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Nutrição na

infância e no

Clédyna Pinho
A importância da nutrição

A infância é uma fase de descobertas. É quando a criança começa a aprender, e


esses aprendizados vão dos mais básicos aos mais complexos. É uma fase de
descoberta das cores, dos cheiros, dos sons, das texturas das coisas. É quando
começa a fazer conexões, desenvolver habilidades motoras, criar vínculos,
desenvolver emoções, criar hábitos. E a alimentação tem um papel de extrema
importância nessa fase, não só na parte nutricional, mas também para o crescimento
e desenvolvimento pleno dessa criança.
A alimentação infantil adequada não é um bicho de sete cabeças. Claro, cada criança
é de um jeito, e elas precisam de quantidades nutricionais diferentes ao longo do
desenvolvimento, mas algumas dicas são universais e podem ajudar a construir
hábitos alimentares melhores:

• Evite alimentar as crianças com comidas e bebidas que vieram de pacotes,


especialmente os industrialmente processados – cozinhe o que será consumido;

• Ensine as crianças sobre os alimentos, a importância deles e os efeitos que têm no


corpo;

• Substitua tudo o que faz mal pelos melhores alimentos que você puder comprar;

• Não seja radical, abra exceções de vez em quando para que o consumo de
alimentos saudáveis seja um hábito e não uma obrigação;

• Introduza água pura na alimentação em substituição aos sucos e refrigerantes.


Seletividade alimentar
O que é a seletividade alimentar?

É uma das alterações comportamentais presentes no transtorno do espectro


autista (TEA), quando se tem recusa alimentar, pouco apetite e desinteresse
pelo alimento.

Em geral, indivíduos com seletividade são


conduzidos pela aversão a alguns fatores,
que podem envolver a textura, cor, sabor,
forma, temperatura e cheiro do alimento.

Isso pode tomar formas ainda mais


específicas, existem crianças que
não comem nada de determinada
cor, outras não aceitam misturar os
alimentos no prato.
Como lidar e melhorar a seletividade alimentar

Antes de tudo, é necessário entender todo o histórico alimentar, as preferências,


as experiências do autista, desde a amamentação até a transição para a comida.

Ter uma rotina diária para a alimentação e evitar lanches entre as refeições

Realizar as refeições por pelo menos 20 minutos

Limitar o acesso da criança aos líquidos fora do horário das refeições, exceto da
água

Utilizar a imaginação da criança para que ela participe da dinâmica


Inicie as refeições com porções menores de alimentos para não sobrecarregar

No caso de uma introdução ou reintrodução alimentar, não faça de imediato,


opte por oferecer na mesma forma de algum alimento que a criança já gosta

Coloque uma variedade de alimentos em cima da mesa e ofereça-os a criança,


mas não force seu consumo

Incentive sua dependência e busca por pegar os alimentos

Comemore junto da criança cada alimento novo que ela aceitar, o estímulo da
família é crucial para a criança
O que é importante avaliar na anamnese do autista

As possíveis deficiências nutricionais a partir dos exames laboratoriais, se caso


não tenha feito, solicite e peça que realize-os

Microbiota intestinal e alterações gastrointestinais (avalie as fezes, os sinais e


sintomas relatados pelo responsável, alergias alimentares)

Sensibilidades sensoriais de som, luz, cores, cheiros e sabores (a criança


autista pode apresentar sensibilidade sensorial, podendo ser hipersensível
e/ou hipossensível à alguns estímulos sensoriais)

Avaliar possíveis alterações metabólicas (presença de gastrite, refluxo,


disbiose, inflamação no trato gastrointestinal)

Preferências alimentares

Rotina do autista e hábitos da família, ambiente familiar e escolar


Principais sintomas
Vou destacar os principais sintomas do desequilíbrio intestinal, fisiológico e
metabólico que acomete grande parte dos autistas.

Alergias alimentares

Disbiose intestinal

Inflamação crônica específica do trato gastrointestinal

Gastrite, esofagite e refluxo gastroesofágico

Deficiência na produção de enzimas digestivas

Deficiências de vitaminas, minerais e ômega 3

Acúmulo de metais pesados


Algumas curiosidades importantes
Fique atento à essas curiosidades para observar os sintomas após a
ingestão e avise o médico, nutricionista a respeito.

Grande parte dos autistas não podem consumir fontes de laticínios (leite, queijo,
iogurtes)

Grande parte dos autistas não podem consumir glúten

Muitos também são intolerantes ao fenol presente em diversos extratos de ervas


como alecrim, coentro, sálvia, tomilho e manjericão

Alguns não podem ingerir pigmentos amarelos e alaranjados

Alguns também não podem comer amido presentes na batata, arroz, milho
Glúten e caseína no autismo

Alguns alimentos agem como drogas no organismo do autista, modificando o


comportamento e causando dependência, no caso, o glúten e a caseína.

O glúten e a caseína podem interferir diretamente em alterações


sensoriais no autista e agravar outros problemas, por isso é
recomendada a retirada total desses alimentos.

O glúten pode provocar alterações na sensibilidade auditiva, salivação


recorrente e alterações no paladar, hipersensibilidade olfativa e visual.
Conduta nutricional no Autismo

Dieta SGSC

Dieta Sem Glúten e Sem Caseína


Relatos de pais em alguns
estudos que seguiram essa dieta
Sem glúten - quando o indivíduo tem sensibilidade
ao glúten, mas não possui doença celíaca. Melhora da cognição verbal
Melhora do convívio social
Sem caseína - porque é uma proteína de mais Melhora do contato visual
difícil digestão (o leite materno também tem Melhora da linguagem, do sono e
caseína mas a proporção é diferente e a também do comportamento motor
composição química é de mais fácil digestão).
Alimentos com
Glúten e Caseína
Alimentos com Glúten

Pão, torrada, bolacha, biscoito, bolos, macarrão, cerveja e bebidas maltadas, cuscuz,
gérmen (farinha) de trigo, sêmola de trigo, triguilho (bulgur), alguns tipos de queijos,
molhos industrializados (molho de tomate, shoyu, maionese), temperos prontos.

Alimentos com Caseína

Leite e derivados do leite em geral, como o queijo, iogurte, coalhada, creme de leite
entre outros.
Como substituir
Glúten e Caseína

Substituir o glúten, por:


Cereais e tubérculos como arroz, batata, quinoa, mandioca, inhame, amaranto, trigo
sarraceno, painço, milho, lentilha, grão de bico, ervilha, oleaginosas como castanhas,
vegetais e frutas em geral.

Substituir o leite e seus derivados, por:


Leites vegetais (coco, arroz, amêndoa, castanhas, amaranto, quinoa, inhame), fórmulas
infantis hidrolisadas (HA ou Pepti) ou de aminoácidos, queijos veganos, iogurtes
vegetais.
Escadinha do comer
Quando a criança apresenta dificuldade e seletividade alimentar é importante promover o
incentivo e a reintrodução dos alimentos junto com ela. As etapas para a aprendizagem
alimentar é fundamental para que a criança conheça e aceite os alimentos.

Degraus da escadinha do comer:

Tolerar - é ficar próximo ao alimento, sem sentir incômodo, como deixar no prato ou perto
Interagir - a criança já sente algum tipo de interesse e começa a interagir com o alimento
Cheirar - sente o cheiro e aproxima-se mais do alimento.
Tocar - começa a pegar o alimento com as mãos

Provar - a criança leva a boca, para se familiarizar com sabor, textura e temperatura do
alimento
Comer - é o último degrau, onde a criança aceita mastigar e engolir o alimento
Escadinha do comer

Comer

Provar

Tocar

Cheirar

Interagir

Tolerar
Vitaminas e Autismo

Onde encontrá-las?

A alimentação é a base de
tudo e a variação dos
alimentos é fundamental para
suprir as necessidades do
nosso organismo diariamente.

Vitaminas importantes para


suprir as demandas
fisiológicas e o
desenvolvimento das
crianças.
A boa nutrição infantil é um esforço coletivo dos pais, da família e da
sociedade, e, como todos sabemos, não é uma tarefa fácil. Para além da
insegurança alimentar, que ainda assola muitas crianças , é preciso
entender como a nutrição adequada é fundamental para a saúde do
corpo e para o desenvolvimento mental, com consequências que
podem durar até a vida adulta .

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