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Disciplina Semiologia - Anamnese N° da Aula 1

Tópico Conceitos Gerais Tipo Teórica


Conteúdo Introdução à semiologia Duração 2h

Objectivos de Aprendizagem
Até ao fim da aula os alunos devem ser capazes de:
1. Definir os termos semiologia, propedêutica, semiotécnica, e história clínica (anamnese e
exame físico)
2. Diferenciar os termos ‘sinais’ e ‘sintomas’
3. Definir ‘sintoma cardinal’ e dar exemplos
4. Definir ‘sintomas constitucionais’ e dar exemplos
5. Especificar o uso do termo ‘manifestações clínicas ou quadro clínico’
6. Explicar a relação entre a anamnese e a hipótese diagnóstica

Estrutura da Aula
Bloco Título do Bloco Método de Ensino Duração

1 Introdução à Disciplina

2 Introdução à Aula

3 Conceitos Gerais da Semiologia

4 Relação entre a Anamnese e a Hipótese


Diagnóstica

5 Pontos-chave

Equipamentos e meios audiovisuais necessários:

Trabalhos para casa (TPC), Exercícios e textos para leitura – incluir data a ser
entregue: (a ser preenchido pelo professor)

Bibliografia (Referências usadas para o desenvolvimento do conteúdo)


 MEDEX internacional- módulo de História Clínica
 www.expertconsult.com

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BLOCO 1. INTRODUÇÃO À DISCIPLINA
1. Apresentação do(s) docente(s)
2. Apresentação dos alunos
3. Apresentação do plano temático: tópicos, conteúdos e laboratórios
4. Apresentação da estrutura do módulo com o correspondente cronograma e inter-
relações com estágios e outras disciplinas teóricas
5. Explicar o que se espera dos alunos para esta disciplina e os métodos de avaliação

BLOCO 2. INTRODUÇÃO À AULA


1. Apresentação do tópico, conteúdos e objectivos de aprendizagem
2. Apresentação da estrutura da aula
3. Apresentação da bibliografia que o aluno deverá manejar para ampliar os
conhecimentos

BLOCO 3. CONCEITOS GERAIS DA SEMIOLOGIA


1. A semiologia
1.1. A semiologia é a disciplina médica que estuda como investigar, encontrar e
interpretar os sinais e sintomas com os quais as doenças manifestam-se no
paciente.
1.2. As doenças podem manifestar-se clinicamente com sinais e/ou com sintomas:
1.2.1. Os sinais são os achados objectivos, percebidos pelo clínico, mas que
também podem ser percebidos pelo paciente/familiares.
1.2.2. Os sintomas são manifestações subjectivas (que o doente sente),
identificadas pelo doente só e não detectáveis com o exame objectivo ou as
análises de laboratório.
1.2.3. Alguns sintomas podem ser simultaneamente sinais, ou seja, percebidos pelo
doente e observáveis pelo clínico. Exemplo: convulsões, sibilância,
emagrecimento.
1.3. O domínio de semiologia é essencial para o clínico porque é através da colheita dos
sinais e sintomas que vai chegar ao diagnóstico, e por isso é uma disciplina
propedêutica (formará a base para todas as disciplinas clínicas).
1.4. Quando não há acesso aos meios auxiliares diagnósticos, o clínico vai depender
unicamente da detecção de sinais e sintomas para chegar a uma hipótese
diagnóstica.

2. A semiotécnica é a abordagem sistemática de sinais e sintomas que o paciente


apresenta ou seja um conjunto de passos e regras para examinar o paciente.

3. A história clínica
3.1. A história clínica refere-se ao conjunto das informações colhidas e constatações
detectadas pela observação objectiva do paciente. Pode ser dividida em 2 fases:
3.1.1. A anamnese
3.1.2. O exame físico (exame objectivo)

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3.2. Nota, embora que em Moçambique, o termo “história clínica” geralmente refere ao
conjunto da anamnese e do exame físico, o mesmo termo pode ser usado como
sinónimo de anamnese. Mas neste contexto vamos considerar como o conjunto.

4. A anamnese
4.1. A anamnese é o resumo sistemático do relato/descrição que o paciente (e/ou
pessoas acompanhantes) faz sobre a doença actual, o passado, os antecedentes
familiares, e outros factores que podem influenciar o diagnóstico respondendo às
perguntas que o clínico lhe apresenta/faz.
4.2. A colheita da anamnese é feita através duma conversa com o paciente (por meio de
perguntas gerais e direccionadas) cujo conteúdo é resumido no processo clínico.
4.3. As finalidades da anamnese são:
4.3.1. Obter o maior número de informações necessárias sobre a queixa do
paciente para fazer o diagnóstico da sua condição patológica;
4.3.2. Estabelecer um relacionamento de confiança entre o clínico e o paciente;
4.3.3. Perceber como o paciente está a lidar com a sua condição;
4.3.4. Obter informações para apoiar no manejo do paciente (terapia, controlo de
uma situação crónica, educação em saúde, prevenção).
4.4. As informações recolhidas através da anamnese podem apoiar o clínico em fazer
logo um diagnóstico, ou podem orientar o enfoque do exame físico e requisição de
outras investigações necessárias para atingir o diagnóstico.
4.5. A recolha de uma anamnese compreende diferentes passos e precisa de
habilidades específicas. Tem componentes gerais e outros que variam dependendo
do:
4.5.1. Tipo de paciente (adulto, criança, adolescente, grávida, idoso etc.);
4.5.2. Queixa principal.

5. O exame físico
5.1. O exame físico (ou exame objectivo) é a pesquisa imediata e directa dos sinais de
doença que podem se apresentar no paciente. O clínico deve usar a vista, os
ouvidos, o tacto e o olfacto para identificar o que é normal ou anormal no corpo do
paciente.
5.2. A anamnese e o exame físico complementam-se no processo diagnóstico, ou seja,
um não substitui o outro.
5.3. Em geral, o exame físico segue a anamnese, que direcciona aonde enfocar a
atenção no exame físico sem deixar de observar todos os aparelhos.
5.4. Existem situações nas quais o exame físico precede a anamnese (p.ex. em
situações dum paciente inconsciente ou incapaz de comunicar-se).

6. Os sinais e sintomas
6.1. As doenças podem manifestar-se clinicamente com sinais e/ou sintomas. Os dois
são manifestações do mau funcionamento da fisiologia normal de um ou mais
aparelhos corporais.

7. Os sintomas são manifestações subjectivas, identificadas pelo doente só e não


detectáveis com o exame objectivo ou as análises de laboratório. (p.ex. “dor”, mal-estar,
anorexia)
7.1. Os sintomas são diferenciados em:

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7.1.1. Sintomas cardinais: são sintomas primários, principais ou maiores através
dos quais é feito o diagnóstico. Exemplos de sintomas cardinais são: tosse,
hemoptises, dispneia, diarreia, etc.
7.1.2. Sintomas constitucionais: são sintomas gerais e são relacionados com o
efeito sistémico da doença. Eles afectam o corpo inteiro e não somente o
aparelho específico. Exemplos de sintomas constitucionais são: febre, mal-
estar, anorexia, emagrecimento, etc.
7.2. Os sintomas podem ser classificados segundo o curso/duração em:
7.2.1. Sintomas iniciais ou de apresentação: são sintomas que levaram o
paciente ao clínico.
7.2.2. Sintomas agudos: são sintomas que aparecem de repente.
7.2.3. Sintomas crónicos: constantemente presentes e de duração de mais de 2
semanas.
7.2.4. Sintomas remitentes: que aparecem e desaparecem com uma certa
regularidade.

8. Os sinais são os achados objectivos, que o clínico detecta (normalmente durante a


consulta) (p.ex. icterícia, tensão arterial, pulso).
8.1. Os sinais podem ser diferenciados em:
8.1.1. Normais: expressão de um funcionamento normal do aparelho.
8.1.2. Anormais: expressão de um mau funcionamento da fisiologia normal de um
ou mais aparelhos.
8.1.3. Na decisão diagnostica é importante avaliar todos os sinais, os normais e os
anormais.
8.2. Alguns sinais são tipicamente associados a um determinado aparelho e assim
podem ajudar a orientar a história clínica (p.ex. tosse e o sistema respiratório).
8.3. Outros sinais podem ser associados a mais que um aparelho e o clínico deve ser
consciente daqueles e evitar limitar a orientação da história clínica (p.ex. edema
pode ser associado a condições cardíacas, renais, respiratórias, etc.).

9. Um síndrome é um conjunto de sinais e sintomas que coexistem em uma determinada


condição ou doença e que a definem clinicamente. Nalguns casos, um mesmo
síndrome, pode ter etiologias (causas) diferentes.

10. Manifestações clínicas ou quadro clínico: conjunto de sinais, sintomas recolhidos


através da anamnese e dos achados do exame físico.

BLOCO 4: RELAÇÃO ENTRE A ANAMNESE E A HIPÓTESE DIAGNÓSTICA


1. A hipótese diagnóstica:
1.1. A hipótese diagnóstica é o diagnóstico que mais provavelmente causa o quadro
clínico apresentado pelo paciente, e pode ser apresentada como síndrome ou como
doença. Pode-se ter mais do que uma hipótese diagnóstica. Nesse caso constituem
uma lista de doenças ou um síndrome (que pode ter diferentes causas).
1.2. A formulação dessa lista deve partir da anamnese, do exame físico e da
interpretação dos sinais e sintomas.
1.3. Os meios diagnósticos auxiliares (teste laboratoriais, radiológicos, etc.) podem
representar o passo seguinte para aperfeiçoar a lista das hipóteses diagnósticas.

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1.4. Fala-se de hipótese enquanto deve ser confirmada com outras análises e
investigações.
1.5. Entre as doenças listadas, haverá doenças mais suspeitas, ou que mais
provavelmente são a causa das queixas apresentadas pelo doente. Define-se
hipótese diagnóstica principal como a doença mais suspeitada de ser o
diagnóstico verdadeiro.

2. Diagnóstico diferencial: é o processo de investigação e decisão entre uma lista de


possíveis doenças (hipóteses diagnósticas) para definir qual é a mais provável.
3. Esse processo, de confirmar ou excluir uma hipótese diagnóstica é um processo
contínuo através da anamnese, da avaliação do paciente, dos resultados das análises e
da reavaliação do paciente

BLOCO 5: PONTOS-CHAVE
1. Semiologia é a disciplina médica que estuda como encontrar e interpretar os sintomas e
sinais para chegar a um diagnóstico.
2. Os sintomas e sinais são respectivamente as manifestações subjectivas referidas pelo
doente e os achados objectivos detectados pelo clínico.
3. A história clínica refere-se ao conjunto das informações (sintomas e outras) colhidas
pelo clínico através duma conversa com o paciente (anamnese), e das constatações
(sinais) detectadas através da observação objectiva do paciente (exame físico).
4. As manifestações clínicas ou quadro clínico é um conjunto de sinais, sintomas
recolhidos pelo clínico através da anamnese e do exame físico.
5. A interpretação dos sintomas e sinais conduz a identificação de uma hipótese
diagnóstica que é o diagnóstico que mais provavelmente causa o quadro clínico
apresentado pelo paciente.
6. O diagnóstico diferencial é o processo de avaliação da lista de hipóteses diagnósticas
para identificar o mais provável.

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