solo.

Exame específico Externo


No exame específico externo do sistema reprodutor feminino realiza-se os seguintes exames:
Inspeção e palpação externa: analisando a distensão e tensão abdominal, se há sinais de
movimentos fetais ou contrações musculares;
Na região perineal verifica-se a vulva, cauda e glândulas mamárias, procurando
por edemas, odor e cor da secreção vaginal, cheiros anormais e possíveis
alterações anatômicas. Deve-se, também, analisar a posição, forma, grau de
dilatação e relaxamento da vulva.
Avaliar aumentos de volume, prolapsos e lesões, além de inspecionar o
recobrimento muscular da região pélvica.

Em cadelas de pequeno porte: pode-se realizar palpação abdominal e a vaginoscopia, uma vez
que a inspeção e palpação interna e direta seria muito invasiva para o tamanho dos animais.
Solicita-se a USG como primeiro exame complementar e de eleição.

Em cadelas de grande porte, quando a manipulação do abdome for difícil, se solicita diretamente
exames complementares de USG, em primeira escolha e depois o raio x, endoscopia, dosagem
hormonal, exames hematológicos e bioquímicos, dependendo da suspeita clínica. Em cadelas de
grande porte a palpação e inspeção se torna mais fácil, uma vez que a área a ser analisada é
maior.

No exame vaginal nas cadelas pode realizar toque digital munido de luva ou espéculos tubulares
metálicos, plásticos, de acrílico ou do tipo bico de pato. Já as gatas, de forma geral, não aceitam
os exames vaginais.

Animais em Trabalho de Parto


Devemos realizar a palpação pelo toque digital e observar as vias fetais ( se há abertura e grau
de lubrificação da via), Bolsas fetais (se houve ruptura, cor, odor e quantidade de líquido) e Feto
(se estão vivos, tamanho e apresentação, posição e atitude). Desse modo conseguiremos analisar
a situação e saber se devemos ou não intervir e se há risco para a mãe.

Duração da Gestação
Em cadelas a duração é de 60 a 63 dias. Já nas gatas a duração é de 56 a 65 dias.
O tutor deve receber o mais precoce possível informações e orientações de manejo, para saber
como lidar com a cadela e identificar intercorrências. Devendo receber também, orientações com
o puerpério, para que o tutor saiba se está perto do parto e próximo do cio seguinte.
Exames pré-natais, como hematológicos, bioquímicos e de Imagem devem ser realizados para
assegurar a saúde da mãe e dos filhotes. Dessa maneira é possível a visualização de possíveis
intercorrências. O tutor pode optar pela cesariana e/ou pela castração após parto.

Exames que possibilitam a identificação dos fetos:


Ultrassonografia Abdominal: Tem baixo custo, é menos invasiva e indolor. Permite a visualização
dos filhotes a partir de 18 a 20 dias de gestação.
Palpação abdominal: permite a identificação da gravidez entre 25 a 30 dias de gestação.
Radiografia abdominal: é muito utilizada para identificar a quantidade de filhotes, podendo ser
realizada entre 40 e 45 dias de gravidez.

Exames complementares
Dosagem hormonal: é feita a análise de soro, plasma, leite, fezes e urina (situações especiais). É
um método complementar de diagnóstico de um estado fisiológico ou distúrbios endócrinos.

Microbiologia e sorologia: realizada em casos de infecções graves, não responsivas ao


tratamento, em episódios de abortamento e partos prematuros. É feita visando a saúde animal e
a saúde pública, uma vez que diversas zoonoses causam abortos espontâneos nos animais.

Esfregaço Vaginal: é um excelente complemento diagnóstico, utilizado para identificar a


descamação do epitélio vaginal, além de acompanhar as mudanças hormonais do ciclo estral. A
análise da morfologia celular, muco, leucócitos e bactérias, auxiliam no diagnóstico da fase do
ciclo reprodutivo e fornecem fortes indícios dos processos inflamatórios e tumorais.

Biópsia: Normalmente guiada por ultrassom, com auxílio de pinças e agulhas específicas. É um
exame complementar mais demorado, porém indispensável em determinadas patologias.

Citologia aspirativa: exame simples e seguro, realizado em lesões sólidas ou líquidas. Pode ser
direto ou guiado por USG.
Sistema reprodutor masculino

Estruturas:
● Bolsa testicular
● Testículos
● Epidídimos
● Ductos deferentes
● Cordões espermáticos
● Glândulas prostática, vesiculares e bulbouretrais
● Prepúcio
● Pênis

Pênis com presença de espículas Apresenta osso peniano e próstata como uma única
………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………glândula acessória

Descenso testicular
O descenso testicular nada mais é do que a descida dos testículos da cavidade abdominal para a
bolsa testicular. O descenso depende da ação hormonal, pressão intra-abdominal, temperatura e
tração do Gubernáculo Testicular.
● Cão: ocorre a partir de 5 dias após o nascimento. Quando não há descida após 6 meses de
idade, o cão pode ser criptorquida (ambos testículos não descem) ou monorquida (um dos
testículos ficam na cavidade abdominal).
● Gato: ocorre de 2 a 5 dias após o nascimento.

Puberdade
É o momento em que o macho é capaz de produzir espermatozóides pela primeira vez, em
número e quantidade suficientes para emprenhar a fêmea. Em cães ocorre entre 7 a 11 meses, já
em felinos entre 9 a 10 meses.
Fatores que alteram a reprodução
Os principais fatores que irão alterar a capacidade de reprodução dos machos são as afecções
inerentes ou não ao sistema reprodutor, comportamento sexual, o estado sanitário do animal e
seu estado nutricional.

A idade também altera a capacidade reprodutiva, isso porque jovens podem ter anomalias
congênitas/hereditárias, como o criptorquidismo e frênulo persistente. Já idosos possuem
tumores testiculares e baixa capacidade reprodutiva.
A Raça Scottish terrier tem a próstata 4 vezes maior do que cães de outras raças. Relatos em
Schnauzers.

Anamnese
Avalia a cronologia da vida reprodutiva como falhas de manejo, traumas, vacinações,
tratamentos e outros.
A anamnese deve conter informações como Idade, Certificado andrológico, antecedentes, filhos,
anormalidades, desejo sexual, índice de prenhez, comportamento anormal (se é agressivo ou
afeminado), mudança no manejo (alimentação, mudança tratador), Medicamentos e Infertilidade
É a redução temporária ou permanente da capacidade de conceber e produzir descendentes
viáveis. A manifestação pode ser na cópula ou na ausência de fertilização.
O manejo inadequado pode levar a um baixo desempenho reprodutivo: Em cães, principalmente
consanguinidade
O diagnóstico de fertilidade pode ser dado através de palpação, exame andrológico e US.

Indiferença sexual x ausência de libido


A Indiferença sexual é a rejeição à fêmea, podendo ocorrer devido a um trauma psíquico como
coices, mordidas e outros. Já, a ausência de libido é a falta de interesse ou estímulo sexual,
causado por fatores hereditários, ambientais e/ou patológicos.

Aumento do instinto sexual = satiríase


Pode ser por alta produção de esteróides, desencadeada por superalimentação ou
criptorquidismo. Indícios de aumento do instinto sexual são ereções frequentes, hábito de montar
sobre outros animais e masturbação, que costuma estar associado a animais jovens.

Exame físico geral


Observar condições corporal e muscular
- Exemplos: Cães por vezes exteriorizam o pênis durante a micção. A protrusão intermitente
sem micção pode ser indício de cálculo urinário e dificuldade de monta pode ser por
subnutrição, parasitose, traumas, lesões locomotoras, obesidade.

Exame físico específico


Bolsa testicular: Inspeção e Palpação (animal em estação e por trás). Ela deve ser elástica, lisa,
fina com poucos pêlos e quase sempre pendulosa (exceto em gatos e em menores temperaturas).
● Observar: Cor, parasitas, micoses Livres de escaras, cicatrizes, granulomas, edemas,
fístulas, dermatites e assimetrias graves (aumento: hipertrofia, líquido, tumores)
A circunferência Escrotal está relacionada à produção espermática e é utilizada para seleção de
animais reprodutores, muito realizado em canis de reprodução.

Testículos e Epidídimos: Avaliar a simetria, se existe atrofia ou hipoplasia ou hiperplasia em algum


dos testículos. Avaliar o tamanho, verificando se há hipo ou hiperplasia testicular, sinais de
inflamação como dor, rubor, calor. Procurar por endurecimento, que pode ser um indício de
neoplasia ou orquite crônica. Flacidez, indicando processos degenerativos, disgenesia,
endocrinopatias. O deslocamento excessivo para o canal inguinal indica anormalidade, Por fim
deve-se checar se há monorquidismo ou criptorquidismo.
Os cordões espermáticos compreendem as artérias e veias espermáticas, que devem estar em
forma emaranhada (plexo pampiniforme), devem ter consistência firme e simétrica.

Varicocele é a dilatação local da veia espermática, em 50% dos casos a dilatação é bilateral.

Prepúcio e pênis: O exame deve ser realizado em local iluminado, com contenção física adequada
e realizado com o animal em decúbito lateral.
A pele deve ser fina, elástica e móvel, sem evidências de inflamação. Os principais achados
durante o exame de prepúcio e pênis são: Edemas, Hemorragias e abscessos.
Também é possível localizar inflamações, que podem estar em localização anterior: (próximo ao
orifício prepucial): abscesso. Ou posterior: hematoma no pênis (cópula violenta).

Principais anomalias do Pênis e Prepúcio:


● Hipospadia: abertura uretral ventral ao pênis e caudal ao orifício da uretra;
● Nódulos, pústulas, granulomas, papilomas, carcinomas, feridas;
● Balanite: inflamação da glande;
● Balanopostite: inflamação da glande e prepúcio;
● Parafimose: consegue expor a glande, mas não consegue recobri-la, isto é, trazê-la de
volta à posição original;
● Priapismo: ereção involuntária e persistente sem manifestação de desejo sexual;
● Fimose: incapacidade de expor o penis;
● Protrusão insuficiente do pênis;
● Fratura de osso peniano;
Hipospadia perineal canina Balanite

Exploração manual ou digital retal


Examinar estruturas internas quando houver presença de pus, sangue, células inflamatórias no
sêmen. As estruturas internas que podem ser inspecionadas de maneira manual e com palpação
são as Glândulas acessórias, 2 glândulas bulbouretrais nos gatos (ausente nos cães), 1 próstata e
1 par glândulas vesiculares (difícil palpação).

Próstata
Em cães a palpação é feita via retal e é rotina no exame clínico. Está localizada na entrada da
sínfise pélvica. A palpação é digital e associada a transabdominal externa.
O adenocarcinoma de próstata é o tumor mais frequentemente encontrado durante a palpação
de próstata.

Em felinos a palpação só é realizada com o paciente contido quimicamente, uma vez que são
animais mais ariscos e menos suscetíveis a contenção. A palpação é digital utilizando o dedo
mínimo, associada a transabdominal externa.

Exames Complementares
- Biópsia testicular;
- Biópsia por excisão;
- Biópsia por aspiração;
- USG testicular;
- Avaliação morfológica: visualização de cistos; estimativa da irrigação;
- Avaliação de parênquima;
- Colheita de Sêmen: por excitação mecânica do pênis (cães);

- Análise Espermática (Espermograma): avaliar volume, aspecto, odor, cor, motilidade,


concentração e morfologia do esperma e dos espermatozoides;
Volume de ejaculado:
Caninos: 2 – 35 mL;
Felinos: 0,1 – 7,4 mL;
Concentração Espermática:
Caninos: 60.000 – 300.000 mm³;
Felinos: – 12.000 – 61.000 mm³;
Cor:
Caninos e felinos: de límpido a esbranquiçada;
Odor:
Caninos e felinos: por conta da alcalinidade = característico;
Morfologia:
Caninos e felinos: > 70 % espermatozóides normais;
Motilidade:
Caninos e felinos: > 60 %;
Vigor: (de 0 a 5)
Caninos e felinos: acima de 3;

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Semiologia do Sistema Urinário

Superior/Anterior: Rins;
Inferior/Posterior: Ureteres, Bexiga e Uretra
Rins: produção de urina;
Ureteres: levam a urina até a bexiga;
Bexiga: armazenamento temporário de urina;
Uretra: conduz a urina da bexiga até o meio
externo;

Funções do sistema Urinário:


Os rins filtram o plasma, extraindo o ultrafiltrado, que é processado para reabsorção de
substâncias úteis e concentração dos dejetos a serem eliminados.
A maior parte da água do ultrafiltrado é reabsorvida para manutenção do volume plasmático.
Além disso, os rins terão como funções a regulação da composição iônica e pH do sangue, do
volume sanguíneo e da P.A, a manutenção da osmolaridade do sangue, a liberação dos
hormônios, a regulação do nível de glicose no sangue e a excreção de resíduos e substância
estranhas.

Manifestações Clínicas
O animal que apresenta alguma disfunção ou patologia renal terá como sinais clínicos:
- DIsúria: emissão de urina com diferentes graus de desconforto (geralmente de origem
uretral);
- Estrangúria: quando a dor acentua-se no final da micção (geralmente de origem vesical);
- Piúria: presença de leucócitos degenerados na urina;
- Azotemia: aumento da concentração sanguínea de substâncias nitrogenadas;
- Poliúria: aumento do volume urinário;
- Polaciúria: aumento da frequência de micções;
- Oligúria: diminuição da diurese, pela falta de ingestão de líquidos, formação de edemas
por processos inflamatórios ou hipovolemia;
- Anúria: ausência total de urina;
Localização
A localização dos rins nos cães é no lado direito entre a 13ª vértebra torácica e a 1ª vértebra
lombar, enquanto o esquerdo entre a 2ª e a 4ª vértebra lombar.

Já em gatos os rins são mais frouxos e mais fáceis de palpar, estando localizados no lado direito
entre a 1ª e 4ª vértebra lombar, e o esquerdo da 2ª até a 5ª vértebra lombar.

Exame Clínico
Na realização do exame clínico de sistema renal deve-se construir uma boa resenha e anamnese,
uma vez que a maior parte dos casos tem curso crônico. Devemos realizar também um bom
exame Físico Geral, exames específicos do TU, Exames Complementares do TU, Exame dos Rins,
Exame da Bexiga e uretra, Avaliação da Micção e Avaliação da Urina.

Anamnese
Na anamnese devem ser anotados as seguintes informações:

● Sinais urinários e sistêmicos ● Comportamento;


● Doença urinária primária e secundária ● Funções e transtornos reprodutivos;
● Tipo, frequência e duração do ● Doenças e tratamentos anteriores;
problema; ● Vacinação e vermifugação;
● Apetite, vômito, alimentação; ● Tratamentos, cirurgias
Sinais Clínicos de Afecções Renais
Os principais sinais em pacientes com doenças renais são: Caquexia, Apatia e/ou Úlceras no trato
gastrointestinal.

Avaliação da Micção
Devemos avaliar a frequência (24h)
- Cães: Muito variável;
- Cadelas: 2 a 4 vezes;
- Gatos: 2 a 4 vezes;
É importante avaliar o volume (24 h)
- Cães Grandes: 0,5 a 2L;
- Cães pequenos e gatos: 40 a 200 mlv;
Exames dos Rins
Exame físico de ambos os órgãos e do seu produto mais acessível (urina). Os exames
complementares dos rins incluem tanto avaliações feitas por inspeção e palpação, como exames
laboratoriais e provas de função renal.
Azotemia: é o aumento das concentrações séricas de uréia e creatinina, indicando o
comprometimento da função de depuração (filtração glomerular).
Uremia: é o conjunto de sinais e sintomas que caracterizam as manifestações sistêmicas
resultantes de mau funcionamento dos rins. Há comprometimentos gastrointestinais,
neuromusculares, cardiopulmonares, endócrinos, hematológicos e oftálmicos.

Tipos de Azotemia
A azotemia pode ocorrer devido a três principais causas, que são:
Causas Pré-Renais:
● Desidratação severa;
● Insuficiência cardíaca;
Causas Renais
● Doença renal com comprometimento de função;
Causas Pós Renais
● Obstrução Uretral (Parcial ou Total);
● Ruptura de bexiga;

Técnicas para Exame dos Rins


Os exames físicos renais de rotina são simples, consistem em palpação externa (cães e gatos) e
exames laboratoriais como análise bioquímica.
Exames específicos e complementares:
● Inspeção direta ou diagnóstico por imagens: para animais de pequeno porte;
● Urinálise: para todos animais;
● Prova da função renal: sempre que houver suspeita de insuficiência renal em todos os
animais;
● Cultura de urina: suspeita de infecção do trato urinário;
● Biópsia renal: definição da doença renal;
● Perfil bioquímico sérico: Dosagens da concentração sérica de creatinina, uréia, proteína,
potássio, fósforo, dentre outros;
● Avaliação da função glomerular: Clearance de creatinina;
● Avaliação da função túbulo-intersticial: Excreção fracionada de sódio, densidade ou
osmolalidade urinária, teste de privação de água;

Exames de ureteres
É um exame restrito a inspeção indireta, devendo ser realizado o diagnóstico por imagem, através
da urografia contrastada.

Exames de Bexiga
São realizados exames específicos e complementares, tais quais:
Palpação interna digital combinada com palpação externa: em cães pequenos deve-se palpar
as paredes laterais da porção mais caudal do abdome, à frente do púbis, comumente entre as
virilhas, com o animal em estação ou em decúbito lateral.

Cateterismo vesical: consiste na inserção de sonda flexível através da uretra até atingir a bexiga,
realizado para coleta de urina.
Diagnóstico por imagem: pode ser através de raio-x, ultrassonografia contrastada, ressonância e
demais métodos.
Urinálise: é realizada a coleta de urina e enviada para análise laboratorial para visualizar os níveis
de creatinina, ureia e demais componentes da urina.
Citopatologia: feito na cateterização ou lavados. Tem como objetivo detectar células neoplásicas.

Inspeção indireta: utiliza-se ferramentas como o raio x contrastado e a US para alguns


segmentos. É feita para a visualização do meato urinário externo.
Inspeção direta por ureteroscopia: faz-se a avaliação interna da uretra e biópsia para procurar
por neoplasias e demais anormalidades que o tecido e estruturas possam apresentar.
Palpação indireta por meio de sonda uretral
Palpação retal: em machos é possível avaliar a uretra pélvica, porém em fêmeas e animais de
pequeno porte não é possível realizar a palpação retal.

Exame de Uretra
Realizado através de sonda para verificar o estado da estrutura e buscar por anormalidade e
sinais que sejam indícios de patologias.

Localização da Hematúria na urina

Hemoglobinúria X Mioglobinúria
● Hemoglobinúria: é a presença de hemoglobina na urina em decorrência de hemólise
intravascular (Babesiose, Leptospirose, anemia hemolítica, acidente ofídico,
envenenamento, etc. Urina avermelhada ou acastanhada.
● Mioglobinúria: é a presença de mioglobina na urina em decorrência da lesão muscular
extensa. Coloração avermelhada.

Urinálise
Deve ser realizada sempre que houverem sinais sugestivos de doença do trato urinário, sinais de
doenças sistêmicas, doença grave de causa desconhecida, paciente geriátrico e/ou avaliação
pré-operatória. Deve ser um exame incorporado ao protocolo de exame físico geral, uma vez que
fornece importantes informações a respeito da saúde do paciente.
Coleta de Urina
Pode ser realizada de três principais métodos, que são:
Micção espontânea: é coletado um jato médio e tem desvantagem, como a grande
contaminação da amostra;

Cateterismo vesical: é coletada uma amostra diretamente da bexiga, tem como vantagem a
amostra ser completa estéril. Porém é um método mais invasivo e que pode gerar desconforto no
animal, além de poder gerar lesões na uretra.

Cistocentese; feita na parede ventral ou ventrolateral da bexiga em um ângulo de 45º. Deve-se


coletar material estéril sempre que possível, pois é essencial para realização de cultura e
antibiograma; É um método invasivo e que deve ser realizado com o animal sob contenção
química para evitar grandes estresses para o paciente.
O acondicionamento deve ser refrigerado por no máximo 2 horas para manter a qualidade da
amostra.

Podem haver alterações macroscópicas, da urina tais quais a presença de sangue ou pus. Caso se
tenha a presença de sangue ou pus pode ser indício de cistite hemorrágica e pielonefrite,
respectivamente.
Exames Complementares
● Diagnóstico por Imagem
● Radiografias seriadas
● Radiografias contrastadas
● Ultrassonografia

Glossário
Disúria ou Micção dolorosa: durante os esforços de micção, o animal apresenta gemidos,
desassossego, movimentos de um lado para o outro, olhares dirigidos para o ventre, agitação da
cauda, "sapateado“. No início da micção.

Estrangúria: caracteriza-se por esforços prolongados, com intervenção enérgica da prensa


abdominal, sem ou com pouca eliminação de urina, acompanhados de manifestação de dor
(gemidos), geralmente no final da micção.

Tenesmo vesical: é um esforço constante, prolongado e doloroso para emissão de urina. Nesse
quadro, a vontade de urinar é constante, mesmo que a bexiga contenha volume de urina pequeno
ou esteja vazia.

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Sistema respiratório

Resenha e anamnese devem conter informações como raça, idade, início e progressão da
enfermidade, informações sobre o ambiente e manejo do animal, vacinas e medicações.

As principais manifestações relacionadas a doenças do sistema respiratório são: corrimentos


nasal, espirro, tosse, fadiga durante o exercício, ruídos ouvidos durante a respiração e
auscultação, respiração rápida e superficial (taquipneia) e dificuldade respiratória (dispneia).

Tipo respiratório: durante algum processo patogênico do trato respiratório o animal pode alterar
sua respiração, de modo que ela possa estar normal (costo abdominal) ou anormal (só costal ou
só abdominal).

Inspeção
Devemos avaliar a frequência respiratória em 1 minuto. Os valores padrão para cães e gatos é de
10-40 movimentos respiratórios por minuto.

É possível vermos aumentos da frequência respiratória sem que tenhamos alguma doença, isso
ocorre em casos de animais jovens, gestantes, animais em ambientes quentes e úmidos e animais
estressados.
● Ritmo normal: inspiração, pequena pausa, expiração, pausa maior e volta a inspiração;
● Ritmo anormal, temos diferentes tipos e classificações para a anormalidade respiratória,
tais quais:
- Cheyne stokes: FR crescente até alcançar o auge, diminuindo em seguida até apneia,
acompanhada posteriormente de FR novamente crescente. Ocorre em fases finais de icc,
intoxicação por narcóticos e lesões cerebrais centrais
- Biot: dois ou três movimentos respiratórios, apneia, um ou dois movimentos respiratórios
apneia. Ocorrer em afecções cerebrais ou de meninges.

- Kussmaul: inspiração profunda e demorada, apeia, expiração prolongada. Ocorre em


animais em coma e na intoxicação por barbitúricos.

Termos Importantes:
- Taquipneia: aumento de FR;
- Bradipnéia: diminuição da FR;
- Apneia: ausência total da respiração;
- Hiperpnéia: aumento da amplitude respiratória;
- Hipopneia: diminuição da amplitude respiratória;
- Dispneia inspiratória: dificuldade na entrada de ar relacionada com alterações das vias
respiratórias anteriores que apresentam pouca sustentação e, por conseguinte, quando o
animal faz inspirações forçadas, a tendência das vias respiratórias, que estão fora da
cavidade torácica, é o “colabamento”. Ocorre em casos de corpos estranhos e inflamação
(processos que causam obstrução das vias respiratórias);
- Dispneia expiratório: dificuldade na saída do ar, ocorre no enfisema pulmonar , bronquite
e bronquiolite. Relaciona-se com processos mórbidos que diminuem a elasticidade de
retorno pulmonar ou que provocam obstruções das pequenas vias respiratórias;
Se houver corpos estranhos, muco e excesso ou qualquer outro problema que diminua o
lúmen das pequenas vias, haverá dificuldade de saída do ar alveolar e, em consequência
disso, maior espaço para expirar.

Inspeção Nasal: devemos observar alterações do espelho nasal, ressecamento (é um sinal de


febre, desidratação ou hipovolemia), erosões (sendo sinal de febre catarral maligna) e lesões que
possam indicar ou causar alterações na respiração.
Corrimento: O corrimento nasal pode ser causado por diferentes processos, como inflamações,
hemorragias, infecções e demais patologias. Os principais tipos de corrimento são:
● Seroso: significativo em excesso, geralmente em casos de alergia;
● Mucosos: produção exacerbada de muco pela glândula da narina, pode ser inflamações,
viroses e alegrias;
● Purulento: contaminação bacteriana e de células leucocitárias e restos celulares;
● Hemorrágico: lise vasculares provocados por corpos estranhos, úlceras, tumores;

Sinais
Os principais sinais clínicos visualizados no caso de doenças de acometimento do trato
respiratório são os espirros, que funcionam como um reflexo protetor. Além disso, observa-se
diversos outros sinais como o espirro reverso, que é um esforço inspiratório rápido (processos
envolvendo nasofaringe), a hemoptise que é a eliminação de sangue proveniente do trato
respiratório pela boca e pelas narinas, ortopneia, um quadro da dispneia quando o paciente está
em decúbito e extrema dificuldade respiratória, com isso ele adota a posição ortopneica para
melhor respirar e a tosse, que é um reflexo protetor pelo centro da tosse, podendo ser produtiva
ou não produtiva.

Porque o gato cardiopata não evolui com tosse para doença cardíaca dele?
Os gatos sofrem de um espessamento da parede interna do coração, fazendo com que ele não
aumente de tamanho e não venha a comprimir as vias aéreas. Diferente dos cães que possuem
um aumento do tamanho do coração, quando desenvolvem uma cardiopatia.

Tosse seca: é causada por alterações inflamatórias nas vias respiratórias superiores, como na
faringite e na laringite, podendo ocorrer também nas traqueítes;

Tosse úmida e produtiva: ocorre pelo aumento de exsudato broncopulmonar, como nas
broncopneumonias, pois o líquido inflamatório se movimenta nas vias respiratórias com a
respiração, estimulando a tosse;

Reflexo de tosse: exame que pode ser realizado de duas maneiras, a primeira é beliscando ou
esfregando-se os primeiros anéis traqueais logo abaixo da glote. A segunda é feita em animais
mais adultos com anéis cartilaginosos enrijecidos, tampando as narinas até que o animal comece
a reagir soltando-se em seguida. Pode-se fazer em animais com estenose de traqueia também.

Palpação
Palpar na procura de depressão como afundamento do osso nasal, fratura de anel traqueal,
fratura de costelas; aumentos de volume que possam ou não ter sido verificados na inspeção.
Sempre com a mão espalmada com a ponta dos dedos nos espaços intercostais fazendo pressão
nas costelas para ver se há presença de fratura e ver a temperatura que quando aumentada
pode indicar inflamação. Devemos saber identificar quais sintomas são fisiológicos e quais são
patológicos, para dessa forma tratar melhor da causa.
- Fisiológico: temperaturas ambientais elevadas, falta de ventilação, pós-exercícios;
- Patológicos: febre, pleurite, abcessos.
Ao realizarmos a palpação devemos sentir a vibração da laringe ou traqueia (Frêmitos laríngeo
ou traqueal).
Percussão
Realizada nos seios paranasais, a percussão deve ser feita com a ponta dos dedos (médio) digital
de modo comparativo entre o lado esquerdo e direito da fase do animal. Nos seios paranasais
pode ser de clara (normal) para o maciço (preenchido por alguma substância como em caso de
sinusites, tumores..)
Quando realizada no tórax, o som deve ser claro, em casos de sons submaciços ou maciços
indicam preenchimento do parênquima pulmonar por tecidos sólidos ou que pelo menos,
diminuam a quantidade de ar no órgão como nos casos de pneumonia, abcessos ou tumores
pulmonares. O animal deve estar em estação, ambiente silencioso, dorso ventral ou crânio caudal
em toda a área torácica deslocando-se nos EIC (9 pontos em cada lado).

Limites anatômicos para percussão:


● Anteriores: musculatura da escápula (som maciço);
● Superiores: musculatura dorsal (som maciço);

Auscultação
Realizada com o animal em estação ou repouso, podendo ser feita de modo direto ou indireto.
Todo tórax deve ser auscultado por no mínimo 2 movimentos respiratórios em seus respectivos
pontos de ausculta. (Total 18 pontos de ausculta).

Classificação dos ruídos: podem ser normais ou patológicos/anormais:

Normais:
- Laringotraqueal: ruído provocado pela vibração das paredes da traqueia e laringe quando
passa o ar;
- Traqueobrônquico: é a passagem do ar dos grandes brônquios para os pequenos
brônquios na chegada do ar no tórax;
- Murmuro acicular: é a vibração das paredes dos brônquios menores e bronquíolos.
Chegada do ar;
Anormais:
- Crepitação rigorosa ou estertor úmido: aumento do líquido no interior dos brônquios,
inflamatórios ou não. Ex: Pneumonia (mais grossa);
- Crepitação fina ou estertor crepitante: ruído semelhante ao esfregar de cabelos próximo a
orelha ou estourar pequenas bolhas. Ex: Edema pulmonar (crepitações mais discretas);
- Sibilo: manifestação sonora aguda, alta intensidade, que se assemelha a um chiado ou
assobio. Indica estreitamento das vias respiratórias, causado por deposição de sedimentos
viscoso aderido (pode ocorrer no fim da inspiração ou na expiração);
- Outros: ruídos cardio pleural, ruído cardiopulmonar, roce pleural e ronco;
Olfação
O odor é variável, indo desde a ausência de cheiro até o odor pútrido. Vale salientar, também, que
o odor é relativo de veterinário para veterinário, onde cada um sentirá uma intensidade diferente.
Deve-se atentar para o odor da respiração e para o fluxo do ar exalado. Para tanto, é
interessante individualizar o ar expirado, promovendo o desvio do ar com a mão em forma de
concha.
Odor pútrido da respiração está relacionado a lesões em que há destruição tecidual, tais como na
laringite necrótica, em abscessos pulmonares ou na pneumonia por aspiração.

Exames complementares:
Radiografia torácica: possibilita a visualização de estruturas densas, em contraste com ar
pulmonar. O aumento da radiodensidade pode indicar alteração vascular, brônquica, intersticial
ou alveolar;

USG: Pode detectar abcessos, tumores e demais estruturas. Além disso, auxilia no reconhecimento
de problemas de pleura, especialmente o acúmulo de líquido na cavidade torácica como no caso
de pleurite com efusão;

Endoscopia respiratória: permite a análise das característica físicas e funcionais do sistema


respiratório, além de facilitar a coleta de secreções durante sua realização, as quais poderão
servir para diagnóstico do agente causal.;

Lavado traqueobrônquico broncoalveolar: fornece acesso ao trato respiratório inferior,


permitindo coleta de células, de material para cultura microbiológica e exames
imuno-histoquímicos. Além disso, permite o diagnóstico de agente causal e determina a gravidade
da resposta inflamatória, auxiliando ainda na instituição do tratamento adequado e do
prognóstico das doenças respiratórias;

Toracocentese: promove a coleta de amostras de líquido pleural, para realização de exames


citológicos e microbiológicos, quanto como método terapêutico em animais com ventilação
comprometida pela compressão pulmonar por depósitos de líquido ao ar no espaço pleural;

Gasometria: é a medida de gases sanguíneos arteriais são indicadas para documentar


Insuficiência pulmonar, diferenciar hipoventilação de outras causas de hipoxemia, mudar a
determinar a necessidade de terapia de suporte com oxigênio e monitorar a resposta ao
tratamento;

Biópsia: é a obtenção de amostra tecidual para diagnóstico histológico ou para informações


prognósticas, principalmente em casos de moléstias pulmonar difusas;

Som crepitante em filhotes: é muito comum desenvolverem pneumonia por broncoaspiração.


Animais idosos: é muito comum desenvolverem pneumonia por decúbito, alérgenos, cardiopatias.
Ortopneia: dispneia mais grave no qual o animal adota uma posição para melhorar a respiração
(estende as vias aéreas).
Semiologia do Sistema cardiovascular

Principais estruturas do sistema circulatório e suas respectivas funções:


Coração: bombear o sangue para todo o organismo e para si mesmo;
Veias: conduzir sangue dos diferentes órgãos e tecidos para o coração – constitui o sistema
coletor sanguíneo;
Artérias: transportam sangue do coração para os órgãos e tecidos corporais – sistema
distribuidor sanguíneo;
Capilares: transportar o sangue de modo mais lento e possibilita a difusão de gases e a filtração
de substâncias;
Sangue: transportar oxigênio, hormônios, nutrientes e substâncias químicas e excretas -
necessitam ser eliminados e/ou metabolizados por via renal ou hepática;
Irrigação Cardíaca: composta por artérias e veias coronárias, que emergem da aorta e levam
sangue arterial para esse órgão;

O coração fica projetado para o lado esquerdo, bem como o seu ápice. O seu formato é
característico.
SNS: projeções dos ramos nos ventrículos;
SNP: ramos projetados nos átrios, exclusivamente nos nodos;

Anatomia Cardiovascular
Propriedades do coração:
O coração é uma estrutura complexa e que possui diversas características que o mantém
funcionando . Algumas das principais propriedades do coração são:
● Autoexcitável e contrátil: possui a capacidade de produzir e propagar impulsos elétricos e
de contrair-se;
● Autocontrole: funciona de modo que os batimentos sejam ininterruptos, fortes e rítmicos;
● Batmotropismo (autoexcitabilidade): possui a capacidade que o coração tem de se
autoexcitar e propagar os impulsos elétricos e, assim, se contrair;
● Cronotropismo (ritmicidade): capacidade cardíaca de ritmar suas contrações na
frequência necessária, de modo sincrônico;
● Dromotropismo (contratilidade): possui a capacidade que o coração tem de se contrair e
promover a propulsão sanguínea para os vasos;
● Inotropismo (força de contração): possui a capacidade cardíaca de proporcionar força de
contração necessária para que a pressão sanguínea obtida por essa capacidade;

Em casos em que a demanda circulatória é aumentada, o coração possui mecanismos


compensatórios imediatos, como o aumento da frequência cardíaca, aumentando o volume por
minuto, o aumento da força de contração, o que determina uma maior força de propulsão
sanguínea, aumentando a pressão arterial.

Exame clínico;
Deve seguir uma sequência metódica e conscienciosa, sendo um exame extremamente
meticuloso, cuidadoso, eficiente e completo. Outro cuidado que se deve ter é um ambiente calmo
e silencioso para realizar o exame. É necessário realizar a identificação do paciente e anamnese,
o exame físico (ausculta e avaliações gerais) e exames complementares (Eletrocardiograma,
Ecocardiograma, Raio-x, entre outros).

É importante registrar a espécie, raça, idade e sexo. Isso porque existem diversas cardiopatias que
ocorrem em determinadas raças, idade e sexo. Devemos então relacioná- las com as principais
doenças cardiovasculares para cada item da identificação do animal.

Anamnese
Deve ser registradas as principais queixas do tutor, analisando os sinais e sintomas, sendo os
principais sintomas em cardiopatias:
● Cansaço fácil, fraqueza, colapso, intolerância ao exercício, emagrecimento progressivo –
bastante observado em animais adultos;
● Desenvolvimento retardado e incompleto – observado principalmente em animais em
crescimento;
● Tosse (geralmente improdutiva geralmente por compressão), respiração ofegante
(taquipneia) e taquicardia;
● Edema de peito, barbela ou pescoço, além do abdome em sua porção ventral e,
ocasionalmente, de membros – mais comumente os torácicos;
● Fraqueza generalizada / Abdução de membros torácicos / Dilatação ou distensão de veia
jugular;
● Arritmias e alterações do pulso – que normalmente se torna rápido e irregular;
● Alteração na coloração das mucosas: palidez (que pode indicar anemia ou perda de
sangue) e cianose (mucosas ficam azuladas em consequência da maior quantidade de
dióxido de carbono acumulado no sangue);

Na anamnese devemos detalhar a evolução clínica da doença atual, principalmente sobre a


evolução dos sinais clínicos, quais surgiram primeiro e quais foram os últimos sinais a aparecer,
bem como seu grau e evolução de cada um deles.
Informações como a se são animais contactantes, manejo nutricional e higiênico-sanitário do
animal, condicionamento físico e carga de trabalho, medicamentos (dose e frequência) utilizados
devem todos ser descritos na anamnese com detalhes, para que auxilie na determinação de um
diagnóstico. Bem como a necessidade de construção de um histórico pregresso, analisando
doenças anteriores e quadros clínicos semelhantes já ocorridos.

Inspeção
Na inspeção de patologias do sistema cardíaco devem ser observados a coloração das mucosas,
verificando a quantidade e qualidade do sangue circulante/troca gasosa.
- Cianose significa hematose prejudicada como em casos de icc, anemias, desidratação,
choque e outros.

Outro importante exame na inspeção é a avaliação do comportamento, observando atitude,


postura, tipo respiratório, FR e presença de edemas (ascite e anasarca) podemos identificar
possíveis doenças cardíacas.

Palpação
A palpação é um importante exame a ser realizado em casos de cardiopatias. Alguns dos
principais exames que podem ser realizados para auxiliar no diagnóstico são:
- Tempo de repercussão capilar ou tempo de preenchimento capilar dos vasos episclerais. É
realizado uma pressão sobre a mucosa e o tempo de retorno da coloração avermelhada
deve ser de até 2 segundos para indicar normalidade. Se o tempo estiver aumentado
significativamente, pode indicar que há um baixo volume sanguíneo e pode ocorrer em
casos de desidratação, choque e congestão;
- Reflexo de tosse: realiza-se movimentos nos anéis traqueais sentido crânio-ventrais para
poder identificar se há tosse. É rotineiro na clínica de pequenos animais e deve ser
realizado sempre ao final das consultas para não prejudicar o restante da consulta pelas
tosses;

- Avaliação do choque de ponta (PMI) – Choque Pré-cordial, iremos avaliar a presença do


choque (que deve estar presente em casos normais). Caso o choque não esteja presente,
as principais causas podem ser um deslocamento por compressões, por sobrecarga
ruminal e tumores.
É importante avaliar a intensidade do choque, que pode ser aumentada (hipertrofia) ou
diminuída (efusões). Bem como a detecção de frêmitos, que são as vibrações torácicas
(som mais audível).

- Avaliação do pulso arterial: realizado para avaliar os padrões de frequência/ritmo


(avaliação relativa) e amplitude, plenitude, dureza e celeridade (avaliação absoluta).
1. Locais de Avaliação do pulso arterial:
● Equinos: artéria maxilar externa / artéria zigomática;
● Bovinos: artéria coccígea média / artéria maxilar externa;
● Pequenos Ruminantes / Caninos / Felinos: artéria femoral;
● Suínos: artéria coccígea;

- Pulso Jugular (+): o pulso jugular pode ser patológico, onde ocorre com o animal em
repouso, tendo como possíveis causas a congestão cavitária do coração, geralmente por
ICC direita. E pode ser fisiológico também, onde a principal causa são os exercícios e a
avaliação após a realização de exercícios;

- Sinal de Gödert (+), um exame que irá avaliar a presença de edema, os edemas podem ser
gerados por Insuficiência Cardíaca Direita;

Percussão
Pode ser realizada para a determinação de área cardíaca, podendo ser direta (dígito-digital) ou
Indireta (plexímetro e plexor). Irá avaliar a macicez absoluta ou relativa da região cardíaca. Além
da área cardíaca, pode-se realizar a percussão de abdômen, sendo este o teste de piparote + ou
-, o teste consiste em percutir na barriga e no caso de presença de líquido na cavidade o teste é +.
Em bovinos, é comum a sensibilidade dolorosa aumentada na região cardíaca e xifóide, isso
porque é comum que ruminantes comam pregos e objetos perfurocortantes que venham a
perfurar o retículo e saco pericárdio, causando uma reticulopericardite traumática.

Ausculta
Realizada para avaliar a frequência/ritmo cardíacos e respiratórios do paciente. Além disso é
possível fazer a detecção de ruídos normais e anormais, ou seja, patológicos ou não patológicos,
bem como a detecção de bloqueios e desdobramentos.

Bulhas cardíacas:
- 1a Bulha (s1) : é a mais alta - contração do ventrículo (sístole ) com o fechamento da
mitral e tricúspide (fechamento das atrioventriculares - fecha ao mesmo tempo ambas).
- 2a Bulha (s2) - relaxamento de ventrículo (diástole) com o fechamento das válvulas
pulmonar e aórtica.

Sopros
Para fazer a avaliação de sopros, devemos auscultar os focos Pulmonar, Aórtico, Mitral e
Tricúspide. A ausculta deve ser feita tanto em momento de sístole quanto em momento de
diástole.
É importante saber que o grau de sopro não indica gravidade de doença, apenas a sua existência.

Intensidades de sopros:
● Grau 1: sopro muito suave, detectado somente após um longo período de auscultação em
um ambiente muito tranquilo;
● Grau 2: sopro suave, auscultado imediatamente em um foco valvar;
● Grau 3: sopro de intensidade leve a moderada;
● Grau 4: sopro de intensidade moderada a grave, sem a ocorrência de frêmito (sensação
tátil dada pelo sopro);
● Grau 5: sopro claro à auscultação, com um frêmito palpável e que não se detecta ao
afastar o estetoscópio do tórax;
● Grau 6: sopro grave, com frêmito detectável e auscultado mesmo quando o estetoscópio é
afastado um pouco do tórax;

Duração do sopro:
O período em que o sopro ocorre deve ser levado em consideração para melhor avaliação do
paciente. Sopros podem ser classificados em:
● Proto= início da sístole/diástole;
● Meso= metade da sístole/ diástole;
● Tele= terço final da sístole/diástole;
● Holo= durante toda sístole/ diástole;
● Pan= inicia com mais intensidade e diminui durante sístole/diástole;
● Contínuo= durante toda a sístole e diástole;

Outras alterações
- Desdobramentos, ocorrem na Primeira e Segunda Bulha;
- Hiperfonese ou hipofonese de bulhas S1 e S2;
- S3 e S4, é um ritmo de galope, frequente em gatos em caso de hipertrofia;

Aferição de Pressão Arterial


Pode ser aferida através de dois diferentes métodos, que são:
- Método Invasivo: O método invasivo consiste na introdução de um cateter heparinizado
em uma artéria periférica e conectado ao aparelho medidor e ao monitor.

- Métodos não-invasivos:
- Doppler: equipamento bastante usual na clínica de pequenos;

- Oscilométrico: realiza a medição automática;


- Fotopletismografia: utilização de raios infravermelhos. Funciona de maneira
semelhante a oximetria;
Exames complementares
- Eletrocardiograma: faz a mensuração da Frequência e Ritmo cardíacos, avalia as ondas P
e T do complexos QRS e possibilita a detecção de arritmias;

- Holter: faz a mensuração de frequência e ritmo cardíacos ao longo de 24 horas Utilizado


para detecção de prevalências das arritmias;

- Exame Radiográfico: possibilita a avaliação de silhueta cardíaca e Indícios de congestão,


como edema pulmonar (ICC);

- Exames Laboratoriais: faz-se a avaliação de CK e LDH, para as isoenzimas cardíacas, SDH,


AST e arginase (avaliação hepática), ureia e creatinina (avaliação renal);
● AST = aspartato aminotransferase;
● CK = creatinoquinase;
● LDH = lactato desidrogenase;
● SDH = succinato desidrogenase;

- Fonocardiograma: é feita a avaliação das bulhas cardíacas;


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Semiologia do sistema oftalmológico

Exame do sistema ocular


Deve-se preconizar a realização a partir do meio mais externo para o mais interno do bulbo
ocular. O exame é feito com a utilização de alguns manejos e equipamentos como: sala escura,
fonte artificial de luz, lanternas, lupa com pala (aumento de 2 ou 4x), colírios (midriáticos e
corantes vitais)

- Transluminador: equipamento que realiza a iluminação de estruturas da câmara posterior.


Permite a visualização de exsudatos, corpos estranhos e até tumores.

- Oftalmoscópio: permite a visualização de estruturas no segmento posterior do globo


ocular. Existem dois métodos utilizados com o oftalmoscópio, ambos os métodos
necessitam da utilização da Tropicamida 0,5 ou 1%, um colírio midriático com duração de 2
a 3 horas. São os métodos:
- Método direto: oftalmoscópio posto direto no globo ocular. Exame de retina e
estruturas do segmento anterior do olho, formado a partir de um conjunto de lentes
que devem se ajustar as dioptrias e manter o equipamento a 2 cm do olho do
paciente;

- Método indireto: visualiza as estruturas por menos de outros equipamentos;

Tonometria: implica na avaliação da pressão intraocular (PIO). A PIO resulta na tensão na córnea
e esclera, existindo vários métodos aplicados para estimulá-la, como:
● Palpação digital: pouco precisa e serve para estimar aumento ou diminuição;
● Tonometria de indentação: utiliza-se o tonômetro de Schiotz, que deve ser colocado sobre
a córnea do paciente, sendo este previamente dessensibilizado com colírio anestésico. A
partir da distância que é preciso para alcançar a córnea, o equipamento realiza uma
escala de conversão para mmHg;
● Tonometria de Aplanação: usa-se uma caneta com medidor preciso capaz de aferir PIO,
por pressão e força por unidade/área;
● Lâmpada de fenda: fornece detalhes de estrutura extra e intra ocular, o que as lapas
comuns não podem fornecer. É especialmente útil ao exame de pálpebras, terceira
pálpebra, conjuntiva, córnea, íris e lente, ou seja, o segmento anterior do olho;

Principais patologias relacionadas a pressão intra ocular:


O glaucoma é uma patologia relacionada ao aumento da pressão intraocular, sendo muito
comum e ocorrendo com a pressão intraocular fica acima de 30 mmHg. Outra patologia muito
comum é a uveíte, sendo ela a diminuição da pressão intraocular ficando abaixo de 15 mmHg.

Contenção
É realizada por meio de sedativos, se for o caso, e anestésicos e bloqueios locais. O ambiente
deve ser tranquilo e com baixa luminosidade.
Primeiramente deve-se avaliar a reação do animal no ambiente desconhecido do exame. Se
houver histórico de cegueira, o animal deve ser estimulado a andar pela sala de exame, a fim de
observar se ele colide com obstáculos que podem ser colocados à sua frente ou se ele desvia,
indicando uma visão boa ou parcialmente boa.

Deve-se verificar:
● Simetria e aumento de volumes periorbital;
● Secreções oculares;
● Olho vermelho;
● Alopecia periocular;
● Corrimentos nasais (ducto nasolacrimal);

Exame neuroftalmológico
Um exame que irá avaliar a integridade neuroanatômica do sistema visual. As manobras de
reflexo realizadas nessa avaliação são:
- Reflexo de ameaça visual: tampa-se o olho contralateral e realiza-se um movimento sutil
em direção ao olho do animal para observar se haverá uma resposta. É importante
realizar o movimento de forma que não ocorra movimentação do ar, pois um animal cego
sentiria o ar e responderia ao reflexo de forma indireta;

- Reflexo de via visual: o veterinário ou tutor deve jogar no chão um objeto leve e que não
gere barulho ao cair. O animal com a vista boa deve acompanhar a queda desse objeto,
enquanto que o animal com alguma deficiência nos olhos não percebe a queda do objeto;
- Reflexo pupilar direto e consensual: o exame consiste na incidência de luz no olho do
paciente, ele pode ser direto ou consensual. No Direto a luz é incidida diretamente no olho
a ser testado. Enquanto que a Consensual a luz é incidida em um dos olhos e avalia-se a
constrição do olho contralateral, deve ocorrer uma resposta mais discreta devido o
quiasma óptico, um cruzamento entre as fibras dos nervos ópticos. Caso o olho não
responda, o problema está no ramo do nervo óptico.
O reflexo pupilar direto e consensual é realizado para avaliar a integridade da camada
fotorreportagem da retina, integridade do nervo óptico, via parassimpático do nervo
oculomotor, funcionalidade do músculo constritor da íris.

- Reflexo palpebral e corneal: consiste em aproximar os dedos ou um cotonete em direção


ao olho e observar a presença de reflexos ou não. Não se deve utilizar colírio anestésico
pois retira o reflexo.

- Reflexo vestibular: movimenta-se a cabeça do animal de um lado pro outro, devemos


observar se os olhos deslocam-se, acompanhando o movimento da cabeça. O método
avalia a funcionalidade dos nervos oculomotor e abducente, bem como o sistema
vestibular e os músculos extra oculares.
- Teste de lágrima de Schirmer (TLS): teste semi quantitativo que avalia a produção de
lágrima (mm) produzida pelo olho durante um minuto. O método visa identificar e prevenir
patologias como a obstrução do ducto nasolacrimal, irritação da córnea e olho seco.
O teste é realizado com fita, onde a lágrima se move por osmose/capilaridade e atinge o
filtro de papel. Existem dois tipos de testes para avaliação do volume de lágrima, que são:
● O TLS I, avalia-se a quantidade de lágrima produzida sem colírio anestésico, sem
dessensibilização da superfície ocular;
● O TLS II, a sensação corneal é impedida por meio da administração tópica de colírio
anestésico, que bloqueia a secreção reflexa das glândulas lacrimal principal e da
terceira pálpebra, avaliando-se os valores basais de lágrima produzida;

- Teste de floculação de lágrimas: avalia a integridade funcional do filme lacrimal,


observando o padrão de distribuição de mucina sobre a superfície ocular. Deve-se colher
uma pequena quantidade de lágrima com o uso de um tubo de microhematócrito.

- Teste de canulação e lavagem do ducto lacrimal: vai avaliar a patência do ducto ou


imperfuração dos pontos lacrimais. O líquido posto no canal deve sair pela narina do
mesmo lado do olho em que foi aplicado.

- Teste para avaliação da superfície ocular: é um teste rosa bengala, avalia e diagnóstico
de distribuídos da superfície ocular causados principalmente por deficiência lacrimal (ccs).

- Teste de fluoresceína: é um teste que serve de diagnóstico das úlceras das cenas,
avaliando-se a extensão da que está na córnea, e também em pequenos defeitos epiteliais
que não são visíveis ao exame da córnea.

- Tempo de ruptura ou rompimento do filme lacrimal: registra-se o tempo, em segundos,


até que a primeira área seca apareça.

- Teste de potência de custo lacrimal ou teste de Jones: registra o tempo de passagem da


lágrima pelo aparelho lacrimal até seu aparecimento nas narinas.
- Teste de seidel: irá detectar a saída de humor aquoso pela perfuração corneal, úlceras
profundas e locais de sutura. É importante afirmar que o uso de corticoide vai atrapalhar
no processo de cicatrização/reepitelização do olho.

Tonometria
A tonometria é uma estimação da PIO, é essencial nos testes diagnósticos para todos os exames
oftalmológicos. Para realizar a tonometria a córnea deve ser anestesiada com 1 ou 2 gotas de
colírio anestésico (cloridrato de proximetacaína 0,5%). O tonômetro é posicionado sobre a região
central da córnea, enquanto as pálpebras são contidas pelos dedos do examinador.

O saco conjuntival só consegue absorver só de 1 a 2 gotas a cada 24 horas.

Alterações do Exame Oftálmico


Pálpebras e margens palpebrais: podem ser examinadas com auxílio da lupa com pala e fonte de
luz artificial ou ampara de fenda, deve investigar se há:
- Entrópio: inversão das pálpebras;
- Ectrópio: eversão das pálpebras;
- Epífora: lacrimejamento decorrente de drenagem da lágrima deficiente ou por aumento
da secreção lacrimal;
- Alterações dos cílios: distiquíase, triquíase, cílio ectópico;
- Blefarite: inflamação palpebral, normalmente acompanhada por secreção ocular, edema
de pálpebra, alopecia, discromia e eritema;
- Blefarospasmo: contração espasmódica das pálpebras decorrente da contração do
músculo orbicular, sendo importante indicador de dor ocular local ou intra ocular ou por
estimulação do nervo palpebral;
Terceira pálpebra: deve ser extruída por pressão do globo ocular pela pressão da pálpebra
inferior. Para o exame da face interna, há a necessidade de dessensibilização com colírio
anestésico.

Conjuntiva: pode apresentar problemas como:


● Eritreia conjuntivas: é o ingurgitamento dos vasos superficiais;
● Quemose: é o edema conjuntival;
● Secreção ocular: tipos de secreção devem ser investigados;
● Espessamento, Hemorragias e neoformações.

Córnea: o aspecto normal é avascular, não pigmentada, transparente e brilhante. Sendo as


principais alterações relacionadas com a perda dessas características, sendo as principais
alterações na córnea: a perda da transparência, vascularização corneal e alterações de contorno
da superfície corneal.
- A perda da transparência pode ocorrer por desorganização das fibras colágenas
estromais em cicatrizes corneais. Podendo formar nébula (pouca opacidade), mácula
(moderada opacidade) ou leucoma (severa opacidade);
- Vascularização corneal pode ser de dois tipos: superficial e profunda. A superficial possui
um padrão arborizado e profunda apresenta-se mais limitada à periferia;
- Alterações de contorno da córnea;
● Ceratoconus: cornea se curva para fora;
● Ceratoglobo: aspecto globoso e afilada;
● Córnea plana;
● Aumento do diâmetro da córnea;
● Depressão no estroma da córnea;

Esclera: a principal alteração que acomete a esclera é a Ectasia escleral, que consiste no
adelgaçamento escleral, no qual se observa o trato uveal pigmentado com coloração azulada e
resultando em uma assimetria escleral.É indicativo de doença escleral primária ou neoformação
uveal em crescimento.
Sistema lacrimal: o sistema lacrimal é avaliado através dos testes: TLS, teste de floculação da
lágrima, teste de canulação e lavagem de ducto lacrimal.

Câmara anterior: devemos procurar por alterações na profundidade da câmara anterior


(profunda, em casos de luxação ou sublimação posterior da lente), microfacia, glaucoma crônico
com atrofia de íris; rasa, luxação anterior da lente, tumores uveal, íris bombé e glaucoma de
ângulo fechado, uveíte anterior crônica, sinéquia anterior (aderência da íris com o endotélio da
córnea) e corpos estranhos.
● Hipópio: é a presença de material purulento, normalmente rico em neutrófilos, linfócitos,
macrófagos e células plasmáticas,na câmara anterior que, por gravidade, acumula-se na
porção ventral da câmara;
● Hifema: é a presença de sangue na câmara anterior;

Íris e espaço pupilar: o encontro de persistência da membrana pupilar, midríase, meiose,


anisocoria, iridodenese e ausência do reflexo pupilar direto e consensual, sinéquia posterior total
360° (íris bombé), constituem alterações de significado visual de íris e espaço pupilar.
Lente: Podem ser encontradas alterações na transparência da lente. Quando há opacificação da
lente, denomina-se catarata. A diabetes na catarata ocorre pois, por osmose, puxa-se açúcar
precipitando-o na lente.

Podem ainda, haver alterações referentes a tamanho e posição, sendo elas:


- Alterações do tamanho da lente:
● Afacia – Ausência de lente;
● Microfacia – Lente pequena;
● Esferofacia – Aspecto esférico e globular;
● Lenticonus – Protrusão de cristalino;
● Lentiglobo – Deformação cônica;
- Alterações na posição da lente:
● Luxação (anterior e posterior);
● Subluxação (anterior ou posterior);

Vítreo: pode possuir anormalidades congênitas, a persistência da artéria hialóide e seus


remanescentes, a persistência do vítreo primário, hemorragia vítrea e bandas de tração de tecido
fibroso, em geral, aderidas à retina. Essas são as principais patologias relacionadas ao vítreo do
olho.

Retina e nervo óptico: deve-se investigar a possibilidade de descolamento de retina (parcial ou


completo) e atenuação dos vasos retinais. Investiga-se, ainda, a ocorrência de papiledema
(edema da papila óptica) e atrofia do nervo óptico.

Exames especializados
● Gonioscopia: Ela é recomendada quando há suspeita de glaucoma ou quando massas
neoplásicas;
● Ultrassonografia Ocular: está indicada, principalmente, quando há opacificação dos meios
transparentes, principalmente da córnea, o que impossibilita a visualização e o exame das
estruturas intraoculares;
● Eletrorretinografia: A atividade elétrica provocada por várias porções da retina após
estímulo luminoso dos fotorreceptores pode ser avaliada pela eletrorretinografia (ERG) e
por potenciais oscilatórios;
● Dacriocistografia: Radiografia contrastada do sistema lacrimal;
● Angiografia fluoresceínica;

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Semiologia do Sistema nervoso
Exame neurológico (objetivos):
Determinar se existe alguma disfunção no sistema, determinar a localização e extensão do
envolvimento neurológico e tentar direcionar o diagnóstico e o prognóstico do animal.
É importante realizarmos a anamnese completa, fazendo a identificação do animal (raça,
espécie, idade), descrever o início e evolução da doença e seus fatores predisponentes e
descrever os principais sinais relatados (mudança de comportamento, convulsões, andar em
círculos (gira do lado oposto da lesão) e “head pressing”).

Inspeção
Nível de consciência: o animal deve estar alerta aos estímulos extrínsecos. Porém, caso haja
alterações o animal pode se apresentar:
● Alerta: percepção consciente do meio exterior e de si;
● Obnubilação: quando a consciência e comprometida de modo pouco intenso;
● Sonolência: animal facilmente acordado mas logo volta a dormir;
● Estupor: nesse estágio, o animal pode ser acordado por um estímulo doloroso;
● Coma: animal não pode ser acordado, mesmo com estímulo doloroso;
Avaliação de locomoção: devemos analisar a movimentação do paciente, identificando se ele
está cambaleante, desorientado ou normal. Quando o animal está normal, ele mantém a cabeça
em um plano paralelo ao chão, membros penicilinas ao cão. Enquanto que, em casos de
anormalidade, o animal apresenta uma orelha mais próxima ao chão que outra, isto é, se há
inclinação lateral (head tilt), membros com déficit proprioceptivo (dor, fraqueza).

Coordenação: traduz o bom funcionamento de pelo menos dois setores do sistema nervoso, o
cerebelo e a propriocepção. A falta de coordenação pode ser caracterizada em:
● Paresia: perda incompleta da função motora voluntária e, muitas vezes, é evidenciada
como fraqueza dos membros;
● Paralisia ou plegia: perda total da função motora voluntária. Nesse caso, o animal é
incapaz de andar;
● Hemiparesia ou hemiplegia: acometem todo um lado do corpo;
● Paraplegia ou paraparesia: afetam apenas os membros pélvicos;
● Monoparesia ou monoplegia: quando acomete um único membro;
● Tetraparesia ou tetraplegia: os quatro membros estão envolvidos;
Nervos cranianos:

Olfatórios: para fazer a avaliação devemos vendar os olhos do animal e colocar uma substância
não irritante ou um alimento próximo, para verificar se ele percebe. O uso de substâncias
irritantes, tais como amoníacos ou éter, estimula terminações do nervo trigêmeo na mucosa
nasal.

Ópticos: realizado deixando cair um chumaço de algodão e ver se o animal acompanha a queda
do objeto com os olhos.
Podemos também utilizar o método de resposta à ameaça para testar o nervo óptico, o nervo
facial e suas conexões no córtex central. O teste é realizado fazendo um gesto com a mão em
direção a face do animal e deve-se realizar devagar para não gerar corrente de ar e fazer o
animal responder ao movimento do ar e não ao movimento de fuga pelo “ataque” iminente.

● Reflexo Pupilar: examinado por meio do feixe luminoso em ambiente de pouco


luminosidade, o examinador incide o feixe de luz em uma pupila e observar a resposta dos
dois lados (reflexo pupilar direto - olho principal- e reflexo pupilar indireto -olho oposto-).
Quando um olho recebe estímulo luminoso, o outro olho deve realizar uma contração em
menor grau;

Oculomotor, troclear, abducente.


Esses três nervos são testados pela observação da posição e da mobilidade ocular. Lesões no
nervo troclear causam estrabismo dorsomedial e lesões no nervo abducente causam estrabismo
medial, alterando a posição e a mobilidade ocular, desse modo o teste pode ser realizado, de
maneira geral, somente pela inspeção. Para avaliar a mobilidade do globo ocular e verificar a
existência de estrabismo, deve manter a cabeça na posição anatômica normal, e, em seguida,
movimentá-la para cima, para baixo e para os lados, sempre observando as alterações no
posicionamento dos globos oculares.
Trigêmeo: A porção sensitiva do nervo trigêmeo age em conjunto com a porção motora do nervo
facial. Quando provocamos um estímulo sensitivo na face, a resposta motora que ocorre é uma
ação do nervo facial. A avaliação é feita estimulando com as unhas ou com uma agulha no
interior do pavilhão auricular, o canto medial do olho, o lábio ou três locais da face.

Lesão da porção motora do nervo trigêmeo acarreta em atrofia dos músculos mastigatórios,
diminuição do tônus mandibular e até na incapacidade de fechar a boca para apreender os
alimentos. O animal acaba se mantendo com a boca flácida e com movimentação prejudicada.

Facial: são os nervos que fornecem a função motora para os cultos da expressão facial. Os
nervos são testados observando-se a simetria facial, reflexo palpebral e além disso, testando
junto o nervo trigêmeo.
Lesões do nervo facial geralmente resultam na paralisia das orelhas, ptose labial e paralisia do
nariz. O animal fica com um aspecto como se estivesse com o rosto “torto”.

Vestibulococlear: nervo que permite a audição, podendo ser testada se, com o animal de olhos
vendados, deve-se lançar objetos barulhentos (Ex.: Chaves) ou bater palmas ou assobiar e
observar se o animal apresentará resposta. O animal deve virar a cabeça em direção ao som.
Lesões bilaterais resultam em ausência de resposta, no entanto, lesões unilaterais são mais
difíceis de determinar.
A porção do nervo vestibular é testada por meio de reação postural, denominada aprumo
vestibular e, também, pela avaliação da mobilidade extra ocular (ocorrência de estrabismo
posicional ou nistagmo), postura da cabeça e locomoção.
Lesão no nervo pode causar surdez, inclinação de cabeça para o lado da lesão (quando for
unilateral), queda, rolamento para o lado da lesão, andar em círculos para o lado da lesão,
estrabismo posicional e nistagmo espontâneo.
Nervo Glossofaríngeo: Responsável pelo paladar, pela deglutição e está envolvido no reflexo do
vômito. Pode ser testado através do reflexo de deglutição (por compressão externa da faringe) e
reflexo de vômito (por estímulo digital direto da faringe).
Lesões do nervo glossofaríngeo causam ausência do reflexo de vômito, diminuição do tônus
faringeano, disfagia e regurgitação.

Nervo vago: É testado junto com o nervo glossofaríngeo. Lesões unilaterais no nervo vago
causam a ausência do reflexo de vômito, disfagia, vocalização alterada, sinais gastrointestinais e
cardiopulmonares. Já lesões bilaterais podem causar paralisia laríngea com respiração
estertorosa e dispneia inspiratória, além de megaesôfago.

Nervo acessório: Não há uma maneira de testar este par de nervos a não ser por
eletrodiagnóstico. Lesões podem causar atrofia da musculatura do pescoço.

Nervo hipoglosso: par de nervos responsável pela inervação motora da língua. Ele pode ser
testado através da observação do animal usando a língua, devemos induzir o animal a lamber os
lábios ou focinho, fazendo fricção nas narinas. Lesões do nervo hipoglosso causam assimetria,
atrofia e desvio da língua. No início da paralisia unilateral do hipoglosso, o desvio da língua ocorre
para o lado oposto da lesão.
Estudo dos Resultados
Após a avaliação da postura, locomoção e dos nervos cranianos, deve-se tentar correlacionar as
anormalidades observadas com a localização da lesão.
Mudanças comportamentais podem ser indícios de problemas nas regiões de córtex cerebral,
sistema límbico, hipotálamo e mesencéfalo. Já incoordenação da cabeça ou tremor de intenção
são acometimentos de comprometimento do cerebelo cerebelo.
A disfunção dos nervos cranianos (diencéfalo ou tronco encefálico) são todas as alterações no
qual o animal apresenta “sinais de cabeça” (Ex.: tilt, head pressing). Quando não há sinal de
cabeça, a lesão deve estar abaixo do forame magno, na medula espinal, nos nervos periféricos ou
nos músculos.

Exames Neurológicos
Reações posturais: é feita a avaliação da propriocepção consciente, ou seja, avalia-se a
habilidade do sistema aferente em reconhecer uma posição alterada de um membro e a
capacidade do sistema eferente retornar o membro a posição normal. Em geral, a extremidade
do meio é refletida de modo que sua superfície dorsal toque a mesa ou o chão.

Hemiestação e Hemilocomoção: os membros de um lado do corpo são erguidos do chão e o


paciente é forçado a se manter parado sobre dois membros (hemiestação) e em seguida, andar
sobre os mesmos (hemilocomoção).

Animais com lesão neurológica podem apresentar incapacidade de suportar o peso do corpo,
além de preservar tropeços (cerebelo), hipermetria (cerebelo) queda (sistema vestibular) ou
respostas lentas (cerebelo). Muitas vezes animais com lesões unilaterais no córtex cerebral ou na
cápsula interna podem apresentar locomoção aparentemente normal. É importante repartir o
peso para cada um dos membros e confrontar as respostas.

Saltitamento: Neste teste, o clínico eleva três membros e deixa somente um apoiado, fazendo o
animal saltar em um único membro para a frente, para trás e para os lados. Um animal normal
deve saltar na direção do deslocamento do corpo e suportar o peso sobre o membro. É
importante repetir o teste com cada um dos membros e confrontar as respostas.
Os membros pélvicos devem ser comparados entre si e nunca com os torácicos, pois as respostas
não ocorrem de maneira semelhante. Essa reação postural envolve cérebro, cerebelo, tronco
encefálico, medula e receptores de tato e pressão em articulações, músculos e tendões.
Lesões neurológicas podem causar incapacidade para suportar o peso do corpo, tropeços,
hipermetria, quedas e respostas lentas, do mesmo modo que se observa na estação e
locomoção bipedal.

Carrinho de mão: Animais normais apresentam locomoção simétrica, alternada e com a cabeça
estendida na posição normal. No caso de lesões neurológicas, os animais podem apresentar
movimentos assimétricos (cerebelo), queda (sistema vestibular), tropeço (cerebelo) e flexão da
cabeça com a região nasal próxima ao solo (lesão cervical grave). Se o distúrbio for discreto,
pode-se erguer a cabeça do animal, o que acentuará a disfunção.

Tônica do pescoço: A cabeça é erguida com o animal na estação. Resposta normal e aumento do
tônus muscular nos membros torácicos e diminuição nos membros pélvicos.
Quando a cabeça é girada para um lado, há aumento do tônus extensor nos membros do lado
para o qual houve a rotação. Esse teste avalia principalmente centros vestibulares, musculatura
do pescoço e receptores articulares.
● Lesões do lobo frontal podem causar anormalidades contralaterais;
● Lesões vestibulares, anormalidades ipsilaterais.
● Lesões medulares cervicais causam alterações nos quatro membros, podendo haver flexão
das articulações, de modo que o peso do corpo seja sustentado sobre a superfície dorsal
das patas.

Aprumo vestibular: avalia a capacidade de o animal manter-se em uma posição normal em


relação à gravidade envolve três sistemas: o visual, o vestibular e o proprioceptivo. Ao testar o
aprumo vestibular, é necessário eliminar um ou dois desses sistemas, com o objetivo de avaliar
isoladamente o(s) outro(s).
O animal é suspenso pela pelve, inicialmente com as patas dianteiras tocando o solo e o corpo,
formando um ângulo de aproximadamente 90° com o solo.
Em indivíduos normais, a posição da cabeça deve ser de 45° em relação à linha horizontal, sem
haver inclinação para nenhum dos lados. Em lesões vestibulares unilaterais, há inclinação da
cabeça para o lado da lesão.

Em seguida, o animal é erguido de modo que os membros anteriores fiquem afastados do solo,
com o objetivo de eliminar a compensação proprioceptiva e verificar se aparece ou acentua-se
alguma alteração.

Colocação Tátil e Colocação Visual:

Propulsão Extensora: Para a realização desta reação postural, o animal é suspenso pelo tórax e
abaixado até os membros pélvicos tocarem o solo ou a mesa.
Deve haver contração dos músculos extensores, isto é, extensão dos membros pélvicos para
suportar o peso. O animal pode dar um ou dois passos para trás.

Reflexos medulares: Os reflexos medulares são testados para determinar se a lesão está
localizada no neurônio motor inferior (NMI) ou no neurônio motor superior (NMS) e, assim,
localizá-la melhor.

Lesões no NMI causam:


● Perda da atividade motora voluntária
● Perda dos reflexos medulares
● Perda do tônus muscular
● Atrofia muscular por denervação
● Paralisia flácida.

Lesões no NMS causam:


● Perda da atividade motora voluntária
● Reflexos exagerados, hiperativos
● Aumento do tônus muscular
● Atrofia muscular por desuso
● Aparecimento de reflexos espinais anormais.
● Paralisia espástica (não confundir com rigidez extensora).

Reflexos Miotáticos nos membros torácicos:


Os reflexos nos membros torácicos são difíceis de obter em animais normais e, portanto,
considerados de pouca valia no momento da realização de um exame neurológico em cães e
gatos. Os reflexos são:

1. Bicipital: Hiperativo em lesões acima do C6.

2. Tricipital: Hiperativo em lesões acima do C7.


3. Extensor carporadial: Reação diminuída ou ausente em lesões dos segmentos medulares
C7-T1 e de raízes do nervo radial. Hiperativo em lesões acima do C7.

Reflexos Miotáticos nos membros posteriores:


1. Patelar: Este reflexo fica diminuído ou ausente em lesões dos segmentos medulares de
L4-L5 e acentua-se em lesões acima de L4.

2. Gastrocnêmio: Torna-se deprimida ou ausente em doenças que afetam os segmentos


medulares de L6-S2 e raízes nervosas, ou os nervos ciático e tibial, e acentua-se em lesões
medulares acima do L6.

3. Tibial Cranial: Essa resposta torna-se deprimida ou ausente em doenças que afetem os
segmentos medulares de L6-S2 e raízes nervosas, ou os nervos ciático e peroneal, e
acentua-se em doenças da medula espinal acima do segmento L6.
Reflexo Flexor: O reflexo flexor ou de retirada é iniciado pela compressão do espaço interdigital
com os dedos ou com uma pinça hemostática, e a resposta normal é a retirada do membro em
direção ao corpo, com flexão de todas as articulações. A ocorrência desse reflexo não significa
que o animal sente conscientemente o beliscão; indica apenas que a medula e as raízes nervosas
dos segmentos C6-T2 (membros torácicos) e de L6-S1 (membros pélvicos) devem estar intactos.

Reflexo de Dor Profunda: A avaliação da integridade da medula espinal pode ser executada
aumentando-se a força do estímulo e observando-se uma reação comportamental, tal como o
choro do animal com dor, ou tentativa de morder o examinador.
Essa resposta é conduzida por pequenos axônios não mielinizados, os quais são os mais
resistentes aos efeitos da compressão. Em geral, a perda da dor profunda e do reflexo de retirada
é causada por uma lesão da porção sensitiva dos nervos periféricos ou dos segmentos medulares
correspondentes ao plexo braquial e ao plexo lombossacral.

Reflexo de Dor Superficial


● Hipoalgesia ou hipoestesia
● Diminuição discreta da capacidade de perceber dor
● Analgesia ou Anestesia
● Perda total da capacidade de perceber dor.
● Hiperestesia
● Resposta exagerada a um estímulo doloroso.
A sensibilidade superficial pode ser avaliada com uma agulha ou com uma pinça hemostática, em
toda a superfície dos membros; o animal normal contrai a musculatura subcutânea. Uma ligeira
alfinetada é mais útil para detectar hiperestesia, enquanto beliscar a pele é mais útil para
detectar anestesia.
● Lesões em nervos periféricos costumam causar perda sensorial focal, confinada ao
território de inervação do nervo afetado;
● Lesões medulares causam perda sensitiva, bilateral e simétrica, caudalmente à lesão;
● Lesões cerebrais produzem somente hipoalgesia;

Reflexo de Perineal: É obtido por uma estimulação tátil da região perineal e a resposta normal é
uma contração do esfíncter anal externo.
● Segmentos medulares S1-S3 estão lesados - o ânus torna-se dilatado e arresponsivo;
● Segmentos medulares C1-C5 estão lesados - a cauda fica flácida e arresponsiva.
O abano voluntário da cauda em resposta à voz do dono ou do examinador é um sinal de
integridade da medula espinal.

Reflexo Cutâneo do Tronco: É feito desde a região lombossacral até a altura de T2.
Em casos de lesão medular, há ausência de resposta caudalmente ao local de estímulo e uma
resposta normal cranialmente à lesão.

Sinal de Babinski: É obtido ao se provocar um estímulo ascendente na face plantar dos


metatarsos, com uma superfície de metal. Em animais normais, os dedos não se movem ou
sofrem discreta flexão. No caso de lesão de neurônio motor superior, os dedos se afastam e se
elevam (dorsoflexão), o que é conhecido como Babinski positivo.
Sistema Locomotor

Introdução:
Os principais componentes do sistema locomotor são:
● Osso: tecido conjuntivo especializado, formado por células (osteoblastos, osteoclastos e
osteócitos);
● Cartilagem: constituída por células (condroblastos, condrócitos e condroclastos) imersas
em uma substância amorfa e gelatinosa;
● Articulação: maneira pela qual dois ou mais ossos se juntam. Tem como funções a
sustentação de peso, locomoção e estabilidade;
● Ligamentos: são bandas flexíveis e resistentes de tecido fibroso que unem os ossos;
● Tendões: compostos por tecido conjuntivo denso modelado, liga os músculos aos seus
pontos de inserção;

Exame Clínico:
● Anamnese: Sistema de produção utilizado na propriedade Produção diária de leite da
vaca Quantidade e qualidade da alimentação fornecida Tipo de manejo Ocorrência de
doenças infecciosas Duração, tipo e intensidade da claudicação Tratamentos realizados e
resultados obtidos com os tratamentos,
● Exame Físico Geral: avalia a frequência cardíaca , frequência respiratória, coloração das
membranas mucosas, turgor da pele Ausculta pulmonar, cardíaca e do trato digestivo
Palpação de linfonodos.
● Exame Físico Específico: Inspeção em posição quadrupedal e em movimento Contenção
física e/ou medicamentosa Inspeção e palpação do espaço interdigital Pinçamento dos
cascos Palpação dos ossos, articulações, tendões e músculos Bloqueios anestésicos.
● Exames Complementares: Hemograma, líquido sinovial, raio X e ultrassonografia.

Analisar o Grau de Claudicação:


Identificação do animal:
● Raça: fatores hereditários ou características raciais que predispõe a determinadas
doenças;
● Sexo;
● Idade: em jovens geralmente são de caráter genético displasias e em cães idosos
degenerações (artroses). Animais jovens em crescimento e supernutridos (doenças
ortopédicas do desenvolvimento – osteocondrose);

Exame Ortopédico do paciente


Faixa Etária
Jovem
● Luxação congênita medial de patela;
● Necrose asséptica da cabeça do fêmur;
● Não-união do processo ancôneo;
● Osteocondrite dissecante da cabeça do úmero;
● Displasia coxofemoral;
● Hiperparatireoidismo secundário nutricional;
● Osteodistrofia hipertrófica;

Adulto
● Displasia coxofemoral;
● Ruptura do ligamento cruzado cranial;

Idoso
● Neoplasias ósseas (osteossarcoma);
● Doenças do disco intervertebral (protrusão ou extrusão);
● Osteoartropatia hipertrófica pulmonar;

Raças:
Poodle, Yorkshire, Lhasa Apso, Pinscher
● Luxação congênita medial de patela;
● Necrose asséptica da cabeça do fêmur;

Pastor alemão, Rotweiler, Labrador


● Displasia coxofemoral
● Osteocondrite dissecante da cabeça do úmero.

Fila brasileiro Golden retriever


● Displasia coxofemoral.
● Osteodistrofia hipertrófica.
● Não-união do processo âncora.

Dachshund
● Doenças do disco intervertebral (protrusão ou extrusão).
Histórica Clínica: avaliar o habitat como ocorrências brigas, atropelamentos (acesso à rua),
presença de escadas, hipovitaminose D (raquitismo) devido à confinamento, etc. ademais, avaliar
frequência de exercícios, alimentação, doenças sistêmicas (cinomose, erlichiose, leishmaniose,
etc.)

Inspeção
Avaliar alterações ou hematomas na pele causados por traumatismos por mordeduras ou por
atropelamento. Em cães e gatos de pelos longos deve-se realizar tricotomia no local da suspeita.
Onicogrifose (crescimento exagerado das unhas) pode indicar o desuso e/ou leishmaniose
(generalizada).

Ademais, avaliar assimetrias, alterações posturais, decúbito, elevação do membro ao solo, déficit
proprioceptivo, claudicação, impotência funcional e outros…

Palpação: tem como finalidade ter um auxílio na localização da dor, na avaliação de tumefações,
de mobilidades ósseas e de instabilidades articulares.

Superficial - Tumefações
Flutuação é o acúmulo de líquidos em cavidades neoformadas (seromas, hematomas ou
processos supurativos), na região articular indica efusão articular (artrites).
Sinal de Godet positivo significa edema decorrente de processos inflamatórios ou processos
compressivos secundários a neoplasias.

Para avaliar a temperatura deve-se usar o dorso da mão, comparar membro contralateral pode
estar aumentada ou diminuída.
Para avaliar os ossos longos deve ser da extremidade mais distal do membro, das falanges até o
fêmur ou até a escápula. Toda avaliação óssea deve ser acompanhada pelos exames
radiográficos, e quando há suspeita de neoplasias realizar a biópsia por punção aspirativa.

Palpação de Articulações: Explorar os movimentos que são permitidos em condições normais. As


alterações mais comuns são:
● restrição de movimento articular
● mobilidade exacerbada
● aumento da sensibilidade e de temperatura locais
● tumefações
● crepitações.

Articulação Coxofemoral: Problemas mais comuns são luxação coxofemoral e Fraturas de colo e
cabeça do fêmur.

Quando realizados os exames são observadas restrições de um ou mais movimentos e


crepitação. deve-se fazer teste de hiperextensão para avaliação do comprimento dos membros,
ocorre o encurtamento do membro luxado.

Articulação Femorotibial
Principais testes
● Avaliação de instabilidade patelar : objetivo de diagnosticar subluxações ou luxações de
patela.
● Teste de “Gaveta”: instabilidades (distensão ou ruptura) dos ligamentos cruzados cranial e
caudal .

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Sistema Tegumentar
Os exames complementares devem ser rotina na análise do sistema complementar, uma vez que
a maioria das patologias só podem ser confirmadas e diagnosticadas através de exames
histopatológicos e laboratoriais.

Pré disposições:

Coloração do pelame - Animais de coloração mais clara possuem maior propensão a possuírem
câncer e dermatites. Enquanto os de pelagem escura tendem aos problemas hormonais.

Anamnese
Introdução:
● A queixa principal: coceira/prurido;
● Tempo de evolução: Agudo (de um dia para o outro); Crônico (mais tempo);
● Início do quadro
● Tratamentos efetuados (periodicidade, ambiente, manejo, hábitos). Se já fez uso de
corticoide, medicamentos tópicos;
● Consequência do tratamento efetuado, houveram sinais de melhora? de piora?
● Contactantes: ver o ambiente, os demais animais animais do ambiente, a presença de
ectoparasitas que podem gerar a dape (dermatite alérgica por picada de ectoparasitas);
Prurido (coceira): Ver se há presença de prurido, a intensidade, a localização e sua manifestação.

No hiperadrenocorticismo não existe coceira, pela presença dos corticóides no organismo. Outro
fato que pode causar a ausência da coceira é o aumento do cortisol no organismo, o que causa o
cessamento da coceira.

Exame físico de pele


Palpação: Determinar aspectos de sensibilidade das lesões, volume, espessura, elasticidade,
temperatura, consistência e características como umidade e untuosidade da pele.

A característica natural da pele é ser elástica e ela é utilizada para determinar o grau de
desidratação do paciente durante a clínica do dia a dia.
● Digitopressão: pôde-se diferenciar o Eritreia da púrpura, duas lesões cutâneas de
coloração vermelha.
● O eritema volta a adquirir a coloração normal da pele após a pressão, e a púrpura não
cede a essa compressão, permanecendo com a coloração avermelhada.

A palpação é realizada para estimular o prurido. Tem fundamental importância quando o


veterinário percebe que não pode confiar plenamente nas informações relatadas na anamnese
ou, ainda, quando quer confrontar suas observações com as informações passadas referentes à
presença do prurido.

Reflexo otopodal: friccionar a borda do pavilhão auricular ou coçar a região do animal que se
quer investigar e analisar a resposta do paciente.

Olfação
Meio semiológico muito utilizado na clínica dermatológica. Porém está muito ligado à experiência
profissional e extremamente particular. Requer treinamento e memória clínica.
O exemplo mais clássico de diagnóstico por olfação é a miíase e otites agudas, isso devido ao
forte cheiro que emana das feridas.

Inspeção direta
Observar o comportamento do animal e a presença ou não de prurido. A ausência de prurido no
momento do atendimento não significa que o quadro não seja pruriginoso, pois, em condições de
estresse e medo, é frequente que os animais não apresentem esse sintoma. E isso ocorre devido
às altas liberações de cortisol, que vão inibir o prurido.
Alopecia fisiológicas/ lugares que naturalmente não tem pelos:
● Caninos: região abdominal ventral, axilar, e face interna do pavilhão auricular.
● Gatos: ausência de pelota face interna do pavilhão auricular.

O principal enfoque na inspeção direta é a observação direta das lesões e sua caracterização de
diferentes aspectos.

Classificações das Lesões Cutâneas:


1. Distribuição/Quantidade
Localizada: de uma a cinco;
Disseminada: mais de cinco;
Generalizada: várias na superfície;
Universal: quase que no corpo inteiro;

2. Topografia:
Simétricas: Mesma lesão no membro ou posição colateral. Quadros hormonais geralmente
apresentam perdas e lesões simétricas.
Assimétricas: Mesma lesão, ou não, sem associação colateral;

3. Profundidade:
Superficiais: Quadros mais brandos;
Profundas: Quadros mais graves;

4. Morfologia: as lesões cutâneas podem ser agrupadas em cinco grupos distintos de acordo
com sua respectiva morfologia. Alteração da coloração: são representadas pelas manchas
ou máculas planas sem relevo ou depressão.
● Manchas vasculossanguíneas: são manchas ocasionadas por vasodilatação e
extravasamento de hemácias.
● Eritema:coloração vermelha da pele decorrente da vasodilatação. Quando submetido a
digitopressão a coloração normaliza. Associada a quadros de coceira.
● Púrpura:coloração vermelha da pele devido ao extravasamento de hemácias na derme.
Quando feita a digitopressão a coloração não se altera. (Ex: Petéquias, Equimoses e
Víbices);
● Telangiectasia: evidenciação dos vasos cutâneos através da pele, decorrente do seu
adelgaçamento. Mais comum em síndrome de hiperadrenocorticismo Cushing.

Manchas Pigmentares ou discrômicas:


● Hipopigmentação ou hipocromia: diminuição do pigmento melânico.
● Acromia: ausência do pigmento melânico, também denominada leucodermia.
Ambas geram perda da pigmentação por lesão dos melanócitos ou imunidade contra os
melanócitos. Hiperpigmentação ou hipercromia: aumento do pigmento de qualquer natureza na
pele.

● Melanodermia ou Aumento da melanina: indica dermatopatias, pois o aumento da


melanina não ocorre de maneira natural. Ela ocorre em resposta a uma dermatopatia
crônica.
● Mancha senil: decorrente da maior deposição de melanina em animais de idade mais
avançada.

Formações sólidas: As formações sólidas resultam de processo inflamatório, infeccioso ou


neoplásico, atingindo, isolada ou conjuntamente, a epiderme, derme e hipoderme.
● Pápulas: lesão sólida circunscrita, elevada, que pode medir até 1 cm de diâmetro.
● Placa: área elevada da pele com mais de 2 cm de diâmetro, geralmente pelo
coalescimento de pápulas.
● Nódulos: lesão sólida circunscrita, saliente ou não, de 1 a 3 cm de diâmetro.
● Tumor ou nodosidade: lesão sólida circunscrita, saliente ou não, de mais de 3 cm de
diâmetro. O termo tumor deve ser utilizado preferencialmente para neoplasia.
● Goma: Nódulo que sofre depressão ou ulceração na região central e pode liberar exsudato
e material necrótico.
● Vegetação: lesão sólida que cresce distanciando-se da superfície da pele de coloração
avermelhada e brilhante, pode ocorrer aumento da camada espinhosa
● Verrucocicose: lesão sólida, exofítica, acinzentada, áspera, dura e inelástica, que ocorre
pelo aumento da camada córnea. Lesão clássica da papilomatose e do sarcoide equino.

Coleções líquidas: Entre as coleções líquidas, incluem-se as lesões com conteúdo seroso,
sanguinolento ou purulento.
● Vesículas: Elevação circunscrita de até 1 cm de diâmetro, contendo líquido claro. Esse
conteúdo inicialmente claro (seroso) pode tornar-se turvo (purulento) ou avermelhado
(hemorrágico).
● Bolhas: elevação circunscrita maior que 1 cm de diâmetro, contendo líquido claro.
● Pústulas: elevações circunscritas que contém pus. Pode-se utilizar antibióticos para realizar
o tratamento.
● Cisto: formações elevadas ou não constituídas por um epitélio e contendo líquido ou
substância semi sólida.
● Abcessos: formação circunscrita encapsulada, com sinais de dor, de tamanho variável,
proeminente ou não, contendo líquido purulento na pele ou tecidos subjacentes. Há calor,
dor e flutuação. Indica infecção por perfuração ou via hematógena.
● Flegmão: aumento de volume de consistência flutuante, não encapsulado, de tamanho
variável, proeminente ou não, contendo líquido purulento na pele ou tecidos subjacentes.
Há calor e dor. Significado clínico: infecção por perfuração ou via hematógena.
● Hematoma: lesão circunscrita proveniente de derramamento sanguíneo em que o sangue
não retorna de maneira natural. O mais observado é o otohematoma, trauma causado
pela coceira em excesso.

Alterações e espessura.
● Hiperqueratose ou Queratose: Espessamento de pele decorrente do aumento da camada
córnea. A pele torna-se áspera, inelástica, dura e de coloração acinzentada. Denominada
leucoplasia quando ocorre em mucosas.
● Liquenificação ou lignificação: ocorrem devido a processos inflamatórios crônicos. É o
espessamento da pele decorrente do aumento da camada malpighiana com acentuação
dos sulcos cutâneos, dando à pele aspecto quadriculado ou de favos de mel.
● Edema: Aumento da espessura, depressível (sinal de Godet), sem alterações de coloração,
decorrente do extravasamento de plasma na derme e/ou hipoderme. Indica inflamação
aguda, irrigação linfática deficiente, hipoproteinemia ou cardiopatias.
● Esclerose: Aumento da consistência da pele, que se torna lardácea ou coriácea, não é
depressível, e o pregueamento é difícil ou impossível; pode apresentar-se hipo ou
hipercromia, decorrente de fibrose do colágeno.
● Cicatriz: aumento da espessura da pele, decorrente de uma reparação do processo
destrutivo que a pele passou. Associa-se a atrofia, fibrose e discromia.

Perdas teciduais e reparações


● Escama: placas de células da camada córnea que se desprende da superfície cutânea por
alteração da queratinização. Podem ser classificadas em farinácea, furfurácea ou micácea.
Indicam queratinização precoce ou aumento da epidermopoiese, decorrentes de fatores
genéticos, processos inflamatórios ou metabólicos.
● Escoriação: erosão linear geralmente decorrente de lesão autotraumática pruriginosa.
● Erosão ou exulceração: perda superficial da epiderme ou de camadas da epiderme.
● Ulceração: perda circunscrita da epiderme e derme, podendo atingir a hipoderme e os
tecidos subjacentes.
● Colarinho epidérmico: fragmento de epiderme circular que resta aderido à pele após a
ruptura de vesículas, bolhas ou pústulas.
● Fissura ou rágade: perda linear da epiderme, ao redor de orifícios naturais ou em área de
prega ou dobras.
● Crosta: concreção amarelo-clara (crosta melicérica), esverdeada ou vermelho-escura
(crosta hemorrágica), que se forma em área de perda tecidual, decorrente do
dessecamento de serosidade, pus ou sangue, além de restos epiteliais.
● Escara: área de cor lívida ou preta, limitada por necrose tecidual. O termo também é
empregado para designar a eliminação do esfacelo (porção central e necrosada da
escara). Indica morte tecidual por reação a injeção, crioterapia ou decúbito prolongado.
● Fístulas: canal com pertuito na pele, que drena foco de supuração ou necrose e elimina
material purulento ou sanguinolento. Indica existência de foco infeccioso ou corpo estranho
em tecidos subjacentes.

Lesões particulares
● Corno: excrescência cutânea circunscrita e elevada, formada por queratina. É o grau
máximo de hiperqueratose
● Milium: pequeno cisto de queratina brancoamarelado na superfície da pele.

Sinais específicos da dermatologia:


Sinal de nkolsky: pressão friccional sobre a pele, determinando a separação da epiderme.
Característico dos pênfigos e dermatoses por acantólise.
Sinal de Gödert: pressão sobre a pele, obtendo-se depressão; na presença de edema, a
depressão permanece, mesmo quando não se exerce mais a pressão.
Sinal de Auspitz: surgimento de pontos ou ponteado hemorrágico quando se raspam as escamas,
em uma área recoberta por escamas.
Sinal de Larsson: fricção dos pelos contra o sentido de crescimento, evidenciando acúmulos
paralelos de escamas, característicos dos quadros de disqueratização.
Inspeção indireta
De maneira geral, são os exames complementares. SÃO INDISPENSÁVEIS no diagnóstico das
dermatopatias.

Diascopia ou Vitropressão: Feita com lâmina de vidro ou lupa. Exerce-se pressão sobre a lesão
que se quer investigar, a fim de provocar sua isquemia. Indicada para diferenciar eritema de
púrpura.

Luz de Wood: Emite radiação ultravioleta. O exame deve ser realizado em sala escura, para a
verificação de fluorescência, e a lâmpada deve ser ligada e aquecida durante 5 min antes do
exame propriamente dito. É empregada na diagnose das dermatofitoses. Nos casos de
dermatofitose provocada pelo Microsporum canis, a luz de Wood pode provocar a fluorescência
verde brilhante dos pelos acometidos por essa espécie fúngica, provocada por alguns pigmentos
existentes nas hifas.
É usada como triagem, pois é um processo que pode ter falha pois a fluorescência não estará
presente em todos os animais, uma vez que o agente que emite a fluorescência é somente o
microsporângio canis e existe a possibilidade de dar falso positivo pelo uso de produtos tópicos
no animal.

Exame direto do pelame: observando esporos fúngicos, proveniente de dermatófito parasitando


o pelo do animal.
Os pelos devem ser removidos da periferia das lesões alopécicas, pois se sabe que o substrato do
dermatófito é a queratina. Assim, as lesões alopécicas apresentam crescimento centrífugo, e os
pelos da periferia são os mais acometidos pela micose.).

Tricograma: remove o pelame pela raiz e observa-se o ciclo biológico do pelo, suas alterações
fisiológicas e anatômicas. É o exame detalhado do bulbo, da haste, do telógeno e de todos os
pelos em anágeno.

Parasitológico de raspado cutâneo: pode identificar os parasitas dos gêneros Demodex,


Sarcoptes, Psoroptes, Notoedris e Cheyletiella. Após o início do sangramento, a região deve sofrer
grande pressão na tentativa de expulsar os ácaros que ocupam os folículos pilosos e, em seguida,
continuar a coleta. Posteriormente, o material coletado deve ser posto sobre a lâmina, diluído
com KOH a 10% e coberto por lamínula.
Citologia: exame que fornece rápidos resultados, importantes na orientação do diagnóstico ou,
muitas vezes, capazes de determinar o diagnóstico definitivo de diferentes enfermidades. O
método de coleta do material deve ser realizado na dependência da lesão examinada. O material
coletado deve ser distribuído na superfície da lâmina de vidro e, posteriormente, corado.

Biópsia e exame histopatológico: São os instrumentos mais poderosos de diagnóstico na


dermatologia. Todavia, é necessário que uma união de esforços seja feita para que esses exames
sejam bem-sucedidos. O clínico veterinário deve selecionar cuidadosamente, coletar e preservar o
fragmento de tecido coletado, e o histopatologista deve processar e escolher a coloração ideal,
além de interpretar as alterações teciduais. Diagnóstico preciso em até 90% dos casos.

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Sistema Auditivo

Sistema auditivo

Anamnese
Informações referentes a parte otológica
● Meneios de cabeça;
● Prurido (esfregar a cabeça contra o chão) = auto-traumatismos;
● Sensibilidade: pavilhão e região parotídea;
● Secreções aderidas próximo do meato acústico;
● Déficits auditivos;

Casos graves de problemas otológicos podem gerar:


● Conjuntivite;
● Ptosepalpebral;
● Distúrbios de equilíbrio;
● Paralisia palpebral;

Tempo de evolução da patologia;

Recidivas, ou seja, se já ocorreu outras vezes;

Produtos utilizados em tratamentos prévios;

Na semiologia do sistema auditivo deve haver uma íntima associação entre a anamnese do
aparelho auditivo e a anamnese dermatológica, visto que grande parte das afecções otológicas
tem como causa primária uma dermatopatia. Ex.Malassezia spp.; Staphylococcus spp.; ou
associações.
Inspeção direta: na inspeção direta devemos começar com o simples processo de observar e
analisar os seguintes aspectos:
● Observar o aspecto do ouvido
● Presença de secreções
● Presença de edema
● Presença de otohematoma
● Observação da simetria.

Palpação: cuidado com mordeduras, o animal está com dor e estará perto do rosto do
veterinário.
● Pavilhão: flexível e homogêneo;
● Palpação da região parotídea: observar a presença de abcessos;
● Palpação do cone cartilaginoso: observar a presença de otite média;

Inspeção Indireta:
Otoscopia - Contenção deve ser realizada física ou químicamente dependendo do animal. O
aparelho otoscópio veterinário possui um espéculo longo e luz halógena. O paciente pode ficar
em decúbito ou estação para o exame. Deve-se tracionar o pavilhão de modo dorsal para melhor
visualização.
Não deve realizar movimentos bruscos, o animal está assustado e com dor, sem falar que o
sistema auditivo é extremamente sensível. Durante o exame de otoscopia devemos observar:
● Porção inicial = aspecto liso e homogêneo;
● Presença de cerúmen normal = castanho-claro;
● Porção final = epitélio delgado = pouco cerúmen;

Variação do cerúmen
● Aumento de volume;
● Alteração de coloração = ocre ao marrom-escuro;
● Presença de parasitos = Otodectes spp;
● Verificação de pólipos e corpos estranhos;
● Talcos usados em lojas pet;
● Otites agudas - eritema;
● Otites crônicas - edemas, estenose de ducto;

Verificação dos tímpanos


● Normalmente translúcidos;
● Pode apresentar-se rompidos;
● Variação esbranquiçada da membrana;

Otoscopia vídeo assistidas


● Fibras ópticas de baixo calibre;
● Amplificação da imagem no monitor;
● Exame menos acessível pelo alto preço;

Exame complementar
Radiografia
Indicado para ouvido médio, deve ser realizado em 3 posições:
● Dorso-ventral = trajeto do canal e bulhas timpânicas;
● Látero-lateral direito e esquerdo = bulhas timpânicas;
● Cavidade oral com 30-40 graus = bulhas;
Tomografia: É o exame de eleição para visualização de sistema auditivo, porém é um exame caro
e pouco acessível. O aparelho de tomografia realiza imagens com cortes transversais ao longo de
toda a estrutura auditiva, permitindo uma visualização de diâmetro e trajeto do conduto auditivo.
Além disso, é possível realizar a visualização de glândula parótida e nervo facial.

Parasitológico, citológico e meio de cultura


É realizado com amostras de cerúmen coletadas direto do ouvido dos animais. Colocado sob
lâmina e coberto por lamínula = Otodectes spp.

Nos casos de secreções liquefeitas = citologia; Coloca-se o material sob lâmina e realiza-se o
panótico, ocorre a visualização de cocos, bastonetes e leveduras.
Nos casos de cultura = swabs pelo espéculo. Deve-se evitar contaminação da entrada do conduto.
- Isolar o agente etiológico.

Histopatológico
Deve ser realizado em casos de suspeita de neoplasias. Exames na parte externa são mais fáceis
de se realizar, basta aplicar anestesia tópica e punçar;
No ouvido médio é um processo mais complicado, requer procedimento invasivo.

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Considerações

● Essa apostila foi feita baseada em aulas de graduação.

● A maioria das fotos inseridas na apostila são do Google imagens.

● A apostila pode conter erros de grafia, sendo assim, ao observá-los, entre em contato com
o instagram por favor.

● A apostila é para uso pessoal e é feita para auxiliar nos estudos e o valor da mesma é
apenas pelos conteúdos digitados.

● Nem todas as faculdades passam os mesmo conteúdos, podendo assim, faltar algo. Como
descrito anteriormente, a apostila é realizada para auxiliar nos estudos, sendo necessário
estudar o conteúdo dado em sua graduação também.

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