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Bloco I
Dermatologia- Aula 01-Anatomia e Fisiologia
2. Percepção
da Pele Os elementos nervosos que
–Introdução existem, sobretudo na derme, possibilitam
A pele do ser humano, o reconhecimento de sensações
corresponde a 15% de seu peso corporal, especiais, como calor, frio, dor e tato, o
é um órgão que reveste e delimita o que conduz a um mecanismo de defesa
organismo, protegendo-o e interagindo no sentido da sobrevivência.
com o meio exterior. Sua resistência e 3. Hemorregulação e
flexibilidade determinam sua plasticidade. termorregulação
Essencialmente dinâmica, a pele A pele, com seus extensos plexos
apresenta alterações constantes, sendo vasculares e corações periféricos (os
dotada de grande capacidade renovadora glomos), colabora na manutenção e na
e de reparação, e de certo grau de regulação do débito circulatório.Em
impermeabilidade. determinadas ocasiões, o aumento do
–Funções da Pele débito cardíaco sanguíneo periférico é
Em toda a escala animal, a pele compensado pela constrição dos glomos,
exerce diversas funções que se modificam com desvio da circulação para a rede
filogenéticamente. No que diz respeito ao capilar, e pela utilização plena da
ser humano, a pele é um órgão de grande capacidade total de enchimento de outros
importância, pois visa manter um vasos.
equilíbrio com o meio exterior, no sentido A homeotermia ou
da manutenção do meio interior. As termorregulação é mantida por um
funções da pele são: mecanismo comandado pelo centro
1. Proteção termorregulador por meio das vias do
A proteção é exercida das mais sistema nervoso autônomo, levando a
diversas maneiras contra as agressões do vasoconstrição ou vasodilatação. No
meio exterior. A pele tem uma resistência mecanismo de termorregulação, exercem
relativa aos agentes mecânicos por sua uma ação especial as glândulas
capacidade moldável e elástica. sudoríparas écrinas que, sob estímulo
No sentido físico, essa proteção se colinérgico, aumentam a sudorese,
realiza pela capacidade de, por meio de causando a perda de calor.
seu sistema melânico, neutralizar as 4. Secreção
radiações lumínicas ultravioleta (RUV). A função excretora das glândulas
Pela sua relativa impermeabilidade écrinas é a eliminação do suor composto
à água e aos eletrólitos, a pele mantém o basicamente por água, eletrólitos e
equilíbrio hidroeletrolítico. Outros tipos de bicarbonato. Outros componentes são
proteção são: físico-química, no sentido ureia, glicose, metais pesados,
da manutenção do pH ácido da camada medicamentos, dentre outros, à
córnea, a química, por meio do manto semelhança do rim.
lipídico com atividade antimicrobiana; e a Obs: O suor, em sua forma natural, não
imunológica, presente, na epiderme, possui nenhum odor. Uma doença nas
pelas células de langerhans e, na derme, glândulas sudoríparas, a bromidrose
à custa de macrófagos, linfócitos e écrina, é o que causa o odor ruim do
mastócitos. suor. Além dessa doença outros fatores
como alimentos, fármacos e acúmulo de
–Conceito
É uma infecção piogênica primária
da pele, contagiosa, superficial,
produzida por estafilococos e
estreptococos.
Psoríase invertida
Antraz
→Furúnculo –Diagnóstico
–Conceito É clínico. Quando necessário,
É uma doença estafilococcia exame bacteriológico e antibiograma no
necrosante do aparelho pilossebáceo, ou caso de suspeita de MRSA comunitário. O
seja, tanto do folículo piloso quanto das principal diagnóstico diferencial é a
glândulas sebáceas, que ocasiona a hidradenite na fase inicial.
formação de furúnculos que se estendem
além da região dos folículos, acometendo
a região do tecido subcutâneo.
–Clínica Hidradenite
Inicia-se por lesão eritemato- –Tratamento
inflamatória bastante dolorosa, centrada O furúnculo tem tempo de
por pelo, com evolução aguda (dias), evolução autolimitada, em torno de 10-14
levando à necrose central que acaba por dias; portanto, o uso de antibiótico
eliminar-se. É comum nas áreas mais sistêmico se faz mais no sentido da
pilosas e sujeitas à fricção, como axilas e prevenção de uma furunculose do que do
nádegas, e tem preferência pelo adulto tratamento da lesão.
jovem. Forma-se então uma tumoração
Marília Miranda Santana P6
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Dermatologia
virchowiano é extraordinariamente
elevada (185.000 bacilos em 10 minutos
de fala). Argumentos de ordem
experimental tornam possível aceitar as
vias respiratórias como a principal porta
de entrada. A transmissão ocorre por
contágio direto, embora haja possibilidade
mais remota de se processar por meio
indireto (objetos contaminados, até No entanto, se essas defesas
mesmo por vetores). Admite-se que a forem parcialmente deficientes, surge a
inoculação ocorra pela mucosa nasal e, forma indeterminada ou incaracterística
por exceção, pela pele em presença de (I), podendo assim permanecer por meses
soluções de continuidade, já que o bacilo ou anos, até que sofra uma definição
não é capaz de penetrar a pele íntegra. imunopatologia no sentido da cura ou de
A detecção dos bacilos é feita por evolução para um dos polos da doença
um raspado dérmico de ambos lóbulos (HT ou HV) ou para um tipo que incluiria
da orelha e cotovelos, os locais mais frios aqueles pacientes imunologicamente mais
do corpo, à temperatura de tropismo do instáveis, com característica dos polos
M.leprae. tuberculóide e virchowiano, a hanseníase
–Etiopatogenia dimorfa ou borderline.
Existe uma correlação bem nítida Dermatologia- Aula 04- Hanseníase parte 02
entre as apresentações clínicas da ● Classificação da hanseníase
doença e o grau de imunidade inata
específica do paciente; imunidade celular
preservada nas formas benigna e
deprimida, com exaltação da imunidade
humoral nas apresentações bacilíferas.
Após a penetração do M.leprae
inicia-se uma luta entre o bacilo e as
defesas do indivíduo, de cujo resultado
vai originando-se o grau de
→Hanseníase Indeterminada
patogenicidade. Com base nessa
A hanseníase indeterminada (HI)
diversidade de comportamento, definiu-se
é, em geral, a forma inicial da doença.
tipos polares, isto é, um polo benigno
Caracteriza-se por manchas hipocrômicas
(hanseníase tuberculóide- HT) e um
ou eritemato-hipocrômicas com
polo maligno (hanseníase virchowiana-
hipoestesia. Geralmente, são poucas
HV).
lesões, as bordas podem ter boa ou má
Naqueles em que o sistema
definição e não há local preferencial; no
linfócito-macrofágico é competente do
entanto, em crianças, é comum a
ponto de vista imunológico, a pessoa
localização na face e nos membros
infectada não adoece, ou seja,
inferiores. A seguir, são listadas as
estabelece-se uma infecção subclínica
principais características da HI:
demonstrada por testes imunológicos,
➢ As lesões surgem após um
culminado com a eliminação dos bacilos.
período de incubação variável;
➢ Caracteriza-se por manchas
hipocrômicas, com alteração da
➢ A baciloscopia é o exame
microscópico onde se observa o
Mycobacterium leprae;
➢ Podem ser colhidos esfregaços
intradérmicos das lesões
hansênicas ou de outros locais de
coleta selecionados: lóbulos
auriculares e/ou cotovelos.
➢ A sensibilidade é baixa (50%), mas
As lesões dimorfas ou borderline a especificidade é alta;
são infiltradas e a cor varia do eritema à ➢ É um apoio diagnóstico e também
coloração ferrugínea. Lesões anulares serve como um dos critérios de
com borda interna nítida e externa confirmação de recidiva quando
apagada (lesões foveolar) são comparado ao resultado no
encontradas com frequência. momento do diagnóstico e da cura;
Alguns casos apresentam muitas ➢ Por nem sempre evidenciar o
características da apresentação Mycobacterium leprae, nas lesões
virchowiana e outros exibem hansênicas ou em outros locais de
características da tuberculóide; ainda, coleta, a baciloscopia negativa
podem existir lesões com características não afasta o diagnóstico da
de ambas as apresentações no mesmo hanseníase;
paciente, daí a designação dimorfa.A ➢ Quando a baciloscopia estiver
seguir, são listadas as principais disponível e for realizada, não se
características da HD: deve esperar o resultado para
➢ Este grupo é caracterizado pela iniciar o tratamento do paciente;
instabilidade imunológica, o que ➢ O tratamento é iniciado
faz com que haja uma grande imediatamente após o diagnóstico
variação em suas manifestações de hanseníase e a classificação do
clínicas, seja na pele, nos nervos paciente em pauci ou multibacilar;
ou no comprometimento sistêmico; ➢ Paucibacilares→ indeterminada e
➢ As lesões da pele revelam-se tuberculóide→baciloscopia
numerosas e sua morfologia negativa;
mescla aspectos da HV e HT, ➢ Multibacilares→dimorfa e
podendo haver predominância de virchowiana→baciloscopia
diferentes sintomatologias; positiva;
➢ Lesões foveolar (típicas): placas →Tratamento
eritemato-ferruginosas ou ➢ Tem que notificar;
violáceas, com bordas internas -Classificação operacional: a OMS
nítidas e limites externos difusos; propôs uma classificação simples e
➢ Lesões neurais: os troncos fundamental para fins operacionais do
nervosos estão afetados; controle da endemia e para a utilização
➢ As lesões são precoces, dos medicamentos e esquemas
assimétricas e, com frequência, terapêuticos;
levam a incapacidades físicas; →Paucibacilares: até 5 lesões da pele;
→Diagnóstico →Multibacilares: casos com mais de 5
lesões da pele.
–Profilaxia
➢ Pelas normas atuais do MS, a
prevenção consiste no diagnóstico
precoce de casos e na utilização
do BCG; –Epidemiologia
➢ Vacina para contactantes que ➢ Distribuição universal;
residem no mesmo local do doente ➢ De 1-3% da população;
por um período de 5 anos. ➢ Mais rara em negros;
Dermatologia- Aula 05- Psoríase ➢ Acomete igualmente os sexos.
–Lesões
As lesões típicas são
eritemato-escamosas, em placas, de
limites precisos e, por vezes, circundadas
por halo periférico claro (halo de
Woronoff); as escamas, são, geralmente,
argênicas.
O tamanho das lesões varia de
alguns milímetros (psoríase gutata) a
Psoríase grandes placas de vários centímetros; a
–Conceito morfologia pode ser variada: numular,
Doença imune-inflamatória, girata, anular e outras. A simetria é a
cutâneo-articular, crônica e recorrente que regra, embora possam existir casos de
se caracteriza por hiperplasia epidérmica, lesão única e isolada. Os locais mais
ciclo evolutivo acelerado dos comuns são: face extensora de
queratinócitos e ativação imune membros–sobretudo cotovelos e joelhos–,
inapropriada. Características: tronco, região sacra e couro cabeludo; há,
➢ Dermatofitose inflamatória crônica entretanto, casos com localização nas
da pele e recorrente, áreas de flexão (psoríase invertida).
imunologicamente mediada,
associada a manifestações
sistêmicas;
➢ Base hereditária (não
necessariamente de psoríase, mas
de qualquer outra doença);
→Medicamentos sistêmicos:
➢ Antibióticos: cefalosporina,
eritromicina ou doxiciclina;
➢ Indica-se antibioticoterapia
antiestafilocócica, mesmo na
ausência de evidência franca de
infecção secundária, com ótimos
resultados, sobretudo em casos de
piora súbita;
➢ Anti-histamínico: para controle do
prurido;
Gengivoestomatite herpética
–Herpes Simples Recidivante
➢ Mais comum em adultos;
➢ Prurido e queimação: vesículas
sobre base eritematosa que evolui
para ulceração;
➢ Fatores desencadeantes:
exposição solar, trauma labial, É uma doença comum à infância
estresse, menstruação, infecções que afeta grande parcela desta população
respiratórias. e causa soroprevalência de cerca de 95%
–Herpes Simples tipo II na população adulta. É transmitida por
➢ Geralmente aparece de 5 a 10 aerossol (período de incubação de 2-3
dias os sintomas; semanas), mas também pelo contato com
➢ Duração: 2 semanas; as lesões cutâneas da doença.
➢ Lesões ulcerosas que duram até 2 O quadro costuma ser de evolução
semanas; benigna, mas infecção secundária é
–Diagnóstico comum. É uma doença altamente
➢ Clínico; contagiosa e altamente patogênica.
➢ Citodiagnose de Tzank (método O VZV permanece latente nos
eletivo); gânglios paravertebrais por muitas
➢ Histopatologia; décadas, podendo reativar-se na idade
➢ Sorologia (Sorologia HSV 1 e 2 adulta. Essa reativação é conhecida como
IgG e IgM); herpes-zóster.
–Tratamento Obs:Nunca o zoster é causado pela
➢ Aciclovir (5x por dia por 5 dias, primoinfecção. O herpes-zoster é uma
4/4h), fanciclovir (2x dia 5 dias; erupção cutânea variada dolorosa
12/12h), valaciclovir (2x dia 5 dias; resultante da reativação da varicela-zoster
12/12h); nos gânglios da raiz dorsal. Não precisa
➢ Imunodeficientes–doses maiores, ter tido a doença, basta ter contato com o
maior período; vírus.
➢ Reações adversas discretas; Excepcionalmente, há pacientes
que desenvolvem herpes-zoster após
doença no corpo, mas hoje é rara, ● Ivermectina 6mg e 0,5% loção por
sendo mais restrita às populações 10 minutos;
de rua.
● A transmissão se faz pelo contato
direto pessoal e/ou por objetos
(roupas, pentes etc);
● O mecanismo de
hipersensibilidade, causado pela
presença de saliva e fezes do
parasito, que se instala em torno
de 10 dias após a infestação, é o
responsável pela maioria das
manifestações clínicas. c-)Tungíase
–Clínica ● Conceito: dermatose autolimitada
● Lâmpada de Wood: lêndeas produzida pela menor das pulgas,
fluorescem; a Tunga penetrans, que entra na
● Prurido é decorrente da pele e deixa sua parte posterior
hipersensibilidade à saliva do para fora, enquanto sua parte
ácaro. Ele costuma ser intenso, anterior, no interior da pele,
com preferência pelas regiões acumula ovos;
occipital e retroauriculares; ● Esse processo forma o que se
● Em casos graves pode ocorrer chama de neosoma;
anemia ferropriva, já que o piolho ● Presente em locais secos, zona
é hematógago; rural, currais e chiqueiros;
● Pode haver sinais de escoriações ● Hospedeiros: homens e porcos;
e infecção secundária, com ● São hematofagos;
repercussão ganglionar; –Clínica
● Além do achado do parasito,
encontram-se as lêndeas, ovos
alongados e esbranquiçados.
–Diagnóstico
● O diagnóstico se dá por meio da
visualização das lêndeas e dos
piolhos que ficam
preferencialmente na região
occipital;
● Lâmpada de Wood;
–Tratamento Tungíase (neosoma)
● Permectrina 1% shampoo (deixar ● O neosoma é muito característico
agir por 10 minutos) ou e consiste em pequena pápula
permectrina 5% também pode ser esférica, branco-amarelada, com
usada, deixando agir por 12 horas um ponto negro central;
(noite) e repetir após 7 dias; ● Prurido e dor discreta;
● Sulfametoxazol + trimetoprima ● Localizações preferenciais: regiões
(400-800mg de 8/8 horas por 3 plantares, periungueais,
dias); interdigitais;
● Dimeticone loção 4% e gel líquido; –Tratamento
d-)Larva Migrans
● Conceito: é uma dermatose
pruriginosa produzida pela
inoculação acidental na pele de
larvas de ancilóstomos de animais
(cães e gatos);
● Também é conhecida como verme
de praia, bicho geográfico,
dermatite linear;
● Ovos ingeridos, eclosão e
● Ag: Ancylostoma brasiliensis;
migração para região perianal;
–Clínica
● Transmissão pode ser por mãos
contaminadas, contato sexual,
objetos contaminados. Pode
ocorrer retroinfecção;
● Principal sintoma: prurido anal
noturno;
–Tratamento
Larva migrans ● Pamoato de pirantel 11 mg/Kg
● A lesão elementar é uma pápula dose única (pyr-pan ou pyverm);
eritematosa de alguns milímetros, ● Albendazol 400mg/dose única;
intensamente pruriginosa; essa ● Mebendazol 200mg/dia por 3 dias;
forma papulosa é menos f-)Potó
frequente;
● A larva caminha e produz um túnel
eritemato papulosas, sinuoso, cuja
extremidade migrante
apresenta-se mais ativa;
● Pés, pernas e nádegas, são locais
mais acometidos;
● Lesões pruriginosa, linear, saliente
e eritematosas; ● Gênero paederus e a espécie
● A larva migrans disseminada é brasiliensis é o mais frequente;
rara e pode desencadear a ● Alimentam-se de lavouras de
síndrome de Loeffler, que cursa feijão, outros insetos e até
canibalismo;
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Dermatologia
Ciclo da leishmaniose
A evolução no hospedeiro
depende da espécie da Leishmania e da
resposta imunológica.
Mosquitos flebotomíneos, conhecidos
como birigui, mosquito-palha, tatuquira
Gêneros dos mosquitos:
● Lutzomyia
● Psychodopygus contém
(L.(v)braziliensis)
● Phlebotomus
As formas amastigotas são Na Amazônia o principal vetor é o
ingeridas pelos flebótomos de animais mosquito Lutzomyia umbratilis.Talvez o
infectados. Evoluem no intestino para próprio homem seja fonte de infecção.
formas promastigotas. Ao se nutrir de No Brasil: 6 espécies de Leishmanias:
sangue, a fêmea do flebotomíneo inocula ● L.(v) braziliensis (80%)
no homem as formas promastigotas ● L.(v) guyanensis
infectantes. As formas promastigotas são ● L.(v) lainsoni
afebris. Qual sua principal hipótese indolores com fundo granuloso e bordas
diagnóstica? altas e eritematosas, podendo apresentar
A. Ectima contagioso apenas uma ou múltiplas lesões.
B. Cromomicose Resposta correta, letra E.
C. Tuberculose cutânea
D. Esporotricose
E. Leishmaniose T. Americana
Comentário: Alternativa A: INCORRETA.
Caracteriza-se por lesões crostosas,
afetando principalmente em ovinos e
caprinos, embora também possa ser
transmitida ao homem. O padrão de lesão
dessa doença não é, portanto, compatível
com as lesões dos estudantes. Alternativa
B: INCORRETA. Tem evolução crônica e
as lesões se caracterizam pela presença Dermatologia- Aula 11- Dermatoses Alérgicas
de nódulos, lesões verrucosas e placas –Introdução
atróficas, afetando preferencialmente 1-)Dermatite atópica
membros inferiores. O padrão de lesão 2-)Urticárias
dessa doença não é, portanto, compatível 3-)Dermatite de contato
com as lesões dos estudantes. Alternativa As três patologias se subdividem
C: INCORRETA. A Primo-infecção da em forma alérgica e não alérgica e isso
tuberculose na pele é muito rara; caso exclui a premissa de que sempre serão
aconteça desenvolve-se o complexo alérgicas.
primário tuberculoso e a lesão local é
–Urticárias
denominada de cancro tuberculoso que
A urticária é caracterizada pelo
surge três a quatro semanas após a
rápido aparecimento de urticas, as quais
inoculação, caracterizada por pápula,
podem ser acompanhadas pelo
placa ou nódulo que evolui cronicamente
angioedema. O edema da derme
para ulceração e fistulização (abscesso
superficial é denominado urticária,
frio), com ou sem linfangite. O padrão de
enquanto o da derme profunda, do
lesão dessa doença não é, portanto,
subcutâneo e do trato gastrointestinal é
compatível com as lesões dos estudantes.
chamado de angioedema.
Alternativa D: INCORRETA. Na sua forma
cutâneo-localizada, a esporotricose se
caracteriza por um nódulo avermelhado.
Esse nódulo pode ser duro com superfície
áspera ou ulcerada. Além dos membros
superiores, as lesões podem acometer as
mucosas (olhos e a boca). O padrão de
lesão dessa doença não é, portanto,
compatível com as lesões dos estudantes.
Alternativa E: CORRETA. As lesões da
leishmaniose tegumentar americana Urticas
apresentam o padrão descrito no As urticas são lesões elementares
enunciado. Elas podem começar como descritas como uma placa eritematosa
pápulas, que evoluem para úlceras levemente elevada que some à
b-)Urticária crônica
–Tratamento
Grau Sinais clínicos
Urticária + angioedema
Grau I Sinais cutâneo mucosos ● Epinefrina é a primeira medida
generalizados: eritema, terapêutica medicamentosa a ser
urticária, com ou sem adotada em solução de 1mg/mL
edema; via SC ou, preferencialmente, IM
na coxa, com ciclos de 5 minutos
Grau II Agravo multivisceral até o paciente ficar
moderado com sinais hemodinamicamente estável;
cutâneo-mucosos, ● A adrenalina é a única medicação
hipotensão arterial
que reduz a mortalidade;
(queda sistólica,
● Dependendo da resposta à
taquicardia),
epinefrina podem ser necessárias
hiper-reatividade
outras medidas como:
brônquica (tosse,
dificuldade respiratória); i. Elevar as extremidades
inferiores (MMII);
Grau III Agravo multivisceral ii. Manutenção das vias
grave, ameaçador à aéreas;
vida, requerendo iii. Paciente que já começou
terapêutica específica: em choque anafilático, já
colapso cardiovascular, inicia a intubação
taquicardia ou orotraqueal preventiva;
bradicardia, arritmias, –Após os cuidados iniciais
broncoespasmo. Sinais 1. Ter 2 acessos venosos, calibrosos;
cutâneos ausentes ou 2. Iniciar 2L de cristalóide;
aparecem após a 3. Trocar para adrenalina EV;
correção da pressão
4. Continuar a reposição volêmica;
arterial;
5. Considerar associar
Grau IV PCR vasopressores;
6. Em casos de broncoespasmo
–Angioedema e anafilaxia grave:
● A anafilaxia é uma reação de a. Adultos: Sulfato de
hipersensibilidade imediata magnésio 2g, EV durante
sistêmica caracterizada por edema 20-30 minutos;
em muitos tecidos com a b. Crianças: sulfato de
diminuição da pressão sanguínea, magnésio EV 25-50mg/Kg;
secundária à vasodilatação; –Uso de glucocorticóides
● A diminuição do tônus vascular e ● É indicado em pacientes com
extravasamento de plasma história de anafilaxia idiopática e
causado pelos mediadores dos em asma quando a anafilaxia for
mastócitos podem levar a uma grave e prolongada;
diminuição da PA ou ao choque, ● Não atuam agudamente, porém
chamado de choque anafilático; podem prevenir anafilaxia
● Os efeitos cardiovasculares são recorrente ou protraída;
acompanhados pela constrição ● Quando usados, devem ser
das vias aéreas superiores e administrados a cada 6 horas em
inferiores, o paciente pode ou não
apresentar lesões urticariformes.
Marília Miranda Santana P6
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Dermatologia
–Câncer de pele
→Carcinoma Basocelular
● Trata-se de um tumor constituído
SanarFlix
de células morfologicamente
–Entendendo FPS semelhantes às células basais da
epiderme;
● Possui crescimento muito lento,
com capacidade invasiva
localizada, embora destrutiva,
sem, no entanto, provocar
metástase;
● É a neoplasia maligna de melhor
prognóstico;
● Acomete preferencialmente na
face;
● Significa o tempo de permanência ● O tumor já surgem como um
de ação do protetor em relação ao basocelular, ou seja, não tem uma
não uso do mesmo; lesão precursora;
● Quando se usa filtros solares FPS ● Se concentra na epiderme, e por
15, por exemplo, a mesma pele ser uma região avascular, esse
leva 15 vezes mais tempo para tipo de câncer não evoluiu com
ficar vermelha; metástase (exceção a raríssimos
● Protetor químico: contém casos relatados na literatura);
componentes sintéticos que ● É o câncer mais comum em
absorvem os raios UV e humanos, principalmente em
transformam em energia idosos;
inofensiva antes de causar dano; ● Cada vez mais comum em <50
○ Ésteres de PABA; anos, preferencialmente em
○ Salicilatos; mulheres;
Marília Miranda Santana P6
57
Dermatologia
■ Parentes de 1ºgrau;
○ Presença de nevos;
○ Imunossupressão;
○ Alterações genéticas.
–Histopatologia
● As principais características são
assimetria da arquitetura, margens
mal definidas e perda da
arquitetura névica, com variação
no tamanho e na forma dos
ninhos;
● Alguns tornam-se confluentes e as
células no interior dos ninhos
mostram-se menos coesas
–Clínica
→Melanoma
● É um tumor maligno originário dos
melanócitos, em geral de
localização cutânea primária,
podendo, eventualmente, surgir
em outras áreas (olhos, mucosas, Sinal de Hutchinson
meninges e outros); O Melanoma pode advir de lesões
● Esses tumores caracterizam-se preexistentes ou surgir em pele sã. Os
por seu potencial metastático e precursores são nevos melanocíticos
consequente letalidade; congênitos (NMC), nevos displásicos,
● Acomete mais áreas fotoexpostas; nevus spilus e proliferação melanocítica
● É o câncer com maior incidência de mucosas e extremidades ou névicas.
em jovens (15-39 anos); Modificações indicadoras de
● Tem maior incidência em pessoas malignização são:
de pele clara; ● Sensação de prurido;
● Não tem relação com incidência ● Alterações da pigmentação e do
contínua dos raios solares, uma crescimento assimétrico da lesão;
única queimadura de raios ● Inflamação, ulceração e
solares pode gerar o melanoma; sangramento;
● É a causa mais comum de câncer ● Um sinal indubitável é o derrame
de mulheres entre 25-29 anos; de pigmento além das bordas da
● Nevo congênito gigante dificulta os lesão; qual ultrapassa a borda do
riscos de diagnóstico; tecido periungueal tem-se o sinal
● Fatores de risco: de Hutchinson;
○ Fotorradiação/ –Diagnóstico
fotossensibilidade; ● Alteração de cor, tamanho, forma e
○ História familiar e pessoal superfície;
de melanoma/CA de pele; ● Regra ABCDE
a-)Breslow:
● Avalia a espessura do tumor em
milímetros;
d-)Melanoma lentiginoso acral
● Fator preditor: isolado importante
nos melanomas localizados
b-)Clark:
● Avalia qual a profundidade do
tumor;
● Fase radial de crescimento
presente;
Nível I – envolve apenas a epiderme
(melanoma in situ), sem invasão
● Menos frequente;
Nível II – invade derme papilar, mas não a
● Mais frequente em não brancos;
interface derme papilar-reticular
● Pode surgir em extremidades
digitais, unhas;