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Técnicas Fisioterápicas de Avaliação

Dermatológica

SUMÁRIO

ANATOMIA E FISIOLOGIA DA PELE ......................................................................... 3


DESCRIÇÃO DA ANATOMIA E FISIOLOGIA DA PELE ............................................. 3
Epiderme ..................................................................................................................... 4
Camada germinativa ................................................................................................... 5
Camada granulosa ...................................................................................................... 5
Camada transparente .................................................................................................. 5
Camada córnea ........................................................................................................... 6
Fisiologia da pele......................................................................................................... 8
FISIOLOGIA DO ENVELHECIMENTO FACIAL ........................................................ 11
FISIOTERAPIA DERMATO-FUNCIONAL ................................................................. 19
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 42

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ANATOMIA E FISIOLOGIA DA PELE

DESCRIÇÃO DA ANATOMIA E FISIOLOGIA DA PELE

Anatomia da pele

O tegumento comum, isto é, a pele, é a membrana que reveste a superfície


corporal e apresenta características físicas e múltiplas funções, sendo as principais:
a) Protege o corpo e regula a temperatura;
b) Possui barreira contra infecções;
c) Sintetiza a vitamina D, pela exposição aos raios ultravioleta;
d) Absorve e elimina substâncias;
e) Possui terminações nervosas especializadas para o tato, a temperatura
e a pressão; o que permite melhorar a adaptação do homem ao ambiente.
A pele é considerada como uma glândula e é tão importante como o coração,
pulmão, etc. Ela envolve todo o corpo. Watanabe (2000) conceituou a espessura
variável de 0,5 a 4 mm; sendo, portanto, a pele da criança menos espessa que a do
adulto e ela varia também de acordo com a idade, sexo e região.
Como já foi citado, ela é constituída de uma barreira contra agressões
exógenas, de natureza química ou biológica e impede a perda de proteína e água para
o exterior. Embora represente menos de 15% do peso corporal, ela é considerada o
maior órgão do corpo humano. (KEDE; SABATOVICH, 2003) Watanabe (2000), diz
que a elasticidade permite movimentos do corpo e difere-se nas diferentes regiões do
corpo, de acordo com a idade do indivíduo. Ela se distende ou retrai de acordo com
as condições de movimento e/ ou temporárias como no período de gestação. Ela é
normalmente grande na criança e diminui, progressivamente com a idade; sendo
possível a formação de rugas nos idosos e em pessoas que eram obesas e
emagreceram muito. Segundo Dangelo; Fattini (1998), a pele forma o revestimento
complexo externo do corpo, ela é contínua com as mucosas que revestem os sistemas
respiratórios, digestivo e urogenital e suas aberturas exteriores (boca, nariz, ânus,
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uretra e vagina). Ela é composta de duas camadas principais: a) a camada superficial


de células epiteliais intimamente unidas: a epiderme e; b) a camada mais profunda,
de tecido conjuntivo denso e irregular: a derme. Esta última está conectada com a
face dos músculos subjacentes, por uma camada de tecido conjuntivo frouxo chamada
hipoderme. Em muitas áreas deposita gordura no tecido conjuntivo frouxo, formando
assim o tecido adiposo.
A cor da pele pode variar nos indivíduos, de acordo com a região onde o
mesmo habita; sexo, idade, condições climáticas e também a saúde (metabolismo
influi sobre a pele). Pode variar também de acordo com a distribuição de um pigmento
escuro chamado melanina que é produzida por células chamadas melanócitos, que
migram na epiderme e transferem o pigmento às células da camada germinativa. As
pessoas de pele escura têm apreciável quantidade de melanina em todas as camadas
da epiderme, enquanto nas pessoas de pele clara há pouca melanina distribuída entre
as camadas da epiderme. (DANGELLO; FATTINI, 1998)
Na arquitetura da pele, distingue-se uma parte epitelial superficial chamada
Epiderme que se constituiu por seis camadas desprovidas de vasos, isto é, não
vascularizadas.

Epiderme

Desenvolve-se de um folheto único da superfície ectodérmica do embrião, é


formada por várias camadas de células pavimentosas que formam um epitélio
estratificado, pavimentoso, queratinizado, formado por três tipos de células distintas,
os melanócitos (responsáveis pela produção de melanina, pigmento responsável pela
coloração da pele), as células de Langherans (estas são as que fazem parte do
sistema imunitário) e as células de Merkel, portadoras de terminações nervosas.
(FRANCO, 2002)
Geralmente é muito delgada, porém, espessa em áreas sujeitas à constante
pressão, como a sola dos pés. Quando a epiderme é espessa, é possível identificar
camadas ou estratos. Apresenta quatro camadas: germinativa, granulosa, lúcida e
córnea de profundo para superficial respectivamente. Assim sendo, sua camada mais
interna é a camada germinativa, seguida pela granulosa, a camada transparente,
também chamada de lúcida e a camada córnea.
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Camada germinativa

É a camada mais profunda da epiderme. É nela que ocorre a mitose, isto é,


garantia de renovação contínua da epiderme devido à intensa atividade mitótica de
suas células, renovando-se a cada vinte a trinta dias, fornecendo células para
substituir as que serão perdidas na camada mais superficial.
A Camada germinativa é formada pela camada espinhosa e camada basal.
É onde estão presentes as células de masson (melanócitos) e as terminações
nervosas (responsáveis pelo tato fino). (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 1999)
Para dumas; Poirier (1983), esta camada é formada por células cubóides, que
contêm grãos de melanina fagocitados e proporcionam função protetora contra a ação
dos raios solares, além da regulação da pigmentação cutânea.

Camada granulosa

As células desta camada são achatadas e seu nome é devido à presença de


grânulos de queratohealina no citoplasma de suas células. Sua natureza química é
precursora do material interfilamentoso da camada mais superficial da epiderme: a
camada córnea. (FAWCETT, 1986)

Camada transparente

Também chamada de lúcida, é uma clara banda superficial à camada de


células que estão achatadas e intimamente ligadas. Esta é mais proeminente em
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áreas de pele espessa e é constituída por uma fina camada de células desprovidas
de núcleo. (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 1999)

Camada córnea

É a última camada, sendo a mais superficial da epiderme. As células


cornificadas formam uma cobertura ao redor de toda a superfície do corpo e além de
protegê-lo contra a invasão de substâncias do meio externo, também ajudam a
restringir a perda de água do corpo.
B Camada córnea é constituída por células achatadas, mortas e sem
núcleo; sendo que as organelas citoplasmáticas desaparecem e o citoplasma da
mesma se torna cheio de feixes filamentosos de queratina. As membranas celulares
se tornam mais espessas e na superfície desta camada as células mortas e
queratinizadas se desprendem da epiderme, caracterizando um fenômeno chamado
descamação. (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 1999)

Derme

Dangelo; Fattini (1998) relataram que, a derme é um tecido conjuntivo fibroso,


irregular, frouxo (região superficial) e denso (região mais profunda). Ela está
localizada abaixo da camada germinativa da epiderme, isto é, serve de base para ela.
Esta se desenvolve a partir da mesoderme embrionária e contém fibras
elásticas e reticulares, vasos linfáticos, nervos além de glândulas especializadas e
órgãos dos sentidos. Sua espessura é variada, mas mede cerca de 02 mm. Porém,
Fawcett (1986) descreve que não é possível mensurar com precisão a espessura da
derme, porque a mesma passa sobre tecidos subcutâneos que não possuem limites
bem definidos; estando essa medida em torno de 0,6 mm na maior parte do corpo e 2
a 3 mm na palma das mãos e planta dos pés. É composta de duas camadas
indistintamente separadas: camada papilar e camada reticular.
A camada papilar possui numerosas papilas que se projetam na região
epidérmica. Muitas papilas contêm alças capilares, outras contêm receptores
sensoriais especializados que reagem a estímulos externos, como a mudança de
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temperatura e pressão. Esta camada é classificada como a mais delgada. A camada


reticular é a mais espessa, consiste em feixes densos de fibras colágenas, sendo os
fibroblastos as células mais numerosas e responsáveis pela síntese de colágenos e
elastina (componente principal das fibras elásticas).
Ambas as camadas possuem a função primordial de manter a elasticidade da
pele, pois são constituídas por fibras elásticas. (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 1999)
Na derme estão presentes:
a) Fibras colágenas;
b) Fibras elastinas – responsáveis pela manutenção da pele;
c) Fibras de retículina (Linfa);
d) Fibras de leucócitos – células de defesa do organismo contra as
infecções;
e) Receptores sensitivos especializados (tato, frio, calor, dor);
f) Folículos pilosos;
g) Músculos eretores; glândulas sebáceas e sudoríparas / secretam sebo,
servem como lubrificante e também como proteção.

Hipoderme

Segundo a classificação das camadas da pele, Hipo = abaixo. Não é parte da


pele, mas ela é importante porque fixa a pele nas estruturas subjacentes, é a última
camada da pele; isto é, a mais profunda e é conhecida também como tecido
subcutâneo ou face superficial. É formada por tecido conjuntivo frouxo e tem células
adiposas depositadas entre as fibras. Esta camada possui receptores sensíveis à
pressão, vasos sanguíneos, terminações nervosas e glândulas sudoríparas. Sua
principal função é servir de amortecedor e controle da temperatura e está ligada à
reserva de nutrientes, proteção e sustentação.
De acordo com as condições nutricionais de cada pessoa, a hipoderme pode
apresentar uma camada de tecido adiposo de espessura que irá variar. (DUMAS;
POIRIER, 1983)

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Fonte: GUIRRO; GUIRRO, 2004, p.14


Figura: Epiderme, Derme e Hipoderme

Fisiologia da pele

Glândulas da pele

As glândulas sudoríparas e as glândulas sebáceas têm ampla distribuição na


pele. Além disso, há glândulas especializadas, como as glândulas ceruminosas (de
cera), as glândulas mamárias e as ciliares. Elas iniciam seu desenvolvimento a partir
da ectoderme embrionária. Os cordões em brotamento tornam-se ocos e continuam a
crescer em direção à derme, formando ductos associados às glândulas da pele.
(DANGELLO; FATTINI, 2002)

Glândulas sudoríparas

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Estas glândulas estão distribuídas na maior parte da superfície do corpo.


Apenas em poucos lugares, como nos mamilos, lábios e porções da pele dos órgãos
genitais, elas estão ausentes. As glândulas sudoríparas típicas e as glândulas écrinas
– são glândulas merócrinas, cada uma com a forma de túbulo simples, que se torna
espiralado dentro da derme. As glândulas sudoríparas, que se encontram nas axilas,
nos lábios maiores do genital externo feminino e ao redor do ânus, se estendem até
dentro do tecido subcutâneo e são usualmente grandes; além de frequentemente
secretarem no folículo piloso e não diretamente na superfície da pele. Portanto, são
chamadas de glândulas sudoríparas apócrinas, pois parte do citoplasma das células
secretoras está incluído na secreção, que é mais complexa que o suor verdadeiro e
mais espesso. As glândulas ceruminosas, também são apócrinas e são consideradas
sudoríparas modificadas.

Glândulas sebáceas

As glândulas sebáceas que secretam o sebo e proporcionam a manutenção


da textura da pele, têm propriedades antifúngicas e antibacterianas. Desenvolvem-se
a partir dos folículos pilosos e neles eliminam suas secreções, que são substâncias
oleosas e ricas em lipídeos. O sebo lubrifica a pele e os pelos prevenindo-os do
ressecamento.
Elas são estimuladas pela presença de hormônios sexuais e são
particularmente ativas durante a adolescência. Sua estrutura é do tipo alveolar
simples, embora algumas sejam alveolares compostas. Funcionalmente, as glândulas
sebáceas são glândulas holócrinas. (DANGELLO; FATTINI, 2002)

Funções da pele

A pele funciona na sensação, proteção, termorregulação e secreção. Nela


estão localizados os receptores sensitivos para as quatro estações básicas: dor, tato,
temperatura e pressão. Com a estimulação de um receptor, um impulso nervoso é
enviado ao córtex cerebral, onde é interpretado. A estimulação e combinação de
estímulos resultam em sensações como queima, prurido e cócegas, identificadas pelo
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cérebro. (DANGELLO; FATTINI, 2002) A pele forma um revestimento elástico e


resistente, além de impedir a passagem de agentes químicos e físicos nocivos à perda
excessiva de eletrólitos e água.
Também desempenha funções secretoras do corpo humano.
Proteção

A pele funciona como barreira física, protegendo o corpo de invasões de


microrganismo e evitando a entrada de substâncias estranhas do meio exterior; reduz
a perda de água do corpo para o meio e protege contra o excesso da radiação
ultravioleta. A superfície da pele é revestida por uma película líquida que tende para
a acidez. Esta acidez protege como uma camada anti-séptica.

Excreção

A secreção de suor funciona como um meio de excreção. Pequenas


quantidades de resíduos deixam o corpo através do suor e tanto o volume como a
composição desse suor variam conforme as necessidades do corpo.

Sensação

As informações relativas ao meio externo são devidas à presença das


terminações nervosas e receptores especializados. Um toque ligeiro, um trauma
doloroso, pressão e alterações de temperatura estimulam os receptores
tegumentares, que alertam o sistema nervoso central possibilitando umas ações
apropriadas, podendo ser simples e automáticas; ou requerendo a ação de um ato
mais complicado.

Regulação da temperatura do corpo

A temperatura do corpo se mantém normal, mesmo em condições elevadas do


meio ou durante um exercício, pois a quantidade de calor é perdida pela pele. Quando
a temperatura aumenta, as arteríolas da derme se dilatam, trazendo maior volume de
sangue e assim permitindo que grande parte do calor interno seja perdido para o meio.
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Sob condições de frio, o calor do corpo dá-se pela constrição das arteríolas dérmicas,
fazendo com que a quantidade de sangue que circula pela superfície do corpo seja
reduzida de tal forma que o calor perdido para o meio seja menor. (DANGELLO;
FATTINI, 2002)

ENVELHECIMENTO FACIAL

FISIOLOGIA DO ENVELHECIMENTO FACIAL

Alterações genéticas

Segundo Nascimento; Porto (1990), o envelhecimento é distinguido em natural,


fisiológico da pele e alterações decorrentes de fatores ambientais, principalmente
irradiação solar. Complementando, Guirro; Guirro (2004) preconizam que o
envelhecimento é o processo natural ao qual todos estão submetidos, está presente
desde o nascimento, no entanto é evidenciado após a terceira década de vida e tal
intensidade está intimamente ligada à qualidade de vida à qual o organismo foi
exposto; isto é, o hábito de cada pessoa.
Fattaciolo (2001) diz que o envelhecimento se manifesta com o aparecimento
de rugas, linhas de expressão, sulcos, atrofia, ressecamento, flacidez, hipo e hiper
pigmentação, alteração da vascularização, da inervação e da espessura da pele.
A redução das funções fisiológicas, no processo de envelhecimento, ocorre
devido a várias e diversas modificações, alterações em vários níveis celulares de
nossos órgãos e sistemas, sendo um processo dinâmico e progressivo, perdendo a
capacidade de adaptação do indivíduo ao meio ambiente, ocasionando maior
vulnerabilidade e maior incidência dos processos patológicos que terminam por levá-
lo à morte. Independente da forma pela qual se estima a máxima esperança de vida
potencial de uma espécie, parece partir-se do princípio de que a existência seria,
então, marcada por uma diminuição progressiva do processo da formação celular.
Isso, desde o período embrionário, é função do controle genético. O declínio funcional
das células e sistemas dependeria da ação isolada e integrada de genes específicos.
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Dessa forma, a perda de funções poderia ocorrer em uma ou mais populações de


células, dependendo dos estímulos ou inibição dos genes e da perda das moléculas
de DNA. (PICKLES, 1998)
Os problemas de codificação genética seriam causados por reações químicas
orgânicas habituais que, pouco a pouco, causariam danos irreversíveis às moléculas
das células. Tais reações poderiam ser potencializadas por fatores como a poluição,
a alimentação, as temperaturas, os vírus, os traumatismos entre outros. Esses fatores
resultam do meio ambiente ou das reações metabólicas endógenas, que implicariam
em distorcer as informações da instabilidade molecular. Com isso, aumentariam as
possibilidades de modificações químicas da matriz do DNA (ácido desoxirribonucléico)
ou da cadeia de comando da síntese protéica RNA (ácido ribonucléico), levando a
erros de transcrição. (CARVALHO et al, 1999) na compreensão do fenômeno do
envelhecimento inevitável e esperado, foi descoberta a perda das bases teloméricas
desde DNA. Sua função seria de estabilizar a estrutura cromossômica, no momento
da divisão celular.
Com a idade, o tamanho das bases teloméricas do DNA diminui, devido a uma
provável alteração na capacidade de reparação, ocorrendo assim a diminuição do
fibroblasto e a capacidade replicativa das células, com a idade. Numerosos trabalhos
têm mostrado redução da atividade enzimática, envolvida na luta contra radicais livres.
O organismo possui meios naturais de defesa anti-radical livre, na forma de enzimas
ou de moléculas (melanina). Certas moléculas exógenas como vitaminas E, A e C têm
também um papel fundamental na proteção contra esses radicais livres. Assim,
recebem a classificação de radicais livres, devido à alta concentração de oxigênio,
que pode ser tóxica para vários tecidos e órgãos, pois vivemos constantemente
expostos a ambientes ricos em oxigênio reativo que são gerados pela exposição ao
sol (raios UV), poluição e inflamação, ocorrendo, portanto, várias mutações de matriz
extracelular, tornando o processo de envelhecimento mais progressivo a cada dia.
(FARINATTI, 2002)
Várias teorias procuram explicar o fenômeno do envelhecimento, dentre elas,
a teoria do relógio biológico, a teoria genética que relaciona a capacidade de divisão
e a renovação celular com fatores genéticos; a teoria do acúmulo de determinados
produtos de metabolismo no interior da célula e a teoria dos radicais livres ou das
substâncias tóxicas, que são produzidas promovendo alterações celulares, levando
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ao declínio do aspecto inicial, principalmente em função da diminuição da capacidade


elástica da pele (VILLE, 1979). A teoria do relógio biológico foi um dos primeiros
conceitos emitidos, afirmando que o organismo possui um relógio que determinaria
quando se inicia o envelhecimento, onde suas características se fariam mais visíveis.
No entanto, verificou-se também que, à medida em que as células se
aproximam da sua divisão final, o número de alterações celulares, inclusive
cromossômicas, aumenta, sugerindo o mecanismo de deterioração da síntese
protéica. Com isso, perdem grande parte de sua capacidade de produzir colágeno,
levando ao colapso gradativo e funcional dos lipídios, carboidratos, aminoácidos,
DNA, RNA e outras enzimas. (CARVALHO et al, 1999)
São diversas as explicações para o envelhecimento do ponto de vista
biológico. Algumas enfatizam o possível controle genético do envelhecimento celular,
outras, as agressões externas a que são permanentemente expostas. Em ambos os
casos, o resultado seria uma síntese protéica deficiente, com consequente disfunção
dos tecidos e sistemas que o compõem. Apesar da variedade de alguns componentes
apontados, alguns deles francamente longe de serem comparados, levantam-se em
todos os casos estratégias que poderiam, possivelmente, retardar o processo de
envelhecimento celular.
Além disso, há muito que responder quanto ao seu potencial de manutenção,
harmonia e função entre os sistemas orgânicos, seja por controle hormonal ou
metabólico. Pode-se especular que o envelhecimento residiria mais nos aspectos
funcional e epidemiológico (manutenção da autonomia de ação e prevenção) do que
em uma ação direta sobre os mecanismos que reagiriam a senescência de uma forma
geral. (FARINATTI, 2002)

Alterações musculares no envelhecimento facial

Os músculos da face, sob esta denominação, são de caráter funcional e de


aspecto puramente anatômico e sem dúvida apresentam a maior capacidade de
expressão e de relação com a mastigação, fonação e piscar de olhos.
Os músculos da mímica ou da expressão facial são conhecidos como
dérmicos, já que são fixados no esqueleto, em apenas uma das suas extremidades,

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sendo que sua inserção se dá na camada profunda da pele, diferente do que ocorre
com os outros músculos.
A vascularização é feita pelos ramos da artéria externa, principalmente pela
artéria facial, temporal superficial e maxilar interna. A inervação dos músculos é
realizada pelos nervos facial e trigêmeo, responsáveis pela inervação dos músculos
da mastigação e sensitiva de toda a face. (DANGELO; FATTINI, 1998)
As contrações desses músculos alteram a fisionomia e exteriorizam os
sentimentos das pessoas, pois movimentam a área da cútis a qual são inseridos,
produzindo depressões em forma de linhas e de fossas perpendiculares à direção das
fibras dos músculos, que, com o tempo, se transformam em pregas ou rugas,
associadas com a diminuição progressiva do tecido gorduroso, muscular e ósseo.
As linhas de tensão fornecem a base para o enrugamento da pele. Elas ocorrem
no corpo todo, mas só quando a pele perde sua elasticidade, com o avançar dos anos,
é que elas formam rugas permanentes. A função dessas linhas é fornecer à pele certo
grau de extensibilidade em direções correspondentes às demandas naturais da
região.
Algumas rugas são congênitas, enquanto outras, particularmente as do rosto,
são adquiridas, ou pelo menos exacerbadas, por uma vida inteira de atividade
muscular associada a certas expressões faciais. (MADEIRA, 1998)
As rugas podem ser classificas clinicamente em: rugas profundas e superficiais.
As rugas profundas não sofrem modificações quando a pele é esticada; elas
são decorrentes da ação solar, ao contrário das rugas finas que são encontradas
preferencialmente na pele não exposta ao sol e são decorrentes do envelhecimento
cutâneo cronológico. Os autores demonstram que nas rugas profundas existem fibras
elásticas grossas e tortuosas, além da elastose na derme. Nas rugas finas, há
diminuição ou perda das fibras elásticas na derme papilar, sendo fibras finas e
enroladas. (GUIRRO; GUIRRO, 2004)
Existem também várias outras classificações para as rugas, como: rugas de
expressão ou dinâmicas, que podem ser encontradas devido aos movimentos
repetitivos dos músculos da face e aparecem como movimento. As rugas estáticas
aparecem mesmo na ausência do movimento, devido à fadiga das estruturas da pele,
em decorrência dos movimentos repetitivos.

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Existem ainda as rugas gravitacionais, decorrentes da flacidez do


envelhecimento facial. Todas atingem as mesmas estruturas, sendo: ao redor dos
olhos, horizontais na fronte (testa), glabelares verticais, sulco-nasogeniano (do nariz
ao lábio) e pequenas rugas peri-bucais.

Fonte: GUIRRO; GUIRRO, 2004, p. 290


Figura: Tipos de rugas

MÚSCULO AÇÃO OBSERVAÇÃO


Abaixa a mandíbula, Não é realmente um
repuxa o ângulo da boca músculo facial, mas sua
1 – Platisma para baixo, estica e ação se dá na
pregueia a pele do Mandíbula e pele ao
pescoço. redor dos lábios.

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Eleva os supercílios e É chamado do músculo


2 – Frontal
enruga a fronte. da atenção
3 – Orbicular dos olhos Fechamento da rima É constituído por três
palpebral, ação de piscar. porções.
4 – Elevador do lábio Eleva e inverte o lábio Importante na dificuldade
superior e da asa do nariz superior, dilata a narina. de respiração.
5 – Zigomático maior Traciona o ângulo da boca Ação observada na
superior e lateralmente. risada.
Auxilia na elevação do lábio
6 – Zigomático menor superior, acentua o sulco Sua ausência não é rara.
nasal-labial.
Repuxa os lábios para
7 – Depressor do lábio baixo, contribuindo para
Deprime o lábio inferior.
inferior expressão facial de
tristeza.
Contribui juntamente
com outros músculos
8 – Orbicular da boca Fecha e protrai os lábios
Para o fechamento ativo
da rima oral.
Coloca o alimento entre
Comprime a bochecha,
os arcos dentais, evita
9 - Bucinador puxa o ângulo da boca
que se acumule no
lateralmente.
vestíbulo.
Sua ação fica evidente
Retrai o ângulo da boca no riso forçado
10 - Risório
lateralmente. (Juntamente com o
bucinador).
Sua ação fica evidente
Eleva e protrai o lábio no riso forçado
11 - Mentual
inferior (Juntamente com o
bucinador).

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Fonte: GUIRRO; GUIRRO, 2004, p. 292


Quadro1: Principais músculos da face, com suas respectivas ações

Fonte: GUIRRO; GUIRRO, 2004, p. 291


Figura: Músculos da face

Alterações da pele

Os problemas na pele são comuns nos idosos e podem interferir


significativamente na qualidade de vida.

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Nos últimos quinze anos, as pesquisas relataram a prevalência e a


epidemiologia dos transtornos e queixas cutâneas entre os idosos. Ao mesmo tempo,
a pesquisa básica começou a observar e a definir as alterações histológicas e
moleculares na pele envelhecida. (GALLO et al, 2001)
As mudanças fisiológicas da pele são irreversíveis e inevitáveis com o tempo,
principalmente, acompanhadas de uma mudança do nível de homeostasia.
À medida que a pele envelhece, ocorrem muitas alterações estruturais e
funcionais, intrínsecas (refletidas pelas alterações clínicas vistas ao longo do tempo).
Isto são fatores genéticos e iniciam-se por volta dos trinta anos, principalmente em
peles finas e inelásticas e acentuam-se com o início da menopausa, nas mulheres
(MÉLEGA, 2003). Já os fatores extrínsecos são aqueles atribuíveis à exposição solar
crônica (calor), fumo, álcool, produtos químicos entre outros; alterações estas que se
incluem principalmente nos componentes do tecido conjuntivo, promovendo elastose,
ressecamento, telângectasia, pigmentação irregular, rugas profundas e tumores da
pele. (KEDE; SABATOVICH, 2003)
Existe uma tendência que inclui o achatamento e a redução da junção derme-
epiderme, sendo que, na mulher, associam-se também as alterações que ocorrem na
menopausa, induzidas pela radiação solar crônica e o fumo, que aceleram ainda mais
o envelhecimento cutâneo. (FREITAS et al, 2002)
As principais alterações são as do tecido colágeno e elástico. Com o
envelhecimento, o tecido colágeno, componente fundamental do tecido conjuntivo,
torna-se gradualmente mais rígido e há uma perda clássica da estriação longitudinal
e das moléculas de água, além da diminuição da substância fundamental amorfa,
resultando assim em diminuição de força e dificuldade de difusão dos nutrientes pelo
aumento da rigidez tecidual.
A degeneração das fibras elásticas relacionadas com o envelhecimento se
inicia por volta dos 30 anos, ficando mais acentuada aos setenta, onde há um
desaparecimento progressivo das fibras, com consequente aumento dos lipídios. O
declínio das fibras elásticas faz com que as camadas de gordura sob a pele não
consigam se manter uniformes, diminuindo as proteoglicanas, responsáveis pela
retenção de água, resultando na perda de hidratação e contribuindo para aparência
envelhecida de pele. (KAWFFMAN, 2001)

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A fragilidade cutânea observada nos idosos é devida, provavelmente, ao


comprometimento da diminuição da microcirculação subcutânea. Há redução do
número das células de Langherans, afetando assim a responsabilidade imunológica,
termorregulação, sudorese, diminuição na cicatrização de feridas, renovação epitelial,
distribuição irregular e atrofia dos melanócitos, que com a idade diminuem de 6 (seis)
a 8 (oito) % por década, além da redução de vitamina D. Por isso a pele torna-se
manchada em certas áreas, como no dorso das mãos, pescoço e face. Os receptores
sensitivos responsáveis pela percepção de dor, calor e pressão tornam-se menos
visíveis e menos numerosos, as glândulas sebáceas e sudoríparas diminuem em
número e função. (GALLO et al, 2001)

FISIOTERAPIA DERMATO-FUNCIONAL

Há duas décadas, acredita-se que o processo de envelhecimento só seria


motivo de controle ou tratamento após os sessenta anos, período de caracterização
do envelhecimento, mas este conceito encontra-se superado atualmente. Hoje
podemos acompanhar as diferentes fases do envelhecimento, através de medidas
preventivas ou curativas, com a finalidade de conservar a qualidade de vida do
organismo. As técnicas para o tratamento do envelhecimento facial têm avançado
muito nos últimos anos, oferecendo muitas opções para melhorar a aparência das
linhas de expressão e das rugas. Grande parte destas técnicas são não invasivas,
portanto não exigem interrupção do trabalho e da vida social pela sua rápida
recuperação. (CRANE; HOOD, 2005). Após vários estudos, foi demonstrado em
espécies com curto período de vida, que com aplicações ou medidas terapêuticas,
teremos uma melhor elucidação das alterações bioquímicas e ou teciduais, que
ocorrem com o passar do tempo, consequentemente uma melhora na expectativa e
conservação de vida. (GUIRRO; GUIRRO, 2004)
Várias medidas terapêuticas preventivas existem na Dermato-Funcional.
Neste capítulo serão abordadas algumas das mais utilizadas. Entre elas abordaremos
a foto envelhecimento e a importância indispensável do uso do filtro solar; a
massagem terapêutica; laser terapia e eletroestimulação facial, todas demonstrando
um amplo aspecto quanto à prevenção e à melhoria da qualidade do envelhecimento
facial.
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Foto envelhecimento e filtro solar

A foto envelhecimento é responsável pela maioria das alterações vistas na


pele, habitualmente exposta ao sol (raios-ultravioleta UVA, UVB, UVC). Após a
irradiação solar, verifica-se a formação de radicais livres na pele. Esses compostos
químicos que possuem um elétron não pareado em uma órbita externa reagem com
os componentes celulares produzindo derivados citotóxicos, ocasionando diversos
tipos de lesões.
Os efeitos da radiação sobre um ser vivo devem ser analisados sob vários
aspectos, como a idade, a exposição e a quantidade recebida. Porém, após exposição
em grandes doses e por muito tempo, levam a danos irreversíveis, atribuindo aos
indivíduos uma das principais morbidades do foto envelhecimento, que é o
desenvolvimento do câncer de pele. (MATHEUS; KUREBAYASHI, 2002)
Os cânceres de pele induzidos pelos raios ultravioletas são consequências
mais sérias de lesão por exposição prolongada ao sol. A incidência tem aumentado
drasticamente ao longo dos últimos vinte anos. O reconhecimento das lesões
precocemente, junto a medidas preventivas, pode diminuir a morbidade e a
mortalidade, significativamente.
Diversas alterações histológicas, fisiológicas e clínicas da pele ocorrem devido
à foto envelhecimento. Entre elas, podemos citar: atrofia e displasia da derme,
redução das células de Langherans, distribuição e atividade irregular dos melanócitos,
elastose da pele, redução das respostas inflamatórias e imunológicas, telângectasia,
rugas, melanose solar, ceratose solar, carcinoma baso celular, entre outras variadas
lesões. (GALLO et al, 2001)
Atualmente, muitos produtos para proteger a pele e novas tecnologias têm
aumentado e são úteis para a prevenção e foto-proteção da pele, pois, a maioria das
terapias é direcionada ao aprimoramento dos resultados para evitar estas lesões
cutâneas por irradiação ultravioleta.
Entretanto, muitas terapias são avaliadas e estudadas para tentar preservar
ou melhorar estes tipos de pele, tentando reeducar os pacientes para mudar seu estilo
de vida, principalmente evitando exposição prolongada aos raios solares. Como
estratégias para prevenir o foto envelhecimento e as lesões por irradiação, evitando a
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morbidade e mortalidade dos cânceres de pele, em enfoque principal, temos a foto


proteção, ou seja, o filtro solar, indispensável paralelamente, em qualquer tipo de
tratamento tanto para proteger a pele contra os raios nocivos do sol, como para a
prevenção do foto envelhecimento. (FREITAS et al, 2002)
Os cuidados diários com a pele, usando FPS (fator de proteção solar), roupas
compridas e evitando a exposição solar de 10 horas da manhã às 14:00 horas, nos
beneficiam a cada dia com uma pele mais saudável e sem danos. (HOLCK, 2003)
Kligman et al (1998), mostraram, em estudos usando UVB irradiado em ratos
lisos, convencimento de que o FPS pode prevenir e reparar o UVB que induz a foto
envelhecimento. Os ratos lisos albinos eram irradiados com UVB três horas/semana
durante trinta semanas, e os FPS com alto fator eram aplicados depois entre a 10ª e
20ª semana. Não somente estava mais longe da foto envelhecimento preventivo,
como do fotodano contraído antes da aplicação do FPS que era reparador. O processo
reparador era caracterizado pelo uso do FPS, por uma zona da derme de
reconstituição, constituindo na maturidade do colágeno e no trabalho das fibras
elásticas finas.
Um outro estudo analógico foi demonstrado em 46 saudáveis voluntários que
usavam FPS em um veículo diário, por 24 meses. Biopsias de pele periauricular têm
tido como base uma significante diferença em elastose solar entre dois grupos,
indicando que o FPS pode permitir a reparação da derme. Mostrou também que, se
manter fora do sol por mais tempo pode trazer benefícios na qualidade da pele,
diminuindo o risco da foto envelhecimento. Estas observações têm sido analisadas
histologicamente pelos estudiosos, mostrando que a derme é reparada quanto à
exposição aos raios UV, usando se filtro solar.
Usando um modelo matemático baseado em uma data epidemiológica
estudada, o potencial benéfico e regular do uso do filtro solar 15, durante os primeiros
dezoito anos de vida, demonstrou a redução da incidência do foto envelhecimento e
do câncer de pele em aproximadamente 78%. De uma perspectiva prática, os
indivíduos devem ser alertados e orientados de que o uso diário do filtro solar evita ou
retarda riscos e danos indesejados. (GRIFFITHIS, 1999)

Massagem terapêutica facial

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Dentre todas as terapias, a massagem é a mais elementar e a mais antiga.


Sua história em evolução remonta às mais afastadas épocas da vida humana sobre a
terra, sendo definida como um conjunto de manipulações sistemáticas e científicas
dos tecidos corporais, de melhor eficiência com as mãos, com o propósito de
influenciar os sistemas e órgãos.
A primeira massagem realizada pelo homem aconteceu quando este,
instintivamente, esfregou sua pele para aliviar a dor de um traumatismo qualquer.
Desde as mais remotas civilizações, tanto ocidentais como orientais e até mesmo
entre as civilizações pré-colombianas, temos escritos que falam da massagem.
A utilização, na prática médica, foi descrita por Homero, em 1200 a.C. e por
Hipócrates, em 460 a.C, usada nos banhos pelos gregos e romanos para assegurar a
saúde e a beleza.
A palavra massagem pode ter diversas raízes em diferentes línguas, como,
por exemplo, o termo massein, que se traduz como amassar ou mass que significa
palpar. (FRITZ, 2000)
A massagem, na atualidade, não é mais considerada como empírica e sim
como ciência, uma vez que muitos efeitos relacionados a este recurso foram
estudados. Em tempos mais recentes, foi desenvolvida e elaborada em alto grau por
Ling, da Suécia e Mezger, da Holanda. Posteriormente, seus defensores foram Weir
Mitchell e Kellogg, nos Estados Unidos e Cyriax e Mennell, na Inglaterra.
Existem diversos tipos de massagens, com diferentes técnicas, porém, todas
são derivadas de movimentos primários que fazem parte da massagem clássica,
preconizada por Perhenrike (1776), proporcionando ao corpo o bem-estar e a
restauração da saúde. Ela auxilia desde o tratamento de doenças crônicas até
simplesmente os efeitos do estresse, ocasionados pelo dia-a-dia; possui efeito
imediato e a pessoa massageada sente efeito ao final da primeira sessão. (MARTINS,
2003)
A massagem, segundo Mennell (apud LIMA, 2001, p 01), possui algumas
manobras básicas entre elas:
a) Deslizamento superficial;
b) Deslizamento profundo;
c) Amassamento;
d) Fricção;
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e) Percussão;
f) Vibração.

Deslizamento superficial e profundo

Na manobra de deslizamento, é realizado um movimento de alisamento em


toda a região facial desejada. Quando realizadas, as manobras ajudam o paciente a
relaxar por meio do sistema nervoso sensitivo, produzindo um efeito sedativo e
diminuindo o espasmo muscular.
Quando realizadas de forma rápida e mais profunda exercem um efeito
estimulante, resultando num efeito generalizado de revigoramento.

Amassamento

É uma manipulação em que todos os tecidos subcutâneos são alternadamente


comprimidos e liberados. Durante a fase de pressão de cada movimento, a mão e a
pele se movem conjuntamente sobre as estruturas mais profundas, deslizando
repetitivamente.

Fricção

As fricções consistem em movimentos breves, precisamente localizados e


profundamente penetrantes realizados em direção circular. Esses movimentos são
habitualmente realizados pelas pontas dos dedos. (BROWN, 2001)

Vibração

É o ato de vibrar as mãos do terapeuta, sendo transmitida uma leve pressão


sobre a face do paciente.

Percussão

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É a aplicação de golpes ligeiros a fim de estimular a musculatura facial. Esta


técnica é realizada com a ponta dos dedos, com toques leves e suaves, podendo
também ser feita lentamente, em movimentos rítmicos com as palmas das mãos
relaxadas. (MARTINS, 2003)
O terapeuta deve observar outros aspectos como: bom posicionamento e
aquecimento das mãos, a limpeza das mesmas, força e leveza combinadas
(agilidade), unhas curtas, cabelos presos, sala adequada com boa iluminação e
temperatura ambiente agradável. (GUIRRO; GUIRRO, 2004)
A partir dessa técnica, denominada massagem clássica, surgiram outras como:
a drenagem linfática manual, shiatsuterapia, ayurvédica, massagem do tecido
conjuntivo e reflexa, shantala entre outras existentes atualmente.
Basicamente, todas partem de um mesmo princípio técnico de realização das
manobras, sendo a massagem clássica a mais realizada em tratamentos terapêuticos
preventivos.
Para realizá-la, o profissional, além de ser qualificado, deverá ter
conhecimento da anatomia, fisiologia e funcionamento dos sistemas orgânicos e
corretas indicações da patologia, sabendo também utilizar corretamente as técnicas e
suas possíveis variações. As indicações e contraindicações são requisitos
indispensáveis de conhecimento do terapeuta antes da realização da massagem.
As manobras devem ser realizadas no sentido distal-proximal, isto é, contrário
ao sentido dos pelos, pois assim, haverá uma mobilização mecânica mais eficaz de
todos os bulbos pilosos, eliminando detritos que possam estar situados abaixo.

Efeitos fisiológicos da massagem

A massagem sobre a pele exerce um efeito mecânico direto, decorrente da


ação direta da pressão exercida. Também, o aumento da ação reflexa indireta, por
liberação local de substâncias vasoativas, proporciona mudanças fisiológicas.
Resumidamente, as diversas técnicas da massagem podem promover:
a) Relaxamento muscular;
b) Alívio da dor;
c) Aumento da circulação sanguínea e linfática;
d) Aumento da nutrição tecidual;
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e) Aumento da secreção sebácea;


f) Remoção dos catabólicos;
g) Aumento da maleabilidade tecidual;
h) Aumento da extensibilidade tecidual;
i) Aumento da mobilidade articular;
j) Recuperação da camada epidérmica;
k) Renovação do estrato córneo;
l) Elevação da temperatura de 2 a 3 graus Celsius;
m) Aumento do número de capilares;
n) Aumento na penetração de fármacos.

Efeitos circulatórios da massagem

O aumento do fluxo sanguíneo promovido pela massagem foi observado, no


século XIX, por Brunton e Tunicliffe. Na circulação sanguínea localizada, há o
deslocamento intermitente do líquido nos vasos, aumento da velocidade do fluxo e da
troca de substâncias com células tissulares.
Como efeito secundário, aumento da irrigação sanguínea periférica, da
concentração de eritrócito e da excreção renal da água. (GUIRRO; GUIRRO, 2004)
A primeira porção da circulação a ser afetada é a dos capilares periféricos,
promovendo uma isquemia seguida de uma vasodilatação (que favorece trocas
nutritivas), acarretando uma hiperemia cutânea com elevação da temperatura da pele,
microscopicamente, com o aumento no número de capilares em atividade. Essa
vasodilatação capilar leva a uma vasoconstrição compensadora das artérias mais
profundas (contração reflexa das artérias), levando ao aumento da circulação
periférica, facilitando a evacuação do sangue, intensificando assim a retirada de seus
catabólicos, melhorando em todos os aspectos a qualidade cutânea.

Indicações da massagem

É indicado para qualquer processo que necessite de vasodilatação ou para que


haja o aumento da circulação como:
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a) Edema:
b) Hematoma:
c) Linfedemas;
d) Cicatrizes;
e) Aderências;
f) Tensão e fadiga muscular;
g) Dor;
h) Rugas.

Contraindicações da massagem

Existem patologias em que a massagem é contraindicada, devido ao perigo de


acentuá-las, ou mesmo propagá-las a outros tecidos. As mais comuns são:
a) Tumores benignos e malignos;
b) Distúrbios circulatórios;
c) Doenças da pele;
d) Hiperestesia da pele;
e) Gravidez;
f) Processos infecciosos;
g) Fragilidade capilar;
h) Aumento da temperatura corporal (febre).

Shiatsuterapia

É uma forma de manipulação administrada pelos polegares, outros dedos,


palma das mãos, sem o uso de qualquer instrumento mecânico ou de outro tipo para
aplicar pressão sobre o tecido a fim de restabelecer o fluxo energético normal e corrigir
disfunções internas. Através das manipulações do shiatsu, há intensa estimulação
proprioceptiva, atuando sobre o sistema nervoso. Além disso, promove uma
homeostase tanto energética como física gerando assim a possibilidade de haver um
processo de auto cura. (NAMIKOSHI, 1992)
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Histórico

A palavra shiatsu tem origem japonesa e significa pressão dos dedos; onde shi
significa dedo, e atsu quer dizer pressão. (BARROS, 2004)
O início da medicina oriental no Japão data do século VI, mais ou menos; no
ano 552. Assim sendo, o shiatsu tornou-se conhecido como forma de terapia manual
há aproximadamente 70 anos. Vários entre os primeiros praticantes de shiatsu,
desenvolveram seus próprios estilos, sendo que alguns como Tokojiro Namikoshi e
Shizuto Masunaga, fundaram escolas que contribuíram para o estabelecimento do
shiatsu como terapia. Existem vários estilos diferentes de shiatsu, hoje em dia. Alguns
se concentram em pontos de acupressão (acupuntura digital). Outros enfatizam um
trabalho mais generalizado no corpo ao longo dos caminhos de energia para
influenciar o Ki fluindo através deles. Outros ainda destacam os sistemas de
diagnósticos como os dos Cinco Elementos, ou a abordagem macrobiótica.

Energia

Quando se fala em energia, subentende-se atividade. Pela ciência, todos os


elementos, sejam animados ou inanimados, possuem energia em diferentes formas.
Na medicina oriental, essa energia é denominada Ki que em japonês significa a
energia vital que todos os seres vivos possuem. Cada cultura possui um método para
entrar em contato com esta energia e promover seu equilíbrio, seja através de
exercícios, da respiração, de alongamentos, de pressão em pontos do corpo inserindo
agulhas (acupuntura). Esses pontos formam meridianos e possuem baixa resistência
à eletricidade, sendo bons condutores.

Meridianos

É o trajeto por onde a energia vital percorre o corpo. Eles estão intimamente
ligados ao potencial de função de um órgão ou víscera e são em número de 12. Sua

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energia circula com ritmo e sequência estabelecidos de tal maneira que a cada 2
horas, um dos meridianos têm o seu máximo de atividade.
Seis meridianos são de natureza Yin, e seis são de natureza Yang. Para a
medicina oriental, tudo no universo foi gerado pela união de duas forças antagônicas,
porém complementares: Yin e yang. (THOMPSON, 1997)
Para que haja a saúde física e mental, é necessário que exista perfeito
equilíbrio e harmonia do fluxo de energia no organismo, pois o bloqueio dessa energia
é o primeiro estágio para o desenvolvimento de doenças.
Qualquer ser vivo, fenômeno, objeto, etc., ocorre da inter-relação constante de
Yin e Yang. A diversificação da unidade é constituída pela manifestação desses dois
aspectos antagônicos de energia, que formam um infinito de combinações e
constituem o universo.
A vida desenrola-se dentro de um equilíbrio psico-bio-energético, de acordo
com as leis da natureza e suas manifestações energéticas, dentro da polaridade Yin
e Yang. Esta oposição energética serve para os orientais como base para sua filosofia
e terapêutica.

Características do Yang

Expansão, claro, atividade ou movimento, vida, energia, positivo, masculino,


agudo, centrípeto.

Características do Yin

Introversão, passividade, escuro, negativo, morte, feminino, crônico e


centrífugo.

Técnicas básicas de aplicação

Pressão:
Pressionar um único ponto uma só vez.
Pressionar um único ponto três vezes.
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Pressionar um único ponto por um minuto


Pressionar um único ponto três vezes aumentando a intensidade cada vez que
se pressiona.
A pressão deve ser sempre realizada perpendicularmente, sendo o princípio da
mesma, contínua e determinada e deve obedecer de três a sete segundos. A
intensidade da pressão irá determinar a relação paciente e terapeuta, pois cada
pessoa possui um limiar de dor.
a) Pressão fraca, sensação confortável.
b) Pressão média, pequena dor, porém quase insuportável.
c) Pressão forte, dor e sensação quase insuportável.
Esta terapia facilita a circulação do sangue e da energia por todo o corpo. A
técnica é pressionar e alongar cada centímetro do músculo (NAMIKOSHI, 1987). O
efeito dessa massagem é imediato, sendo que a sensação de relaxamento e bem-
estar são sentidas logo após a primeira sessão. Os movimentos de pressão, além de
trabalharem a massa muscular agem também sobre os sistemas reprodutivo,
digestivo, respiratório, circulatório e nervoso, ativando o funcionamento dos órgãos
internos e a circulação sanguínea. Todos têm uma tendência a acumular tensão e
energia em suas cabeças, assim existem muitos meridianos que começam e terminam
na face onde facilmente podem ocorrer bloqueios resultando na formação de linha de
expressão, manchas ou rugas. Sendo assim, o shiatsu, quando aplicado na região da
face, pode remover qualquer obstrução e promover aumento do Ki; deixando a pele
oxigenada e hidratada o que estimula a produção de colágeno e elastina,
recuperando, portanto, a tonicidade e a vitalidade do rosto, pois a pele fica menos
frágil e menos susceptível ao envelhecimento precoce. (VACCHIANO, 2000)

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Fonte: LIMA, 2007, p. 18


Figura: Pontos do Shiatsu na região frontal da face

Fonte: LIMA, 2007, p. 18


Figura: Pontos do Shiatsu na região lateral da face

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Fonte: LIMA, 2007, p. 19


Figura: Pontos do Shiatsu do alto da cabeça

Indicações do Shiatsuterapia

a) Estresse;
b) Dores nas costas e articulações;
c) Insônia;
d) Inchaço dos pés e pernas;
e) Dor de cabeça;
f) Sinusite;
g) Rosto cansado, com sulcos e marcas de expressão, enfim todos os
processos que necessitam de vasodilatação.

Contraindicações do Shiatsuterapia

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a) Processos infecciosos;
b) Doenças infecto – contagiosas;
c) Febre;
d) Gripe;
e) Câncer;
f) Ulcerações ou processos erosivos da pele;
g) Patologias de origem neurológica, pela ausência de sensibilidade;
h) Patologias agudas. (LUNDBERG, 1998)

Normas do bom terapeuta

a) Usar roupas confortáveis, limpas e de preferência brancas;


b) Estar tranquilo e sereno para demonstrar boa aparência ao paciente;
c) Aplicar os estímulos conforme o indivíduo consegue suportar;
d) Não falar em demasia;
e) Não demorar excessivamente a massagem;
f) A concentração deve estar voltada apenas para o indivíduo que será
massageado;
g) Limpeza geral das mãos, flexibilidade e agilidade nas pressões;
h) Desuso de anéis e pulseiras para não machucar o paciente.
Eletroestimulação facial

Micro correntes

Estudos mostram que as microcorrentes vêm sendo desenvolvidas com


tecnologia avançada, atingindo melhores resultados com intensidade de 10 a 500
microamperes. Difere-se, portanto, das outras correntes eletro terapêuticas em
relação à percepção da sensação de formigamento, por não conseguir ativar as fibras
nervosas sensoriais cutâneas, proporcionando ao paciente maior conforto durante a
sua aplicação. (ROBINSON; SNYDER-MACKLER, 2001)
Segundo Gonzales (apud PEREIRA et al, 2008, p.25), a sensação de
formigamentos, que é tão comum nas aplicações de outras correntes, inexiste, porque
a microcorrente trabalha de forma sensorial e compatível ao campo eletromagnético
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do corpo, gerando assim adaptações benéficas aos tecidos. O efeito da utilização das
microcorrentes tem sido muito estudado, em virtude do seu campo de atuação ser
bastante profundo, podendo alcançar o tecido muscular e principalmente o plano
cutâneo e subcutâneo.
Uma das terapias mais difundidas para o tratamento facial na
DermatoFuncional é a estimulação elétrica dos músculos da face. A terapia por
microcorrentes é a forma que utiliza correntes com pequenos valores de frequência e
intensidade (microamperes).
As correntes elétricas de pequena intensidade quando aplicadas ao corpo, por
serem compatíveis aos sinais elétricos, aumentam a atividade celular. A
eletroestimulação facial tem o objetivo de proporcionar maior tonicidade à musculatura
e causar um enrijecimento adequado. Pode ser realizada em conjunto com outras
técnicas como o eletrolifting, ionização de ativos, além de técnicas cosmetológicas e
manuais, o que auxilia na modelação da face e na atenuação das linhas de expressão.
A corrente farádica é uma corrente do tipo alternada, ou seja, muda sua
polaridade em um determinado tempo e realiza uma estimulação muscular por
excitação nervosa (ROBINSON; SNYDER-MACKLER, 2001). Tem ainda por objetivo
proporcionar trabalho passivo, melhorando o contorno facial e reduzindo o quadro de
flacidez muscular com consequente melhoria da circulação periférica.
Já a corrente galvânica caracteriza-se por ser uma corrente contínua, ou seja,
o fluxo de elétrons é constante e interrupto, unidirecional. É modulada em ondas onde
os valores da frequência são medidos em milionésimos de ampére (mA). O principal
objetivo é a revitalização cutânea, a melhoria da flacidez muscular, elasticidade,
viscosidade e brilho da pele.
A má circulação e a disfunção do sistema linfático ocasionam ineficácia na
nutrição e na eliminação de toxinas. Estes aspectos associados a fatores como modo
de vida do paciente e sua forma individual de utilizar os músculos da face também
refletem nos tônus musculares, que é o responsável pelo aspecto viçoso da juventude.
Contudo, quando este é afetado, poderá surgir o aparecimento de sulcos
nasogenianos, linhas de expressão e outras exteriorizações. Esta eletroestimulação
atinge não só a superfície da pele, mas também possibilita a movimentação de
líquidos intersticiais, o que ajuda na estimulação das fibras da musculatura da face.
Alguns efeitos fisiológicos ocorrem tais como:
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a) Elevação da temperatura local;


b) Formação de hiperemia;
c) Otimização do metabolismo;
d) Aumento da síntese de ATP e de colágeno;
e) Incremento da drenagem;
f) Desobstrução ganglionar;
g) Aumento das trocas iônicas intracelulares;
h) Mobilização de líquidos provenientes das circulações linfática e
sanguínea;
i) Aumento da reabsorção de hematomas, edemas e cicatrização em pós
- cirúrgicos.
Para a realização dessas terapias, há necessidade de eletrodos convencionais
(borracha de silicone, autoadesivo, etc) ou eletrodos tipo sonda em forma de dupla
caneta - bastonetes (MARTINS, 2003). Existe também um outro tipo de caneta, a qual,
na sua extremidade, possui uma fina agulha necessária para que haja a concentração
da corrente.
Na ponta desta caneta existe uma maior concentração de cargas, o que
acarreta um campo elétrico mais intenso, podendo provocar o seu esgotamento de
cargas elétricas. Deve-se ter cuidado para não provocar lesões. O procedimento
técnico consiste na estimulação das rugas de forma individual até que haja uma
hiperemia em todo o trajeto da ruga. Isso ocorre devido a essa estimulação provocar
o aumento da circulação local, intensificando assim os processos metabólicos, a
nutrição, a função e a regeneração do tecido subepidérmico. (GUIRRO; GUIRRO,
2004)
Os processos técnicos para a execução podem ser divididos em três grupos:

a) Deslizamento da agulha dentro do canal da ruga;


b) Penetração da agulha em pontos adjacentes e no interior da ruga;
c) Escarificação - método de deslizamento da agulha no canal da ruga:
diferencia-se pela agulha ser posicionada a 90 graus, ocasionando uma lesão do
tecido.
As três técnicas produzem resultados animadores, atenuando sobremaneira as
rugas e linhas de expressão. Entretanto, as duas técnicas que desencadeiam um
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processo inflamatório, a invasiva e a escarificação, proporcionam resultados rápidos.


A intensidade da corrente utilizada é baixa, de 300 a 500 microampere.
Quanto à colocação dos eletrodos, para trabalho na musculatura da face,
podem respeitar os pontos motores ou regiões musculares.
Se a escolha for pelos pontos motores, os eletrodos ou placas, como podem
ser chamadas, deverão ser colocados nos pontos motores da musculatura próxima às
terminações nervosas. Os pontos motores são áreas ótimas para a estimulação, pois
existe uma menor resistência à passagem da corrente. Eles comandam a contração
normal das fibras musculares. Esses nervos ramificam-se dentro do tecido conjuntivo,
onde cada nervo origina várias ramificações. Uma fibra nervosa pode inervar uma
única fibra muscular ou se ramificar e inervar até 150 delas. Neste local de inervação,
o nervo perde sua bainha de mielina e forma uma dilatação dentro de uma superfície
da fibra muscular. Isso é chamado de ponto motor.

Fonte: GUIRRO; GUIRO, 2004, p. 166


Figura: Pontos motores, músculos e nervos da face

Músculos
a) Temporal;
b) Frontal;
c) Supra-orbital;
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d) Orbicular da boca;
e) Zigomático;
f) Elevador do lábio;
g) Bucinador;
h) Orbicular da boca;
i) Masseter;
j) Depressor do lábio.

Nervos:
a) Ramo Temporal;
b) Ramo Zigomático;
c) Ramo Mandibular;
d) Ramo Facial.

Mas se a escolha for por regiões musculares, a posição das fibras indica o
sentido de contração daquele determinado músculo. Ao realizar-se a
eletroestimulação é necessário respeitar a contração normal das fibras musculares.
No entanto, o sentido da eletroestimulação das placas será contrário à posição das
linhas de expressão.
Esta escolha é uma boa opção quando se necessita estimular os músculos de
uma determinada região, o que normalmente é o caso da paciente da estética, que
dificilmente necessita do trabalho em músculo isolado e sim em determinada região.

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Fonte: MARTINS, 2002, p. 02


Figura: Aplicação lateral dos eletrodos

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Fonte: MARTINS, 2002, p. 02


Figura: Aplicação lateral e frontal dos eletrodos

Efeitos das microcorrentes no envelhecimento cutâneo

No processo de envelhecimento celular, ocorrem umas interrupções elétricas.


Assim, é promovido um aumento de resistência ao fluxo elétrico, o que impede o
processo natural de renovação celular. Portanto, a aplicação de microcorrentes com
o objetivo de propiciar o rejuvenescimento cutâneo é então justificada, pois esta tende
a melhorar o fluxo de corrente endógena, restabelecendo a homeostasia local.
(GONZALES apud PEREIRA et al, 2008, p. 24)

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O uso de microcorrentes na pele produz um aumento na concentração de


Adenosina 5-trifosfato (ATP), de três a cinco vezes, sendo o efeito muito similar ao
encontrado na síntese protéica. Na Dermato – Funcional, a utilização dessas
microcorrentes é baseada em seus efeitos fisiológicos e terapêuticos, sendo assim
um recurso bastante utilizado na face, por ter característica confortável e indolor.
(TEAHEN, 1994)
De acordo com Martins (2003), existem bons resultados em estudos realizados
com a aplicação de microcorrentes para propiciar a síntese de proteína. Estas
provocam um aumento da produção de ATP em até 500%, devido a sua efetividade
no fornecimento de elétrons e prótons, acelerando a velocidade de despolarização e
de formação do potencial de ação da membrana mitocondrial; o que provoca uma
elevação do transporte de aminoácidos, contribuindo para a síntese protéica em 30 a
40%. Além da grande oferta de ATP aumentar o transporte de íons, propicia elementos
essenciais ao desenvolvimento de tecido saudável.
Segundo Valesco (2004), pesquisas mostraram que o intercrescimento dos
fibroblastos e o alinhamento das fibras de colágeno no tecido epitelial foram fornecidos
com a aplicação de microcorrentes. Esta excitação elétrica oferecida aumenta a
concentração de receptores do fator de crescimento que aumenta a produção de
colágeno, aumentando, portanto, a velocidade de renovação celular, dando um
aspecto jovial e renovado à pele.

Corrente russa

A corrente russa tem sido utilizada nos tratamentos de combate ao


envelhecimento com o objetivo de prevenir a hipotonia fisiológica através da melhora
da circulação e nutrição tecidual. Esses efeitos são atingidos com o aumento do
metabolismo muscular, promovendo um aumento na oxigenação e liberação dos
resíduos metabólicos, dilatação das arteríolas com consequente aumento da irrigação
sanguínea do músculo e estimulação de maior trofismo.
A intensidade da corrente utilizada é proporcional à força de contração do
músculo. Sabendo disso, os pontos motores passam a ser ideais como pontos dos
eletrodos. (DI MAMBRO et al, 2005)

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As contraindicações para o uso desta corrente são: cardiopatias, portadores de


marca-passo, patologias circulatórias; gestantes; processos infecciosos e
inflamatórios; neoplasias; patologias pulmonares; epilepsia; regiões com dermatite ou
dermatoses e lesões musculares.

Foto rejuvenescimento a laser

O laser é um aparelho de amplificação da luz, provocada pela emissão


estimulada de radiação, que utiliza luz altamente organizada para estimular alterações
fisiológicas nos tecidos. O laser terapêutico é obtido, por exemplo, pelo gás Hélio –
Neon (HeNe), quando eletricamente energizados para produzir uma saída de radiação
fotônica para estimular determinadas áreas. (STARKEY, 2001)
Resultados obtidos com a Laserterapia para prevenir e/ou melhorar as rugas
não podem ser comparados com resultados de cirurgias plásticas ou outros métodos
curativos, pois a prevenção cutânea é de suma importância para a dermato-funcional.
Inicia-se desde cedo e pode ser acompanhada com técnica fisioterápica preventiva.
Segundo Trelles (apud GUIRRO; GUIRRO, 2004), o laser se dá a nível celular,
promovendo o aumento do colágeno, com o qual se consegue restituir a tensão da
pele, obtendo-se interessantes melhoras na expressão facial em pacientes entre 30 e
50 anos com sinais de envelhecimento cutâneo facial.
Múltiplas modalidades têm sido descritas sobre o rejuvenescimento facial
incluindo o uso terapêutico do laser. A laserterapia, comparada a outras técnicas,
vem crescendo a cada dia, pois é um sistema de tratamento preventivo bem planejado
e aplicado, promovendo um remodelamento sem danos da epiderme.
Estudos realizados comparando o uso do laser versus terapia light (ou seja,
leve, suave); para rugas faciais foram satisfatórios. Clinicamente, essas duas técnicas
foram utilizadas com o objetivo de preservar e/ou prevenir as fibras dermais.
Os resultados não foram satisfatórios quanto ao tratamento com a terapia light,
ao nível de fibras da derme, porém, o tratamento com uso do laser foi efetivo para o
rejuvenescimento facial; onde as fibras da derme não apresentaram desrruptura
histológica. Concluindo, esta terapia favorece com seus resultados a formação de
colágeno, melhorando a sustentação da pele, tornando sua aparência mais jovem e
saudável. (KIM; GERONIMUS, 2004)
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O laser de CO2 (dióxido de carbono) é um laser não abrasivo, ou seja, não


invasivo, porque não retira camadas profundas da pele. É um tratamento suave, onde
a luz emitida tem a intenção de melhorar o aspecto das rugas, manchas e vasos.
A utilização deste laser é como realizar-se um peeling térmico, onde sua luz
emitida agirá de maneira mais efetiva, depois da segunda sessão, pois, só assim ele
terá capacidade de penetrar profundamente, tornando-se cada vez mais eficaz quanto
à melhoria do aspecto cutâneo.
O laser é percorrido pela região desejada da face, como nas rugas, manchas e
vasos instalados ao redor da boca e olhos ou onde mais se desejar.
Assim, com o tempo, ocorrerá a remoção de camada por camada
comprometida da pele melhorando a textura e a firmeza, pois promoverá a contração
das fibras de colágeno e elastina.
Obtiveram melhores resultados aqueles pacientes que usaram e usam filtro
solar associado a cremes e produtos que ajudam no rejuvenescimento cutâneo.
(AIRAN; HRUZA, 2002)

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