Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Seletividade Alimentar
Como ajudar a criança a participar
da hora da refeição.
SUMÁRIO
introdução...............................................................................02
aprendendo a comer..........................................................03
ações práticas.......................................................................09
antes da refeição.................................................................................................09
durante a refeição.............................................................................................13
depois da Refeição...............................................................................................17
atividade 3 e 4..........................................................................................................20
atividade 5.................................................................................................................21
finalizando...............................................................................23
material de apoio.................................................................24
INTRODUÇÃO
Você sabia que comer é uma função biológica
natural e agradável no início do desenvolvimento in-
fantil? Geralmente, as crianças gostam de experi-
mentar coisas novas e diferentes. Entretanto, algu-
mas famílias relatam que seus filhos são “comedo-
res” altamente seletivos com repertório muito restrito
e pouca (ou nenhuma) aceitação de novos alimentos.
2
APRENDENDO A COMER
COMER NÃO É TÃO SIMPLES E FÁCIL QUANTO PARECE.
3
Além disso, através da alimentação a criança tem a opor-
tunidade de explorar novas sensações, como as texturas, os
aromas, os sabores e as aparências dos alimentos, sendo um
importante marco para o desenvolvimento sensorial.
4
E finalmente, a alimentação é moldada por aspectos cul-
turais, formando uma base para aquisição de costumes e
regras de comportamento sociocultural. Mas não significa
que seja sempre assim.
Algumas crianças, mais precisamente 30% das crianças
típicas, podem apresentar sinais indicativos de seletividade
alimentar ou dificuldade alimentar. E cerca de 85% das crian-
ças que apresentam algum tipo de deficiência também
apresentam problemas relacionados à alimentação.
TEA
TÍPICOS
67 a
89%
30%
Ledford and Gast 2006; Palmer and Horn 1978; Williams et al. 2000).
5
SELETIVIDADE ALIMENTAR
x
DIFICULDADE ALIMENTAR
VOCÊ SABE DIFERENCIAR?
Frases como “Cada criança tem seu tempo!”, “Isso é só
uma fase!” e “Deixa sem comer, que uma hora ele come!” são
frequentemente ouvidas pelos pais de crianças que apresen-
tam resistência a questões alimentares. Isto acaba atrasan-
do, ou até anulando, a busca por ajuda especializada. Por
esta razão é tão importante diferenciar quando é um quadro
de recusa típica, seletividade ou dificuldade alimentar.
6
SELETIVIDADE ALIMENTAR DIFICULDADE ALIMENTAR
(seletividade extrema)
• Pobre controle
postural, dificuldade na
• Dificuldades no postura para se alimentar
vedamento labial, na e na coordenação motora
mastigação, no manejo bilateral.
do bolo alimentar e na • Dificuldades no uso dos
de deglutição. utensílios, no movimento
• Alterações de tônus de pinça e levar o
muscular. alimento até a boca.
• Obesidade.
• O repertório • Baixo peso.
alimentar da • Alto consumo de
criança está alimentos industriali-
relacionado ao zados.
meio em que ela • Alto consumo de
está e as vivências açúcar.
oportunizadas. • Deficiência de
vitaminas e minerais
• Problemas na
ALIMENTAÇÃO
práxis, principalmen-
• Sensibilidade e
te na práxis oral: alergia a alimentos.
dificuldade na ideia • Saúde bucal.
do que fazer com o • Alterações anatô-
alimento, como fazer micas, gastroesofá-
as ações motoras gicas, gastrointesti-
para mastigar, nais, respiratórias,
morder, entre outras cardíacas e hepáti-
habilidades. cas
8
AÇÕES PRÁTICAS
O QUE VOCÊ PODE FAZER EM CASA PARA
TORNAR A HORA DA REFEIÇÃO MAIS LEVE.
ANTES DA REFEIÇÃO:
Realize brincadeiras para “ativar” a região oral da
criança.
Exemplos: fazer caretas em frente ao espelho, brincadeiras
com sopro — bolhas de sabão, apitos, flautas, soprar velas,
soprar barquinhos de papel numa bacia com água, soprar
tinta num papel, entre outras.
Incentive a criança a sugar — com canudo — líquidos
mais espessos (vitaminas, iogurte, entre outros).
Se a criança aceitar, ofereça alimentos
que proporcionam sensações na boca —
picolés, geladinhos, frutas picadas geladi-
nhas, balas azedinhas ou mentoladas e ali-
mentos mais condimentados.
9
Você também pode fornecer água mineral gaseificada para
que a criança experimente a sensação de bolhas na boca (aqui
vale também utilizar aquelas águas com sabor).
Proporcione aproximações com alimentos: leve a criança
ao mercado, ou feira, solicitando que ela o ajude a selecionar os
alimentos. Pedir a ajuda da criança para realizar a higienização
e organização das frutas após as compras, pode ter um resulta-
do legal também.
Existem alguns aplicativos para celular e tablet que
também estimulam a alimentação saudável, como o “Toca Kit-
chen 2” ou “Hora de comer - Alimentação” — ambos gratuitos.
Lembre-se de utilizá-los fora do momento da alimentação.
Crie uma rotina antes do momento da refeição e envolva
a criança nas etapas. Isto dará previsibilidade sobre a atividade
e aumentará sua participação (veja nossa sugestão de rotina
visual , material de apoio ao final do e-book).
10
Leve em consideração a aparência da comida: ela pre-
cisa ser atrativa para criança. Monte um prato de comida que
chame a atenção da criança e que contenha pouca quantida-
de de alimento. Se for necessário, apresente um alimento de
cada vez para que a criança seja capaz de tolerar visualmen-
te de forma mais adequada.
11
Frequentemente a criança pode ficar ansiosa para
sair da mesa: para ajudá-la a compreender o tempo de dura-
ção da atividade, é possível utilizar um timer visual e explicar
que quando apitar o tempo de alimentação acabou.
12
DURANTE A REFEIÇÃO:
Preste atenção no cheiro da comida ou outros cheiros:
muitas vezes a criança reage mal ao cheiro da comida
quando preparada ou quando oferecida. Perceba quais ali-
mentos causam essas reações negativas. Observe se o am-
biente onde acontece a alimentação não está com outros
cheiros que podem ocasionar reações negativas, como por
exemplo, produtos de limpeza, perfumes, entre outros.
Preste a atenção aos estímulos visuais (a televisão,
por exemplo) durante as refeições: as crianças podem se dis-
trair e não conseguirem manter o foco na atividade principal
– alimentação. Além de prejudicar a noção de saciedade, pois
a criança não percebe o quanto está comendo enquanto as-
siste televisão.
Observe a temperatura dos alimentos: algumas crian-
ças não gostam de comida quente ou morna, preferindo ali-
mentos mais frios ou vice-versa. Uma dica para as crianças
que perdem o interesse no alimento quando fica mais frio,
são os pratinhos térmicos.
Observe o local onde a criança realiza a alimentação:
cadeiras altas podem deixar a criança ansiosa e com medo.
Cadeiras com travas também podem gerar esta reação. Se
possível, experimente diferentes assentos para descobrir em
qual a sua criança se sente mais confortável.
13
Utilize utensílios que chamem a atenção da criança para
se alimentar: talheres e pratos diferenciados.
Considere utilizar pratos com divisórias para crianças
que não aceitam os alimentos misturados no prato
14
Respeite as preferências e as aversões da criança:
nunca force, ameace, puna ou obrigue a comer. Utilize elo-
gios quando ela experimentar algum alimento novo — mesmo
que tenha sido apenas um toque, beijo ou uma lambida. Qual-
quer interação da criança com o alimento deve ser altamente
comemorada. É importante ressaltar que seguimos um pro-
cesso de aceitação dos alimentos, que apresentaremos na
figura abaixo:
COMER
PROCESSO
PROVAR
TOCAR
CHEIRAR
INTERAGIR
TOLERAR
15
Coma junto com a criança: ela perceberá que comer é
prazeroso e que pode ser uma experiência agradável. Mesmo
que a criança não coma, mostre que ela pode permanecer na
mesa durante o período da refeição. É importante criar uma
rotina e diminuir as tentativas de alimentação correndo atrás
da criança com a comida.
Limite o número de alimentos por refeição para duas
ou três opções: muitas escolhas ao mesmo tempo podem ser
assustadoras para a criança. Ofereça os alimentos em peque-
nas quantidades, de modo a encorajar a criança a comer.
Tenha paciência: não demonstre irritação ou ansiedade
ao observar que a criança está rejeitando os alimentos. Torne
o momento da refeição agradável.
Não faça chantagem usando a comida: sabe o famoso
“Se você comer a verdura, você ganha sobremesa”? Nesta si-
tuação a criança apenas aprende que sobremesa é bom e a
comida não. Ela precisa compreender que os dois alimentos
são bons, não que um é recompensa para outro. Você pode
tentar usar outros tipos de reforçadores.
16
DEPOIS DA REFEIÇÃO:
Toda atividade tem início, meio e fim: após comer, soli-
cite que a criança leve seu prato até a pia.
Se for possível, peça ajuda da criança para lavar, secar
e/ou guardar os utensílios utilizados na refeição: tarefas
simples promovem independência e autonomia, além de favo-
recer maior permanência da criança no ambiente da cozinha.
Mantenha um diário de atualizações regulares de
como as coisas estão progredindo: procure anotar diaria-
mente qual alimento a criança tolerou no prato, qual textura
gostou, etc. Isso pode ajudar você a observar quais das estra-
tégias estão funcionando e quais precisam ser ajustadas.
16
17
QUEM DISSE QUE
COM COMIDA NÃO SE
BRINCA?
Algumas crianças são capazes de tolerar mais os alimentos
se lhe é permitido manuseá-los antes de comê-los. Por
exemplo, espremer laranjas para fazer suco para alguém
pode ser mais aceitável, como primeiro passo, para tentar
tomar o suco depois. Tentem brincar de um alimentar o outro
ou brincar com diferentes alimentos, como por exemplo: ge-
latina, frutas, entre outras opções. Sem expectativa de que
a criança coma!
Selecionamos uma série de
sugestões para você:
18
Atividade 1
Resgate no Macarrão
Material: Bacia com macarrão (cru ou
cozido) e peças/brinquedos pequenos.
Atividade: Coloque o macarrão em
uma bacia e esconda as pecinhas/brin-
quedinhos lá dentro e peça para crian-
ça resgatá-las.
20
Atividade 5 - Formas com Maçã
Material: Maçã e formi-
nhas com os formatos ge-
ométricos.
Atividade: Fazer as
formas geométricas para
criança brincar. Pode brin-
car de achar as formas
iguais.
21
“
NUNCA DESENCORAJE
NINGUÉM QUE
CONTINUAMENTE FAZ
PROGRESSO, NÃO
IMPORTA QUÃO
DEVAGAR”
(PLATÃO)
22
FINALIZANDO
CHECK LIST PARA VOCÊ:
23
REFERÊNCIAS
Ledford, J. R., & Gast, D. L. (2006). Feeding problems in children with autism
spectrum disorders a review. Focus on Autism and Other Developmental Disabilities,
21(3), 153–166. doi:10.117 /10883576060210030401
Palmer, S., & Horn, S. (1978). Feeding problems in children. In S. Palmer & S.
Ekvall (Eds.),Pediatric nutrition in developmental disorders (6th ed., pp. 107-129).
Springfield: Charles C.Thomas.
Williams, K. E., Field, D. G., & Seiverling, L. (2010). Food refusal in children: A
review of the literature. Research in Developmental Disabilities, 31(3), 625–633.
http://institutoinfantil.com.br/seletividade-ou-dificuldade-a-
limentar-entenda-a-diferenca/
Junqueira, P. (2017). Por que meu filho não quer comer?: Uma visão além da boca
e do estomago. Bauru- SP: Idea Editora.
Morris, S E., Junqueira, P. (2019) A criança que não quer comer - compreenda as
interconexões do seu universo para melhor ajudá-la. Bauru-SP: Idea Editora.
25
Material de apoio citado no tópico
“Durante a Refeição”
SEQUÊNCIA VISUAL
24
DESENVOLVIMENTO INFANTIL