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CARTILHA EDUCATIVA

ALIMENTAÇÃO E
AUTISMO (TEA)
Seletividade
alimentar

Nutricionista:
Amanda
Batista Neves
Estudantes: Keila
Aparecida Faria
e Kailon Willam
SUMÁRIO

3 Conhecendo o autista e sensibilidade sensorial


4 Seletividade alimentar e alterações gastrointestinais
5 Alergias, intolerância e compulsão
6 Ajudando na seletividade alimentar e suplementação
7 Boa mastigação e alimentação inadequada
8 Alimentação saudável e como alimentar meu filho
9 Conhecendo as vitaminas e os minerais
10 Bolo de cenoura low carb com cobertura de cacau
11 Bolo de milho low carb
12 Bolinho de abobrinha
13 Considerações finais e referências bibliográficas

Dedicamos essa cartilha a todos que enfrentam os desafios


diários na alimentação dos seus filhos e familiares.

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APRESENTAÇÃO

Apresentação
Senhores pais e responsáveis,

Esta cartilha foi elaborada para auxiliar seu filho ou familiar a melhorar hábitos alimentares e
esclarecer dúvidas dobre o assunto.

Conhecendo o autista
O transtorno do espectro autista (TEA) é caracterizado por um
conjunto desuniforme de transtornos do neurodesenvolvimento
com uma tríade específica de sintomas como interação social
prejudicada,desequilíbrio de linguagem, e comportamento
padronizado, sendo este último identificado como padrões
ritualísticos, repetitivos e restritivos de atividades, comportamentos
e interesses, em particular, comportamento seletivo por alimentos.
(YENKOYAN.et.al.2017)

Sensibilidade
sensorial
Alterações sensoriais em pessoas com autismo se
manifestam como hipersensibilidade ou
insensibilidade aos sentidos como visão, olfato,
paladar, audição e tato os que os tornam
excessivamente interessados por aspectos
específicos , agressivos e/ou ansiosos. Estas
particularidades afetam negativamente a qualidade
de vida da criança (POSAR, VISCONTI, 2018). Esse
distúrbio do processamento sensorial pode criar
barreiras para seus cuidadores quando se
manifestam ,como o estresse na hora da refeição
(MATTOS, 2019).

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DESAFIOS DA ALIMENTAÇÃO NO AUTISMO

Seletividade alimentar
Quando falamos de sensibilidades alimentares para
pessoas com autismo, precisamos ter em mente as
alterações sensoriais. A seletividade está
particularmente associada à sensibilidade sensorial oral,
atribuída ao nojo ou percepção negativa do sabor e
textura dos alimentos (CASTRO et al, 2019).

Isso pode levar a uma preferência por alimentos com


textura e sabor mais toleráveis, o que limita a ingestão
de alimentos (Siu et,al,2019). Essa ingestão limitada
incentiva a alimentação frequente com uma pequena
seleção de alimentos, o que pode colocar pessoas
autistas em risco nutricional devido a deficiências
nutricionais (MAGAGNIN, 2019).

Alterações gastrointestinais
Os distúrbios gastrointestinais são conhecidos por
serem um dos distúrbios mais comuns associados ao
autismo. Os problemas intestinais como diarréia ou
prisão de ventre podem afetar pessoas autistas de todas
as idades. Existem vários estudos relacionados ao
assunto, mas os motivos para isso ainda não estão
totalmente claros. Outras alterações comuns incluem
diminuição da imunidade e refluxo.

Estima-se que crianças autistas têm mais de 3,5 vezes


mais chances de sofrer desses problemas do que
crianças neurotípicas. Pacientes com TEA também são
conhecidos por terem um desequilíbrio no número de
bactérias intestinais.

Alguns estudos mostram que a microbiota intestinal de


uma pessoa autista é diferente, há uma alteração no
equilíbrio da microbiota, caracterizada por uma
diminuição de massa e bactérias benéficas.

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DESAFIOS DA ALIMENTAÇÃO NO AUTISMO

Alergias e intolerância alimentar


Alergia e sintomas autoimunes são comuns no autismo, por isso muitas famílias seguem dietas
especiais, como a eliminação de glúten e caseína. Acredita-se que o intestino destes indivíduos
provocam uma resposta imune que causa inflamação (MAGAGNIN, 2019). A principal diferença entre
intolerância alimentar e alergia alimentar é o sistema corporal em que ela ocorre. A intolerância
alimentar ocorre no sistema digestivo, enquanto a alergia alimentar ocorre no sistema imunológico.
Isso pode ser causado por uma deficiência enzimática, uma sensibilidade a aditivos alimentares ou
uma reação a produtos químicos que ocorrem naturalmente nos alimentos.

Compulsão alimentar
Em pessoas com autismo, os indivíduos costumam ter dificuldade em aceitar novas situações e
apresentam pensamentos e comportamentos repetitivos, que podem se estender aos hábitos
alimentares, dificultando a aceitação de novos alimentos. (castro.ET.AL.2019). Dessa forma, inicia-se um
processo semelhante à compulsão alimentar, em que há uma vontade repetida de comer,
acompanhada de um efeito compensatório, como a redução da ansiedade.

Quando esse alimento repetitivo é rico em gordura e açúcar, o consumo exagerado pode levar ao
ganho de peso e deficiências nutricionais (MAGAGNIN, 2019)

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DESAFIOS DA ALIMENTAÇÃO NO AUTISMO

Ajudando na
seletividade
alimentar
Estruture a rotina, em especial no que diz respeito à alimentação.
Crie um passo a passo para familiarizar a criança com a hora de comer. Por exemplo: colocar a mesa /
lavar as mãos / sentar / comer.
Evite lanches e aperitivos fora da rotina, evitando perda de apetite.
Realize refeições em família. Dessa forma, a criança pode ser movida a experimentar o que as outras
pessoas estão a comer.
Ofereça alimentos variados, mas não force o consumo.
Incentive a comer sozinho.
Brinque de “fazer comidinha”.
Permita que a criança escolha os utensílios a serem postos na mesa. Questione com qual talher, prato
ou copo ela prefere comer
Ao cozinhar, convide para ajudar, seja no lavar um legume ou até mesmo misturar um bolo.
Cultive alimentos em hortas com a ajuda da criança. Desse modo, ela se familiariza com o que vai ou
não comer.
Celebre cada alimento novo que a criança comer.

Suplementação do autista
Devido a seletividade alimentar o autista pode apresentar deficiências de nutrientes como, cálcio, ferro,
zinco, vitaminas A, E, C, B6, B12 e fibras alimentar e outros. Somente o médico ou nutricionista pode
afirmar se existe deficiências nutricionais. Alguns estudos indicam que os autistas têm tficiência de
ÔMEGA 3 (ÁCIDO GRAXO anti-inflatótio). O uso, quando indicado, pode diminuir os sintomas de
hiperatividade no autista.
Magnésio e B6, ajudam a melhorar a comunicação e interação e comportamento.L-Carnosina que é um
dipeptideio produzido pelo corpo tem ação neuroprotetora.

Intolerância à lactose: o organismo tem dificuldade em digerir a lactose, o açúcar do leite, devido à falta
ou ausência da lactase, enzima responsável pela digestão da lactose. Sintomas são: Dores abdominais,
diarréia, constipação e gases. (MAGAGNIN, 2019)

Alergia às proteínas do leite: Neste caso, o sistema de defesa do organismo (sistema imunológico) reage
às proteínas do leite (caseína, alfa-lactoalbumina, beta-lactoglobulina). Os sintomas são: Asma e
dermatite atópica (MAGAGNIN, 2019)

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DESAFIOS DA ALIMENTAÇÃO NO AUTISMO

Importância da boa mastigação


Uma boa mastigação estimula o centro da saciedade, um tipo de controle que temos no nível do
cérebro que direciona a ingestão de alimentos. Demora cerca de 15 minutos para o cérebro perceber
que estamos satisfeitos. Só depois manda substâncias para recusar os alimentos." "Muitos comem
muito e continuam com fome". Comer devagar, mastigar tranquilamente e saborear os alimentos são
dicas para uma alimentação saudável e adequada.

Entendendo a nutrição no TEA


Alimentação inadequada
Quando uma dieta é composta por alimentos altamente
processados, que podem provocar alergia, substâncias com alto teor
de açúcar e gordura, trazem prejuízos à saúde de forma geral,
podem levar a obesidade e também a deficiências nutricionais. No
contexto da alimentação de uma criança autista, um alto consumo
desses alimentos pode até acentuar os sintomas do autismo
(MAGAGNIN, 2019).

A alimentação inadequada favorece a formação de pequenos


peptídeos ( fragmentos de proteínas) no intestino. Eles têm um
efeito farmacológico semelhante ao ópio. Esses compostos tem a
capacidade de atravessar a parede do intestinal e entrar no sangue
chegando ao sistema nervoso central. Essa alteração intestinal pode
afetar diretamente o comportamento dos indivíduos com TEA.

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DESAFIOS DA ALIMENTAÇÃO NO AUTISMO

Alimentação saudável
Quando falamos em alimentação saudável, o que vem primeiro à cabeça? Para muitas pessoas, fazer
dieta é comer vegetais e evitar açúcares e gorduras. Você acredita nisso também? É claro que uma
dieta saudável inclui essas orientações, mas não é tudo. Uma alimentação consciente e nutritiva é um
dos alicerces de uma vida equilibrada com plena saúde física e mental. A alimentação é uma parte
importante do equilíbrio do corpo, reduz o risco de infecção ou inflamação e aumenta a resistência e
proteção do organismo. Ter consciência do que você come junto com exercícios físicos, bom sono e
hidratação adequada pode garantir saúde e completo bem-estar físico, mental e emocional.

Como alimentar meu filho?


Para que a alimentação não piore a qualidade de vida das crianças autistas, é importante evitar:

1) Alimentos ultraprocessados: biscoitos recheados, refrigerantes, sucos em pó, enlatados, embutidos,


fast food, por exemplo.

2) Óleos, gorduras, sal e açúcar para temperar, cozinhar e preparar preparações culinárias. Prefira o
azeite aos óleos em geral.

A base de uma alimentação saudável deve possuir


alimentos como: Alimentos in natura ou minimamente processados como folhas, frutas, verduras,
legumes, ovos, entre outros. Fonte: MAGAGNIN, 2019

Alimentos ultraprocessados são aqueles que passam por várias etapas de processamento e contêm
açúcar, óleos, sal, aditivos alimentares e gorduras em sua lista de ingredientes (GOMES et al., 2016).

Esses aditivos alimentares são utilizados para conferir sabor, cor, aroma, textura e conservação aos
produtos, ou seja. são cores, cheiros e conservantes nocivos à saúde (GOMES et al., 2019)

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DESAFIOS DA ALIMENTAÇÃO NO AUTISMO

Conhecendo as vitaminas
e os mineirais

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DESAFIOS DA ALIMENTAÇÃO NO AUTISMO

Receitas práticas

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DESAFIOS DA ALIMENTAÇÃO NO AUTISMO

Receitas práticas

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DESAFIOS DA ALIMENTAÇÃO NO AUTISMO

Receitas práticas

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DESAFIOS DA ALIMENTAÇÃO NO AUTISMO

Considerações finais
Esperamos que pais e familiares de crianças autistas possam sanar suas dúvidas
sobre uma alimentação saudável e nutritiva, reconhecendo seu importante papel
na educação nutricional de seu filho. padrões alimentares familiares para comer
alimentos mais naturais e menos processados, reconhecendo que esse padrão
alimentar tem um impacto direto nos hábitos alimentares de crianças com
autismo.

Referências bibliográficas
ALVES, T. P. C. Dieta sem glúten e sem caseína e suplementação deômega-3 como terapêutica
nutricional no autismo. Porto Alegre. 2017
ALVES, S.; YILDIZ, H. K.; VURAL, H. C. Interaction of the microbiota withthe human body in health and
diseases. Journal Biosci Microbiota Food Health, vol. 39. 2019.
ARAÚJO, D.R.; NEVES, A. S. Análise do uso de Dietas Gluten Free e
Caseín Free em crianças com Transtorno do Espectro Autista.
UNIFOA. 2011.
CASTRO, K. et al. Validation of the brief autism mealtime behavior nventory questionnaire. Journal
Autism Dev Disord, Journal of autism
and developmental disorders. 2019.
CUNHA, L. F. A importância de uma alimentação adequada na
educação infantil. Univesidade tecnológica federal do Paraná. Ibaiti,.
2014
DIAS, E. C. et al. Dieta isenta de glúten e caseína no transtorno do espectro autista: uma revisão
sistemática. Revista Cuidarte, v. 9, n. 1, p.2059-73, 2018

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ENDEREÇO
RUA DO COBRE, 697 - NITERÓI, DIVINÓPOLIS/MG

CONTATO
(37) 3221-2001

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