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SELETIVIDADE

ALIMENTAR E AUTISMO
AUTORA
Olá! Sou Carline Nogueira, especialista em Desenvolvimento
Infantil (DIR/Floortime) pelo ICDL/USA, Terapeuta Padovan® de
Reorganização Neurofuncional certificada, fisioterapeuta
Infantil, mãe de Cadu (autista de 12 anos). Possuo curso de
Integração Sensorial e Transtornos Alimentares. Desenvolvi esse
e-book para auxiliar você, mamãe ou profissional que precise de
um guia prático sobre o que fazer diante do Transtorno de
Seletividade Alimentar. Espero que essas dicas possam
contribuir e auxiliar você a buscar o melhor tratamento e já
implementar dicas práticas no dia a dia de sua criança!
O QUE É
SELETIVIDADE ALIMENTAR?

É um Transtorno Alimentar ou Distúrbio Alimentar chamado de Transtorno Seletivo Alimentar


(TSA). O TSA é caracterizado por rejeição ou recusa aos alimentos ficando a dieta restrita a cerca
de dez tipos de comida, sendo essa comida geralmente carboidratos, alimentos ricos em
açúcares e alimentos processados.

O TSA (Transtorno Seletivo Alimentar) é caracterizado pela tríade: recusa alimentar, pouco
apetite e desinteresse pelos alimentos.

As pessoas seletivas também têm dificuldade em experimentar novos alimentos.


SELETIVIDADE
ALIMENTAR E AUTISMO
Não é um transtorno exclusivo do Autismo,
mas, é mais comum em indivíduos dentro
do TEA e com Transtorno de Ansiedade.

No Autismo é considerado uma comorbidade


com incidência de 70% dos indivíduos
dentro do TEA.

90% das pessoas autistas podem


apresentar algum tipo de distúrbio
alimentar.
POR QUE PODE ACONTECER
A SELETIVIDADE ALIMENTAR?
Causas possíveis:

▶ Sensoriais: Texturas, cheiros, cor, sabor, temperatura, sistema interoceptivo, processamento


visual, sistema vestibular e proprioceptivo. As pessoas com TSA podem apresentar desordem,
desorganização ou transtorno na modulação ou processamento sensorial.
▶ Comportamentais: padrões de comportamento restritos, repetitivos ou estereotipados, que
levam a uma insistência na mesmice e recusa à flexibilidade.
▶ Funções orofaciais: atrasos das habilidades motoras orais, hipotonia dos músculos da face,
mastigação, respiração, sucção e dificuldades de deglutição.
▶ Questões motoras: hipotonia global, hipotonia postural e dificuldade de planejamento
motor, são fatores que levam a dificuldade de mastigação e realização de funções executivas.
▶ Nutrição dos alimentos: desequilíbrio nutricional devido a restrição alimentar e má
alimentação
▶ Problemas gastrointestinais: podem relacionar desconforto à alimentação, intolerância ou
alergias.
QUAIS SÃO OS PREJUÍZOS
QUANDO A CRIANÇA É
MUITO SELETIVA?
▶ Impactos Nutricionais: Crianças seletivas
além de terem uma dieta restrita a poucos
alimentos ainda se alimentam com
alimentos processados e ricos em
carboidratos e açúcares, o que reduz o valor
nutricional necessário para o organismo e
aumenta ainda mais o risco de saúde da
criança levando a outros problemas de
saúde.
▶ Impactos Sociais: A maioria de eventos e
reuniões que envolvem duas ou mais
pessoas, envolvem alimentação (comida,
lanche, etc). Crianças muito seletivas
podem optar por não compartilhar esses
momentos para não ter que ficar perto dos
alimentos, perdendo oportunidades de
socialização e interação. A socialização é
muito importante para as trocas afetivas e
para promover aprendizado.
▶ Impactos emocionais: Crianças seletivas
podem se achar fora do padrão e sentir
vergonha levando a quadros de ansiedade e
depressão.
QUAIS SÃO OS TRATAMENTOS
E PROFISSIONAIS MAIS INDICADOS?
O tratamento do TSA deve ser feito de forma interdisciplinar: Médico, nutricionista, psicólogo,
terapeuta ocupacional, fisioterapeuta e fonoaudiólogo são profissionais importantes nesse
tratamento.

A pessoa com TSA deve ser avaliada por profissional capacitado e especialista em TSA para
fazer um diagnóstico detalhado sobre os principais fatores causais do transtorno e encaminhar
para o tratamento especializado.

▶ Médico: Avaliação clínica, diagnóstico e medicamento (se necessário).


▶ Nutricionista: Suporte nutricional, plano alimentar e suplementação.
▶ Psicólogo: Terapia cognitiva comportamental e suporte emocional para a criança e família.
▶ Terapeuta ocupacional: Desordens sensoriais.
▶ Fisioterapeuta: Desordens motoras, tônus, postura, planejamento motor.
▶ Fonoaudiólogo: funções orais e motricidade oral.
POR QUE FAZER O MÉTODO
PADOVAN® DE REORGANIZAÇÃO
NEUROFUNCIONAL QUANDO
SE TEM TSA?

A alimentação é um processo importante para o desenvolvimento infantil, pois, além dos


aspectos nutricionais, a alimentação também cumpre um papel social muito importante. As
crianças seletivas e com dificuldades alimentares, além de serem desprovidas do valor
nutricional do alimento, que é essencial para o seu crescimento e desenvolvimento saudável,
muitas vezes evitam as ocasiões sociais que envolvem alimentos, tais como lanches infantis,
festas, comemorações e reuniões familiares. Essas crianças são privadas de encontros com
pares e perdem oportunidade de relacionar-se, interagir e socializar, portanto as mesmas
perdem oportunidade de aprendizado e momentos importantes de afeto, trocas emocionais
e partilha com pares.
A alimentação é um processo importante para o
desenvolvimento infantil, pois além dos aspectos
nutricionais a alimentação também cumpre um papel
social muito importante. As crianças seletivas e com
dificuldades alimentares além de serem desprovidas do
valor nutricional do alimento que é essencial para o seu
crescimento e desenvolvimento saudável muitas vezes
evitam as ocasiões sociais que envolvem alimentos tais
como lanches infantis, festas, comemorações e reuniões
familiares. Essas crianças são privadas de encontros
com pares e perdem oportunidade de relacionar-se,
interagir e socializar, portanto as mesmas perdem
oportunidade de aprendizado e momentos importantes
de afeto, trocas emocionais e partilha com pares.
É necessária uma avaliação criteriosa com um profissional
capacitado para se averiguar a causa ou causas da
seletividade alimentar. Em alguns casos pode ser
necessária uma equipe multiprofissional (gastro,
pediatra, neurologista, psicólogo, nutricionista,
fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional, fisioterapeuta).

A escolha do tratamento adequado vai depender desta


avaliação. Muitos estudos têm apontado para as
desordens do processamento sensorial como principal
fator da seletividade alimentar, não se descartando os
outros fatores associados.
O Método Padovan® de Reorganização Neurofuncional
é um método que recapitula o processo de aquisição
do andar (sensorial e motor), falar (funções orais) e
pensar (cognição) de maneira dinâmica, estimulando a
maturação do SNC (Sistema Nervoso Central) com o
intuito de tornar o indivíduo apto a cumprir seu
potencial genético e adquirir todas suas capacidades. O
método promove o desenvolvimento neuroevolutivo,
permitindo ao indivíduo alcançar um bom desempenho
sensório motor (trabalhando todos os sentidos: vestibular,
tátil, propriocepção, paladar, visual, olfativo, auditivo
dentre outros), passando pelas etapas do processo de
deslocamento e verticalização do corpo (trabalhando e
estimulando o tônus de base, o tônus postural, o
planejamento motor e os aspectos psicomotores em geral),
em seguida são feitos exercícios de reeducação das
funções reflexo vegetativas orais (respiração, sucção,
mastigação e deglutição).
Uma sessão clássica de reorganização neurofuncional
(Método Padovan®) recapitula os movimentos
neuroevolutivos do sistema de locomoção e verticalização
do ser humano, nesse momento são realizados vários
exercícios corporais (chão) e com uso de aparelho
suspenso (rede). Ao realizar esses exercícios, estamos
trabalhando os sistemas vestibular, proprioceptivo, tátil, o
tônus, força e organização corporal. Em seguida
trabalhamos os movimentos neuroevolutivos das mãos e
sua riqueza de articulações e os movimentos neuroevoluti-
vos dos olhos onde trabalhamos o sistema visual; passamos
assim para movimentos neuroevolutivos do sistema oral
que leva ao domínio da musculatura da fala permitindo a
reorganização das funções reflexo vegetativas (respiração,
sucção, mastigação e deglutição), bem como
fortalecimento orofacial, movimentação de língua e o
trabalho sensorial dos sistemas olfatório e paladar.
Durante toda a sessão são recitados poemas,
versos ou canções trabalhando o sistema
auditivo e o ritmo que são necessários para
melhor aprendizado e maturação cerebral.
Desta maneira o Método Padovan® trabalha
de forma global as demandas neurosensoriais,
as funções orais e comportamentais
decorrentes da seletividade alimentar bem
como promove a maturação e reorganização
neurológica adequada para o desenvolvimento
saudável da criança, sendo um excelente
método para trabalhar a seletividade
alimentar e dificuldades alimentares
possibilitando a recuperação da autoestima,
inserção das crianças ao meio social de uma
maneira prazerosa, afetuosa e natural.
DICAS PRÁTICAS:
▶ Tenha uma rotina estruturada, principalmente
para as refeições.
▶ Crie os passos para preparar a criança para
a hora da refeição, como ajudar a colocar a
mesa, lavar as mãos — esse processo traz dicas
do que vai acontecer e a criança começa a se
preparar.
▶ Evite lanches fora de hora ou livre
demanda, para que a criança não perca o
apetite na hora das refeições.
▶ Procure realizar as refeições em família,
assim a criança terá pessoas em quem se
espelhar nos movimentos e na motivação
para experimentar o que as outras pessoas
estão comendo.
▶ Posicionamento adequado da criança
(manter atenção para não haver instabilidade
postural).
▶ Não force, mas ofereça. Coloque alimentos
variados à mesa, perto da criança, de maneira
que ela possa ver e, caso se interesse, possa se
servir.
▶ Se a criança aceitar, coloque alimentos
diferentes em seu prato, mesmo que ela não
coma, para que se familiarize com cores,
cheiros e texturas diferentes (ideal colocar
pelo menos um carboidrato, uma verdura e
uma proteína).
▶ Incentive a independência durante a
alimentação (comer sozinha).
▶ Traga o lúdico: brinquem de fazer comida
de massinha e alimentar bonecas e bichos de
pelúcia e brinquedos.
▶ Permita que a criança escolha o prato e
copo de sua preferência para a refeição, isso
pode trazer maior interesse para se sentar à
mesa.
▶ Convide a criança a participar de atividades
na cozinha, ajudar a lavar tomates, verduras, a
fazer salada de frutas ou misturar o bolo, por
exemplo.
▶ Manejo das alterações sensoriais (realize
atividades sensoriais na rotina diária, como
levar o lixo para fora, varrer o chão, ajudar nas
atividades de vida diária) obs: peça ajuda
para o profissional (TO) que está
acompanhando sua criança.
▶ Alimentação deve ser feita em local adequado
(calmo, livre de ruídos).
▶ Utensílios adequados (observar se incomoda com a
temperatura da colher).
▶ Temperatura da comida e do suco (observar qual a
temperatura da comida seu filho (a) prefere), mais
quente, mais normal).
▶ Estado de alerta bom na hora da alimentação (a criança
precisa estar sem sono, tranquila, não estar nervosa).
▶ Plantar temperos, e depois pedir que a criança pegue
na horta.
▶ Comemore cada alimento novo que ela aceitar e
continue a oferecer.
▶ Não utilize eletrônicos durante as refeições (evite
distratores: TV, celular e brinquedos). A criança precisa
sentir a alimentação em vários aspectos sensoriais:
visão, olfato, tato, paladar, propriocepção, etc.
▶ Use aromas, passe aromas perto da roupa ou do rosto da criança.
Sempre de forma branda e observe a reação.
▶ O mais importante nesse processo é a calma, paciência e muita
criatividade. Não desistir de acompanhar e estar sempre oferecendo
e apresentando novos alimentos.

*Obs: Essas são dicas práticas e abrangentes. Nunca deixe de


procurar o profissional qualificado para acompanhar sua criança e
sugerir orientações individuais (perfil individual de cada criança).
@carlinenogueira
(38) 9 9974 4363
Rua Tupinambás, 13 - Melo - Sala 1104 - Edifício Absoluto
Montes Claros - MG

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