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Pele e anexos: o que são e suas maiores funções

Peles e anexos: tegumento

O tegumento é composto pela pele e anexos, as glândulas sudoríparas, glândulas sebáceas,

folículos pilosos e unhas. Ele reveste todo o corpo e é contínuo com as membranas

mucosas do sistema digestório, respiratório, sistemas urinários e genitais.

Sobre a pele

A pele é o maior órgão do corpo humano, cobrindo toda superfície do corpo e

correspondendo a 16% do peso corporal. Possui diversas funções, sendo elas: proteção

contra lesões, atrito, invasão de bactérias e

dissecação, termorregulação corporal, percepção sensorial contínua do ambiente (tato,

temperatura e dor), excreção de diversas substâncias (pelas glândulas sudoríparas), proteção

contra os raios ultravioleta (por conta da melanina) e absorção desta para síntese de

Vitamina D3.

É composta por duas camadas, a epiderme e a derme. A epiderme é a camada mais

superficial, de origem ectodérmica, já a derme é de origem mesodérmica. A hipoderme é uma

camada encontrada abaixo da derme, que não faz parte da pele.

Ela nada mais é que uma camada de tecido celular subcutâneo, composto por tecido conjuntivo

frouxo com células adiposas, sendo responsável pela união da pele com os órgãos

subjacentes. Basicamente, a hipoderme permite que a pele deslize sobre as estruturas em que

ela se apoia.

SE LIGA! A hipoderme é um fino tecido conjuntivo frouxo que se encontra abaixo da pele,

mas que não faz parte dela. A hipoderme contém variáveis quantidades de tecido adiposo
e constitui o tecido celular subcutâneo e a fáscia superficial (no contexto da dissecção

anatômica), cobrindo todo o corpo, de forma semelhante a pele.

A interdigitação entre a epiderme e a derme é conhecida como aparelho em rede (rete

apparatus), sendo uma junção irregular. Essa junção é formada pelas papilas dérmicas,

projeções da derme em concavidades da epiderme, chamadas de cristas epidérmicas,

estruturas que conectam e fazem a interface entre a epiderme e a derme. Essa interdigitação é

muito mais profunda e generalizada na pele espessa.

Tipos de pele

Existem dois tipos de pele, a pele fina e a pele espessa. A pele fina tem poucas camadas

celulares, principalmente da última camada da epiderme, que é a camada de queratina. A

pele espessa, por sua vez, está presente em regiões de maior atrito (por exemplo: palma de

mãos, planta de pés), possuindo diversas camadas celulares e maior espessura da camada

de queratina. Uma característica da pele espessa é a ausência de glândulas sebáceas e

pelos, podendo ser encontradas apenas glândulas sudoríparas.

VOCÊ SABIA? A superfície das polpas dos dedos das mãos e dos pés tem cristas e sulcos

alternados, que compõem alças, curvas e vórtices com padrões específicos para cada

indivíduo, chamados de dermatoglifos (impressões digitais), os quais se formam no feto e se

mantém por toda a vida, sendo úteis para fins de identificação na medicina forense e em

investigações criminais.

Pele e anexos: Epiderme

A epiderme é um epitélio estratificado pavimentoso queratinizado, ou seja, é um tecido

formado por várias camadas de células achatadas, com uma camada superficial de queratina.

Alguns tipos celulares podem ser encontrados na epiderme, sendo eles os queratinóticos,

melanócitos, células de Langerhans e células de Merkel.


Os queratinócitos são as células mais abundantes e se organizam em camadas. Essas

camadas podem ser observadas principalmente quando estamos diante de uma pele espessa.

Da camada mais superficial até a mais profunda, pode-se observar a camada córnea, camada

lúcida, camada granulosa, camada espinhosa e camada basal.

A camada ou estrato basal ou germinativo é formada por células prismáticas a cuboides,

basófilas, apoiadas sobre a membrana basal que separa a epiderme da derme.

As células da camada basal já possuem filamentos intermediários de queratina, mas em

pequena quantidade, que vai aumentando à medida em que as células vão subindo em

direção ao estrato mais superficial.

As células dessa camada são ricas em células tronco, possuindo uma intensa atividade

mitótica, sendo portanto a camada responsável pela constante renovação da pele. A pele se

renova a cada 15 a 30 dias.

Imagem: Camada ou estrato basal (SB), com células prismáticas a cuboides, apoiadas sobre a

membrana basal. Fonte: Tratado de histologia em cores, 3ª Ed., 2007.

A camada ou estrato espinhoso possui células cuboides (observa-se uma tendência de

achatamento das células a medida que caminha-se para o estrato mais superficial), que
possuem um núcleo central, com um citoplasma possuindo feixes de filamentos de queratina

(chamados tonofilamentos).

As células dessa camada se ligam umas às outras através de desmossomos, gerando uma

coesão celular, denotando a resistência ao atrito intrínseca a nossa pele. Essa ligação entre

as células origina a morfologia espinhosa celular que dá o nome para a camada.

Imagem: Camada espinhosa, com a presença de células cuboides com núcleo central. Podem-

se observar os tonofilamentos de queratina citoplasmáticos (A) e a presença de desmossomos

na membrana celular (B), o que dá a morfologinha “espinhosa” para as células. Fonte:

Histologia Básica, 12ª Ed., 2013.

Desmossomos

Os desmossomos são junções de adesão semelhante a soldas ou botões, localizadas na

membrana plasmática lateral, que auxiliam na resistência aos estresses mecânicos. Cada

desmossomo apresenta duas placas de adesão em formato de disco, localizadas opostas

uma à outra nas faces citoplasmáticas das células adjacentes. As placas de adesão do

desmossomo são formadas por proteínas de ancoragem, sendo as mais bem caracterizadas

as desmoplaquinas e as pecoglobinas.

Algumas pessoas possuem autoanticorpos contra proteínas específicas dos desmossomos,

resultando em uma patologia chamada de pênfigo vulgar, em que há o rompimento da adesão

celular, gerando uma formação difusa de bolhas na pele.


Imagem: Pênfigo vulgar, cursando com

bolhas flácidas confluentes disseminadas. Essa patologia ocorre por doença autoimune

específica de desmossomos da pele. Fonte: Dermatologia de Fitzpatrick, 7ª Ed., 2014.

A camada ou estrato granuloso é composta por 3 a 5 fileiras de células poligonais

achatadas, com citoplasma contendo grânulos basófilos, compostos por filamentos

de querato-hialina, ricos em proteína histidina fosforilada e cistina, precursoras da

filagrina.

Além disso, ainda no citoplasma podem se observar à microscopia eletrônica a presença

de grânulos lamelares, responsáveis pela exocitose de um material lipídico que permanece

na superfície da pele, tornando-a impermeável à água, impedindo a desidratação. Essa

impermeabilização permite que os seres humanos consigam ser animais terrestres.

Resumo anatomia da pele (epiderme, derme e hipoderme)

A pele, maior órgão do corpo, é formada por um epitélio estratificado de origem ectodérmica

em contato com uma derme de tecido conjuntivo de origem mesenquimal. As suas principais

funções são:

 Proteção: rigidez (espessura) e melanina (UV).

 Termorregulação: eliminação do suor e refrigeração.

 Resposta imune: primeira linha de defesa.

 Impermeabilidade: barreira à perda de água e substâncias.

 Sensação: tato.
 Excreção: glândulas écrinas (suor) excretam H2o, eletrólitos, HCO3, ureia, etc.

 Endocrinometabólica: produção de vitamina D, testosterona, estronas,

diidrotestosterona.

A pele possui três camadas que serão conceituadas abaixo: epiderme, derme e hipoderme.

Epiderme

Ela é a camada mais superficial da pele, constituída de epitélio pavimentoso estratificado

queratinizado (queratinócitos) e possui 5 camadas: camada basal, camada espinhosa, camada

granulosa, camada lúcida e camada córnea.

Camada basal

É a camada mais interna, próxima ao tecido conjuntivo (derme), e é composta por uma única

camada de células cúbicas (ou prismáticas), basófilas e de núcleo grande.

Essa camada possui uma menor quantidade de citoplasma e é rica em células-tronco,

característica que faz com que também seja conhecida como camada germinativa.

Por conta desta característica celular, essa camada possui uma alta atividade mitótica que

garante a renovação celular da pele. Além disso, a quantidade de queratina aumenta à medida

em que os queranócitos migram para a superfície celular.

Camada espinhosa

Também chamada de camada de Malpighi, ela possui algumas camadas de células bem

coesas, unidas através dos desmossomos, que a conferem uma aparência de espinhos. Além

disso, ela possui tonofilamentos, feixes de filamentos de queratina.

A constituição dessa camada permite que a epiderme seja resistente a atritos!

Camada granulosa
Possui cerca de 5 fileiras de células achatadas, com citoplasma rico em grânulos de

queratohialina.

Essa camada também possui grânulos lamelares, que auxiliam na impermeabilização da

epiderme através da formação de uma barreira.

A produção dos grânulos citoplasmáticos se dá pela diferenciação do citoesqueleto de

queratinócitos, que se aproximam da superfície corpórea e realizam a produção de

tonofilamentos de queratina que se ligam com os desmossomos, fazendo com que a queratina

seja sintetizada em grânulos citoplasmáticos.

Camada lúcida

É a última camada da epiderme em que é possível encontrar células vivas. É constituída de

queratinócitos pavimentosos com núcleo citoqueratinizado e está presente nas regiões em que

a pele é mais espessa (plantas e palmas) e nos lábios.

Camada córnea

É uma camada de células achatadas anucleadas, rica em queratina citoplasmática.

Essa camada descama continuamente e os queratinócitos, ao chegarem nesta camada, se

especializam (perdem núcleos e se achatam), liberam substâncias que ativam a profilagrina

(ligações cruzadas que conferem resistência), criando, assim, uma barreira impermeável.

Células da epiderme

Além dos queratinócitos, a epiderme apresenta outros três tipos de células:

 Melanócitos: responsáveis pela síntese de grânulos (melanossomas) ricos em

melanina.

o Todas as raças têm a mesma quantidade de melanócitos, o que varia é a

morfologia, tamanho e distribuição dos melanossomos.


 Células de Langerhans: originárias da medula óssea, possuem citoplasma claro

contendo os grânulos de Birbeck. São células dendríticas responsáveis pelo

reconhecimento e apresentação de antígenos para linfócitos T.

 Células de Merkel: encontram-se grânulos osmiófilos, contendo neurotransmissores

liberados mediante pressão sobre a pele, atribuindo a esta célula a característica de

receptor mecânico.

Derme

É a camada de tecido conjuntivo, abaixo da epiderme, no qual estão imersos os anexos

cutâneos, vasos sanguíneos, linfáticos e nervos. A

derme possui as chamadas papilas dérmicas, que são projeções da derme para a epiderme. É

constituída de duas camadas: papilar e reticular.

Camada papilar

Constituída de tecido conjuntivo frouxo, é a camada dérmica mais superficial, em contato com a

membrana basal, formada por fibras colágenas mais finas e dispostas mais verticalmente.

Camada reticular

É a camada mais profunda, constituída por tecido conjuntivo denso, com feixes mais grossos

de colágeno, ondulados e dispostos horizontalmente.

Junção dermoepidérmica

É a zona de transição dermoepidérmica, produzida pelos queratinócitos basais e fibroblastos

dérmicos. Essa região possui aspecto linear e eosinofílico e é composta por glicoproteínas,

colágeno e fibras elásticas.

Hipoderme
É a camada mais profunda da pele formada por lóbulos de adipócitos, o que a faz ser

conhecida, também, como panículo adiposo. A hipoderme confere à pele proteção mecânica

(amortecedor de traumas), termogênese (isolante térmico), armazenamento de energia

(depósito de calorias) e função endócrina (conversão periférica de hormônios sexuais). Estão

presentes nesta camada, além de adipócitos, vasos sanguíneos, vasos linfáticos e nervos.

Anexos cutâneos

Glândulas sebáceas

São estruturas alveolares que desembocam no folículo piloso, ausentes em palmas e plantas.

Essas glândulas produzem o sebo, constituído de material lipídico. Para que a secreção

sebácea ocorra, é preciso haver o rompimento das células centrais, secreção conhecida como

holócrina. A atividade dessa glândula é máxima durante a puberdade, pois a sua regulação é

feita inteiramente por hormônios androgênios.

Glândulas sudoríparas

São glândulas encontradas em menor quantidade por toda a pele, com exceção de algumas

regiões, como os lábios. Existem dois tipos de glândulas sudoríparas: écrinas e apócrinas.

 Glândulas sudoríparas écrinas: são tubulares enoveladas e estão por toda a

superfície corpórea, exceto lábios, leito ungueal, pequenos lábios, glande e face interna

do prepúcio. Elas secretam o suor, conferindo-a uma função termorreguladora. Seu

ducto é contínuo e se abre na superfície da pele.

 Glândulas sudoríparas apócrinas: são glândulas tubulares localizadas nas axilas,

aréola e regiões pubiana anogenital. Sua secreção é mais viscosa e pode adquirir odor

desagradável devido à ação de bactérias. Além disso, ela desemboca no folículo piloso

acima do ducto sebáceo.

Folículos pilosos
São invaginações da epiderme que, em fase de crescimento, apresentam-se com uma

dilatação terminal denominada bulbo piloso. A raiz do pelo é formada por células que revestem

a papila dérmica. O folículo piloso constitui, juntamente com o músculo eretor do pelo e a

glândula sebácea, a unidade pilosebácea.

Sistema Tegumentar: Anatomia da pele humana e seus anexos


O sistema tegumentar é formado pela pele humana e seus anexos. A pele humana é uma
membrana com muitas funções de proteção. Representa uma barreira para os germens
patogênicos. A seguir, sua anatomia em um resumo completo.

Resumo: a pele humana

A pele humana é quase impermeável à água: este fato permite que o corpo, relativamente
fluido, viva no ar seco. Permite também que o corpo seja imerso em água sem ser por ela
penetrado, assim como em água salgada, sem se encarquilhar.

A pele humana, especialmente quando pigmentada, protege o corpo da ação maléfica da luz
excessiva. Não é, porém, impermeável a todas as substâncias, porquanto determinados
compostos químicos podem ser absorvidos por ela e levados à corrente sanguínea.

Em resumo, esta propriedade pode ser utilizada praticamente, pois no tratamento de


determinadas doenças, algumas drogas podem ser administradas por meio de fricção sobre a
pele, sabendo-se que elas serão absorvidas.

Funções da pele no sistema tegumentar

A pele humana possui outras funções no sistema tegumentar, além das de proteção. É
importante na termo regulação do organismo. Nos dias quentes facilita a perda de calor e nos
dias frios age como isolante. Pelo suor funciona como órgão de excreção.
A vitamina anti raquítica, vitamina D, é produzida na pele exposta aos raios ultravioleta. Sem
vitamina D de outras fontes, as crianças mantidas afastadas do sol apresentam raquitismo. A
pele humana possui terminações nervosas responsáveis pela recepção de estímulos que
provocam muitos tipos diferentes de sensações conscientes (tato, pressão, calor, frio e dor).

Anatomia e histologia do sistema tegumentar humano

Em resumo, a pele humana, principal estrutura do sistema tegumentar, é uma membrana


constituída de duas camadas que possuem características completamente diversas e que se
originam de folhetos embrionários diversos. A camada mais extensa e delgada, a epiderme, um
tecido epitelial e deriva do ectoderma.
A mais espessa e interna, a derme, consiste de tecido conjuntivo denso e origina-se do
mesoderma. Estas duas camadas são intimamente unidas, formando uma membrana – a pele
– que varia em espessura, de menos de 0,5 mm a 3 e mesmo 4 mm, ou mais, nas diferentes
regiões do organismo.
No sistema tegumentar, a pele humana assenta-se sobre o tecido subcutâneo que pode ser um
tecido conjuntivo frouxo ou adiposo. É às vezes denominado de hipoderme, porém não é
considerado como parte da pele.

Feixes separados, irregulares de fibras colágenas, estendem-se da derma no tecido


subcutâneo, fornecendo meios de fixação da pele humana. O tecido subcutâneo permite
considerável flexibilidade de movimentos à pele da maior parte do corpo.

Epiderme

No sistema tegumentar humano, a epiderme possui menos camadas do que na pele espessa.
O stratum germinativum é semelhante ao da pele espessa, mas o stratum spinosum é mais
delgado. O stratum granulosum não forma uma camada contínua distinta, porém numerosas
células que possuem grânulos citoplasmáticos estão espalhadas no ponto em que devia ser
encontrada esta camada. Em resumo, não se encontra o stratum lucidum e o stratum
corneum é relativamente delgado.
Saiba mais sobre a EPIDERME em um resumo completo
Derme

No sistema tegumentar, a superfície dérmica que fica em contato com a epiderme é


consideravelmente diferente daquela que se encontra na pele espessa. Ao invés de papilas
distribuídas regularmente sob a forma de filas paralelas, cuja presença é indicada por cristas
epidérmicas, as papilas da derme da pele delgada são distribuídas mais ou menos ao acaso e
sua presença não se reflete em aspereza da superfície epidérmica acima delas.

O tipo da superfície epidérmica é causado principalmente pelas linhas que unem as pequenas
depressões das aberturas dos folículos pilosos.

Glândulas sudoríparas do sistema tegumentar humano


As glândulas sudoríparas são responsáveis pela regulação da temperatura do corpo humano e
por expulsar substâncias tóxicas do organismo através do

suor.
São glândulas tubulosas simples presentes no sistema tegumentar. São especialmente
numerosas na pele espessa; foi calculado que existem 3.000 por polegada quadrada, na palma
da mão. Cada uma consiste em uma porção secretora e um canal excretor.

A porção secretora está geralmente situada logo abaixo da derme, no tecido subcutâneo. A
porção secretora do tubo é contornada e dobra-se sobre si mesma, de modo que em secções
aparece como um agrupado de cortes transversais ou oblíquos de tubos.

Histologia do sistema tegumentar humano

As células secretoras são cilíndricas ou cúbicas e podem apresentar em seu citoplasma


pigmentos e vacúolos. A luz da porção secretora é ampla em relação à espessura de sua
parede. Células fusiformes presentes no sistema tegumentar, semelhantes a
fibras musculares lisas, dispõem-se oblíqua e longitudinalmente em torno da porção secretora
dos tubos.
São em geral denominadas de células mioepiteliais, e pensa-se que suas contrações possam
auxiliar a excreção do suor. Imediatamente para fora destas células achatadas condensa-se o
tecido conjuntivo, de modo a formar uma bainha em torno da porção secretora das glândulas
do sistema tegumentar.

Glândulas sebáceas – Resumo

As glândulas sebáceas são responsáveis por secretar uma substância de viscosidade oleosa
na pele humana, com o objetivo de mantê-la lubrificada e impermeabilizada.
Durante o desenvolvimento de um folículo piloso, células epiteliais da região do colo e do lado
que forma um ângulo obtuso com a superfície cutânea, proliferam em direção à derme
adjacente, formando pequenas glândulas piriformes. Em geral formam-se várias para cada
folículo.

Elas se abrem por canais curtos, porém amplos no colo do folículo. Estas glândulas
pertencentes ao sistema tegumentar secretam um produto gorduroso, denominado sebo, cuja
função é lubrificar o pelo e a superfície da pele.

O sebo parece possuir propriedades bactericidas. Sua função principal, porém, é


provavelmente a de agir como um “cold cream” natural.
Características das glândulas sebáceas

Originadas no sistema tegumentar, as glândulas sebáceas são holócrinas. Como já se


assinalou, cada glândula é piriforme, sendo o seu corpo a porção secretora. Para que uma
glândula sebácea produza sebo, muitos processos devem estar em evolução mais ou menos
simultaneamente. Estes são:

 Proliferação das células da camada basal da glândula;


 Deslocamento das células formadas, em direção ao centro da glândula;
 Acúmulo de substância graxa no citoplasma dessas células, à medida que se
afastam da camada basal;
 Necrose destas células à proporção que se afastam da camada basal (pelo
fato de estarem afastadas das fontes de nutrição).
Em resumo, como foi assinalado anteriormente, a contração do músculo ereto do pelo pode
apressar a excreção do sebo já formado, para o folículo piloso.

Pelos

Os pelos também fazem parte do sistema tegumentar. Para que um folículo forme-se em pelo,
devem proliferar as células da matriz germinal. Esta proliferação força as células mais
superiores da matriz em direção à bainha externa. Em resumo, à medida que as células são
empurradas para cima, afastam-se mais e mais da papila, a qual constitui sua fonte de
nutrição, e assim começam a transformar-se em queratina.

As que se transformam na cutícula e córtex do pelo, que são constituídos por queratina dura,
não exibem grânulos de querato-hialina, mas, ao invés disso, uma zona queratógena onde
ocorre uma gradual transformação em queratina.

Os pelos crescem devido à proliferação contínua das células epidérmicas da matriz germinal, e
consequente transformação destas em queratina, à medida que são deslocadas para a parte
superior do folículo.

Unhas, as estruturas de queratina do sistema tegumentar

As unhas, situadas nas extremidades dos pés e das mãos, são parte do sistema tegumentar
humano. São placas córneas, constituídas de estruturas formadas por queratina, e são
produzidas por glândulas localizadas nas pontas dos dedos. São delgadas e levemente
arredondadas nas bordas. Debaixo da pele, encontram-se as raízes das unhas, a matriz. A
“meia lua”, fina e um tanto branca, estende-se até a parte visível do corpo da unha.
As unhas das mãos, em saúde normal, crescem em média cerca de 1 milímetro por semana.
Já as unhas dos pés crescem cerca de 1/4 dessa velocidade aproximadamente. Todas
crescem mais intensamente no verão do que no inverno. De acordo com a idade há um ritmo
de crescimento das unhas.
Pode haver perturbação no crescimento delas quando o organismo é sede de algumas
enfermidades. Até mesmo alguns estados psíquicos se manifestariam por anomalias das
unhas, segundo afirmam. Em resumo, determinadas deficiências ou excessos hormonais
afetam o seu crescimento. Por isso, o aspecto das unhas pode auxiliar na indicação da
existência de um desequilíbrio endócrino.
Epiderme e Derme | Camadas da Pele Humana | Anatomia e Resumo
Camadas da pele humana: a epiderme é a camada superficial; já a derme é a camada
intermediária da pele.

Anatomia da epiderme – a primeira das camadas da pele humana

A epiderme é a camada da pele humana que está em contato com o ambiente externo. É
composta por tecido epitelial formado por várias camadas celulares contrapostas. As células
mais presentes na epiderme são as queratinócitas, responsáveis pela formação das camadas
da epiderme (que veremos adiante) e por realizar a síntese da queratina.
Como a queratina não é substância viva, ela não pode se reproduzir e, como é continuamente
descamada da superfície, deve ser substituída por meio da transformação em queratina, das
células vivas que lhe ficam abaixo. Este fato torna necessário que as células vivas da epiderme
proliferem continuamente para que seja mantido seu número.

Portanto, muitos processos operam-se mais ou menos continuamente na epiderme:

 Divisão celular nas camadas profundas;


 Em resultado, as células são deslocadas para a superfície;
 As células mais afastadas da derme são transformadas em queratina;
 A queratina descamada da superfície.
Se estes quatro processos não forem apropriadamente sincronizados será modificado
profundamente o caráter da epiderme.

Camadas da epiderme

A epiderme é em geral descrita como constituída de cinco camadas da pele ou estratos. A mais
profunda destas confina-se com a derme. Consiste em uma camada de células epiteliais
cilíndricas.

Os limites desta não são distintos nos cortes comuns e o não se deve pensar que seus
núcleos, que são bem distintos, sejam as células em si. Esta camada é denominada de estrato
germinativo (ou basal), porque forma células que são deslocadas para a camada seguinte,
que será descrita abaixo.

Estrato espinhoso

O estrato espinhoso é formado por várias camadas celulares. As células desta camada são de
forma poliédrica irregular. Delicadas fibrilas, denominadas tonofibrilas parecem passar do
citoplasma de uma ao de outra célula, de modo a mantê-las unidas.

Entre as tonofibrilas, as células são separadas umas das outras; isso lhes confere o aspecto de
superfície espinhosa, justificando assim a denominação que recebem – células espinhosas –
bem como a camada em que são encontradas – o estrato espinhoso.

Os prolongamentos de citoplasma que se estendem de uma célula às suas vizinhas são


recobertos pela membrana celular e preenchidos por um material relativamente denso, de cuja
base partem microfibrilas que alcançam o citoplasma adjacente.
Os prolongamentos citoplasmáticos são denominados placas de adesão e a superfície de
contato entre cada um deles é, provavelmente de formato ovoide; entretanto, na grande maioria
das vezes, mais parecem prolongamentos alongados que placas, já que são cortados em um
plano tal que cruza o seu maior diâmetro em vez de manter-se paralelo a ele.

Estrato granuloso

O estrato granuloso é formado por duas a quatro camadas de células e situa-se logo para fora
do estrato espinhoso. As suas células são romboédricas, e acolam-se umas às outras com o
maior eixo paralelo ao sulco ou cripta superficial. As células mais profundas desta camada
assemelham-se às do estrato espinhoso, exceto pelos grânulos contidos em seu citoplasma, os
quais se coram intensamente pela hematoxilina.

Estes constituem os chamados grânulos de querato-hialina. As células mais superficiais desta


camada são, no entanto, consideravelmente modificadas. Seus núcleos fragmentamse ou
dissolvem-se e o número de grânulos citoplasmáticos é muito aumentado.

É no estrato granuloso que morrem as células epidérmicas. Não é perfeitamente conhecida a


natureza dos grânulos de querato-hialina que nelas se formam, porém estão relacionados com
alguma fase do processo pelo qual se origina a queratina mole.

Estrato lúcido

Essa camada nem sempre é vista com facilidade. Quando visível, é delgada e se apresenta
como uma linha clara, brilhante e homogênea. Por este motivo, denomina-se estrato lúcido.

E constituída de eleidina, que provavelmente constitui um produto de transformação da


querato-hialina, encontrado no estrato glanuroso.

Estrato córneo – A mais externa das camadas da pele humana

A quinta camada, a mais externa da epiderme é denominada de estrato córneo. Aí, a eleidina
do estrato lúcido foi transformada em queratina, e aquilo que anteriormente foi uma célula
epitelial viva, transformou-se numa escama córnea, que adere intimamente a outras
semelhantes, exceto na superfície, onde descamam.

Derme
A derme é formada por duas camadas que não têm limites nítidos entre si. A mais externa é a
mais delgada das duas, e é denominada camada papilar, porque as papilas constituem sua
parte mais importante.
 Camada papilar: Esta camada da derme estende-se até pouco abaixo da base
das papilas, onde se continua quase insensivelmente com a camada mais
espessa, reticular.
 Camada reticular: A camada reticular compreende o restante da derme e tem
esta denominação porque as fibras colágenas e os feixes de fibras pelos quais
é formada se entrelaçam formando uma rede. É na camada reticular que
encontram-se as glândulas sebáceas, glândulas sudoríparas, vasos
sanguíneos e os folículos pilosos.
Anatomia da derme

Ainda que ambas as camadas da derme consistam de tecido fibroso denso, irregularmente
disposto, as fibras colágenas da camada papilar não são tão espessas como as da camada
reticular, e deste modo, a camada papilar possui uma textura mais delicada. Em ambas as
camadas, interpõem-se entre as fibras colágenas, algumas fibras elásticas.

As células da derme da pele espessa são em sua maioria fibroblastos e estes estão esparsos
irregularmente. Alguns macrófagos também estilo presentes. Células adiposas podem ser
encontradas isoladas, porém mais comumente são encontradas em grupos. As células
associadas com os vasos sanguíneos, linfáticos e nervos da pele serão descritas em separado.

Reparo de Tecidos: entenda mais sobre a Regeneração Tecidual

Mesmo antes do término da reação inflamatória, o corpo inicia o processo de curar a lesão e

restaurar a estrutura e a função normal. Este processo é chamado de reparo de tecidos, e

envolve proliferação e diferenciação de vários tipos celulares e depósito de tecido

conjuntivo.

Os defeitos do reparo de tecidos têm sérias consequências. De modo oposto, o depósito

excessivo de tecido conjuntivo (fibrose) é também causa de anormalidades

significativas. Portanto, os mecanismos e a regulação do processo de reparo são de grande

importância fisiológica e patológica.

A habilidade em reparar a lesão causada por lesões tóxicas e inflamação é crítica para a

sobrevivência de um organismo. A resposta inflamatória a micróbios e tecidos lesados não

serve apenas para eliminar estes perigos, mas também inicia o processo de reparo. O reparo

de tecidos, muitas vezes chamado de cura, se refere a restauração da arquitetura e


função do tecido após a lesão. Ocorre por dois tipos de reações: regeneração do tecido

lesado e formação de cicatriz pela deposição de tecido conjuntivo

Imagem: Mecanismos de reparo tecidual: regeneração e formação de cicatriz. Fonte: Robbins,

2013

Reparo de Tecidos: regeneração

Na regeneração, alguns tecidos são capazes de substituir células lesadas e retornar ao

estado normal. Este processo ocorre por proliferação de células residuais (não lesadas)

que retêm a capacidade de divisão e por substituição de células-tronco teciduais.


Constitui a resposta típica a lesão em epitélios que se dividem rapidamente, como na pele e

nos intestinos e em alguns órgãos, principalmente no fígado. Mas, se os tecidos lesados são

incapazes de regeneração ou se as estruturas de suporte do tecido são gravemente

lesadas, o reparo ocorre por deposição de tecido conjuntivo (fibrose), um processo que

resulta em formação de cicatriz.

Embora a cicatriz fibrosa não possa realizar a função das células perdidas do parênquima,

ela fornece estabilidade estrutural suficiente para tornar o tecido lesado hábil nas suas

funções.

SE LIGA NO CONCEITO! O termo fibrose é mais frequentemente usado para descrever a

extensa deposição de colágeno que ocorre nos pulmões, fígado, rins e outros órgãos,

resultante da inflamação crônica, ou no miocárdio após extensa necrose isquêmica. Se a

fibrose se desenvolve em um espaço do tecido ocupado por exsudato inflamatório, ela é

chamada de organização, como na pneumonia.

A regeneração e a formação de cicatriz contribuem, em vários graus, para o reparo. Ambos os

processos envolvem a proliferação de várias células e interações estreitas entre células e

matriz extracelular (MEC).

Proliferação Celular e Células Tronco

A regeneração de célula e tecidos lesados envolve a proliferação celular, que é orientada

por fatores de crescimento e criticamente dependente da integridade da matriz

extracelular. Vários tipos celulares proliferam durante o reparo do tecido.

Estas incluem as células restantes do tecido lesado que tentam restaurar a estrutura normal, as

células endoteliais para criar novos vasos que fornecem nutrientes necessários ao processo de

reparo, e fibroblastos que são fonte de tecido fibroso, que forma a cicatriz para preencher os

defeitos que não podem ser corrigidos por regeneração.


A proliferação desses tipos celulares é guiada por proteínas chamadas fatores de

crescimento. A produção de fatores de crescimento polipeptídicos e a habilidade das células

de se dividirem em resposta a esses fatores constituem determinantes importantes na

adequação do processo de reparo.

O tamanho normal das populações celulares é determinado por um equilíbrio entre

proliferação celular, morte celular por apoptose e diferenciação de novas células a partir

de células-tronco, como está representado na figura abaixo. Os processos-chave na

proliferação celular são a replicação do DNA e a mitose. A sequência de eventos que

controlam esses processos é conhecida como ciclo celular, que será mais explorado a frente.

Imagem: Mecanismos que regulam as populações celulares. Fonte: Robbins, 2013.


A habilidade dos tecidos em se autorreparar é criticamente influenciada por sua

capacidade proliferativa intrínseca. Com base neste critério, os tecidos do corpo são

divididos em três grupos:

Tecidos lábeis

As células desses tecidos são continuamente perdidas e substituídas pela maturação de

células tronco e por proliferação das células maduras.

As células lábeis incluem as hematopoiéticas na medula óssea e a maioria dos epitélios de

superfície, como o epitélio estratificado escamoso da pele, cavidade oral, vagina e colo

uterino; o epitélio cúbico dos ductos das glândulas exócrinas como, por exemplo, glândulas

salivares, pâncreas, vias biliares; o epitélio colunar do trato gastrointestinal, útero e tubas

uterinas; e o epitélio de transição do trato urinário.

Esses tecidos se regeneram rapidamente após a lesão, já que o pool de células-tronco é

preservado.

Tecidos estáveis

As células desses tecidos são quiescentes e, em seu estado normal, possuem baixa

atividade replicativa. Entretanto, essas células são capazes de proliferar em resposta a

lesão ou perda de massa tecidual. As células estáveis constituem o parênquima da maioria

dos tecidos sólidos, como fígado, rim e pâncreas.

Nesse grupo, estão também as células endoteliais, os fibroblastos e as células musculares

lisas, sendo que a proliferação dessas células é particularmente importante na cura de feridas.

Com exceção do fígado, os tecidos estáveis possuem capacidade limitada de regeneração

após a lesão.

Tecidos permanentes

As células desses tecidos são consideradas terminalmente diferenciadas e não

proliferativas na vida pós-natal. A maioria dos neurônios e as células musculares


cardíacas pertence a essa categoria. Assim, uma lesão ao cérebro ou ao coração é

irreversível porque os neurônios e os miócitos cardíacos não se regeneram, resultando

em cicatriz.

Contudo, ocorrem replicação e diferenciação limitada da célula-tronco em algumas áreas

do cérebro adulto e existe alguma evidência de que a célula-tronco cardíaca possa

proliferar após necrose do miocárdio. Todavia, qualquer que seja a capacidade proliferativa

que exista nesses tecidos, ela é insuficiente para regenerar o tecido lesado.

O músculo esquelético é classificado como tecido permanente, porém células satélites aderidas

a bainha endomisial fornecem alguma capacidade regenerativa a este tecido. Nos tecidos

permanentes, o reparo é tipicamente dominado por formação de cicatriz.

SE LIGA! Com exceção dos tecidos compostos primariamente por células permanentes que

não se dividem, a maioria dos tecidos maduros contém proporções variáveis dos três tipos

celulares: células em divisão contínua, células quiescentes que podem retornar ao ciclo celular

e células que perderam a habilidade replicativa.

Na maioria dos tecidos que se dividem, as células maduras são terminalmente diferenciadas e

de curta duração. Quando essas células morrem, o tecido é substituído por células geradas das

células-tronco e que se diferenciam.

Assim, nesses tecidos há um equilíbrio homeostático entre a replicação, a autorrenovação,

a diferenciação das células-tronco e a morte das células maduras, totalmente

diferenciadas. Essas relações são particularmente evidentes nos epitélios da pele e do trato

gastrointestinal, que se dividem continuamente, nos quais as células-tronco localizam-se

próximas a camada basal do epitélio e se diferenciam quando migram para camadas

superiores do epitélio, antes que morram e se desprendam da superfície.

As células-tronco são caracterizadas por duas propriedades importantes: capacidade de

autorrenovação e replicação assimétrica. A replicação assimétrica significa que,

quando uma célula-tronco se divide, uma célula-filha entra na via de diferenciação e

origina uma célula madura, enquanto a outra permanece como célula-tronco


indiferenciada, retendo sua capacidade de autorrenovação. A autorrenovação permite às

células-tronco manter uma população funcional de precursores por longos períodos.

Embora a literatura científica esteja repleta de descrições dos vários tipos de células-tronco,

basicamente há duas espécies. As células-tronco embrionárias (células ES) são as células-

tronco mais indiferenciadas, presentes na massa celular interna do blastocisto e que

possuem extensa capacidade de renovação. Por isso, podem ser mantidas em cultura por

mais de um ano sem sofrer diferenciação.

Em condições apropriadas de cultura, as células ES podem ser induzidas a formar células

especializadas dos três folhetos germinativos, incluindo neurônios, células cardíacas, hepáticas

e células das ilhotas pancreáticas. E as células-tronco adultas, também chamadas células-

tronco teciduais, são menos indiferenciadas do que as células ES e encontradas entre células

diferenciadas dentro de um órgão ou de um tecido. Embora possuam capacidade de

autorrenovação, como as células ES, essa propriedade é muito mais limitada. Além disso,

seu potencial de linhagem, ou seja, habilidade em originar células especializadas, é restrito a

algumas ou todas as células diferenciadas do tecido ou órgão onde são encontradas.

Enquanto a função normal das células ES é originar todas as células do corpo, as células-

tronco adultas estão envolvidas na homeostasia do tecido. Elas mantêm o tamanho do

compartimento em tecidos com alta renovação, como pele, medula óssea, epitélio intestinal e

naqueles de baixa renovação celular, como coração e vasos.

Apesar do interesse em isolar e infundir células-tronco teciduais para recolocar células

especializadas em órgãos como coração (após infarto) e cérebro (após acidente vascular

encefálico), as células-tronco teciduais são raras e muito difíceis de isolar. Além disso, elas

estão presentes em microambientes especializados, dentro do órgão, chamados de

nichos de células-tronco. Aparentemente, os sinais de outras células nesses nichos mantêm

as células-tronco quiescentes e indiferenciadas. Os nichos têm sido identificados em muitos

órgãos.
No cérebro, as células-tronco neurais ocorrem na zona subventricular e no giro denteado; na

pele, são encontradas no bulbo do folículo piloso; e na córnea são encontradas no limbo.

Provavelmente, as células-tronco mais extensivamente estudadas são as

hematopoiéticas, encontradas na medula óssea. Apesar de raras, podem ser purificadas

através de seus marcadores de superfície.

As células-tronco hematopoiéticas podem ser isoladas da medula óssea, bem como do sangue

periférico, após mobilização por administração de certas citocinas, como o fator estimulador de

colônia de granulócito (G-CSF). Como bem conhecido, as células-tronco podem originar todas

as linhagens celulares sanguíneas e reabastecer continuamente os elementos do sangue

quando são consumidos na periferia.

Na prática clínica, as células-tronco da medula são usadas para o tratamento de

doenças, como a leucemia e os linfomas. Além das células-tronco hematopoiéticas, a

medula óssea contém uma população distinta de células-tronco, conhecidas como células-

tronco mesenquimais. Essas células podem originar várias células mesenquimais, como

condroblastos, osteoblastos e mioblastos, e geram grande interesse pelo seu potencial

terapêutico.

A identificação e o isolamento de células-tronco originaram um novo campo, o da medicina

regenerativa, cujo principal objetivo é o repovoamento de órgãos danificados pelo uso de

progênies diferenciadas de células ES ou células-tronco adultas.

Como as células ES possuem extensa capacidade de autorrenovação e originam todas

as linhagens celulares, são consideradas ideais para o desenvolvimento de células

especializadas para as propostas terapêuticas. Entretanto, como as células ES são

derivadas de blastocistos humanos, produzidos a partir de fertilização in vitro, sua progênie

exibe moléculas de histocompatibilidade (antígeno leucocitário humano [HLA]) dos doadores do

óvulo e do espermatozoide e, portanto, podem suscitar rejeição imunologicamente

mediada pelo hospedeiro, como os órgãos transplantados também fazem.


Muitos esforços são feitos para a produção de células com potencial de células ES, a partir de

tecidos de pacientes. Para realizar este objetivo, os genes expressos nas células ES e nas

células diferenciadas têm sido comparados, e pequena quantidade de genes críticos para as

células-tronco ES foi identificada. A introdução de tais genes em células totalmente

diferenciadas, como fibroblastos ou células da epiderme, leva, extraordinariamente, a

reprogramação do núcleo da célula somática, de tal modo que as células adquirem muitas das

propriedades das células ES. Essas células são chamadas de células-tronco pluripotenciais

induzidas (células iPS). Como as células iPS podem ser derivadas de cada paciente, sua

progênie diferenciada poderia enxertar com sucesso e restaurar ou substituir células lesadas

ou deficientes do paciente, por exemplo, células β secretoras de insulina de um paciente com

diabetes. Apesar de as células iPS apontarem como promessa considerável, seu uso clínico

ainda tem de ser provado.

As três fases da cicatrização

1. O que é e quais os principais aspectos da cicatrização?

A cicatrização de uma ferida nada mais é do que um mecanismo de reparo tecidual após algum

dano, seja por um trauma ou mesmo por morte celular. Ela representa um processo secundário

a não recuperação por completo do tecido lesado, e é diferenciada em:

Cicatrização por primeira intenção ou primária

Feridas marcadas pela presença de bordas aproximadas por sutura, de modo que essas

bordas apresentam pouca perda de tecido, ausência de infecção e com o tecido de granulação

levemente edemaciado. Exemplo: cicatrização de ferida pós-cirúrgica.

Cicatrização por segunda intenção ou secundária

As bordas das feridas são bem afastadas uma da outra, ocorre a formação de um grande

coágulo, a perda de tecido é maior e a reação inflamatória pode ser aumentada caso se instale

um processo infeccioso. Assim, a regeneração celular é muito mais demorada.


Cicatrização por terceira intenção ou terciária

Primeiramente a ferida é deixada aberta para evoluir com cicatrização de segunda intenção e

há o processo de limpeza e debridamento do tecido. Posteriormente, é realizada sutura para

que a ferida evolua com cicatrização de primeira intenção.

2. As três fases da cicatrização

De modo geral, quando ocorre uma lesão, o tecido pode passar tanto por uma regeneração,

quanto por uma cicatrização. Geralmente, ele tende a se cicatrizar, e esse processo é divido

em 3 fases:

 uma fase inflamatória,

 fase de proliferação e

 uma fase de maturação.

Essas fases podem ocorrer simultaneamente. A formação da cicatriz tem início cerca de 24

horas após a lesão e, em torno de 3-5 dias já é possível observar a presença do tecido de

granulação, que recebe esse nome pelo seu aspecto macroscópico no tecido epitelial.

2.1) Fase Inflamatória

É uma fase que tem por objetivo cessar o extravasamento sanguíneo, remover células mortas,

microorganismos e outros conteúdos estranhos do local. Tem uma duração média entre 24 e

48 horas e é completada em até 2 semanas. A ausência de integridade epitelial estimula duas

reações imediatas, que são: hemostasia e inflamação.

A primeira ocorre após liberação de substâncias vasoconstritoras (em especial, tromboxano A2

e prostaglandinas) o que leva a agregação plaquetária nas paredes dos vasos sanguíneos e,

por consequência, há o estímulo da cascata de coagulação e de citocinas.

Por sua vez, a cascata de coagulação, objetiva estimular a chegada de alguns fatores de

crescimento, como: fator de crescimento de transformação beta (TGF-β), fator de crescimento


derivado das plaquetas (PDGF), fator de crescimento derivado dos fibroblastos (FGF a e b) e

fator de crescimento epidérmico (EGF) que, por sua vez, atraem neutrófilos (importantes para a

fagocitose de bactérias) para o local.

A partir daqui a vasoconstrição dá lugar à vasodilatação (marcada pela presença de cininas,

histamina, prostaglandinas e leucotrienos), com início da inflamação e levando à migração de

mais neutrófilos (quimiotaxia) para o local.

Com a vasodilatação, a ferida já apresenta os sinais clínicos clássicos da inflamação: calor,

rubor, edema e dor. Entre o terceiro e décimo dia os macrófagos substituem os neutrófilos e

continuam a fagocitose e o debridamento iniciado pelos primeiros, bem como estimulam a

deposição de uma matriz de fibrina no local e atraem outras células.

2.2) Fase Proliferativa

O grande objetivo da fase proliferativa é formar o tecido de granulação (composto por tecido

conjuntivo, capilares sanguíneos, leucócitos, colágeno tipo III e proteoglicanos), tendo seu

início 48 horas após a lesão e permanecendo até duas semanas. É dividida em 4

subfases: epitelização, angiogênese, fibroplasia e formação do tecido de granulação.

2.2.1) Epitelização

O processo de reepitelização da ferida depende se a membrana basal foi lesada: se ela estiver

intacta, ocorre a migração de queratinócitos, células epiteliais e células tronco epiteliais da

borda da ferida e dos anexos epiteliais; caso a membrana basal esteja lesada, a migração

desses componentes ocorre apenas da borda da ferida. A reepitelização busca estabelecer

novamente uma nova barreira protetora ao epitélio.

2.2.2) Angiogênese

A angiogênese representa a formação de novos vasos sanguíneos a partir dos já existentes.

Seu estímulo é oriundo do fator de necrose tumoral alfa (TNF-α), proteínas (como a

angiogenina) e sinalizadores celulares como a família VEGF (responsável pelo aumento da


permeabilidade através da vasodilatação por liberação de óxido nítrico e da estimulação de

células endoteliais).

É importante ressaltar que algumas moléculas, como as proteínas, são responsáveis por

estimular macrófagos e células endoteliais a liberarem os demais sinalizadores (VEGF e FGF).

A partir desse momento, as células endoteliais iniciam a migração para a área lesionada e

começam a se proliferar, remodelando os capilares preexistentes e, através do recrutamento

de outras células componentes dos vasos, iniciam a formação de novos vasos sanguíneos

(vasos maduros).

Quando o vaso é formado, a migração de células endoteliais e deposição de membrana basal

cessam. A angiogênese busca criar um ambiente vascular rico em oxigênio e nutrientes,

propício para a migração de células epiteliais, essenciais para o mecanismo de reepitelização,

sendo um fator fundamental para a completa cicatrização da ferida. Além disso, a formação do

tecido de granulação necessita da presença desses novos vasos.

2.2.3) Fibroplasia

É uma subfase marcada pela migração e ativação de fibroblastos para o local da ferida e são

uma das principais células envolvidas na cicatrização, já que, através da sua capacidade em

produzir matriz extracelular, auxiliam na manutenção da integridade do tecido conjuntivo.

Os fibroblastos são as principais células do tecido conjuntivo (considerados células jovens), e a

sua produção é estimulada pelos fatores de crescimento liberados por macrófagos. São os

fibroblastos os responsáveis por produzir colágeno, fibronectina, elastina, glicosaminoglicanas

e proteases.

Com a migração e ativação de fibroblastos e sua intensa produção dos componentes citados, a

matriz extracelular sofre, aos poucos, uma substituição por tecido conjuntivo, o que caracteriza

a fibroplasia.
A fibroplasia necessita da ocorrência simultânea da angiogênese e representa o início da

formação do tecido de granulação. À medida que o tempo passa e o processo de cicatrização

avança, a proliferação de fibroblastos e o surgimento de novos vasos vai diminuindo.

2.2.4) Tecido de granulação

Por volta do 4º dia o tecido de granulação começa a ser formado, e é composto pelos novos

capilares sanguíneos, tecido conjuntivo frouxo, leucócitos, colágeno tipo III e proteoglicanos.

Os fibroblastos são as células essenciais para a formação do tecido de granulação.

A olho nu possui aparência rósea e o edema presente é fruto da grande permeabilidade

vascular, além de pequenos espaços presentes no seu endotélio que permitem

extravasamento de líquido para o meio intersticial. A partir do momento que a cicatriz vai

maturando, a vascularização é reduzida e o tecido de granulação passa a ter uma cor mais

pálida.

3. Fase de maturação ou remodelamento

Como você viu anteriormente, inicialmente, a cicatriz é marcada pela presença de um tecido

conjuntivo do tipo frouxo. Sua constituição é de colágeno do tipo III, ou seja, um constituinte

mais fino, considerado “imaturo”.

A fase da maturação é, em particular, marcada pela modificação desse colágeno que passa a

apresentar fibras mais grossas, o que faz com que a superfície da ferida fique mais forte

(aumento da tensão) e sua espessura vai diminuindo.

Aos poucos, a matriz antiga vai sendo desfeita e dando lugar a nova organização tecidual. É

uma fase em que o colágeno é produzido, digerido e suas fibras passam por uma reorientação

e reorganização. É longa, tendo início por volta do 20º dia e pode durar de meses a mais de um

ano.
É uma fase crucial ao se considerar que, se a maioria dos vasos sanguíneos, fibroblastos e

demais células inflamatórias não desaparecerem, há o surgimento de cicatrizes hipertróficas ou

queloides. Essas duas alterações têm em comum o excesso de tecido conjuntivo do tipo denso

(aquele marcado por uma maior quantidade de fibras colágenas).

No entanto, a cicatriz hipertrófica pode regredir com o tempo, bem como suas elevações não

ultrapassam a borda da ferida. Já o tipo queloide ultrapassa a borda da ferida e não regride

com o tempo. Assim, é observado um desequilíbrio entre produção e degeneração da matriz

extracelular.
Sistema Tegumentar

Você pode acessar o conteúdo completo ou ir direto às fotos das lâminas histológicas.

Quadro 1 - Organização do conteúdo do Sistema Tegumentar.

1. Introdução
Apele e seus anexos epidérmicos (unhas, pelos e as glândulas sudoríparas, sebáceas e
mamárias) formam o Sistema Tegumentar. A pele é a primeira barreira de proteção entre o
corpo e o ambiente, atuando contra agentes biológicos, químicos e físicos que possam causar
danos ao organismo.

Funções da pele

 Proteção mecânica e defesa imunológica


 Proteção contra os raios ultravioleta
 Manutenção da temperatura corpórea
 Sensorial
 Excreção de sais
 Síntese de vitamina D

Classificação da pele (tipos)

A pele é classificada em dois tipos:

 Pele Espessa ou Grossa (palma das mãos e planta dos pés)


 Pele Delgada ou Fina (recobrindo o restante do corpo)

Sumário
1. Introdução
2. Epiderme
3. Derme
4. Hipoderme
5. Anexos epidérmicos da pele

Estrutura histológica da pele

As peles, espessa e delgada, apresentam a mesma estrutura geral de organização tecidual,


sendo constituídas por três (03) camadas:

 Epiderme – de origem ectodérmica – corresponde à porção epitelial


 Derme – de origem mesodérmica - corresponde à porção conjuntiva
 Hipoderme – de origem mesodérmica - corresponde à porção conjuntiva onde
repousa a epiderme e a derme
As camadas epiderme e derme são mais desenvolvidas na pele espessa. O estrato lúcido, da
epiderme, não é visualizado na pele delgada.

Alguns autores consideram a pele constituída apenas por duas camadas, a epiderme e a
derme.
Figura 1 – Corte histológico de Pele Grossa evidenciando a epiderme (Tecido Epitelial de
Revestimento Estratificado Pavimentoso Queratinizado), a derme (tecido Conjuntivo) e as
glândulas sudoríparas.

2. Epiderme

São quatro (04) os tipos celulares que formam a epiderme:


 Queratinócitos
 Melanócitos
 Células de Merkel
 Células de Langerhans
Os tipos celulares da epiderme, na pele espessa, se distribuem em cinco (05) camadas (ou
estratos):
 Basal (ou germinativo)
 Espinhoso
 Granuloso
 Lúcido
 Córneo (ou queratinizado)

Distribuição dos tipos celulares na epiderme

Estrato Basal

Os queratinócitos são as células mais abundantes na epiderme e encontram-se distribuídos em


todos os estratos. No estrato basal (germinativo) os queratinócitos estão dispostos em uma
única camada de células e atuam como células fontes para a reposição das células perdidas na
superfície do epitélio e também no reparo de lesões. Os queratinócitos da camada basal se
fixam, através de hemidesmossomos, no tecido conjuntivo da derme.

Quando os queratinócitos se dividem (mitose), alguns permanecem na camada basal, sendo


incorporados à população de células fontes, enquanto outros se diferenciam e migram para os
estratos superiores (se distanciando do tecido conjuntivo da derme). As células que migram
para os estratos superiores assumem a função de sintetizar queratina.

Além do queratinócitos, no estrato basal também se localizam os melanócitos e as células de


Merkel. Os melanócitos tem origem a partir das células da crista neural que migram para a
epiderme e desempenham a função de produzir melanina, pigmento que fornece cor à pele e
aos pelos, e protege o organismo dos raios ultravioleta (fotoproteção).

Os melanócitos apresentam a região do núcleo celular localizado no estrato basal, entretanto,


esse tipo celular apresenta muitos prolongamentos citoplasmáticos que alcançam os
queratinócitos em diferentes estratos do epitélio. É através desses prolongamentos
citoplasmáticos que os melanócitos transferem a melanina para os queratinócitos, aumentando
assim a proteção da pele.

As células de Merkel, assim como os melanócitos, também tem origem a partir de células da
crista neural. São células sensoriais e funcionam como mecanorreceptores, envolvidas na
sensação tátil. Essas células matem contato com os queratinócitos e com fibra nervosa
(mielinizada que se torna amielínica após alcançar a lâmina basal das células epiteliais).

Estrato Espinhoso

Essa camada é caracterizada pelos abundantes processos citoplasmáticas (em forma de


espinho) dos queratinócitos. Os processos citoplasmáticos contêm feixes de filamento
intermediário de queratina, os quais se inserem nos desmossomos e assim, matem a
justaposição e a adesão entre os queratinócitos vizinhos.

A associação dos estratos basal e espinhoso é denominada de estrato de Malpighi, local onde
são encontradas as células de Langerhans.

As Células de Langerhans (ou células dendríticas) se originam na medula óssea e


apresentam muitos prolongamentos citoplasmáticos (denominados de dendritos). Esse tipo
celular se distribui nos estratos basal e espinhoso (estrato de Malpighi) e atua como células
apresentadoras de antígeno, expondo um corpo estranho aos linfócitos T e, desencadeando
uma resposta imune. A apresentação do antígeno ao linfócito T, geralmente, ocorre em um
linfonodo, localizado próximo ao local de penetração do corpo estranho. Assim, além da
estratificação do epitélio e da melanina, a pele apresenta outra possibilidade de defesa com a
ação das células de Langerhans.
Estrato Granuloso

No estrato granuloso os queratinócitos, dispostos em várias camadas, possuem grânulos


citoplasmáticos contendo queratina e lipídeos (grânulos de querato-hialina) que conferem ao
citoplasma intensa coloração basofílica. Ainda, nessa camada, os lipídeos são liberados dos
queratinócitos para o meio intercelular, cuja função é atuar como substância cimentante entre
as células epiteliais, conferindo maior adesão celular e também, uma barreira para água.

Estrato Lúcido

O estrato lúcido, localizado entre os estratos granuloso e córneo é caracterizado por


queratinócitos que perderam o núcleo, com o processo de queratinização bem avançado. Esse
estrato é evidente somente na pele grossa.

Estrato Córneo

O estrato córneo é formado por queratinócitos pavimentosos que perderam os seus núcleos,
suas organelas e tornaram-se quase inteiramente preenchidos por filamentos de queratina. É a
camada mais espessa da epiderme e constitui o principal componente da barreira hídrica.

À medida que os queratinócitos migram, do estrato basal para o estrato córneo, ocorre o
processo de produção da queratina. As células se modificam de cubicas (no estrato basal) para
pavimentosas (no estrato córneo). A epiderme é classificada como Tecido Epitelial de
Revestimento Estratificado Pavimentoso Queratinizado.

Figura 2 - Corte histológico de Pele Grossa evidenciando as camadas celulares da epiderme.


Camada Basal ou germinativa (seta branca) localizada mais próxima ao tecido conjuntivo da
derme, Camada Espinhosa (seta amarela) onde se tem a impressão que as células
apresentam um contorno mais claro (devido a grande quantidade de desmossomos), Camada
Granulosa (seta azul) onde as células apresentam grânulos no citoplasma, Camada Lúcida
(seta vermelha) representada por uma linha muito fina bem corada pela eosina e, Camada
Queratinizada ou Córnea (seta preta) que corresponde as células mortas com o citoplasma
preenchidos por queratina.
Figura 3 - Corte histológico de Pele Grossa evidenciando as camadas celulares da epiderme.
Camada Basal ou germinativa (seta branca), Camada Espinhosa (seta amarela), Camada
Granulosa (seta azul), Camada Lúcida (seta vermelha) e Camada Queratinizada ou Córnea
(seta preta).

3. Derme

Aderme corresponde ao tecido conjuntivo sobre o qual repousa a epiderme. O contato


epiderme-derme (junção dermoepidérmica) é irregular, contendo saliências e projeções de um
tecido no outro, formando as Papilas Dérmicas. As papilas dérmicas são mais frequentes em
regiões submetidas a maior intensidade de pressão e atrito.
Para conferir proteção ao corpo, o tecido epitelial não pode se desprender do tecido conjuntivo.
Para manter a adesão entre os tecidos há a presença de hemidesmossomos conectando a
região basal dos queratinócitos da camada basal ao tecido conjuntivo adjacente.

A derme se divide em duas camadas:

 Derme Papilar - localizada mais próxima ao tecido epitelial. Constituída por um


tecido conjuntivo frouxo, rico em células e com menor conteúdo de fibras.
Contém os vasos sanguíneos e nervos que vão suprir a epiderme. É o
conjuntivo da derme papilar que constitui as papilas dérmicas. Ainda, por ser a
derme papilar mais rica em tipos celulares do tecido conjuntivo, essa atua na
defesa do organismo através da ação de células de defesa. Caso ocorra alguma
lesão no epitélio, que venha a expor o tecido conjuntivo, as células de defesa do
tecido conjuntivo contribuirão para conter a lesão e combater a penetração de
microrganismos.
 Derme Reticular - localizada abaixo da derme papilar e mais distante do tecido
epitelial de revestimento da pele. Constituída por tecido conjuntivo denso,
caracterizado por apresentar maior conteúdo de fibras em relação às células. As
fibras da derme reticular são as colágenas (conferem resistência ao órgão) e
as elásticas (conferem elasticidade ao órgão).

Figura 4 - Corte histológico de Pele Grossa evidenciando a epiderme (Tecido Epitelial de


Revestimento Estratificado Pavimentoso Queratinizado), a derme (tecido Conjuntivo). As setas
vermelhas indicam as papilas dérmicas, regiões onde o tecido conjuntivo da derme se projeta
para o interior do tecido epitelial da epiderme. As estrelas azuis indicam a região da derme
papilar (maior quantidade de células e em contato com a epiderme) e as estrelas amarelas
indicam a derme reticular (maior quantidade de fibras e mais distante da epiderme).

4. Hipoderme

Ahipoderme, também denominada de camada subcutânea, é contínua com a derme reticular.


Constituída por tecido conjuntivo e por células adiposas e apresenta espessura variável de
acordo com a localização. Essa camada facilita a mobilidade da pele e contribui para o
isolamento térmico, armazenamento energético (adipócitos) e no amortecimento de choques.
Vascularização e estruturas sensoriais da pele

A vascularização da pele, encontrada no tecido conjuntivo da derme e hipoderme, além de


nutrir o tecido epitelial de revestimento e os anexos epidérmicos (unhas, glândulas, pelos) é
também responsável pela termorregulação do organismo, permitindo modificação do fluxo
sanguíneo, de acordo com a necessidade do corpo de conservar ou perder o calor.

Três redes vasculares são encontradas na pele:

 Plexo Subpapilar - localizado na região da derme papilar


 Plexo Cutâneo – localizado no limite entre a derme papilar e a derme reticular
 Plexo Hipodérmico (ou subcutâneo) – localizado na hipoderme da pele
As estruturas sensoriais encontradas na pele se classificam de acordo com o estímulo ao qual
respondem, dos quais vamos abordar os: Mecanorreceptores, Termorreceptores e
Nociceptores.
Os mecanorreceptores respondem às deformações do tecido e podemos caracterizar quatro
(04) tipos:
 Corpúsculo de Merkel – localizado na junção dermoepidérmica, se relaciona aos
toques finos. A terminação nervosa do corpúsculo de Merkel se adere às células
de Merkel, localizadas no estrato basal da epiderme.
 Corpúsculo de Meissner – também denominado de corpúsculo tátil, se localiza
na derme papilar e tem a função de detecção de formas e texturas.
 Corpúsculo de Ruffini – localizado na porção profunda da derme detecta o
estiramento da pele, a sensação do tato quando se segura um objeto, além de
controlar a posição e o movimento dos dedos.
 Corpúsculo de Pacini – localizado na porção profunda da derme ou na
hipoderme, responde aos estímulos de pressões profundas.
Os termorreceptores – respondem ao estímulo de temperatura – calor ou frio.
Os nociceptores – respondem ao estímulo da dor.
Além das estruturas sensoriais, é importante registrar que o suprimento nervoso da pele é
composto de:

 terminações periféricas dos nervos sensoriais


 terminações nervosas para a musculatura dos vasos sanguíneos
 terminações nervosas para os músculos eretores dos pelos
 terminações nervosas para o controle das glândulas sudoríparas

5. Anexos epidérmicos da pele

Os derivados epidérmicos que serão abordados abaixo são:

 Folículos Pilosos e Pelos


 Glândulas Sebáceas
 Glândulas sudoríparas (Écrina e Apócrina)

Folículos pilosos e pelos


 Folículos pilosos são responsáveis pela produção e crescimento do pelo.
O folículo piloso se forma pela proliferação das células epiteliais do estrato
basal da epiderme, quando estimuladas por moléculas sinalizadoras sintetizadas
pelos fibroblastos localizados na derme adjacente.
 Enquanto as células epiteliais (em proliferação) se aprofundam na derme, o
tecido conjuntivo invade a porção basal do conjunto de células proliferadas,
formando a papila dérmica.
 Na região onde a papila dérmica se formou (região basal do folículo piloso, parte
profunda da derme) as células epiteliais da camada basal se proliferam
lateralmente formando o bulbo piloso (ou bulbo folicular). O bulbo piloso
corresponde à porção final e expandida do folículo piloso.
 Para que ocorra a formação do pelo, a papila dérmica nutre e estimula a
proliferação celular da parte profunda do folículo piloso. As células em
proliferação são os queratinócitos e melanócitos que estavam localizados no
estrato basal da epiderme. Com esse estímulo ocorre a formação do pelo, no
interior do folículo piloso.
 O pelo é uma estrutura queratinizada constituída por: cutícula, córtex e medula
(a medula do pelo está presente somente em pelos espessos, sendo ausente
em pelos finos). A coloração do pelo é realizada pela transferência de melanina,
a partir do melanócitos que proliferaram durante a formação do folículo piloso.
 O folículo piloso é envolvido por tecido conjuntivo, o qual encontra-se associado
ao músculo eretor do pelo (músculo liso).
 Os folículos pilosos e pelos estão ausentes na pele grossa e também nas
regiões laterais dos dedos, na glande do pênis e no clitóris.

Figura 5 - Corte histológico de Pele Fina. A imagem permite evidenciar várias estruturas:
Epiderme (seta amarela), derme (tecido conjuntivo), folículo piloso (seta vermelha), pelo (seta
azul), glândula sebácea (seta verde).
Figura 6 - Corte histológico de Pele Fina. A imagem permite evidenciar a epiderme (seta
amarela), derme (tecido conjuntivo), folículo piloso (seta vermelha), pelo (seta azul), glândula
sebácea (seta verde) e glândula sudorípara (seta branca).

Glândulas Sebáceas

As glândulas sebáceas desempenham a função de secretar o sebo, composto rico em lipídeos


que atua na lubrificação da pele e dos pelos e impede a perda excessiva de água.

São glândulas exócrinas, constituídas por porção secretora (localizada na derme) e por ducto
excretor (que se abre no epitélio de revestimento do folículo piloso). Entretanto, em algumas
regiões do corpo (lábios, glande do pênis, pequenos lábios vaginais, mamilos) o ducto excretor
se abre diretamente na superfície da epiderme.
Figura 7 - Corte histológico de Pele Fina. A imagem permite evidenciar a epiderme (seta
amarela), derme (tecido conjuntivo), folículo piloso (seta vermelha), pelo (seta azul), glândula
sebácea (seta verde) e glândula sudorípara (seta branca).

Figura 8 - Corte histológico de Pele Fina. A imagem permite evidenciar a epiderme (seta
amarela), derme (tecido conjuntivo), folículo piloso (seta vermelha), pelo (seta azul) e glândula
sebácea (seta verde).

Figura 9 - Corte histológico de Pele Fina. A imagem evidencia a associação entre o folículo
piloso e as glândulas sebáceas.

Glândulas Sudoríparas (Écrina e Apócrina)


As glândulas sudoríparas são exócrinas, secretam o suor e se classificam em dois (02)
tipos: Écrinas e Apócrinas.
Glândula Sudorípara ÉCRINA

A porção secretora se localiza na derme sendo composta por três (03) tipos celulares:

 Células Claras – secretam a maior parte de água e eletrólitos que compõe o


suor.
 Células Escuras – secretam glicoproteínas das quais muitas atuam na defesa do
organismo.
 Células Mioepiteliais – através da contração auxiliam na eliminação da secreção.
O ducto excretor se abre no Tecido Epitelial de Revestimento (Epiderme).

Glândula Sudorípara APÓCRINA

A porção secretora se localiza na derme e na hipoderme e apresenta ácinos maiores do que os


das glândulas sudoríparas écrinas. Os ductos excretores se abrem no epitélio do folículo piloso.
As glândulas Apócrinas sofrem ação dos hormônios sexuais e tornam-se ativas a partir da
puberdade. O produto de secreção contém proteína, carboidrato, amônia, lipídios e outros
compostos orgânicos que podem desenvolver odor ácido através da ação bacteriana. Essas
glândulas encontram-se distribuídas nas axilas, aréolas, na pele ao redor do ânus e na genitália
externa.

Figura 10 - Corte histológico de Pele Fina. A imagem evidencia as diferenças estruturais entre
as glândulas sebáceas e as glândulas sudoríparas.
Figura 11 - Corte histológico de Pele Fina. A imagem evidencia as diferenças estruturais entre
as glândulas sudoríparas écrinas e as glândulas sudoríparas apócrinas.

 Os queratinócitos (da epiderme e dos folículos pilosos), as glândulas


sudoríparas e sebáceas secretam as Proteínas Antimicrobianas
Epiteliais (AMPs) que atuam para inativar e/ou destruir microrganismos.
 Dentre as AMPs podemos citar as β-defensinas e as catelicidinas, que atuam
na lise da parece celular e da membrana plasmática de microrganismos.
 Várias patologias dermatológicas são associadas a produção deficiente das
Proteínas Antimicrobianas Epiteliais.

Figura 12 - Quadro comparativo das características da pele Espessa e Pele Delgada.

NÃO ESQUECER...

• Camada Mucosa: Tecido Epitelial + Tecido Conjuntivo que reveste uma luz que faz contato
com o ambiente (meio externo).
• Camada Serosa: Tecido Conjuntivo + Tecido Epitelial de Revestimento Simples Pavimentoso
(mesotélio) que reveste superfície de órgãos que estão voltadas para as cavidades do corpo.
• Camada Adventícia: Tecido Conjuntivo que une órgãos e estruturas. Ausência de Tecido
Epitelial.
• Estroma: tecido conjuntivo de preenchimento e sustentação do órgão.
• Parênquima: tecidos e estruturas que correspondem a porção funcional do órgão.

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