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DESCRIÇÃO

Abordagem semiológica fisioterapêutica dos distúrbios do aparelho respiratório através de métodos e


técnicas de avaliação.

PROPÓSITO
A avaliação dos distúrbios presentes em pacientes com doenças que acometem o sistema respiratório é
o pilar para a construção de um plano de tratamento objetivo, eficaz e conclusivo, tendo o conhecimento
da história clínica destes pacientes e a aplicação de métodos e técnicas que busquem a etiologia dos
sinais e sintomas respiratórios como o ponto de partida para os fisioterapeutas conseguirem a
reabilitação parcial ou completa, além da melhora do status funcional dos pacientes.

PREPARAÇÃO
A revisão da anatomia e fisiologia do sistema respiratório é uma opção sugerida para o esclarecimento
de algumas questões clínicas ligadas à interpretação da semiologia dos acometimentos da função
respiratória.

OBJETIVOS

MÓDULO 1

Reconhecer as principais formas de avaliação clínica para o diagnóstico funcional de afecções


respiratórias
MÓDULO 2

Identificar os principais instrumentos e métodos na avaliação de doenças do sistema respiratório

INTRODUÇÃO
Ao nos sentarmos em frente a um doente para avaliá-lo clinicamente, devemos procurar pelos indícios
da doença, geralmente, o paciente nos passa o diagnóstico e nos conduz para a aplicação da
terapêutica mais eficaz através de uma anamnese robusta. O conhecimento das condições clínicas que
estão presentes naquele doente e a condução na entrevista têm se mostrado uma boa e objetiva
estratégia de entender os sinais e sintomas que afligem aquele indivíduo.

A avaliação fisioterapêutica de pacientes com distúrbios respiratórios é o elemento chave para o futuro
tratamento das alterações funcionais presentes no avaliado. As doenças pulmonares e torácicas ou
aquelas que, de alguma forma, levam ao mal funcionamento da dinâmica respiratória produzem sinais e
sintomas variáveis, e não raramente similares. A investigação da história clínica do indivíduo,
principalmente com uma anamnese focada e um exame físico pertinente, com atenção para alguns itens
específicos que compõem uma avaliação, prediz uma abordagem terapêutica com menor probabilidade
de falha. Em adicional à utilização de ferramentas que sejam capazes de identificar a principal sequela
aguda ou crônica presente nestes doentes, que é a incapacidade de exercício, certamente nos dará
condições de reverter ou minimizar tais infortúnios e conduzi-los a uma melhor qualidade de vida.

Pensando no que foi mencionado, descreveremos as principais formas propedêuticas de avaliação das
doenças que atingem o sistema respiratório baseado na anamnese, sendo enfatizado apenas alguns de
seus componentes que objetivamente auxiliam no diagnóstico funcional fisioterapêutico destes
pacientes, além de alguns métodos e técnicas de avaliação que possam ser de evidência clínica para a
análise de suas incapacidades funcionais. Não será objetivo deste material didático a abordagem
prioritária do diagnóstico médico patológico ou alguma forma diagnóstica que não seja relevante para o
planejamento do tratamento fisioterapêutico destas condições clínicas.

AVISO: orientações sobre unidades de medida.

AVISO: ORIENTAÇÕES SOBRE UNIDADES DE


MEDIDA
Em nosso material, unidades de medida e números são escritos juntos (ex.: 25km) por questões de
tecnologia e didáticas. No entanto, o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia
(INMETRO) estabelece que deve existir um espaço entre o número e a unidade (ex.: 25 km). Logo, os
relatórios técnicos e demais materiais escritos por você devem seguir o Sistema Internacional (SI) de
separação dos números e das unidades.

MÓDULO 1

 Reconhecer as principais formas de avaliação clínica para o diagnóstico funcional de


afecções respiratórias

ESTRUTURAÇÃO DA ANAMNESE E DO EXAME


FÍSICO
Na anamnese fisioterapêutica de uma avalição respiratória, buscamos conhecer as diversas queixas
relacionadas às condições clínicas que, principalmente, impedem uma adequada troca gasosa, uma
possível incapacidade muscular e uma inapropriada dinâmica toracopulmonar. Estes fatores isolados ou
em conjunto produzem sintomas e sinais que podem ser específicos de uma doença ou muito similares
a várias patologias em comum.

No exame físico, o uso de ferramentas que confirmem algumas suspeitas levantadas durante a coleta
da história clínica do paciente é uma conduta favorável à formulação diagnóstica funcional e à produção
de um programa de tratamento para reversão ou minimização das causas que conduziram o paciente a
ser indicado para a reabilitação respiratória.

Neste módulo, descreveremos os componentes que julgamos ser prioritários para a identificação da
etiologia ligada à incapacidade de exercícios e ao insuficiente status funcional dos indivíduos com
problemas relacionados ao sistema respiratório durante a realização da anamnese e do exame físico.
ANAMNESE
As condições clínicas que interferem no estado atual do paciente, no prognóstico do tratamento e nas
atividades de vida diária devem ser principalmente aqui pesquisadas. O intuito neste momento é
começar a elaborar uma conduta que reverta ou minimize os sintomas presentes. Para o alcance destes
objetivos, a queixa principal, a história da doença atual, a história patológica pregressa e a análise dos
exames complementares são unicamente aqui abordados.

QUEIXA PRINCIPAL (QP)


A dispneia, a tosse e a dor torácica associadas ou não à inspiração profunda, além do broncoespasmo,
são as mais frequentes queixas. Este momento da avaliação não deve ser induzido pelo avaliador,
deixando o paciente livre para citar ou esclarecer o que o levou à consulta fisioterapêutica.

Em alguns casos, a interferência do avaliador deve ocorrer apenas se surgir alguma dúvida sobre o
principal ou principais sintomas relatados pelo paciente. Não raramente, “falta de ar”, “respiração curta”,
“cansaço”, “chiado no peito” ou “dor nas costas” são as verbalizações mais comuns dos pacientes
avaliados. Alguns relatam, quando perguntados sobre “o que o senhor ou a senhora sente?”, respostas
pouco esclarecedoras, como por exemplo: “eu não tenho falta de ar e sim cansaço”. Isso ocorre porque,
para alguns pacientes, falta de ar representa, na concepção da palavra, não conseguir de maneira
nenhuma respirar. Algumas vezes relatam estar assintomáticos. É um erro aceitar prontamente esta
informação. Logicamente que se deve registrá-la, mas não de imediato aceitá-la.
É frequente que a baixa sintomatologia experimentada pelo paciente no momento o faça negligenciar
seus sintomas. Desta forma, durante a pesquisa sobre a história da doença atual, quando for
questionado “e no momento, o que o senhor ou senhora sente?”, a sintomatologia negligenciada pelo
doente pode ser diferentemente exteriorizada.

HISTÓRIA DA DOENÇA ATUAL (HDA)


Na história da doença atual (HDA) alguns questionamentos importantes sobre dados cronológicos,
mesmo que imprecisos, e sobre hábitos devem sempre ser um padrão. Há quanto tempo se deu o início
dos sintomas, se ocorreu de maneira súbita ou insidiosa, se houve alguma diminuição destes por conta
do uso de medicamentos.

 ATENÇÃO

Essas informações podem ser de valia para a primeira impressão da gravidade do processo patológico.
Hábitos também devem ser questionados. O principal é sobre o uso ou não do tabaco.

O tabagismo é a principal causa de doença pulmonar obstrutiva crônica. É importante lembrar que o
tabagismo inclui o cigarro e não excetua outras formas de tabaco envolvidas, como: o charuto, o
cachimbo e, o mais recente hábito conhecido, o narguilé (Imagem 1).
 Imagem 1. Novo hábito utilizando tabaco. O narguilé.

Tem sido mostrado recentemente que este novo hábito leva a danos similares ou até mais graves em
diversos sistemas do organismo, inclusive no sistema respiratório (MÜNZEL et al., 2020).

Mas qual é a associação entre a necessidade de questionar sobre esses fatores listados acima e nosso
objetivo na avaliação?

Sabemos que, quanto maior for o tempo em curso da doença, mais complicações podem ser geradas ao
sistema respiratório. O uso do tabaco e principalmente o tempo de utilização dele, bem como o número
de tabacos utilizados por dia, estão relacionados tanto à gravidade quanto à incapacidade de exercícios.
Se o medicamento usado está surtindo o efeito esperado ou qual o percentual de melhora que ele
produziu é uma considerável informação a ser registrada para o prognóstico, a partir das ferramentas de
reabilitação que serão utilizadas.

 ATENÇÃO

A pesquisa de sinais e sintomas durante a HDA é outro fator importante e que está associado aos
questionamentos anteriores. Se a dispneia está presente, saber se ocorre a pequenos, médios ou
grandes esforços. A distinção destas três características nos dá a noção do quanto é a incapacidade de
exercícios do paciente e as condições clínico-limitantes atuais. Além disso, nos intui a planejar que
forma de tratamento iremos empreender e qual a intensidade dele.

A demanda da atividade de trabalho deve ser compatível com o relato do estado de dispneia. Veremos
neste módulo duas ferramentas de grande utilidade para mensurar o grau de dispneia apresentado pelo
doente.
Ao lembrarmos aqui que estamos dando ênfase à relação questionamentos/estratégia para
gerenciamento do tratamento, devemos nos atentar para o fato de que pacientes com doenças do
sistema respiratório podem ou não apresentar tosse e secreção. Neste momento é que planejamos
futuramente a inclusão no plano de conduta das técnicas de desobstrução bronco-pulmonar. Se
presente, a tosse seguida de produção de escarro (tosse produtiva) deve ser pesquisada quanto: a
quantidade, coloração e fluidez das secreções.

Algumas técnicas de higienização brônquica só são eficazes com produção de no mínimo 25ml/dia de
secreção, portanto, o volume de secreção expectorada deve ser conhecido. A coloração e a fluidez são
outras duas características de conhecimento indispensável.

COLORAÇÃO E A FLUIDEZ

Uma coloração mucopurulenta (esverdeada ou amarelo-esverdeada) sugere infecção respiratória e, se


ela se apresenta espessa, sugere dificuldade para ser mobilizada. Dessa forma, já teremos que idealizar
o início mais precoce possível das terapias de eliminação de secreção das vias aéreas.

Fundamentando o nosso propósito, a pergunta sobre a presença ou não de dor torácica deve ser feita.
Pacientes com afecções pleurais não raramente queixam-se de dor em inspiração profunda, comumente
em rebordo costal.

A inibição da respiração profunda nesses pacientes conduz à baixa expansibilidade torácica e à provável
perda de volume pulmonar. A introdução de uma terapia que atenda a essa necessidade já deve ser
elaborada. Por último e não menos importante, a presença de broncoespasmo deve ser pesquisada.

Informalmente, perguntamos: o senhor ou a senhora tem chiado no peito? O broncoespasmo está


presente em pacientes considerados obstrutivos, como asmáticos e bronquíticos crônicos.

A presença de broncoespasmo, detectada na HDA, pode sugerir a necessidade de terapia


broncodilatadora via nebulização durante um futuro atendimento. Precisamos estar cientes de que a
descrição dos fatores relacionados nessa avaliação deverá estar clara e vinculada aos nossos objetivos
de tratamento, sendo apenas algumas das mais importantes indagações que sugerimos serem feitas
durante a HDA.

HISTÓRIA PATOLÓGICA PREGRESSA (HPP)


Para nossa finalidade, a HPP arguida durante a entrevista orienta-nos para a possibilidade ou não da
execução de exercícios que demandem alto consumo de oxigênio. Pacientes hipertensos não
controlados, cardíacos ou com história de dor precordial, podem precisar ser melhor supervisionados ou
mesmo desconsiderados para determinados tipos de exercícios.

Dores articulares por osteoartrose de determinada gravidade, dependendo da articulação envolvida,


deve nos alertar para alguns cuidados na escolha de exercícios.

 EXEMPLO

Se o paciente apresenta quadro de dor crônica no joelho de relativa intensidade ou quadro degenerativo
na articulação do quadril, podemos já antever exercícios aeróbicos em bicicleta ergométrica ao invés de
uma esteira, para evitar impactação dessas articulações e possível agravamento do quadro ortopédico.
Em suma , o objetivo de questionamentos pregressos, em nossa visão, deve ser o de analisar qual a
doença pregressa e avaliar se ela interfere ou não em nossos objetivos de tratamento.

EXAMES COMPLEMENTARES
Os exames complementares, além de nos informar sobre a gravidade do quadro clínico, podem também
nos orientar para a eleição da conduta a ser implementada. Os raios X de tórax, a tomografia
computadorizada e a espirometria são os três mais importantes exames para esses fins.

A presença de significativa hiperinsuflação pulmonar, a perda de tecido pulmonar ou de volume


pulmonar podem ser identificados a partir dos exames radiológicos citados. De certo que nos casos de
identificação de perda volumétrica e possível reversão dela, os exames radiológicos observados antes
do tratamento e comparados os exames após as sessões fisioterapêuticas idealizadas são de extrema
valia para a conclusão da eficácia da terapia empregada, da reavaliação desta terapia e/ou da alta do
paciente (Imagem 2).
 Imagem 2. Efeitos do tratamento fisioterapêutico de expansão pulmonar.
1: Extensa atelectasia em hemitórax direito. 2a: Melhora após 3 dias de tratamento. 2b: Reversão total
após 28 dias de tratamento.

A espirometria é uma das mais úteis ferramentas para determinar a gravidade da condição ventilatória
presente e pode ser usada como um exame para avaliar o progresso da terapia adotada, embora nem
sempre isso seja possível.

Os principais volumes que devemos nos atentar, diante de um laudo espirométrico, e que, dependendo
da gravidade do doente e de sua reversibilidade, poderiam ser úteis como medida comparativa para a
evolução da conduta oportunamente adotada são: a capacidade vital forçada (CVF), o volume
expiratório forçado no primeiro segundo (VEF1) e a capacidade vital (CV).

O VEF1, normalmente, está diminuído em pacientes que apresentam distúrbios obstrutivos (asma
brônquica, DPOC e outros) e, se abaixo do normal, pode determinar a gravidade da doença e a
sintomatologia apresentada pelo doente. Mas, dificilmente se alterará com as condutas fisioterapêuticas
indicadas.

DPOC

Doença pulmonar obstrutiva crônica.

A CVF e a CV são parâmetros que, se estiverem abaixo do normal, caracteristicamente sugerem


distúrbios restritivos. Estes, dependendo da gravidade do processo patológico, podem apresentar
reversibilidade dos valores e orientar o profissional quanto à melhora do paciente tratado. Alguns
parâmetros espirométricos podem, em condições específicas, ser úteis para a determinação da
evolução clínica e sintomática dos pacientes, como: a relação VEF1/CVF e a ventilação voluntária
máxima.

É importante para o fisioterapeuta estar ciente que a anamnese pode ser direcionada para os propósitos
de tratamento. Ela deve ser baseada na análise de pontos-chave para a identificação do diagnóstico
funcional. Deve ser realizado o estudo de mais itens que possam também ser de utilidade para a
construção de um programa terapêutico.

EXAME FÍSICO
Com a mesma linha de pensamento, abordaremos a seguir os principais itens do exame físico de um
paciente portador de distúrbios do sistema respiratório.
Inspeção do tórax – A inspeção torácica nos dará informações valiosas. A partir da análise do tórax,
podemos verificar a frequência respiratória, o uso de musculatura acessória da respiração e algumas
alterações na configuração anatômica da caixa torácica, seja dinâmica ou estática.

Frequência respiratória (FR) é definida como o número de incursões respiratórias por minuto. O
paciente pode apresentar-se eupneico, taquipneico, bradipneico ou em apneia. É verificada, observando
os movimentos da caixa torácica, preferencialmente desnuda. O quadro abaixo descreve os valores
normais e anormais da frequência respiratória.

Condição clínica Frequência respiratória - ciclos respiratórios por minuto (crp)

Eupneico (FR normal) 12 – 20crp

Taquipneico Maior que 20crp

Bradipneico Menor que 12crp

Apneico 0crp (interrupção do ciclo respiratório)

 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal

O aumento da frequência respiratória tem bastante significado clínico. Frequentemente, traduz aumento
do trabalho respiratório e consequente repouso da musculatura respiratória como conduta. Nesses
casos, a eleição de terapia por oxigênio seria um pensamento prudente nestas condições. A bradipneia
nem sempre apresenta importantes significados clínicos, a não ser que seja bem pronunciada. A apneia
ocorre em casos extremos e/ou na síndrome da apneia do sono que só pode ser identificada em estados
de ausência de vigília.

Uso de músculos acessórios - Outro componente que deve ser identificado no exame físico, durante a
inspeção, é o uso da musculatura acessória de respiração. O mais comum, e que também sugere alto
trabalho respiratório, é o uso excessivo do músculo esternocleidomastóideo (ECON) durante a
inspiração normal (Imagem 3).

Não obstante, caso esteja presente e associada ao aumento da frequência respiratória, a terapia por
oxigênio ou mesmo a terapia nebulizadora (havendo conjuntamente presença de broncoespasmos)
pode ser a conduta de escolha.
 Imagem 3. Desenho esquemático mostrando a contração excessivamente evidente do ECON (seta).

Tiragem intercostal - Este é um sinal bastante comum em neonatos enfermos, como também em
certas ocasiões de sofrimento respiratório. Pode também estar presente em pacientes adultos com
dispneia de intensidade média ou alta. A tiragem intercostal é igualmente conhecida como retração
intercostal (Imagem 4).

A tiragem ou a retração intercostal pode ser identificada pela observação anormal da depressão ou
afundamento dos espaços intercostais durante a respiração espontânea. Este sinal também reflete
excessivo trabalho respiratório e pode, ao ser observado, nos fazer pensar na mesma conduta que
idealizamos nas ocasiões já citadas acima.
 Imagem 4. Sinais de sofrimento respiratório neonatal: a tão conhecida tiragem ou retração intercostal
(seta).

Inspeção estática do tórax – Neste momento, o fisioterapeuta busca observar alterações anatômicas
na caixa torácica. Portanto, deve-se conhecer a anatomia do tórax normal para analisar a possibilidade
da presença de alguma anomalia. Existem alguns “tipos de tórax” que podem estar associados a
processos patológicos (Imagem 5).

A Imagem 5 mostra algumas das mais comuns alterações anatômicas torácicas. Três delas, o peito
escavado , o peito de pombo e o tórax em barril ou tonel, representam inter-relação com doenças
pulmonares ou distúrbios da dinâmica torácica. O tórax em tonel é comumente presente em pacientes
com doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC). Caracteriza-se pelo aumento do diâmetro
anteroposterior do tórax. O pectus carinatum ou peito de pombo está presente de forma não rara em
pacientes portadores de asma brônquica. O portador dessa alteração anatômica apresenta uma
anteriorização do esterno, frequentemente localizada no corpo deste osso.

 Imagem 5 - Alguns tipos de tórax e suas caraterísticas.

Já o pectus escavatum ou peito escavado representa uma depressão na região distal do esterno. Caso
seja uma depressão significativa nesta região, esta deformidade torácica pode levar a um distúrbio
restritivo pela alteração importante da dinâmica torácica (Imagem 6). Assim, caso fosse observado na
inspeção tal tipo de tórax com inerente gravidade, poderíamos já elaborar um plano de tratamento que
incluísse uma técnica de expansão pulmonar.
 Imagem 6. Depressão importante do osso esterno, caracterizando a presença do peito escavado.

Avaliação da frequência cardíaca (FC) – A frequência cardíaca é um indicativo de esforço e deve ser
medida tanto na avaliação inicial quanto na avaliação anterior ao início da conduta a ser realizada. Em
indivíduos normais em repouso, a FC pode variar entre 60 e 80 batimentos por minuto (PBM). Pacientes
taquicardíacos (FC > 100BPM) ou bradicárdicos (FC < 60BPM) podem apresentar contraindicação para
o início de alguma terapêutica.

 SAIBA MAIS

A frequência cardíaca é avaliada palpando-se o pulso radial na altura do punho ou através da palpação na
parte lateral do pescoço. Alguns aparelhos também podem oferecer o valor da FC sem a necessidade do uso
da palpação digital.

Avaliação dinâmica do tórax – Refere-se à avaliação da mobilidade torácica, quanto aos movimentos
cinesiológicos do tórax. É de conhecimento de todos que, durante a inspiração, seja ela normal ou
profunda, ocorre principalmente um aumento do diâmetro anteroposterior e lateral da caixa torácica,
refletindo assim a expansibilidade toracoabdominal.

Podemos identificar, através da avaliação palpatória do tórax, alguma alteração na expansibilidade


torácica através deste modo de avaliação. Dessa forma, podemos observar a capacidade de expansão
das regiões apical, média e basal da caixa torácica. Para testar a expansibilidade apical, colocamos as
duas mãos na altura dos músculos trapézio na face anterior do tórax. A seguir, posicionaremos ambos
os polegares, movimentando um na direção do outro, até que a ponta desses dedos se unam (Imagem
7).

 Imagem 7 – Avaliação dos movimentos de expansão apical.

 Imagem 8 – Avaliação dos movimentos de expansão da região média do tórax.

Então, solicitamos que o paciente inspire o mais profundo possível (1) e observamos o quanto a ponta
dos polegares se afastam (2). Esse procedimento é executado da mesma forma padronizada para
mensuração da região média do tórax, só que o posicionamento dos dedos indicadores é feito em
ambas as regiões axilares, anteriormente (Imagem 8).

A medida da expansibilidade basal quanto à solicitação da respiração segue os mesmos preceitos das
medidas anteriores. No entanto, o fisioterapeuta posiciona-se atrás do paciente (Imagem 9).
 Imagem 9 – Avaliação dos movimentos de expansão basal.

 Imagem 10. Avaliação palpatória da atividade dos músculos escalenos durante a respiração normal.

Em pacientes que se queixam de dispneia em condições pré-exercício (repouso), é possível detectar o


aumento da atividade dos músculos escalenos. Para tal, colocamos as palmas de ambas as mãos em
nível do músculo trapézio, posicionando-nos atrás do paciente (Imagem 10).

Ausculta pulmonar – A ausculta pulmonar é um dos procedimentos mais importantes da avaliação dos
indivíduos que apresentam comprometimento do sistema respiratório (Imagem 11). Através do exame
auscultatório, podemos detectar a necessidade de: uso de aerossol terapia, uma técnica desobstrutiva
ou reexpansiva, avaliar a progressão do tratamento e a melhor postura para o paciente durante a
conduta a ser utilizada.
 Imagem 11. Fisioterapeuta realizando a ausculta pulmonar.

O objetivo da ausculta é poder identificar ruídos pulmonares anormais, também denominados ruídos
adventícios. Os mais frequentes ruídos adventícios auscultados em um paciente com distúrbios do
sistema respiratório são:

RONCOS
Este ruído anormal pulmonar é bastante frequente em indivíduos hipersecretivos. O som auscultado é
bem similar aos roncos emitidos durante o sono de uma pessoa que “ronca”. Nesse caso, pensaríamos
na introdução de técnicas de higienização brônquica no programa terapêutico.

SIBILOS
Há várias sugestões para se tentar informar a sonorização de um sibilo. Exemplos como miado de gato
e piados de passarinhos são os mais comumente divulgados. Os sibilos podem ser inspiratórios ou
expiratórios. O sibilo expiratório representa constrição brônquica, o conhecido broncoespasmo. Já os
sibilos inspiratórios sugerem secreção não fluida. Portanto, o avaliador deve saber distinguir entre o tipo
de sibilo e o que ele representa clinicamente. Na presença de sibilos expiratórios, a nebulização com
broncodilatadores ou uma terapia de pressão positiva contínua nas vias aéreas pode ser a opção
terapêutica. No caso dos sibilos inspiratórios , por sugerirem presença de secreção espessa, a
nebulização com mucolíticos, associada a uma terapia de desobstrução brônquica pode ser requerida.

ESTERTORES
É o terceiro ruído adventício mais encontrado na avaliação clínica. Pode ser creptante ou subcreptante.
Os estertores subcrepitantes são ruídos similares ao estourar de pequenas bolhas. Sugerem presença
de conteúdo líquido ou bem fluído (no caso de secreção) em brônquios ou alvéolos. No caso de
pacientes com bronquiectasia, podem significar secreção de fácil mobilização e, sendo assim, técnicas
de higienização brônquica devem ser indicadas. Os estertores crepitantes são ruídos que podem ser
reproduzidos ao compará-los com o esfregar mechas de cabelo nas pontas dos dedos. Sugerem em
algumas oportunidades baixos volumes pulmonares no local onde são audíveis. Essa informação pode
ser útil para fundamentar uma terapia de expansão pulmonar.

O murmúrio vesicular não é um ruído adventício e sim um som auscultado em pulmões ventilados e
normais. No entanto, em algumas condições patológicas, estando diminuído ou abolido, representa
baixa ventilação pulmonar por baixos volumes alveolares ou como no enfisema pulmonar, pela
hiperinflação dos pulmões.

Existe a necessidade de experiência e muito treinamento para o domínio da identificação dos sons
anormais dos pulmões. Além disso, evitar a colocação da campânula do estetoscópio em superfícies
ósseas e procurar pontos anatomicamente caracterizados para a ausculta, garante uma avaliação eficaz
(Imagem 12).

 Imagem 12. Alguns pontos a seguir para a identificação de ruídos adventícios na execução da
ausculta pulmonar.

Ao finalizar esse módulo, descrevemos as principais formas necessárias para uma colheita objetiva e
produtiva da anamnese, como também a execução dos mais úteis procedimentos para a realização do
exame físico. No módulo a seguir, mostraremos as mais frequentes ferramentas avaliativas utilizadas,
como instrumento de avaliação em Fisioterapia Respiratória.
PROPEDÊUTICA DA ANAMNESE E DO EXAME
FÍSICO
O especialista descreverá como se deve conduzir uma anamnese objetiva, buscando uma relação entre
os questionamentos e a idealização de um plano de tratamento. Para finalizar, algumas formas e
procedimentos contidos em um exame físico de um paciente com disfunções no sistema respiratório
serão abordadas.

VEM QUE EU TE EXPLICO!


Queixa Principal (QP)

Tiragem Intercostal, em inspeção do tórax

Sibilos, em ausculta pulmonar


VERIFICANDO O APRENDIZADO

MÓDULO 2

 Identificar os principais instrumentos e métodos na avaliação de doenças do sistema


respiratório

INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO EM
FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA
A anamnese e o exame físico, vistos no módulo anterior, são ferramentas essenciais para a construção
do diagnóstico funcional e a antecipação do planejamento sobre a conduta de tratamento
fisioterapêutico, no entanto, são mais qualitativas que quantitativas. Essencialmente se tratando de
avaliar o rendimento da conduta fisioterapêutica empregada, é necessário o auxílio de alguns
instrumentos avaliativos que nos possibilitam quantificar melhor a evolução terapêutica, de forma menos
subjetiva.

Neste módulo, veremos alguns desses instrumentos que tem como objetivo detectar a condição
funcional ou identificar melhora ou agravamento clínico dos pacientes portadores de distúrbios do
sistema respiratório, baseados em mensurações mais objetivas de algumas variáveis.

QUESTIONÁRIOS PARA AVALIAÇÃO


RESPIRATÓRIA
Os questionários são ferramentas avaliativas, de baixo custo, que podem ser utilizados para uma
variedade de condições clínicas. De fácil aplicabilidade e por não requererem aprendizado por parte do
avaliado, podem ser conduzidos por inúmeros profissionais de saúde. Atualmente, a literatura oferece
muitos questionários onde podem ser avaliadas condições clínicas específicas e gerais.

Alguns objetivos desses instrumentos clínicos podem ser destacados, por exemplo : a avaliação da
qualidade de vida, a avaliação do status funcional, a avaliação dos resultados de intervenções clínicas e
até identificação de possíveis contraindicações para realização de atividades físicas.

 SAIBA MAIS

Uma das maiores aplicabilidades dos questionários para avaliação de condições que , direta ou indiretamente
, interferem no rendimento de pacientes portadores de distúrbios respiratórios são direcionadas aos doentes
pulmonares obstrutivos crônicos.

No entanto, esses questionários podem ser adaptados para outras condições clínicas, inclusive nos
indivíduos que apresentam sequela a partir da recente SARS-CoV-2. Aqui, destacaremos alguns dos
questionários mais conhecidos da comunidade acadêmica, sem a intenção de afirmar que esses sejam
infinitamente melhores que alguns outros que pudéssemos também neste momento citar.

O Medical Outcomes Study 36-item Short-form Health Survey, conhecido simplesmente por SF-36, é um
dos mais utilizados questionários para diversas condições clínicas, tendo como objetivo principal a
avaliação da qualidade de vida. Este questionário tem sido recentemente validado e traduzido para a
língua portuguesa (CICONELLI et al., 1999).
O SF-36 é composto por 36 itens, divididos em oito domínios, que são: capacidade funcional, dor,
estado de saúde geral, aspectos físicos, sociais, emocionais e mentais, e vitalidade. É avaliado através
de um score que vai de 0 a 100, onde logicamente o pior estado saudável é = 0 e o melhor é = 100.

Abaixo, disponibilizaremos os primeiros trechos da série de 36 questionamentos do SF-36, para o leitor


poder se orientar de como o questionário é oferecido:

Em geral, você diria que sua saúde é:

Excelente Muito boa Boa Ruim Muito ruim

1 2 3 5 5

 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal

Comparada com um ano atrás, como você classificaria sua idade em geral agora?

Muito Um pouco Quase a Um pouco Muito


melhor melhor mesma pior pior

1 2 3 4 5

 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal

Os seguintes itens são sobre atividades que você poderia fazer atualmente durante um dia
comum. Devido a sua saúde, você teria dificuldade para fazer essas atividades? Neste caso,
quanto?

Sim, Não, não


Sim,
dificulta dificulta
Atividades dificulta
um de modo
muito
pouco algum

a) Atividades rigorosas, que exigem muito esforço, 1 2 3


tais como correr, levantar objetos pesados, participar
em esportes árduos.

b) Atividades moderadas, tais como mover uma


mesa, passar aspirador de pó, jogar bola, varrer a 1 2 3
casa.

c) Levantar ou carregar mantimentos. 1 2 3

d) Subir vários lances de escada. 1 2 3

e) Subir um lance de escada. 1 2 3

f) Curvar-se, ajoelhar-se ou dobrar-se. 1 2 3

g) Andar mais de um quilômetro. 1 2 3

h) Andar vários quarteirões. 1 2 3

i) Andar um quarteirão. 1 2 3

j) Tomar banho ou vestir-se. 1 2 3

 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal

Um outro útil e simples questionário é o Airways Questionnaire 20 (AQ20). Ele tem a vantagem de
apresentar apenas 20 questões, o que demanda um breve tempo para ser concluído pelo paciente
(BARLEY et al., 1998) O AQ20 é principalmente utilizado em pacientes asmáticos e doentes pulmonares
obstrutivos crônicos (DPOC).
Com simples resposta, que incluem: SIM, NÃO e NÃO SE APLICA. Um percentual de SIM sugere o
status funcional. Abaixo, um breve exemplo deste questionário.

NÃO
Pergunta SIM NÃO SE
APLICA

1) Você tem crise de tosse durante o dia?

2) Devido a sua doença pulmonar você tem que voltar para


casa mais cedo do que as outras pessoas após um programa
noturno?

3) Devido a sua doença pulmonar, você sente que não


consegue aproveitar totalmente sua vida?

4) Você se preocupa em ir à casa de um amigo se lá existe


algo que possa causar uma crise de sintomas pulmonares?

5) Você sente falta de ar para as suas atividades durante o


trabalho devido aos seus problemas pulmonares?

6) Devido a sua doença pulmonar você sente falta de ar para


realizar suas tarefas domésticas?

 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal

Existem outros questionários bem conhecidos pela comunidade científica, como: St. George’s
Respiratory Questionnaire (SGRQ) e o Chronic Respiratory Disease Questionnaire (CRQ), ambos
objetivando a avaliação de distúrbios respiratórios crônicos, e o Physical Activity Readiness
Questionnaire (PAR-Q), útil para verificar se o paciente apresenta restrições ou não para a realização de
atividades físicas. Esse instrumento identifica os indivíduos assintomáticos que não precisariam de um
exame clínico mais específico antes de se engajarem em programas de atividades físicas.

 SAIBA MAIS

O PARQ é composto de sete questões – cinco delas relacionadas a problemas cardiológicos – sobre
possíveis sintomas ou doenças pré-existentes. Às perguntas devem ser respondidas afirmativa ou
negativamente. No entanto , apesar de sugestões para utilização do PAR-Q na detecção de problemas
de saúde, que contraindicariam a prática de exercícios sem um exame clínico mais detalhado, existem
algumas lacunas sobre sua validade.

Recentemente, um questionário que avalia o perfil de atividade física humana (PAH), inicialmente
utilizado apenas em pacientes DPOC, tem sido aplicado na avaliação funcional e de atividade física de
indivíduos saudáveis, como também naqueles com determinado grau de comprometimento funcional. O
PAH apresenta 94 itens com questionamentos sobre atividades normalmente realizadas no dia a dia,
que exigem baixa e alta intensidade de esforço (cuidados pessoais, rotinas domésticas, exercícios, entre
outras).

 ATENÇÃO

Devemos, mais uma vez, lembrar que inúmeros questionários são hoje disponíveis para pesquisa e
apresentam características bastante similares, quanto ao método de avaliação e seus questionamentos,
aos que expusemos anteriormente. Um elemento importante na condução dos questionários deve ser
aqui frisado: o profissional deve sempre deixar o avaliado ler e interpretar, com suas próprias
convicções, as questões que lhe forem perguntadas, para que não haja influência externa nas respostas
dadas pelo paciente .

ESCALAS FUNCIONAIS
As escalas funcionais mais utilizadas na avaliação de pacientes com problemas respiratórios são: a
escala de dispneia modificada da Medical Research Council (MRC) e a escala de Borg. Ambas têm o
intuito de mensurar o grau de dispneia e/ou o grau de esforço para respirar.

A dispneia é uma sensação subjetiva de dificuldade respiratória. Não raramente, deparamos com
algumas incertezas em relação aos depoimentos dos pacientes durante a avaliação de quão intenso é
esse sintoma. E mais, ao perguntarmos se a “falta de ar” ocorre a pequenos, médios ou grandes
esforços, não conseguimos precisar o nível relativo a essas 3 graduações, deixando uma impressão
diagnóstica quanto à dificuldade de desconforto respiratório, apenas qualitativa. Dessa forma, a
utilização da escala MRC e da escala de Borg é vista como um auxílio necessário.

Escala modificada da Medical Research Council (MRC) – Desenvolvida por Darbee e Ohtake, há
pouco mais de uma década (DARBEE; OHTAKE, 2006), esta escala foi dois anos depois traduzida e
validada por Kovelis et al., em 2008. A MRC visa graduar a dispneia em cinco (5) estágios, atribuindo a
cada estágio uma narrativa compatível com determinado esforço. A escala de dispneia modificada da
Medical Research Council (MRC) é mostrada abaixo:

GRADUAÇÃO 1

Só sofre de falta de ar durante exercícios intensos.

GRADUAÇÃO 2

Sofre de falta de ar quando andando apressadamente ou subindo uma rampa leve.

2
3

GRADUAÇÃO 3

Anda mais devagar do que pessoas da mesma idade por causa de falta de ar ou tem que parar para
respirar mesmo quando andando devagar.

GRADUAÇÃO 4

Pausa para respirar depois de andar menos de 100 metros ou após alguns minutos.

GRADUAÇÃO 5

Sente tanta falta de ar que não sai mais de casa ou quando está se vestindo.

 ATENÇÃO

A descrição indicada pelo paciente determina o grau de dispneia que ele apresenta.

Escala de Borg – Embora a escala de Borg tenha sido idealizada para avaliar a percepção de esforço
do indivíduo durante atividades físicas, ela também foi adaptada para ser usada para avaliação da
dispneia em pacientes com disfunções cardiorrespiratórias, sendo um tipo de avaliação feita durante
testes clínicos.

 COMENTÁRIO

Ressaltamos, contudo, que a escala da percepção de esforço subjetiva de Borg não foi um instrumento
criado para avaliação do grau de dispneia. A literatura mostra que vários instrumentos foram propostos
para avaliação da intensidade da dispneia, incluindo métodos de entrevista, questionários autoaplicados
e escalas numéricas e visuais. A escala modificada de Borg pode ser utilizada para quantificar a
dispneia e sua aplicação é feita de forma direta, no momento em que o paciente está apresentando a
dispneia.

Assim, um dos estudos realizados foi de Cavallazzi (2005) que teve como objetivo verificar o grau de
dispneia dos pacientes com crise de asma, utilizando a escala modificada de Borg no pré e pós-
tratamento, a fim de verificar a correlação entre a melhora do grau de dispneia pela escala com a
melhora da função pulmonar no pré e pós-tratamento.

Estruturalmente, pode ser descrita como uma escala vertical, com frases ou palavras nela escritas que
são compatíveis com o grau de percepção de esforço. Ao lado, no início de cada palavra ou frase, existe
uma graduação numérica com extensão de 0 a 10.

Para se ajustar a outras diversas necessidades, é conveniente que os números e as palavras ou frases
apresentem dada cor, compatível com suas respectivas graduações. A seguir, mostramos uma escala
de Borg, configurando todos os princípios descritos acima:

O procedimento é bem simples, porém, precisa ser explicado adequadamente para o paciente.

Primeiro, alerta-se o paciente de que esta escala visual será usada para identificar sua dificuldade de
respirar.


Depois dessa explicação, pergunta-se sem de nenhuma forma interferir ou esclarecer qualquer dúvida:
“Onde o senhor ou a senhora está nesta escala?”.
Fica claro que, acrescentando as cores aos demais informes, além de auxiliar aqueles que apresentam
alguma dificuldade de leitura, produz-se também maior associação entre os graus informados do estado
de dispneia.

 COMENTÁRIO

Como já informamos anteriormente, a escala de Borg é útil para a avaliação da percepção de esforço
durante o exercício. Com ela, podemos analisar o esforço induzido por determinada terapêutica durante
sua realização.

Mensuração da pressão arterial (PA) e da oximetria de pulso

Mensurar a pressão arterial é um procedimento rotineiro em todo serviço de saúde e deve ser sempre
realizada em uma avaliação fisioterapêutica. Seguindo nosso propósito desde o início deste material
didático, para o nosso objetivo, devemos mensurar a PA para a garantia de que o paciente possa
realizar uma conduta fisioterapêutica sem contraindicações. Portanto, se a PA estiver dentro dos limites
de normalidade, teremos segurança para realizar uma atividade com determinada intensidade de
esforço necessária. A tabela abaixo lista os valores ideais da pressão arterial, como também os estágios
que são recentemente considerados como compatíveis de condições clínicas hipertensivas:

Classificação da pressão arterial de acordo com a medição no consultório a partir de 18


anos de idade.

CLASSIFICAÇÃO PAS (mmHg) PAD (mmHg)

PA ótima < 120 e < 80

PA normal 120-129 e/ou 80-84

Pré-hipertensão 130-139 e/ou 85-89

HA Estágio 1 140-159 e/ou 90-99


HA Estágio 2 160-179 e/ou 100-109

HA Estágio 3 ≥ 180 e/ou ≥ 110

HA: hipertensão arterial; PA: pressão arterial; PAS: pressão arterial sistólica; PAD: pressão arterial
diastólica.

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A pressão arterial deve ser medida usando um estetoscópio e um esfigmomanômetro calibrado (Imagem
13).
A saturação de oxigênio no sangue arterial (Sato2%) é um parâmetro que serve para nos orientar

sobre as condições de oxigenação do paciente, levando em consideração a ligação do oxigênio à


hemoglobina circulante, no momento da avaliação. No entanto, também é extremamente valiosa para
analisar a melhora da oxigenação arterial a partir da terapêutica que está sendo empregada, seja no
período pré ou pós terapia. A Sato2% é mensurada por um aparelho chamado de oxímetro (Figura 14).

A Sato2% de oxigênio normalmente está na faixa entre 95 e 97%. Na oximetria, ela pode ser avaliada

colocando o aparelho nos dedos, preferencialmente o indicador, no primeiro pododáctilo ou no lobo da


orelha. É importante assegurar que, quando o oxímetro estiver acoplado nos dedos , para que a medida
possa ser feita de maneira acurada, a extremidade deve estar livre de qualquer condição que impeça a
detecção do parâmetro pelo oxímetro, como a presença de esmalte na unha, por exemplo.

Pico de Fluxo Expiratório (PFE)

O pico de fluxo expiratório ou peak flow, representa o fluxo medido nos primeiro 100 milissegundos de
uma expiração forçada. É um parâmetro que pode ser avaliado através da espirometria convencional, ao
observar a curva fluxo-volume neste exame e por medidores portáteis (Imagem 15). A medida do peak
flow nos aparelhos portáteis é diferente quando comparada à realizada durante a espirometria
convencional. Durante espirometria, o paciente deve expirar no bocal do espirômetro, de forma forçada
e prolongada, frequentemente por um pouco mais de 6 segundos.
 Imagem 15. Espirômetro portátil para mensuração do pico de fluxo expiratório.

Nos dispositivos portáteis, o paciente deve inspirar profundamente e subsequentemente expirar de


forma forçada, curta e explosiva (como assoprar muito rápido ou "emitir um som" quando se quer dar um
susto em alguém). O esforço expiratório não pode ser superior a 2 segundos.

O peak flow reflete a passagem do fluxo em vias aéreas proximais, portanto , é um bom indicativo na
avaliação de obstrução em vias de grossos calibres. A avaliação do pico de fluxo expiratório deve ser
feita de forma rotineira em pacientes com distúrbios ventilatórios obstrutivos, no momento da avaliação e
após as sessões de fisioterapia.

No entanto, ela também é uma avaliação muito útil em pacientes restritivos, principalmente aqueles com
doenças neuromusculares. Esses indivíduos apresentam fraqueza muscular respiratória, o que altera a
tosse e o pico de fluxo expiratório da tosse (“peak flow da tosse”). Valores abaixo de 160L/min. do peak
flow estão associados à tosse ineficaz (SUÁREZ et al., 2002). Dessa forma, terapias que melhorem o
PFE são neste caso úteis para os distúrbios obstrutivos e restritivos.

 ATENÇÃO

A acurácia da medida e o procedimento correto para realizá-la deve ser sempre uma prioridade. Devem
ser feitas pelo menos 3 medidas em cada sessão. O teste deve ser repetido até que três leituras estejam
dentro de 20L/min cada uma. O maior valor dessas três deve ser anotado, como o valor do peak flow do
paciente. Esta forma evita que valores produzidos pelo paciente mais baixos que os reais sejam aceitos.

Geralmente, nos pacientes asmáticos, o valor do peak flow é mais baixo durante a noite e ao
amanhecer, alcançando um máximo entre o meio-dia e o início da tarde. Isso se deve a uma alteração
no ciclo circadiano de pacientes com asma brônquica.

Medida das forças: inspiratória máxima (Pimáx) e expiratória máxima (Pemáx)

É raro pacientes portadores de distúrbio do aparelho respiratório não apresentarem deficit de força
muscular respiratória. Essa deficiência muscular leva a inefetividade da tosse e a dispneia aos esforços,
como também incapacidade na realização de exercícios. Dessa forma, as medidas de Pimáx e Pemáx
auxiliariam o fisioterapeuta, orientando-o para a melhor conduta que levasse à restauração da
capacidade muscular respiratória.

Em adicional, a medida da Pimáx e Pemáx, também é imprescindível para o estabelecimento da carga


inicial de trabalho para o paciente que for indicado para o treinamento muscular respiratório. As forças
musculares inspiratórias e expiratórias ou pressão inspiratória e expiratória máxima podem ser medidas
utilizando-se de um manovacuômetro (Imagem 16).

 Imagem 16. Aparelhos para medir as pressões inspiratória s e expiratória s máximas. A:


Manovacuômetro digital. B: Manovacuômetro analógico.

PARA MEDIR A PIMÁX


Deve-se colocar um clipe nasal no paciente e pedir que ele execute de duas a três respirações normais;
após a última delas, expirar profundamente até o volume residual e posteriormente realizar uma
inspiração máxima e forçada no bocal do aparelho, sustentando a inspiração por aproximadamente 3
segundos.

PARA MEDIR A PEMÁX


Os passos iniciais realizados para mensuração da Pimáx devem ser adotados. Subsequentemente,
pede-se ao paciente que inspire profundamente em nível da capacidade pulmonar total e subitamente
expire máxima e forçadamente no aparelho. Três segundos de expiração sustentada também devem ser
cumpridos.

Para análise acurada do valor de cada pressão respiratória máxima, o indivíduo precisa repetir as
manobras quantas vezes sejam necessárias para se ter três medidas aceitáveis, com diferença de 10%
ou menos entre elas. O maior valor das três leituras corresponde ao melhor valor a ser registrado da
Pimáx ou da Pemáx.
Glittre ADL-test (TGlittre) – O TGlittre ou teste de atividades de vida diária (AVDs) de Glittre é uma
ferramenta que visa avaliar a capacidade de exercício funcional de indivíduos, envolvendo algumas
estruturas corporais que apresentem semelhança com as estruturas utilizadas em tarefas de suas AVDs.
O TGlittre consiste na realização de caminhadas, em um corredor de 10 metros, deslocando
determinado peso (localizado em uma mochila), onde, antes do início do exercício, o indivíduo levanta-
se após estar em uma posição sentada.

No meio do percurso, ele sobe e desce degraus, sendo seu destino uma estante localizada a sua frente.
Esta estante apresenta duas prateleiras e nelas três pesos de 1kg. O paciente deve mover os pesos da
prateleira superior (um por vez) para a inferior e, em seguida, para chão. Posteriormente, ele executa o
movimento na sequência exatamente inversa, fazendo os pesos (um de cada vez) retornarem à
prateleira superior. Dando continuidade ao teste, o avaliado retorna novamente pelo corredor até sentar-
se mais uma vez na cadeira e reiniciar o percurso. Para finalizar o teste, o indivíduo deve realizar quatro
ou cinco percursos inteiramente , dependendo do protocolo estabelecido (Imagem 17).

 Imagem 17. Execução do teste de AVDs de Glittre.

Alguns padrões devem ser respeitados durante o teste, são eles: dentro da mochila, deve haver a
presença de um peso 5kg, se o paciente for do sexo masculino e 2,5kg, do sexo feminino; a realização
do teste deve ser a mais rápida possível, permitido o descanso durante sua execução; a avaliação do
rendimento funcional é analisada a partir do tempo que o paciente completa todo o teste; não é
recomendado prover nenhum incentivo ao paciente durante o TGlittre. Por envolver várias articulações
em seu procedimento, esta ferramenta conduz a uma excelente avaliação da capacidade funcional diária
do paciente, podendo o rendimento da terapia proposta, ser comparada a partir de uma futura nova
avaliação. O objetivo é que o paciente realize o próximo teste com nenhum ou menos descanso e de
maneira mais rápida.

Shuttle walk test (SWT) - O SWT tem o objetivo de avaliar a capacidade de exercícios naqueles a ele
submetido. Como apresenta boa correlação com o consumo de oxigênio máximo (VO2MÁX) e sempre é

destacada a sua validade clínica, este teste apresenta condições de medir as incapacidades funcionais
apresentadas por pacientes com distúrbios do sistema respiratório.

Testes com objetivos similares, como o teste do degrau (nele nenhuma distância é percorrida) e o teste
de caminhada em 6 minutos, que descreveremos no final deste módulo, são também descritos na
literatura. O shuttle walk test pode ser empregado em indivíduos de várias idades, em diversas
condições de saúde para diferentes finalidades. Certamente, ele é mais utilizado na avaliação da
capacidade funcional e no prognóstico de pacientes com transtornos cardiorrespiratórios. Neste teste, é
usado um percurso de 10 metros (m), estando demarcado por dois cones em sua extremidade, com
distância de 9m entre os cones e 0,5m além de cada um deles, para que o indivíduo dê a volta e passe
por eles para o retorno (Imagem 18).

 Imagem 18. Desenho esquemático mostrando os cones (círculo com um ponto no centro) nas
extremidades do percurso utilizado para o SWT. Antes e depois dos cones, 0,5m indica o espaço
destinado para o paciente dar a volta nos cones.

No SWT, o paciente caminha no percurso compreendido de 10 metros, em ritmos crescentes a partir de


um sinal sonoro (bipes, gravados em um CD player). Na altura onde estão colocados os cones, o
indivíduo dá a volta neles e continua o percurso.

O shuttle walk test possui 12 estágios de velocidade com a duração de um minuto em cada um deles. O
avaliado deve caminhar de um cone a outro, atentando para os sinais sonoros que são emitidos,
determinando assim a velocidade de sua caminhada, que deve ser progressiva.

Portanto, o paciente deve caminhar aumentando a velocidade a cada 1 minuto, determinada pelos
bipes, até que surjam sinais de fadiga ou outra qualquer intercorrência que determine a interrupção do
teste. É permitido comandos verbais padronizados fornecidos pelo avaliador nos momentos em que o
paciente deve aumentar a velocidade da caminhada.

 ATENÇÃO

O teste deve ser rapidamente interrompido se o paciente apresentar aumento superior a 85% de sua
frequência cardíaca máxima ou queda na saturação de oxigênio. A interpretação do resultado para uma
futura avaliação será feita comparando a distância percorrida durante o teste, antes e depois das
condutas fisioterapêuticas oportunamente realizadas

Considera-se uma melhora clínica relevante o aumento de 47,5 metros em relação ao teste anterior.
Outras variáveis fisiológicas medidas podem também sofrer melhoras (VILARÓ et al., 2008).
Teste de caminhada em 6 minutos (T6) – Similarmente ao SWT, o T6 objetiva a avaliação da
capacidade para a realização de exercícios em diversas classes de indivíduos, com ou sem
comprometimento do aparelho respiratório. Ele é hábil para refletir o nível funcional das atividades
físicas da vida diária. Consiste em mensurar a máxima distância em que se pode caminhar em um
período de seis (6) minutos. Uma pista ou corredor medindo 30 metros é o exigido para a realização
correta do T6 (Imagem 19).

 Imagem 19. Desenho esquemático de um percurso utilizado para o teste de caminhada em seis
minutos. Círculos com um ponto no meio representam os cones que demarcam o início e final do trajeto.

Dos testes que envolvem caminhada que até aqui descrevemos, o T6 é o mais utilizado como avaliador
das condições que representam capacidade funcional e AVDs. Nele, o paciente escolhe sua própria
intensidade de esforço, embora o quanto mais rápida for a caminhada, melhor para o rendimento do
teste. O paciente caminha o mais rápido possível (sem “correr”) de um cone ao outro pelo trajeto de
trinta metros, que deve ser demarcado a cada 3 metros para facilitar a conferência da distância
percorrida no momento de interrupção do teste (ver adiante quais as condições de interrupção).

Um avaliador acompanha o indivíduo se posicionando atrás dele, tendo o cuidado para não interferir na
velocidade empreendida pelo paciente. O acompanhamento do paciente durante o teste também tem o
objetivo de medir algumas variáveis fisiológicas apresentadas pelo paciente como: frequência cardíaca
(FC), saturação de oxigênio (Sato2%) e percepção de esforço (avaliada pela escala de Borg).

Frases padronizadas sem o intuito de apressar o paciente podem ser emitidas pelo avaliador (por
exemplo: “você está indo bem...”, “está ótimo o seu desempenho...”). É permitido que o paciente pare o
período que for necessário durante o teste, ficando estacionado no mesmo lugar ou até sentado em uma
cadeira, sendo que o tempo continua a ser registrado. O importante é informá-lo que, tão logo se sinta
apto para continuar, recomece a caminhada empreendendo a velocidade mais rápida que conseguir.

Alguns procedimentos devem ser incluídos como rotina, em situações condizentes com as
necessidades, no momento do teste de caminhada em 6 minutos. São eles:

O paciente deve caminhar com o suporte habitual de suas AVDs, caso faça uso (concentrador ou
bala de oxigênio, muletas, bengala, andador).

Paciente que apresentar queda da Sato2 deve ser suportado com oxigenioterapia e continuar o
teste, se possível.
 ATENÇÃO

O teste será interrompido imediatamente se o paciente apresentar: dor torácica, palidez, dispneia
severa, dor ou câimbras em membros inferiores, perda de equilíbrio, diaforese. A finalização do teste se
dará quando for completado o tempo de seis minutos de caminhada ou se qualquer intercorrência
estiver presente.

Após o teste, deve ser anotado: os sinais vitais medidos antes do seu início, distância percorrida,
número e tempo total de paradas, caso haja. Após a realização das sessões de fisioterapia, um novo
teste deve ser realizado. Um aumento de 50 metros ou mais em relação a distância percorrida no último
teste realizado deverá ser considerada, para que seja aceita a evolução do paciente com significância
clínica (AMERICAN THORACIC SOCIETY, 2002).

INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO EM
FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA
O especialista abordará a necessidade da utilização das medidas quantitativas para avaliação de
pacientes com transtornos do aparelho respiratório. Em seguida, descreverá algumas ferramentas que
quantificam mais objetivamente a evolução clínica do paciente, além de explorar as três principais
formas de avaliação da capacidade funcional em portadores de incapacidades na realização de
exercícios.

VEM QUE EU TE EXPLICO!


Pico de Fluxo Expiratório (PFE)

Medida das forças: Inspiratória máxima (Pimáx) e Expiratória Máxima (Pemáx)

Teste de caminhada em 6 minutos (T6)

VERIFICANDO O APRENDIZADO

CONCLUSÃO

CONSIDERAÇÕES FINAIS
A avaliação diagnóstica é o procedimento mais importante a ser realizado em todas as áreas ligadas à
saúde. A partir dela, podemos identificar a doença, traçar, estabelecer os objetivos do tratamento e
escolher conduta a ser usada. A obtenção do diagnóstico funcional deve ser a principal intenção de
todos os profissionais fisioterapeutas, pois a partir dele é traçada a estratégia para reverter ou minimizar
os sinais e sintomas presentes em todos os pacientes.

A fisioterapia respiratória vem se tornando , ao longo de anos, uma terapia de evidência dentre as
especialidades fisioterapêuticas. A avaliação deve ser gerenciada com o intuito de ser útil para que as
técnicas fisioterapêuticas sejam empregadas de maneira eficaz e assertiva.

Este material didático foi construído baseado nestas diretrizes. Há diversas opções de tratamento que
podem ser conduzidos pelos fisioterapeutas que atuam, de forma profilática ou curativa, na atenção
dada aos pacientes com distúrbios do aparelho respiratório.

A avaliação das disfunções músculo esqueléticas e orgânicas, em geral, é o primeiro ato executado pelo
fisioterapeuta, na sua primeira relação profissional-paciente. Mas , certamente, está presente durante
todos os estágios subsequentes, desde o tratamento até a alta do paciente.

 PODCAST
Agora, o especialista Cosme Machado finaliza falando sobre a avaliação em fisioterapia respiratória.

AVALIAÇÃO DO TEMA:

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EXPLORE+

Para ampliar seus conhecimentos sobre o conteúdo, pesquise sobre os testes de capacidade de
exercícios, uma ferramenta de utilidade prática para avaliação dos distúrbios respiratórios em
pacientes pneumopatas, no artigo Avaliação clínica da capacidade do exercício em pacientes
com doença pulmonar obstrutiva crônica, por Vilaró e colaboradores.

CONTEUDISTA
Cosme Machado

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