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FISIOPATOLOGIA DA PELE
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A epiderme e a derme se encontram em uma região irregular. A derme
possui papilas dérmicas que se encaixam nas curvas da epiderme que são
chamadas de cristas epidérmicas, fazendo com que aumente a ligação entre as
camadas.
A pele apresenta estruturas anexas conhecidas como unha, pelos, glândula
sebácea e glândula sudorípara.
Depois de termos uma ideia da pele, vamos detalhar cada parte com todas
as suas estruturas, para que depois possamos falar das patologias relacionadas
à pele.
TEMA 2 – EPIDERME
Fonte: Shutterstock/Blamb.
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Vamos detalhar essas camadas iniciando da derme para a superfície.
Assim, a camada basal possui células prismáticas ou em formato de cubos que
repousam na membrana basal, local que separa a epiderme da derme. Essa
camada também é chamada de camada germinativa por apresentar muitas
células troncos no seu interior. Possui uma grande atividade mitótica, pois é
responsável, juntamente com a camada espinhosa, pela renovação da epiderme.
Dependendo do local e até mesmo da idade do indivíduo, a epiderme pode sofrer
renovação a cada 15 dias, podendo chegar até 30 dias. Nessa camada, existem
muitos filamentos de queratina, mas conforme as camadas vão se aproximando
da superfície, a quantidade desses filamentos aumenta.
A camada espinhosa possui células cuboides ou um pouco achatadas com
um núcleo bem central. No seu citoplasma, há expansões com filamentos de
queratina chamados de tonofilamentos que se unem com as células vizinhas pelos
desmossomos. Essa arquitetura, quando vista no microscópio eletrônico, dá à
célula um aspecto espinhoso. Na epiderme, os filamentos de queratina e os
demossomos são importantes, pois dão adesão celular e resistência ao atrito.
Nessa camada, também temos as células tronco de queratinócitos.
A camada granulosa tem células poligonais com núcleo central e com
apenas três a cinco camadas. No citoplasma das células estão presentes os
grânulos de querato-hialina, que não possuem membrana envolvendo mas lá
existem proteínas histidinas fosforiladas e ricas em cistina, o que confere
característica de grânulos basófilos. As células dessa camada também possuem
os grânulos lamelares, que só podem ser visualizados ao microscópio eletrônico
e apresentam discos lamelares envolvidas com bicamadas lipídicas e membrana.
A finalidade desses grânulos lamelares é se fundir com a membrana da célula e
secretar o conteúdo lipídico para que esse se deposite e forme uma barreira de
impermeabilização, impedindo a desidratação.
A camada lúcida é bem mais evidente na pele espessa e possui células
achatadas sem organelas e núcleos, pois essas estruturas foram digeridas por
enzimas lisossomais. Apresentam muitos filamentos de queratina e podem-se
observar os desmossomos aderindo-se às células vizinhas.
A camada córnea tem células achatadas, mortas e sem núcleo. Possuem
citoplasma com muita queratina. A diferenciação dos queratinócitos faz com que
os tonofilamentos modifiquem a sua composição. Na camada basal, temos células
com queratina de peso molecular baixo, e quando os queratinócitos estão bem
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diferenciados, eles sintetizam queratinas com peso molecular mais alto. Na
camada córnea, esses tonofilamentos estão agrupados com a matriz de grânulos
de querato-hialina, assim não possuem vida e descamam continuamente.
Essas camadas da epiderme com todas as características citadas fazem
parte da pele espessa, já a pele fina frequentemente não possui camada
granulosa e lúcida, e a camada córnea geralmente é muito pequena.
A Figura 3 é uma fotomicrografia de corte de pele espessa da planta do pé
de um ser humano, mostrando as camadas da epiderme e a derme invadindo a
epiderme com as papilas dérmicas sendo representadas. E mais abaixo também
podemos ver o tecido conjuntivo.
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Os melanócitos se aderem à membrana basal pelos hemidesmossomos,
estruturas especializadas da membrana.
A melanina é uma proteína produzida pela ajuda da enzima tirosinase, que
transforma o aminoácido tirosina em dopa na presença de oxigênio molecular e
depois em dopa-quinona, que, após algumas reações, forma o composto tirosina
melanina que se junta com proteínas formando as melanoproteínas. Essas, por
sua vez, vão polimerizar e formar ao final a melanina.
A enzima tirosinase é produzida nos polirribossomos do retículo
endoplasmático rugoso, depois enviada ao complexo de Golgi para ser acumulada
em vesículas secretoras. Essas vesículas se chamam melanossomos e é nelas
que a síntese de melanina se inicia. Nos melanossomos iniciais, existe tanto
melanina quanto tirosinase, mas quando acaba a síntese da melanina, esse
melanossomo passa a ser chamado de grânulo de melanina, pois não tem mais
atividade da tirosinase (Figura 4).
Depois de formados esses grânulos de melanina, eles vão para os
prolongamentos dos melanócitos até chegar nos queratínócitos, que depositam a
melanina. Os grânulos se aderem ao lisossomo dos queratinócitos e, dessa
maneira, as células mais da superfície não possuem melanina.
Fonte: Designua/Shutterstock.
Fonte: Designua/Shutterstock.
TEMA 3 – DERME
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A regulação do fluxo periférico também é controlado por estruturas
chamadas de glomos, as quais estão nas pontas dos dedos, face e orelhas e nada
mais são do que anastomoses de arteríolas e vênulas que se contraem para que
o fluxo seja controlado, regulando assim a temperatura.
Nas mãos, pés, lábios e genitais existem nervos sensitivos que formam as
estruturas que recebem estímulos do meio ambiente. Existem receptores
encapsulados e não encapsulados. Os não encapsulados são as terminações
nervosas livres que são sensíveis ao toque e à pressão, chamados também de
receptores táteis. Já os encapsulados são os corpúsculos de Ruffini, Vater-Pacini,
Meissner e Krause.
O corpúsculo de Meissner é responsável pela sensibilidade tátil e estão
presentes em maior quantidade na derme papilar, principalmente em mãos e pés.
O corpúsculo de Vater-Pacini são receptores específicos para percepção de
pressões e estão mais localizados nas palmas das mãos. O corpúsculo de Krause
está entre a mucosa e a pele (área de transição) como nos lábios, língua,
pálpebras, glande, clitóris e lábios vulvares. E possuem maior sensibilidade ao
frio. Os discos de Merkel são terminações nervosas sensíveis ao tato e à pressão,
e estão localizados principalmente nos dedos. O corpúsculo de Ruffini está
relacionado com a sensação de calor e está presente principalmente permeando
as fibras de colágeno. Na Figura 6, podemos observar todos os receptores
sensoriais da pele e verificar um resumo da função específica de cada um deles.
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Figura 6 – Desenho esquemático dos receptores sensoriais da pele com as
sensibilidades específicas de cada um
Fonte: Tefi/Shutterstock.
TEMA 4 – HIPODERME
A hipoderme não faz parte da pele; é uma camada que está abaixo da
derme e é formada por tecido conjuntivo propriamente dito frouxo.
Essa camada tem como uma de suas funções aderir a derme aos órgãos
que estão por baixo. É responsável por permitir o deslizamento da pele sobre as
estruturas. Pode ter uma camada de tecido adiposo, que, quando está
desenvolvida, pode formar o panículo adiposo, o qual é responsável por dar forma
ao corpo, além de servir como reserva energética e proteção contra o frio. As
células pertencentes a essa camada são os adipócitos, que têm formato
arredondado e no seu interior triglicerídeos.
Portanto, as principais funções dessa camada são ligar a derme a músculos
e ossos, participar da termoregulação, modelar o corpo e auxiliar contra choques,
e pode ainda servir como reserva energética devido à presença de tecido adiposo.
Como já descrito, na hipoderme temos vasos sanguíneos, tecido fibroso,
nervos e muito tecido adiposo.
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TEMA 5 – ANEXOS DA PELE
5.1 Pelos
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Depois de entendermos como o pelo é constituído, vamos observar na
Figura 7 as estruturas presentes no folículo piloso e ao seu redor.
Fonte: Disignua/Shutterstock.
5.2 Unhas
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microrganismos. A placa ungueal é a unha propriamente dita, parte visível. A
lúnula é a parte em formato de meia lua que tem como função proteger os vasos
sanguíneos que estão na epiderme. A cutícula ou eponíquio é uma camada
bastante transparente de células que adere a unha na base e tem como função
principal vedar a placa da unha e o sulco ungueal. A retirada dessa estrutura pode
levar a processos inflamatórios pela entrada de microrganismos ou até mesmo
sujeiras. O hiponíquio é o local que a lâmina possui contato com a epiderme. O
leito ungueal possui poucas camadas e não possui células granulares, e é onde a
unha cresce sobre o dedo, tem muita irrigação e não possui melanócitos. E por
últimos, temos a matriz, que é o local por onde a unha cresce.
Fonte: Monomoon/Shutterstock.
Fonte: Designua/Shutterstock.
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5.4 Glândula sudorípara
Fonte: Timonina/Shutterstock.
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O ducto dessa glândula se abre para a superfície da pele e possui uma
hélice que atravessa a epiderme. Possui duas camadas de células que estão
sobre a membrana basal.
O suor secretado pela glândula merócrina é bem diluído, com baixa
concentração de proteínas, mas com sódio, potássio, cloreto, ureia, amônia e
ácido úrico. Quando o suor chega à pele, é totalmente evaporado. Isso ocorre
para auxiliar na diminuição da temperatura corporal.
As glândulas apócrinas estão presentes na axilas, aréola mamária e região
perianal. Os ductos dessa glândula se abrem para o folículo piloso e possuem o
lúmen da parte secretora bem dilatado. O produto da secreção é viscoso e sem
cheiro, mas, quando em contato com as bactérias da pele, pode ter um odor
bastante desagradável. Na mulher, essas glândulas sofrem grande influência do
ciclo menstrual. A inervação ocorre através de fibras adrenérgicas.
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REFERÊNCIAS
_____. Molecular biology of the cell. 4. ed. New York: Garland Science, 2002.
JUNQUEIRA, L. C.; CARNEIRO, J. Histologia básica: texto e atlas. 12. ed. Rio
de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013.
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