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O sistema tegumentar é composto pela pele e anexos (glândulas, unhas, cabelos, pelos e
receptores sensoriais) e tem importantes funções, sendo a principal agir como barreira,
protegendo o corpo da invasão de microrganismos e evitando o ressecamento e
perda de água para o meio externo.
Entre os vertebrados, o tegumento é composto por camadas: a mais externa, a epiderme
é formada por tecido epitelial, a camada subjacente de tecido conjuntivo é a derme,
seguida por um tecido subcutâneo, também conhecida como hipoderme. Há também
uma cobertura impermeável, a cutícula. Há uma variedade de anexos, tais como pelos,
escamas, chifres, garras e penas.
Funções do Tegumento
Envolve e protege os tecidos e órgãos do corpo;
Protege contra a entrada de agentes infecciosos;
Evita que o organismo desidrate;
Controla a temperatura corporal, protegendo contra mudanças bruscas de
temperatura;
Participa da eliminação de resíduos, agindo como sistema excretor também;
Atua na relação do corpo com o meio externo através dos sentidos, trabalhando
em conjunto com o sistema nervoso;
Armazena água e gordura nas suas células.
Além disso, podemos ir muito além e citar uma série de outras funções. As unhas, por
exemplo, têm função protetora e nos ajudam em uma série de tarefas. As garras e os
dentes dos animais também podem ajudá-los a se proteger e se alimentar no dia a dia,
além de muitos outros pontos importantes.
Anatomia da Pele
A epiderme é constituída de tecido epitelial, cujas células apresentam diferentes
formatos e funções. Elas são originadas na camada basal, e se movem para cima,
tornando-se mais
achatadas à medida que sobem. Quando chegam na camada mais superficial (camada
córnea) as células estão mortas (e sem núcleo) e são compostas em grande parte por
queratina. Entre a camada basal (mais interna) e a córnea (mais externa), há a camada
granulosa, onde as células estão repletas de grânulos de queratina e a espinhosa, na qual
as células possuem prolongamentos que as mantêm juntas, dando-lhe esse aspecto.
Nos vertebrados terrestres, as células da camada córnea são eliminadas
periodicamente, tal como em répteis que trocam a pele, ou continuamente em placas ou
escamas, como acontece nos mamíferos assim como nos humanos.
Funções
A pele tem uma grande capacidade de renovação e um papel fundamental no
funcionamento normal do corpo humano. É uma barreira efetiva contra potenciais
patógenos, nos protege de danos mecânicos, químicos, osmóticos, térmicos e dos
provocados pela radiação ultravioleta (através da melanina). A pele também participa de
uma variedade de processos bioquímicos de síntese, como a produção de vitamina D,
sob influência da radiação ultravioleta, de citocinas e de fatores de crescimento.
Ela também tem importante papel no controle da temperatura corporal através do
aumento ou redução do fluxo sanguíneo cutâneo, que afeta a magnitude da perda de
calor. O suor também ajuda no processo. A pele é o principal órgão sensorial do nosso
corpo e contém um grande número de terminações nervosas para o tato, temperatura,
dor e outros estímulos. Além disso, ela ainda ajuda bastante na locomoção e
manipulação devido a sua boa propriedade friccional, advinda de sua textura e de sua
elasticidade.
Organização da epiderme
Ao mesmo tempo que cada célula vai sendo empurrada para a superfície, sofre
transformações: achata-se, ancora-se às vizinhas, secreta substâncias fosfolipídicas (que
se depositam entre as células, contribuindo para a vedação) produzem queratina e
terminam por perder o núcleo para tornarem-se placas superficiais e descamarem. Há,
ainda, outros tipos celulares, como os melanócitos, (produtores de melanina, pigmento
que protege a pele dos raios solares) e as células de Langerhans (de função pouco
conhecida).
Derme
Observe na figura a seguir um corte transversal da pele visto ao microscópio. A parte
superior (mais escura) é a epiderme e a parte mais clara representa a derme, com as
papilas dérmicas em contato com as reentrâncias epidérmicas.
A derme é constituída de tecido conjuntivo fibroso, vasos sanguíneos e linfáticos,
terminações nervosas e fibras musculares lisas. É uma camada de espessura variável que
une a epiderme ao tecido subcutâneo, ou hipoderme. Sua superfície é irregular com
saliências, as papilas dérmicas, que acompanham as reentrâncias da epiderme.
Apêndices da Pele
Unhas
As unhas são estruturas homólogas ao estrato córneo da epiderme e contêm uma
variedade de minerais, como o cálcio. Elas são formadas por escamas compactas de
queratina. A disposição e a organização das escamas são responsáveis pela rigidez da
unha. A unha consiste em: placa ungueal, pregas ungueais, matriz ungueal, leito ungueal
e hiponíquio.
Placa ungueal
A placa ungueal é uma estrutura retangular e convexa, firme entre as pregas ungueais.
Ela se origina na matriz ungueal, na base das unhas. A placa ungueal é completamente
livre distalmente à banda onicodérmica (margem distal do leito ungueal)
Pregas ungueais
As pregas ungueais são a borda da placa ungueal, localizadas lateral e proximalmente, e
são contíguas com a placa ungueal. A cutícula (eponíquio) é uma extensão da prega
ungueal proximal, localizada na face dorsal da placa ungueal, sobre a raiz da unha.
Matriz ungueal
A matriz ungueal é a estrutura de onde a placa ungueal cresce. Células queratinizadas da
matriz são gradativamente externalizadas para formar a placa ungueal.
Leito ungueal
O leito ungueal se estende entre a lúnula (área branca do leito ungueal em formato de
crescente) até o hiponíquio (área sob a borda livre da placa ungueal). A margem distal
do leito ungueal é denominada banda onicodérmica. Existe uma correlação perfeita
entre o leito ungueal e a placa ungueal, formando um sistema vedado, que previne a
invasão microbiana e a coleção de debris. O leito ungueal consiste de duas camadas:
epiderme e derme. A derme é diretamente ligada ao periósteo da falange distal e é
ricamente vascularizada. Ela também contém numerosas terminações nervosas, como
terminações de Merkel e corpúsculos de Meissner.
Pelos
Pelos são filamentos cornificados que crescem da pele e cobrem a maior parte da
superfície corporal. Algumas áreas do corpo como as palmas, solas, superfície flexora
dos dedos e partes específicas dos órgãos reprodutores não apresentam pelos. Eles são
importantes na sensibilidade, termorregulação e proteção contra lesão e radiação solar.
Existem dois tipos principais de pelos: Lânugo (Vellus) e terminal. O pelo do tipo
Lânugo (Vellus) não se projeta além de seus folículos em algumas áreas, porém, eles
são curtos e estreitos e cobrem a maior parte da superfície corporal. Este tipo de pelo é
mais facilmente observado em crianças e mulheres adultas e é coloquialmente
conhecido como
“pelo de pêssego”. Os pelos terminais são maiores, mais espessos e mais pigmentados.
Eles são mais bem observados em homens, mas também na axila e região pubiana de
ambos os sexos.
Foliculo piloso
O folículo piloso é um saco que contém o pelo, do qual ele cresce. Na verdade é um
crescimento da derme e é contíguo ao epitélio. O folículo piloso passa por uma
atividade cíclica de crescimento e perda capilar.
Bulbo capilar
O bulbo capilar é a extremidade mais baixa do folículo piloso que se encaixa como um
capuz sobre a papila dérmica do pelo, encerrando-a. A papila dérmica do pelo é um
grupo de células mesenquimais que dão origem a vários capilares, que formam uma alça
capilar. O bulbo capilar gera o pelo e sua bainha radicular interna.
O bulbo consiste em duas partes: matriz germinativa e bulbo superior. A matriz
germinativa consiste em ceratinócitos pluripotentes, que dão origem ao bulbo superior.
A medida que as células da matriz migram apicalmente e se diferenciam, elas formam
várias estruturas e camadas. Do interior para o exterior, estas incluem:
Haste do pelo: medula, córtex, cutícula;
Bainha radicular interna: cutícula, camada de Huxley, camada de Henle;
Bainha radicular externa
Membrana vítrea (membrana basal do folículo piloso)
Você pode imaginar estas camadas como três anéis em um corte transversal do folículo
piloso, uma vez que elas estão dispostas como cilindros concêntricos. Cada camada
envolve completamente a anterior, situada mais internamente.
Ciclo Capilar e Crescimento O crescimento, repouso e descamação dos folículos
capilares ocorrem em estágios cíclicos de duração variável.
Durante a fase de crescimento (anágena), os folículos produzem toda a haste do pelo a
partir das células em divisão do bulbo capilar. Durante a fase de queda (catágena), as
células epiteliais do bulbo capilar e a bainha radicular externa morrem em um processo
regulado (apoptose). A diferenciação da haste do pelo também termina e o pelo está
implantado no fundo do folículo, em uma estrutura denominada “extremidade em
clava”.
Durante a fase de repouso (telógena), o folículo piloso fica inativo. Nenhuma
diferenciação ou apoptose ocorre. A queda ou a perda do pelo da extremidade em clava
acontece quando o ciclo é reiniciado e o novo folículo piloso em crescimento empurra o
antigo para fora. A média de crescimento do pelo é entre 0,2 a 0,44 mm em 24h.
Cabelos
Os cabelos, espalhados pela cabeça crescem graças às células mortas
queratinizadas produzidas no fundo do folículo; elas produzem queratina, morrem e são
achatadas formando o cabelo. A cor dos pelos e cabelos é determinada pela quantidade
de melanina produzida, quanto mais pigmento houver mais escuro será o cabelo.
Receptores Sensoriais
São ramificações de fibras nervosas, algumas se encontram encapsuladas formando
corpúsculos, outras estão soltas como as que se enrolam em torno do folículo piloso.
Possuem função sensorial, sendo capazes de receber estímulos mecânicos, de pressão,
de
temperatura ou de dor. São eles: Corpúsculos de Ruìni, Corpúsculos de Paccini, Bulbos
de Krause, Corpúsculos de Meissner, Discos de Merkel, Terminais do Folículo Piloso e
Terminações Nervosas Livres.
Nota clínica
Alopécia areata
Alopécia areata é uma condição não cicatricial, autoimune, que resulta em perda capilar
no couro cabeludo e/ou no corpo. A perda capilar pode afetar todo o couro cabeludo
(alopécia total) ou toda a epiderme (alopécia universal). A patogênese ainda é
desconhecida, exceto pelo envolvimento do sistema imune. É histopatologicamente
caracterizada por folículos telogênicos (em repouso) e infiltrados inflamatórios ricos em
linfócitos.
Onicomicoses
Onicomicoses são infecções fúngicas e trata-se da patologia que mais comumente afeta
as unhas. Elas incluem a subungueal distal, subungueal proximal, superficial branca e
candidíase. O fungo geralmente reside nas escamas cutâneas das palmas e das solas e
suas hifas penetram o hiponíquio e invadem a unha. As partes mais frequentemente
afetadas são o leito ungueal (subungueal distal) e a placa ungueal (subungueal proximal,
branca superficial e candidíase).
Bromidrose
Bromidrose é uma condição caracterizada por um odor corporal desagradável. É devida
à biotransformação de secreções naturais inodoras, como o suor, em moléculas voláteis
com odor desagradável. Esta condição normalmente está relacionada com suor
excessivo (hiperhidrose). A sua patologia também envolve mudanças anormais das
glândulas apócrinas.
Conclusão