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RECURSOS ESTÉTICOS CORPORAIS

Stéfani Lameze
1 ESTÉTICA CORPORAL

Neste bloco você conhecerá a organização da pele e dos anexos epidérmicos, além do
mecanismo de interação com os demais sistemas orgânicos na manutenção da saúde e
no processo de doença. Você também explorará o desenvolvimento e a
micromorfologia das estruturas epidérmicas e de seus anexos, das estruturas
dérmicas, do mesmo modo que conhecerá a fisiopatologia das principais
manifestações cutâneas.

1.1 Pele e anexos

1.1.1 Embriologia

As células são a unidade básica de todos os seres vivos. E como unidade funcional
básica é responsável por realizar todos os processos de vida. Elas variam em relação a
tamanho, forma e função.

São compostas por:

• Contém nucleoplasma, substância líquida que possui proteínas


e o ácido desoxirribonucleico (DNA). O DNA determina
Núcleo características genéticas como cor dos olhos, cabelo e pele;

• É toda a parte líquida da célula, exceto o nucleoplasma. O


citoplasma é responsável por fornecer nutrientes para o
Citoplasma desenvolvimento da célula;

• Cerca o protoplasma, porém permite que substâncias solúveis


Membrana entrem e saiam das células.
celular

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As células têm a capacidade de se dividir para o surgimento de novas células e/ou o
desenvolvimento de tecidos. O nome desse processo é mitose.

O tecido é composto por um conjunto de células. Cada tecido possui uma função:

Tecido conjuntivo Tecido epitelial Tecido muscular Tecido nervoso

•Tem a função de •Tem a função de •Tem a função de •Tem a função de


proteger e unir revestimento, contração e transportar
os órgãos. como por movimento em mensagens,
Encontra-se em exemplo, a pele, várias partes do controlar e
cartilagens, membranas corpo. coordenar
ligamentos, mucosas, funções. Contém
fáscias e tecido coração, órgãos células especiais
adiposo. digestivos e que recebem o
respiratórios. nome de
neurônios que
formam nervos,
encéfalo e
medula espinal.

1.1.2 Pele

De acordo com Tassinary e Goelzer Neto (2018), a pele é composta por duas camadas:
a epiderme e a derme. “A epiderme é composta por um epitélio pavimentoso,
queratinizado e estratificado, com uma camada basal subjacente apoiada na derme.
(...) Na maioria das regiões do corpo, ela é constituída por 4 camadas: basal, espinhosa,
granular e córnea (...)”.

Zonas com maior atrito como palmas das mãos e pés apresentam uma quinta camada
chamada de lúcida, entre as camadas córnea e granulosa, composta por uma fina
camada de células achatadas parcialmente preenchidas por queratina (TASSINARY;
GOELZER NETO, 2018).

1.1.2.1 Camada basal

A camada basal é a mais profunda da epiderme, apresenta morfologia colunar,


citoplasma basófilo e núcleo grande e oval. Apresenta filamentos de queratina na sua
superfície. O melanócito, que é a célula responsável pela formação de melanina,

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encontra-se nesta camada. A renovação da epiderme desde a divisão de células basais
até a eliminação das lâminas córneas é de 52 a 75 dias (TASSINARY; GOELZER NETO,
2018).

1.1.2.2 Camada espinhosa

A camada espinhosa ou de Malpighi é composta por várias células poligonais que se


unem por ligações intercelulares entre os queratinócitos adjacentes. Nesta camada
encontram-se as células de Langerhans que são responsáveis por participar da
resposta imune a apresentar antígenos. Compõe-se de 2 a 8% das células da epiderme
(TASSINARY; GOELZER NETO, 2018).

1.1.2.3 Camada granulosa

A camada granulosa torna-se achatada devido ao processo de diferenciação de células


das camadas basais. No interior das células granulosas localizam-se diversas proteínas
que posteriormente serão ativadas no processo de formação de envelopes celulares
dos corneócitos (BORGES; SCORZA, 2016).

1.1.2.4 Camada lúcida

A camada lúcida é observada nas regiões de palma das mãos e planta dos pés, entre as
camadas granulosa e córnea, composta por aproximadamente cinco camadas de
queratinócitos achatados que garantem a impermeabilidade da pele (TASSINARY;
GOELZER NETO, 2018).

1.1.2.5 Camada córnea

A camada córnea possui um formato plano e largo. Nesta fase já perderam o núcleo e
o citoplasma, gerando assim o processo de descamação natural, não gerando dano ao
tecido. A apoptose dessas células faz com que liberem as proteínas que estavam
presentes na camada de tecido granular, formando a barreira lipídica extracelular
hidrofóbica que tem como responsabilidade manter a homeostase do tecido (BORGES;
SCORZA, 2016).

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1.1.3 Anexos da pele

São considerados anexos da pele o pelo, as unhas e glândulas sebáceas e sudoríparas.

1.1.3.1 Pelo

Forma-se na vida embrionária como uma projeção de queratinócitos modificados


(tricócitos) para dentro da derme. Ocorre por influência de células mesenquimais que,
mais tarde, constituem a papila folicular e se localizam na sua porção mais inferior.
Funcionalmente, o folículo e sua papila estabelecem uma relação tão íntima e
interdependente que podem ser entendidos como uma unidade (TASSINARY; GOELZER
NETO, 2018).

Histologicamente, é dividido em:

• Infundíbulo que se estende de sua abertura (óstio) à inserção do ducto da


glândula sebácea;
• Istmo que vai da inserção da glândula sebácea à região da inserção do músculo
eretor do pelo;
• Protuberância (área de concentração de células-tronco).

1.1.3.2 Unhas

As unhas se originam na matriz ungueal e se apresentam como lâminas. São


queratinizadas e estão localizadas sobre as superfícies dorsais das falanges distais
(TASSINARY; GOELZER NETO, 2018).

As unhas são constituídas pelos seguintes componentes:

• Matriz: área semilunar de células epiteliais proliferativas e parcialmente


vedadas pela dobra ungueal posterior;
• Únula: parte branca e convexa na base da unha;
• Eponíquo ou cutícula: a dobra da pele na porção proximal da unha;
• Lâmina ungueal: a porção rígida e translúcida composta por queratina;

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• Leito ungueal: o tecido conjuntivo fortemente aderido à lâmina ungueal, rico
em terminações nervosas;
• Hiponíquo: região espessa onde ocorre a fixação entre a pele do dedo e a
porção distal da unha.

1.1.3.3 Glândulas sebáceas

São pequenas estruturas saculares que se originam de uma modificação das células-
fonte na protuberância do folículo piloso ainda na fase embrionária. As glândulas
sebáceas produzem o sebo que contribui para a formação do manto hidrolipídico,
responsável por manter a hidratação da pele e atuar como barreira protetora contra a
entrada microbiana. As glândulas sebáceas são controladas pela ação do hormônio
testosterona, apresentando-se moderadamente desenvolvidas no recém-nascido,
regredindo na infância, desenvolvendo-se novamente na puberdade e regredindo ao
longo da vida (TASSINARY; GOELZER NETO, 2018).

1.1.3.4 Glândulas sudoríparas ou apócrinas

Embora sejam amplamente distribuídas durante a fase embrionária, elas somente se


desenvolvem nas regiões de axila, genital e periareolar. As glândulas apócrinas
secretam pequenas quantidades de secreção inodora composta por: proteínas,
açúcares, amônia, ácidos graxos e, eventualmente, cromógenos. Acredita-se que o
odor produzido pela secreção apócrina é originado pela decomposição do material
orgânico pelas bactérias que compõem a flora cutânea (BORGES; SCORZA, 2016).

1.1.3.5 Glândulas sudoríparas écrinas

Dispersas por toda a pele, porém em maior quantidade nas regiões palmoplantares e
axilas, atuam na termorregulação do corpo humano por meio da perda de calor pela
evaporação. A secreção é incolor e 99% da sua composição é água e solutos presentes
no plasma (BORGES; SCORZA, 2016).

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1.2 Afecções estéticas

Abordaremos agora as disfunções estéticas corporais, tais como: Fibroedemageloide


(FEG), seus tipos e graus, lipodistrofia, hipotonia muscular e tissular e estrias. Para
montar um programa de atendimento adequado e eficaz para cada cliente, é de suma
importância que o aluno entenda os diferentes tipos de afecções estéticas (BORGES;
SCORZA, 2016).

1.2.1 Fibroedemageloide (FEG)

A celulite também denominada fibroedemageloide (FEG) é uma disfunção que


acomete 85% a 98% das mulheres após a puberdade. Entre os fatores de predisposição
encontram-se: hereditariedade, sexo, idade, biotipo, cor de pele e desequilíbrio
hormonal (BORGES; SCORZA, 2016).

1.2.1.1 Classificações de FEG

A FEG pode ser classificada quanto à forma clínica:

• Edematosa: acomete mulheres de qualquer faixa etária ou peso, com


desequilíbrio circulatório que possa gerar edema, que fazem uso de
contraceptivos à base de hormônios. Apresenta edema a pressão digital;
• Flácida: indivíduos que perderam peso sem atividade muscular associada,
sedentários e com massa muscular pouco desenvolvida. Costuma desaparecer
ao estiramento tecidual no momento da avaliação;
• Compacta ou dura: afeta principalmente indivíduos jovens, ativos fisicamente e
com músculos definidos. Identifica-se a aparência de casca de laranja, zonas
endurecidas e regiões com pouca vascularização, pele seca, rugosa e com
possível presença de estrias;
• Mista: é encontrada em diferentes partes do corpo e representa as variações
dos tipos já apresentados, como FEG edematosa nas laterais da coxa e flácida
no interno.

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E pode ser classificada quanto ao grau que vai de 1 a 4:

• Celulite branda ou grau 1: o aspecto de casca de laranja é percebido somente


quando o tecido é comprimido ou pela contração muscular voluntária. Não há
alteração quanto à sensibilidade a dor e não é percebida alteração clínica;
• Celulite moderada ou grau 2: as depressões são visíveis mesmo sem
compressão dos tecidos. O aspecto se agrava após a compressão entre os
dedos ou após a contração muscular voluntária. Pode ocorrer redução da
temperatura e apresentar edema no local;
• Celulite grave ou grau 3: apresenta aspecto de casca de laranja mesmo sem
contração voluntária e independentemente da posição. Existe ainda a presença
de nódulos palpáveis e dolorosos;
• Celulite grave ou grau 4: o aspecto de casca de laranja também é observado
em qualquer posição do corpo, é a evolução do grau 3, porém apresenta
nódulos mais palpáveis, visíveis e aderentes aos planos profundos. Apresenta
dor aumentada e presença de fibroses.

1.2.2 Lipodistrofia (LDL)

A gordura localizada é caracterizada pelo excesso de adipócitos localizados de forma


desordenada em regiões do corpo (BORGES; SCORZA, 2016).

Há dois tipos de tecido adiposo no corpo: o branco e o marrom.

• Tecido adiposo branco: tem células brancas e a função de isolamento térmico,


impedindo choques e servindo como base para o deslocamento da
musculatura;
• Tecido adiposo marrom: é o principal responsável pela termogênese, possuem
células menores. É mais expressivo em recém-nascidos e menos em adultos.

1.2.2.1 Lipólise

O armazenamento energético do nosso corpo se dá em forma de glicogênio. Porém,


quando este se encontra em abundância no organismo, é sintetizado em triglicerídeos

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para ser armazenado no tecido adiposo em forma de gordura. A lipólise ocorre no
organismo por meio da ação da enzima lipase que quebra o triglicerídeo em ácidos
graxos e glicerol que são transportados para o sangue e usados como fonte de energia
pelos tecidos corporais (PEREIRA, 2012).

1.2.3 Hipotonia tissular

Significa perda da elasticidade, com redução do tônus devido às alterações dérmicas


ou da redução da pressão da pele por perda do tecido muscular (BORGES; SCORZA,
2016).

A deformação da pele flácida apresenta fases que são:

• Fase elástica: a tensão é diretamente proporcional à capacidade de o tecido


em resistir à carga. Nesta fase, se a carga for retirada, o tecido volta
imediatamente a tensão;
• Fase de flutuação: se a carga for mantida, o estiramento continua e tende a um
limite ou valor de equilíbrio;
• Fase plástica: quando o limite elástico é ultrapassado, não há retorno às
características originais do tecido mesmo tendo cessado o estímulo.
Deformação permanente.

1.2.4 Hipotonia muscular

A musculatura é composta por miofibrila, que contém proteínas (actina e miosina),


fibra, que é um conjunto de miofibrila, feixes, que são conjuntos de fibras, e músculo,
que é o conjunto de fascículos. Desse modo, contração muscular caracteriza-se pelo
deslizamento de proteínas com consumo calórico. As fibras musculares podem ser
vermelhas ou brancas (BORGES; SCORZA, 2016).

• Fibras vermelhas: abundante suprimento; contração lenta; resistência à fadiga;


músculos antigravitacionais;
• Fibras brancas: contração rápida; fadigam facilmente; estão presentes em
maior parte dos músculos.

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1.2.5 Estrias

Podem ser encontradas em indivíduos de ambos os sexos, sendo predominantemente


no sexo feminino com maior incidência entre os 12 e 14 anos e nos meninos entre 12 e
15 anos. Tem incidência maior em regiões como seios, glúteos, abdome, região
lombossacra e coxas e menor incidência nas regiões de tórax, fossa poplítea, região
ilíaca, porção anterior do cotovelo e antebraço. As estrias nada mais são do que o
estiramento excessivo além do seu limite. Existem dois tipos de estrias: as estrias
recentes e as estrias antigas. Quando são recentes são de cor rosa ou púrpura, já as
antigas ficam esbranquiçadas (TASSINARY; GOELZER NETO, 2018).

1.3 Avaliação corporal I

Nesse momento abordaremos o passo a passo da avaliação a fim de registrar,


mensurar resultados, preparar e organizar o programa de atendimento de acordo com
a queixa principal do cliente. Para o resultado de um programa de atendimento
adequado e eficaz para cada cliente, é importante que o aluno realize a avaliação e os
registros (BORGES; SCORZA, 2016).

1.3.1 Ativos para gordura localizada

Esses princípios ativos atuam na estimulação da lipólise por meio de: bloqueio dos
receptores alfa-2-adrenérgicos, estímulo dos receptores beta-adrenérgicos, inibição da
enzima fosfodiesterase, estimulando a lipólise, estímulo da enzima lipase, promovendo
a quebra de triglicerídeos em ácidos graxos e glicerol (BORGES; SCORZA, 2016).

1.3.2 Fibroedemageloide (FEG)

Os princípios ativos para tratamento da celulite atuam no tecido adiposo, favorecendo


a lipólise. Atuam no interstício combatendo a inflamação e estimulam a drenagem dos
tecidos reduzindo o edema, regenerando a matriz celular, hidratando o tecido e
combatendo os radicais livres (PEREIRA, 2013).

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1.3.3 Princípios ativos para tratamento de FEG e gordura localizada

• Cavalinha: tem ação altamente diurética e remineralizante;


• Extrato de arnica: ativa a circulação sanguínea e tem ação anti-inflamatória;
• Cafeína: inibe a fosfodiesterase e estimula os receptores beta-adrenérgicos,
induzindo a lipólise;
• Ginkgo biloba: ação antiedematosa, melhora o retorno venoso e a circulação
arterial, assim como a perfusão entre os tecidos;
• Centella asiática: aumenta a produção de colágeno e estimula a circulação
venosa;
• Castanha da índia: auxilia na eliminação de metabolitos;
• Nicotinato de metila: promove vasodilatação periférica aumentando o
metabolismo local.

1.3.4 Princípios ativos para tratamento de flacidez e estrias

• Máscara tensora de argila: rica em silício, zinco, óxido de ferro, cálcio, potássio
entre outros elementos, ativa a circulação e atua em sinergia com outras
técnicas;
• Vitamina C: poderoso antioxidante estimula a proliferação celular e síntese de
colágeno;
• Peelings: tanto os peelings químicos quanto físicos e mecânicos são bastante
usados em tratamentos de estrias, pois geram processo inflamatório,
estimulando a neoformação vascular e produção de colágeno e elastina.

1.4 Avaliação corporal II

Na avaliação corporal, além de o (a) profissional de Estética registrar, mensurar


resultados, preparar e organizar o programa de atendimento de acordo com a queixa
principal do cliente, também necessita:

• Diferenciar biotipos corpóreos;


• Avaliar de acordo com a perimetria e adipometria;

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• Analisar e também calcular o Índice de Massa Corpórea (IMC) para avaliação do
peso.

1.4.1 Biotipo corporal

Os biotipos corporais podem ser classificados em androide ou ginoide.

• Androide: quando a gordura está mais acumulada na parte superior do corpo;


• Ginoide: quando a gordura está mais acumulada na parte inferior do corpo.

1.4.2 IMC

O índice de massa corpórea é um cálculo realizado para saber se o cliente está dentro,
acima ou abaixo do peso recomendável para a sua altura. Para realizar este cálculo, é
preciso dividir o peso do cliente pela altura ao quadrado. O resultado deve estar entre
18,5 e 24,9 (BORGES; SCORZA, 2016).

1.4.3 Perimetria

A perimetria nada mais é do que as medidas aferidas levando em consideração


estruturas ósseas como ponto de partida (BORGES; SCORZA, 2016).

• Braços: com o braço flexionado medir do acrômio ao olecrano, tirar a média e


verificar a medida da região;
• Abdômen superior: posicionar o início da fita no processo xifoide e marcar uma
medida na altura do estômago. Marcar a circunferência dessa marca;
• Cintura: igual a anterior. Posicionar o início da fita no processo xifoide e marcar
quantos centímetros darão até a cicatriz da circunferência abdominal e medir a
circunferência;
• Abdômen inferior: posicionar o início da fita no processo xifoide e marcar
quantos centímetros dará até a região inferior do abdômen, marcar e medir a
circunferência;
• Quadril: traçar uma circunferência do quadril em cima do osso pubiano. No
homem, pedir para rodar a perna e medir a cabeça do fêmur;

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• Coxa superior: com o início da fita posicionada na crista ilíaca anterossuperior,
traçar uma medida até a patela. Desta medida, dividir a coxa em três partes e
fazer a circunferência da parte mais superior, mais próxima ao quadril;
• Coxa inferior: com o início da fita posicionado na crista ilíaca anterossuperior,
traçar uma medida até a patela. Desta medida, dividir a coxa em três partes e
fazer a circunferência na parte média da coxa;
• Joelho: com o início da fita posicionado na crista ilíaca anterossuperior, traçar
uma medida até a patela. Desta medida, dividir a coxa em três partes e fazer a
circunferência na parte inferior da coxa próximo ao joelho.

1.4.4 Adipometria

As dobras cutâneas podem ser avaliadas usando-se um adipômetro, ou plicômetro,


que é um equipamento para medir o percentual de gordura do corpo em demarcações
de pontos específicos (BORGES; SCORZA, 2016).

O primeiro passo é demarcar com lápis dermográfico a região a ser avaliada, em


seguida, realizar uma prega cutânea com os dedos indicador e polegar. Após o
pinçamento, que é como se chama o movimento de pegar uma porção de pele, o
plicômetro deve ser posicionado perpendicularmente à prega. Deve-se soltar
lentamente o gatilho do instrumento e aguardar a parada total do ponteiro para então
realizar a leitura. As cinco áreas das pregas cutâneas medidas mais frequentemente
são: tríceps, suprailíaca, abdome, subescapular e coxa (BORGES; SCORZA, 2016).

1.5 Cosmetologia

Nesse ponto abordaremos quais são os princípios ativos mais adequados para tratar
cada afecção. O avanço na tecnologia tem gerado cosméticos cada vez mais eficazes,
assim, o profissional da estética que possui esse conhecimento em cosmetologia
poderá entregar ainda mais resultados aos clientes (PEREIRA, 2012).

1.5.1 Princípios ativos para tratar gordura localizada

Os princípios ativos para tratar esta disfunção podem ser naturais ou sintéticos e os
que mais se destacam são os hiperemiantes que têm a função de aumentar a
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circulação periférica, lipolíticos com a função de favorecer a queima de gordura e
crioterápicos com a função de resfriar o local e então assim fazendo com que o
organismo gaste energia para aquecê-lo novamente (BORGES; SCORZA, 2016).

• Cafeína: possui ação estimulante e aumenta a circulação sanguínea;


• Fosfatidilcolina: efeito lipolítico;
• Arnica: estimulante e adstringente;
• Castanha-da-índia: vasoconstritora e coadjuvante no tratamento de celulite;
• Cavalinha: adstringente, cicatrizante, utilizada também para tratamentos em
celulite;
• Mentol: crioterápico;
• Cânfora: crioterápico.

1.5.2 Princípios ativos para tratar celulite

Os princípios ativos usados no tratamento desta disfunção têm como principal objetivo
aumentar a temperatura do local, aumentando o fluxo sanguíneo e reduzindo a
quantidade de radicais livres e diminuindo a quantidade de adipócitos no local
(PEREIRA, 2012).

• Ginkog biloba: ação antiedematosa, melhora o retorno venoso e circulação


arterial e também a perfusão entre os tecidos.
• Cafeína: indicado quando a celulite está associada a gordura localizada
• Centella asiática: atua no tecido conjuntivo e nos fibroblastos, estimula a
circulação sanguínea reduzindo o acumulo de toxinas no local.
• Nicotinato de metila: aumenta a circulação periférica e o metabolismo local.

1.5.3 Princípios ativos para tratar flacidez e estrias

Os cosméticos usados no tratamento destas disfunções têm por objetivo estimular a


produção de colágeno e de elastina, aumentar a espessura de derme e epiderme, e
restaurar o manto hidrolipidico aumentando o grau de hidratação da pele.
(TASSINARY; GOELZER, 2018)

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• Mascaras tensoras: diminui o diâmetro transverso das estrias.
• Peelings químicos e físicos: desencadeia um processo inflamatório estimulando a
produção de colágeno e elastina.
• Vitamina C: estimula a proliferação células, é um poderoso antioxidante combatendo
os radicais livres.

SAIBA MAIS

Assista ao vídeo “Sistema Tegumentar - Pele: Estrutura, divisões (camadas) e funções -


VideoAula 036” sobre anatomia da pele. O Prof. Rogério Gozzi descreve a estrutura e
composição da pele, assim como suas divisões em camadas (epiderme, derme e
hipoderme) e suas respectivas funções. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=YYdCfzgAhQ4>. Acesso em: 21 maio 2019.

Também navegue no site da revista Anais Brasileiros de Dermatologia para se


aprofundar no assunto. Disponível em: <http://www.anaisdedermatologia.org.br/>.
Acesso em: 21 maio 2019.

Conclusão

Neste bloco aprendemos sobre a constituição da pele, classificada em duas camadas


(epiderme e derme). A epiderme é subdividida em quatro a cinco camadas e a derme
em duas. Vimos também seus anexos: pelo, unhas e glândulas. Vimos ainda as
afecções que podem acometê-la, as particularidades de cada afecção, como avaliá-las
através da perimetria, adipometria, exame clínico e os princípios ativos mais
recomendados para tratar cada afecção com eficiência.

REFERÊNCIAS

BORGES, F. dos S.; SCORZA, F. A. Terapêutica em Estética: conceitos e técnicas. São Paulo: Phorte, 2016.

PEREIRA, M.F.L. Cosmetologia. São Caetano do Sul, SP: Difusão Editora, 2012. (Série Curso de Estética)

TASSINARY, J.; GOELZER NETO, C.F. Peelings químicos magistrais e abordagens terapêuticas. Lajeado:
Editora Estética Experts, 2018.

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