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Curso de introdução alimentar da Chefe de Papinha

Nathália Donato
Todos os direitos reservados. Proibida reprodução sem autorização prévia.
Edição 2015
ÍNDICE

Sobre este livro 3


Introdução 4
Oba! Meu filho completou 6 meses! 6
Olha a frutinha, quem vai querer? 9
Pode dar suco? E água? 11
Qual copo utilizar? 13
O que colocar na papinha? 14
Vamos fazer a papinha? 16
Como armazenar a papinha 18
Mastiga, mastiga, mastiga 19
Uma nova rotina 22
E se a criança não abrir a boca? 24
Vamos limpar os dentinhos? 25
Quando introduzir determinados alimentos? 26
A importância da alimentação saudável desde cedo 28
Prato Vitaminado 29
Algumas Receitas da Chefe de Papinha 31
Fontes e profissionais consultados 35

2
SOBRE ESTE LIVRO
Este e-book é de propriedade intelectual da Chefe de Papinha e Alimentos Ltda. e foi
elaborado por Nathália Rodrigues Ferreira Donato.
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INTRODUÇÃO
Alguma vez você se perguntou se era capaz de cozinhar para o seu filho? Se
conseguiria fazer papinhas deliciosas e saudáveis, para não ter que recorrer aos potinhos
industrializados? Estou aqui para dizer que você é capaz!
Meu nome é Nathália Donato, sou jornalista especializada em alimentação infantil,
cozinheira profissional e mãe. Criei a Chefe de Papinha em junho de 2013, inspirada pela
minha experiência de sucesso com minha filha Gabriela.
Quando engravidei, não tinha a menor noção sobre alimentação saudável e mal sabia
cozinhar. Fui a criança que deu trabalho para os pais para comer, muitas vezes jantei em
frente à televisão, odiava legumes e verduras e desenvolvi um paladar muito doce. Na
época da faculdade, minha especialidade era aquecer comida pronta no micro-ondas.
Decidi que faria diferente com a minha filha. Aproveitei meus dotes jornalísticos para
pesquisar e estudar muito sobre alimentação saudável na infância. Estabeleci como meta
que cozinharia todas as papinhas da minha filha e faria tudo seguindo a recomendação
médica. Devorei o manual da Sociedade Brasileira de Pediatria e fui me aventurar na
cozinha.
Numa das primeira papinhas, abri um saco de fubá e joguei metade na panela.
Fiasco? Nem tanto. Com o tempo, fui pegando a prática e desvendando pouco a pouco os
segredos da papinha perfeita.
Deu certo. A cada nova papinha, o pratinho era devorado. Percebi que eu era capaz
de seguir uma alimentação saudável e não era aquele bicho de sete cabeças. Fui firme em
não liberar guloseimas logo de cara e notei que minha filha foi criando um paladar
saudável para tudo.
Encontrei dentro de mim o “dom de fazer papinha”. A combinação dos ingredientes, o
perfume dos temperos naturais, a consistência correta; tudo me fascinava. Nas redes
sociais, fui encontrando mães completamente perdidas sobre como alimentar seus bebês e
percebi que alguém precisava falar para elas que era possível seguir o recomendado. Que
era fácil. Claro que os pediatras e nutricionistas cumprem o papel de informar sobre
alimentação e nutrição do bebê. Mas uma mãe gosta de ouvir os segredos de outra mãe.
Movida pelo desejo de passar adiante tudo o que eu tinha aprendido com a minha
filha e com as minhas pesquisas, montei a Chefe de Papinha e busquei ajuda de uma amiga
nutricionista e outros profissionais ligados à área de Saúde.

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Iniciei o trabalho levando os segredos para as casas de outras mães e ensinando na
prática como fazer a papinha perfeita. Agora, você também pode aprender junto comigo.
Meu ideal é despertar em cada mãe a chefe de papinha que existe dentro dela.
Mesmo que você não saiba cozinhar, você pode preparar as refeições do seu filho. Se eu
consegui, você também vai conseguir. E se for firme na alimentação saudável com ele
desde o início, certamente no futuro ele vai lhe agradecer.
Quero ajudar você a proporcionar o melhor em alimentação para o seu filho e fazer
escolhas conscientes, munida de informações suficientes para avaliar as
consequências. Acredito no equilíbrio certo, sou contra radicalismos, mas também rejeito a
ideia de que criança tem que comer porcaria e guloseima para ser feliz.
Devore cada página deste livro quantas vezes for necessário e não tenha medo de
errar. Escrevi “Os Segredos da Papinha” pensando no seu dia a dia, na vida real. Não quero
que ninguém desista de proporcionar uma alimentação saudável para os filhos. É só seguir
o meu lema: paciência, persistência e exemplo. Faça isso com amor e tudo dará certo!

Os valores defendidos pela Chefe de Papinha são:


 Seguir as recomendações da Sociedade Brasileira de Pediatria e Organização Mundial
de Saúde.
 Apoiar a amamentação prolongada, inclusive após a introdução de alimentos sólidos.
 Contribuir para o desenvolvimento de hábitos alimentares saudáveis desde a primeira
infância.
 Respeitar as necessidades e o tempo de aceitação de cada bebê.
 Priorizar alimentos naturais e frescos e não utilizar aditivos químicos ou corantes nos
nossos preparos.

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OBA! MEU FILHO
COMPLETOU 6 MESES!
Depois de seis meses de amamentação,
finalmente chegou o momento de apresentar novos
sabores ao seu bebê. Mesmo que você não tenha
conseguido fazer aleitamento materno exclusivo, não
há necessidade de fazer a introdução alimentar antes
dos seis meses.
Mas por que eu devo esperar até os seis meses? A
explicação está na fisiologia do seu bebê. É nesta idade
que a maioria dos bebês atinge um estágio de
desenvolvimento com maturidade fisiológica e neurológica, menor reflexo de protusão da
língua, o que facilita a ingestão de alimentos mais sólidos, e produção
adequada de enzimas digestivas, habilitando o bebê a receber outros alimentos além do
leite materno.
Segundo o manual da Sociedade Brasileira de Pediatria, “não há evidências de que
exista alguma vantagem na introdução precoce (antes dos seis meses) de outros alimentos
que não o leite humano (...). Por outro lado, os relatos que essa prática possa ser
prejudicial são abundantes”. (Manual de Orientação—Departamento de Nutrologia da SBP.
Edição 2012).
Nem sempre a mãe consegue esperar até os seis meses—especialmente quando a
licença-maternidade na maioria das empresas ainda é de quatro meses. Neste caso, o ideal
é conversar com o pediatra do bebê para definir a forma menos prejudicial de introdução
alimentar precoce. Procure não seguir histórias ou palpites de outras pessoas dizendo que
antigamente podia se dar chá para bebês novinhos, ou que a filha de alguém começou a
comer frutas com três meses e é saudável.
Se você está convicta e pode esperar até seu bebê completar seis meses, vá em
frente. Com seis meses, seu bebê está pronto para receber frutas e a papa principal, como
complemento da nutrição que ele já recebe no leite materno.
Se seu bebê está em aleitamento materno exclusivo, NÃO É PRECISO DESMAMAR
para introduzir a alimentação sólida. Como o nome já diz, a alimentação é complementar.
Até o primeiro ano de vida, o leite materno ainda é a principal fonte de nutrientes do seu
bebê e continuará sendo importante no segundo ano de vida ou mais.

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Se o seu bebê é alimentado por leite materno e fórmula, ou somente fórmula, os
alimentos sólidos serão um complemento ao leite que continuará sendo oferecido.
Muitas mães aguardam ansiosa a chegada da fase das papinhas. Essa nova etapa na
vida do filho vem recheada de dúvidas, medos, expectativas. Como preparar a primeira
papinha? O que colocar? Devo amassar ou passar na peneira? Quanto ele deve comer?
A primeira dica é: relaxe! Desde a primeira papinha você precisa estar relaxada e ter
muita paciência. Tudo é novo para o seu bebê. Até então, ele vinha recebendo somente
um tipo de alimento e agora passará a conhecer novos sabores e texturas.
Não é exagero dizer que seu filho terá a vida inteira para comer. Muitas mães se
desesperam logo no terceiro dia de introdução alimentar. Mas são poucos os bebês que
devoram todo o prato de papinha já na primeira vez. Qualquer colherada que ele aceitar
no começo pode e deve ser comemorada.
Alguns bebês demoram algumas semanas até se ambientarem a essa nova fase. Por
isso, não adianta querer que o seu filho seja igual ao bebê que comeu toda a papinha no
primeiro dia. Nem mesmo o segundo filho é igual ao primeiro.
Há relatos de que é mais fácil introduzir a alimentação complementar a partir do
segundo filho, mas eu acredito que isso se deva ao fato de a mãe estar mais relaxada.
Como ela já passou por esse momento antes, ela consegue dosar melhor as expectativas.
A alimentação complementar deve ser introduzida de forma gradual, contendo todos
os nutrientes necessários, sem sabores fortes que possam mascarar o sabor real dos
alimentos e numa consistência que incentive a mastigação desde o início.
Enquanto mama no peito da mãe, o bebê faz um movimento específico com a boca. A
alimentação exige que ele mude esse movimento, que ele trabalhe a língua movendo o
alimento de um lado para o outro dentro da boca. Nunca facilite a ingestão do alimento
sólido transformando-o em líquido! Chegou a hora de mastigar e não de somente engolir.
Ao sentir as diferentes texturas na boca, o bebê também vai aprendendo a conhecer
os alimentos. O mesmo ocorre no sabor. Ele vai descobrir que algumas frutas são amargas,
outras mais doces. Se você colocar açúcar, tudo ficará com o mesmo sabor e ele não
conhecerá o sabor verdadeiro.
É importante lembrar também que o paladar do seu bebê está em formação e você é
a responsável por ajuda-lo neste processo. Nosso paladar adulto já está formado e por isso
nós temos as nossas preferências pessoais. Seu filho é como uma tela em branco que não
pode ser pintada de acordo com os seus gostos.

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Mesmo que você odeie banana, ele pode gostar. Você não pode nem sentir o cheiro
de brócolis? Respire fundo e ofereça para seu filho do mesmo jeito. Não é porque você
acha o limão azedo demais, que o seu bebê achará o mesmo. Você pode se surpreender.
Muitos bebês adoram a laranja azeda, enquanto as mães ficam insistindo na laranja mais
docinha.
O paladar do bebê começa a ser formado no nascimento e vai se desenvolvendo nos
primeiros anos. Somente a partir dos dois ou três anos de vida que a criança começa a
mostrar com mais clareza suas preferências ou rejeições. Algumas pesquisas mostram que
o bebê tem preferência pelo sabor doce, mas isso não significa o doce do açúcar. Além dos
quatro sabores inatos—doce, salgado, amargo e ácido— o cheiro, a textura e o prazer dos
alimentos também interferem no paladar.
Como o paladar está em formação, é fundamental apresentar uma grande variedade
de alimentos para o seu bebê, SEMPRE PRIORIZANDO OS SAUDÁVEIS. Se desde cedo você
acostumar o seu bebê ao sabor marcante e artificial de alimentos industrializados, vai ser
mais difícil para ele aceitar o sabor verdadeiro de cada coisa.
Gosto de dizer que dos 6 meses aos 2 anos, está aberta a janela de oportunidades
para apresentar novos itens para o seu filho. Essa janela vai fechando com o tempo e
depois só será aberta com muita persistência e vontade da criança. Aproveite enquanto
tudo é novo para caprichar na oferta de frutas, legumes, verduras, grãos e proteínas. Ele
terá muito tempo no futuro para conhecer as guloseimas e porcarias e não há necessidade
de antecipar essa apresentação.

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OLHA A FRUTINHA, QUEM VAI QUERER?
Quando o bebê completa 6 meses, está pronto
para conhecer uma variedade de frutas. Das mais
docinhas às mais azedas, todas podem ser introduzi-
das aos poucos na rotina alimentar do seu filho—a
não ser que haja alguma restrição médica.
Algumas mães preferem começar por frutas
mais doces, como pêra, maçã, mamão ou banana,
mas não há regras.
Além disso, a não ser que o seu bebê tenha
algum histórico de alergia que justifique a recomendação do pediatra de excluir uma ou
outra fruta ou observar a reação individual de cada uma, não é necessário apresentar a
mesma fruta por vários dias seguidos.
A melhor maneira de oferecer a fruta é in natura. Quanto mais o bebê conhecer o
cheiro, a cor, o sabor, a textura de cada fruta, melhor. Claro, sabemos que a maioria dos
bebês ainda não possui dentes aos seis meses, mas eles mastigam muito bem com a
gengiva.
Vale oferecer a fruta raspadinha, amassada, levemente cozida, segurar a fruta na boca
do bebê para ele chupar e até dar a fruta na mão para que ele possa se lambuzar. Nunca
acrescente açúcar ou mel (PROIBIDO ANTES DE 1 ANO) e nem bata a fruta no processador.
Ao processar a fruta, você acaba destruindo as fibras, que são excelentes para
melhorar o funcionamento do intestino, e prejudica o estímulo à mastigação. Também não
é indicado peneirar a fruta, pelo mesmo motivo.
No início, procure oferecer uma fruta de cada vez,
para o bebê conhecer o sabor de cada uma. Aos poucos,
você pode misturar mais de uma fruta.
Muitas mães ficam limitadas a três ou quatro frutas
no início, mas não é necessário. Pode explorar as frutas
existentes – se possível, compre as orgânicas – e as
variações de uma mesma fruta (pode dar banana prata,
banana nanica, banana maçã, por exemplo). Tente verificar
quais são as frutas da época na hora de escolher.

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Um bom horário para incluir a fruta aos seis meses é no lanche da manhã, entre a
primeira mamada do dia e a papa principal. Evite oferecer a fruta como sobremesa todos
os dias. A partir dos sete meses, inclua uma fruta no lanche da tarde.
No início, você pode tirar a casca das frutas para facilitar a deglutição. Mas logo passe
a ofertar com casca aquelas frutas que normalmente comemos assim, como pêra e maçã.
Muitas mães têm receio de oferecer a fruta com casca ou uma fruta específica porque
pode “prender” ou “soltar” o intestino. Na verdade, não podemos generalizar desta
forma . É preciso entender que os alimentos possuem tipos de fibras diferentes e algumas
frutas possuem um tipo de fibra na casca e outro na parte interna.
Fibras solúveis:
Esse tipo de fibra tem a propriedade de se misturar com água, formando uma espécie de
gel no nosso estômago. Elas atrasam o esvaziamento gástrico, reduzem a absorção de
glicose e gorduras. Ajudam a regular os níveis de colesterol e açúcar no sangue, ajudando
no controle e na prevenção de doenças como a diabetes tipo 2 e problemas cardíacos.
Algumas dessas fibras utilizamos em pacientes com diarreia pela sua propriedade citada
acima de se misturar com a água. Podemos citar: aveia, casca de frutas como a maçã,
feijões, ervilha.

Fibras insolúveis:
Esse tipo de fibra propicia o aumento do bolo fecal, estimula o bom funcionamento do
intestino e previne a constipação intestinal. As fibras insolúveis ajudam na prevenção de
algumas doenças como a constipação e o câncer colorretal. Podemos citar: verduras, farelo
de trigo, cereais, soja e grãos integrais.

Para crianças, a indicação de ingestão de fibras considera a idade da criança e


adiciona 5 gramas. Por exemplo: uma criança de 2 anos, deve ingerir 7 gramas de fibras
por dia.
É importante lembrar sempre da ingestão de água, já que fibra e água são excelentes
aliadas. Às vezes, privamos a criança de determinada fruta, mas não pensamos em quanto
a criança ingere de água e a "culpa" cai toda na fruta.
Em relação à consistência, procure se aproximar sempre da forma como nós consumi-
mos a fruta e não se limitar a um único jeito. Por exemplo, ofereça a banana amassada,
depois em rodelas, em bastonetes e inteira. Ele aprenderá a comer banana e não exigirá a
banana sempre do mesmo jeito.

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PODE DAR SUCO? E ÁGUA?

A partir dos 6 meses, é fundamental iniciar a


oferta de água para o bebê, mesmo que ele ainda
mame no peito, uma vez que os alimentos
apresentam maior quantidade de proteínas por
grama e maior quantidade de sais, o que
sobrecarrega os rins.
Aos 6 meses, a quantidade de água
recomendada é de 700 ml, e dos 7 aos 12 meses,
de 800 ml. Essa quantidade inclui o leite materno,
fórmula e alimentação complementar. (Manual de Orientação—Departamento de
Nutrologia da SBP. Edição 2012).
Além da questão da sobrecarga nos rins e do auxílio na dissolução das fibras, é
importante inserir desde os 6 meses o hábito de tomar água. Conhecemos muitos casos de
crianças que não gostam de beber água e os pais permitem a substituição por sucos, chás
ou outros líquidos. Lembre-se: NADA substitui a água, nem mesmo a água de coco.
Crie desde os 6 meses o hábito de oferecer água para o seu bebê. Uma boa dica é
oferecer alguns goles sempre que você tomar água e deixar um copinho com água ao
alcance. Com o tempo, a criança vai se acostumando a beber ao longo do dia. A água pode
ser oferecida em copinho com canudo, em colheradas, em copo com bico ou mesmo direto
na boca do copo. Evite oferecer na mamadeira.
Ah! Até os 6 meses, o bebê em aleitamento materno exclusivo NÃO PRECISA DE
ÁGUA.
Em relação aos sucos, não é recomendada a introdução ANTES DE 1 ANO. Ao
consumir a fruta sob a forma de suco, a criança ingere uma quantidade maior de frutose
de uma só vez e muito rapidamente, por conta da quantidade de frutas necessárias para
fazer um copo de suco e do tempo que ela demora para tomar o copo de suco.
Vale lembrar que a frutose pode ser tão ruim para a saúde quanto o açúcar branco.
Na fruta in natura, além da frutose, também consumimos uma boa quantidade de
fibras, que ajudam a frear a absorção da frutose pelo organismo.

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No suco, há uma perda considerável das fibras durante o processo de espremer ou
processar a fruta – isso quando o suco não é coado antes de servir.
Ao ingerir o suco, as fibras não estão presentes para desacelerar a absorção da
frutose, que rapidamente se transforma em glicose e aumenta a quantidade de açúcar no
sangue.
Isso não significa que você precisa cortar o consumo de suco do seu filho para
sempre, mas priorizar o consumo das frutas in natura. Caso queira oferecer o suco para
seu bebê antes de 1 ano, o ideal é respeitar a quantidade máxima recomendada pela
Sociedade Brasileira de Pediatria.
“Se forem administrados, que sejam dados no copo, de preferência após as refeições
principais, e não em substituição a estas, em dose máxima de 100 ml/dia, com a finalidade
de melhorar a absorção do ferro não heme presente nos alimentos como feijão e folhas
verde-escuras”. (Manual de Orientação—Departamento de Nutrologia da SBP. Edição
2012).
Uma boa solução é espremer uma laranja após a refeição principal e oferecer ao bebê
– que tal segurar os gomos da laranja na boca do bebê para ele chupar? Existe um mito de
que é errado dissolver o suco da fruta em água, mas essa na verdade é uma boa opção
para reduzir a carga de frutose em um copo de 100ml de suco. Você pode espremer uma
laranja e completar o copo com água.
Nunca coe o suco, nunca o ofereça junto com a refeição e NUNCA ADOCE. Isso vale
para qualquer idade.
Embora o nosso paladar esteja acostumado com o suco adocicado, lembre-se que o
paladar do bebê está em formação e muitos bebês aceitam sucos considerados azedos,
como abacaxi e limão, sem precisar de açúcar. Se quiser adoçar, use outras frutas mais
doces para isso, como laranja lima, caqui ou banana.
Até os 2 anos, o bebê não deve consumir suco em caixinha, nem mesmo aqueles do
tipo 100% integral, que são sem adição de açúcar ou conservantes.

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QUAL COPO UTILIZAR?
Ao oferecer líquido para o bebê, o ideal é evitar usar a mamadeira. Se por algum
motivo você já ofereça leite materno ou fórmula na mamadeira para o seu bebê, deixe a
mamadeira apenas para isso.
Existe uma infinidade de copos no mercado para esta fase dos 6 aos 12 meses e não
dá para saber de antemão qual o seu filho vai preferir.
COPO DE TRANSIÇÃO OU TREINAMENTO:
O copo de transição ou treinamento é parecido com a mamadeira, mas há menor risco de
confusão de bicos com o peito da mãe por causa da posição do bico na boca. Algumas
mães consideram esse copo mais fácil, já que o bico é mole. Há opção de copos com trava
(quando o líquido não sai ao virar) ou sem trava. Se o seu bebê não tiver o hábito de sugar
nesse tipo de bico—o que pode ocorrer em bebês em aleitamento materno exclusivo—a
opção sem trava pode ser mais fácil para começar.
COPO COM BICO DURO:
Esse é aquele copo tradicional de crianças pequenas e você encontra em versões bem
baratas. Muitas mães acreditam que somente bebês acima de 1 ano conseguem tomar
nesse copo, mas curiosamente foi o primeiro copo que a minha filha aceitou tomar água. A
vantagem dele é o preço e ele costuma facilitar a transição para o copo normal, sem
nenhum tipo de bico.
COPO COM CANUDO:
O segredo aqui é ensinar o bebê a sugar o canudo. Alguns conseguem com facilidade,
outros precisam de mais ajuda. Uma dica é inserir um canudo no copo com o líquido,
tampar com o dedo a saída do canudo, tirar o canudo do copo e posicionar na boca do be-
bê e soltar o dedo aos poucos conforme o bebê faz o movimento de chupar.
CANEQUINHA OU COPO SEM BICO
Essa é a opção mais básica, o copo ou caneca simples. Alguns bebês se adaptam bem a
esse copo já nos primeiros goles, tomando como gatinho. A vantagem é que você encontra
em qualquer lugar e não precisa ensinar seu filho a beber em bico.

Qualquer que seja sua escolha, é fundamental fazer a higienização correta. Limpe com
sabão e esponja própria para alcançar todos os furinhos do bico e, sempre que possível,
deixe o bico de molho em água sanitária por alguns minutos e depois lave.
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O QUE COLOCAR NA PAPINHA?

Chegou a hora de fazer a primeira papinha. Mesmo que você não tenha nenhum
talento ou experiência na cozinha, você é capaz de preparar as refeições do seu bebê.
A primeira papa principal deve ser oferecida a partir do sexto mês de vida, no horário
de almoço, e a segunda papa, o jantar, a partir do sétimo mês de vida. Se a criança não
tiver nenhum tipo de alergia que justifique a apresentação gradual dos alimentos, a
papinha ideal deve conter um alimento de cada um dos seguintes grupos, desde o início:

Legumes: abobrinha, cenoura, abóbora, chuchu, berinjela, beterraba, jiló, nabo, rabane-
te, pepino, quiabo e pimentão (entre outros).
Verduras: agrião, alface, acelga, almeirão, couve, chicória, espinafre, repolho, brócolis,
rúcula, mostarda e escarola (entre outros).
Tubérculos: batata, inhame, mandioca, mandioquinha e cará.
Leguminosas: feijão, ervilha, grão de bico, soja, milho e lentilha.
Cereais: arroz, trigo (macarrão), fubá, aveia.
Proteína animal: carne bovina (gostamos de usar músculo moído), frango (sugerimos o
peito de frango), peixe e ovo cozido*.
No caso dos cereais e dos tubérculos, você pode optar por um ou outro, mas não há
problema em colocar os dois—eu sempre coloco! A carne, frango ou peixe não devem ser
retirados do prato final. São consumidos pelo bebê desde a primeira papa.

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Somente estes alimentos, além das frutas e da água, estão liberados dos 6 aos 12
meses, como complemento ao leite materno. Nada de oferecer biscoitos, doces, farinhas
açucaradas, leite de vaca ou derivados. Verifique sempre com o pediatra sobre um ou
outro ingrediente que deva ter sua introdução adiada em virtude da possibilidade de
alergia.

Pode colocar sal?


Até completar 1 ano, a comida do bebê NÃO DEVE CONTER SAL, sendo suficiente o
conteúdo de sódio dos alimentos utilizados no preparo. Estudos mostram que a ingestão
de sal no primeiro ano de vida pode aumentar os riscos de hipertensão arterial no futuro.
Se você estimular o paladar do bebê desde o começo com a introdução de sal nas
papinhas, você está favorecendo que ele vire um adulto que consuma sal em excesso, por
ficar com o paladar mais “viciado”.
E a gordura ou óleos?
A papinha não precisa de gordura para o seu cozimento e nem é recomendado que
seja refogada em óleo ou azeite. Os alimentos, como as proteínas, já são fontes de
gorduras e isso basta para ajudar no cozimento. Você pode usar uma colher de sopa de
água para refogar o tempero e em seguida acrescentar a proteína escolhida.
A gordura deve ser adicionada no momento de servir a papinha ao bebê, ou seja, no
próprio pratinho. A melhor opção é o azeite, excelente para ajudar no funcionamento
intestinal e para absorção de vitaminas lipossolúveis. Basta um fio.
E os temperos?
Os temperos podem ser utilizados à vontade, desde que sejam naturais. São eles que
darão sabor à papinha. Pode utilizar cebola, alho, cheiro verde, manjericão, alecrim,
coentro, entre outros. Se quiser, adicione os temperos aos poucos para o bebê se
acostumar.
NÃO É PERMITIDO o uso de tabletes de caldos de carne, frango ou legume
industrializados ou quaisquer condimentos industrializados nas preparações.
Quando dar ovo?
Alguns pediatras adotam a introdução somente da gema, começando com um quarto
por semana e aumentando gradativamente a porção, e só depois introduzem a clara, por
ser considerada mais alergênica. Converse com seu pediatra.
Use e abuse da criatividade. Escolha um ingrediente de cada grupo e monte as suas
combinações. Dê preferência a ingredientes orgânicos e integrais.

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VAMOS FAZER A PAPINHA?
A papinha pode ser preparada de diversas formas: pode ser tudo refogado na mesma
panela, pode ser tudo cozido separadamente ou os legumes e verduras podem ser cozidos
no vapor. Se na sua casa a comida é feita somente com temperos naturais e sem sal, o
bebê pode consumir a mesma comida, desde que respeitando os alimentos liberados no
primeiro ano de vida.
Não tem uma fórmula mágica, a dica é fazer do modo mais fácil para não atrapalhar a
dinâmica da família, mas sempre tendo uma comida de qualidade.
Caso queira preparar tudo na mesma panela, escolha os ingredientes tendo em
mente que não é preciso uma quantidade muito grande, uma vez que a papinha rende
bastante.
Higienização:
Para facilitar o dia-a-dia, assim que chegar da feira, sacolão ou mercado, já tire os
legumes, verduras e frutas da embalagem que vieram e faça o processo de higienização de
uma vez só.
Lave folha por folha, fruta por fruta, legume por legume, em água corrente. Depois,
mergulhe por até 20 minutos em uma solução de 1 litro de água com 1 colher de sopa de
hipoclorito de sódio. Retire, enxágue , deixe secar e guarde em sacos limpos.
Leguminosas de molho:
Antes de cozinhar qualquer leguminosa, SEMPRE deixe de molho em água por pelo
menos 7 horas, para eliminar os fitatos presentes e reduzir a incidência de gases. Ao
término do tempo, descarte a água do molho, enxágue e está pronta para uso. Se desejar,
pode cozinhar a leguminosa separadamente - SEM SAL- e congelar para uso na papinha.
Pasta de temperos:
Uma boa opção para facilitar o dia a dia é bater os temperos no processador para
fazer uma pasta caseira e guardar em potes. Na geladeira, essa pasta dura até quatro dias.
Não acrescente sal ou azeite para fazer a pasta caseira.
Tipo de panela:
Você não precisa de uma panela específica, mas é fundamental que esteja em bom
estado. Não gosto de panela de pressão, pois ela exige uma quantidade muito maior de
água, o processo de cozimento é muito acelerado e não há como controlar cada etapa.

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Modo mais fácil de preparo:
Na panela aquecida, acrescente uma colher de sopa de água, coloque o tempero para
refogar e acrescente a proteína escolhida. Refogue por alguns minutos, acrescente os
demais ingredientes (corte o legume, o tubérculo e a leguminosa em pedaços menores
para cozinhar mais rapidamente), cubra com água e deixe cozinhar até ficar bem macio.
Não coloque água demais para que não seja necessário descarta-la depois—e os
nutrientes irem embora pelo ralo! A ideia é que a água vá secando conforme os alimentos
cozinham.
Quando tudo estiver bem macio, amasse
com ajuda de um garfo ou amassador de batatas.
Você pode amassar todo o conteúdo da panela
ou somente o que colocar no pratinho do bebê.
A escolha é sua!
Se estiver trabalhando com frango ou carne em pedaços, pode desfiar antes de
amassar junto com a papinha. Lembrando: NADA SAI DO PRATINHO. Não existe nenhuma
fase em que o bebê come somente o caldo do cozimento da carne ou frango.
O bebê precisa consumir a proteína desde a primeira papinha, garantindo assim a
oferta adequada de ferro e zinco.
Quantidade:
É difícil falar em quantidade de ingredientes, já que tudo depende da rotina da
família. Algumas famílias preferem fazer todo dia uma papinha nova para almoço e jantar,
enquanto outras cozinham uma quantidade maior para congelamento.
Para auxiliar no preparo das primeiras papinhas, uma boa sugestão seriam 50g de
proteína, 2 unidades de tubérculo, 1 unidade do legume, 2 a 3 folhas da verdura escolhida,
2 a 3 colheres de sopa da leguminosa crua ou cozida (neste caso, grão e caldo), 1/4 de
xícara de cereal, uma colher de sopa de pasta de tempero.
A quantidade de papinha pronta que o bebê vai comer pode variar. Inicialmente,
ofereça uma quantidade pequena e vá aumentando gradativamente de acordo com a
aceitação. A comida deve sempre ser colocada na ponta da colher, especialmente no início.
Alguns bebês comem bastante desde a primeira papa, enquanto outros demoram
algumas refeições para aceitar a primeira colher. As duas situações são consideradas
normais.
Também é normal se o bebê cuspir, uma vez que ele ainda está aprendendo a comer.

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COMO ARMAZENAR A PAPINHA
Toda a papinha que sobrar no prato do bebê deve ser descartada ou consumida pela
mãe em seguida. A papinha que sobrar na panela pode ser congelada, desde que esse
processo seja iniciado imediatamente após o preparo.
Assim que finalizar o cozimento da papinha, nos casos em que tudo foi feito na
mesma panela, separe as porções de acordo com sua necessidade e coloque em potes de
vidro ou plástico sem Bisfenol-A (BPA-free). Coloque o pote com a papinha quente
destampado na parte superior da geladeira para o resfriamento.
Nunca deixe a papinha esfriar sobre a bancada, pois isso favorece a proliferação de
bactérias.
Após cerca de uma hora na geladeira, verifique se o pote já está resfriado, tampe,
coloque uma etiqueta para se lembrar do conteúdo e coloque no freezer, a –18 graus. A
papinha dura tranquilamente 30 dias congelada. Na geladeira, a validade é de 24 horas.
Quando descongelar a papinha, nunca volte a congelar. O descongelamento deve ser
feito em micro-ondas ou geladeira, jamais em temperatura ambiente.
Esse mesmo método pode ser utilizado para congelar porções de comida pronta ou
sopa, quando seu filho estiver comendo a mesma comida da família.
Muitas pessoas questionam se o valor nutricional dos alimentos é mantido com o
congelamento e a resposta é, em grande parte, sim.
O impacto nutricional sobre os alimentos congelados é mínimo, mas alguns
alimentos, como verduras e legumes, se forem congelados individualmente, devem antes
passar por um processo que denominamos de branqueamento, que inativa
algumas enzimas.
Se bem feito, esse método conserva o alimento sem causar grandes danos
nutricionais ao mesmo.
Para fazer o branqueamento dos legumes e verduras, após a higienização, mergulhe o
alimento em água fervente com auxílio de uma peneira, aguarde o tempo necessário para
cada tipo de alimento (cerca de 2 a 5 minutos), e em seguida mergulhe rapidamente em
água fria pelo mesmo tempo, para causar um choque térmico. Escorra e deixe secar bem.
Depois é só congelar em sacos plásticos limpos ou potes.

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MASTIGA, MASTIGA, MASTIGA

Esqueça o liquidificador, o processador ou a peneira. Papinha precisa ter consistência


desde o início. O bebê deve aprender a mastigar, mesmo sem ter dentinhos, e é seu papel
ajuda-lo neste processo.
As primeiras papinhas, com 6 meses, devem ser amassadas no garfo até ficarem em
consistência de purê. A partir dos 7 meses, aumente gradativamente a consistência da
papinha, deixando cada vez mais pedaços, até que aos 12 meses o bebê esteja comendo os
alimentos na mesma consistência da comida normal da família.
Como sempre explicamos, não existem diversas fases de papinhas, como a indústria
gosta de dividir. Existe apenas uma fase de transição de papa para comida da família.
Alguns bebês já aceitam a papinha com pedacinhos logo nas primeiras semanas e é
fundamental incentivar isso.
Nunca facilite a aceitação do seu bebê batendo a papinha no liquidificador ou
triturando no processador. Você terá a ilusão de que ele está comendo mais, mas isso pode
dificultar todo o processo de aceitação da comida normal. Há vários casos de crianças de
dois anos que ainda comem somente sopa batida e isso está errado.
A peneira também não é recomendada porque além de destruir as fibras dos
alimentos no processo (assim como ocorre no liquidificador e processador), há perda de
nutrientes e risco de surgimento de fungos e bactérias nos furinhos da peneira por causa
da má higienização.
Estimular a mastigação é importante porque auxilia também na dicção futura, quando
seu bebê iniciar a fala. Durante o aleitamento materno, os órgãos fonoarticulatórios estão
sendo estimulados enquanto o bebê suga . Esses órgãos, em perfeita harmonia, com
movimentos precisos, estão se preparando para uma dicção clara e correta.
Quando o bebê inicia a alimentação, a mastigação e a deglutição interferem
diretamente na dicção, assim como no controle da baba.
NUNCA, NUNCA, NUNCA, em hipótese alguma, bata a papinha ao ponto de conseguir
oferece-la na mamadeira. Lembre-se que é normal o bebê comer uma pequena
quantidade no início e você pode prejudicar todo o processo se “transformar” a papinha
numa vitamina.

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Acredite, se você aumentar gradativamente a consistência da papinha, com 12 meses
o seu bebê será capaz de mastigar qualquer coisa, até mesmo um bife ou comer maçã
direto da casca.

Os alimentos secos e duros irão exigir um esforço maior dos músculos contribuindo
ainda mais para o desenvolvimento da fala e dos ossos. Caso a criança não tenha sido
estimulada anteriormente, ela apresentará preguiça para mastigar, rejeitando os
alimentos mais sólidos.
MAS MEU BEBÊ NÃO TEM DENTES!
Quando os bebês nascem, eles possuem um movimento reflexo de sucção. Sem
dentes em suas arcadas, sua alimentação se dá básica e exclusivamente através da
amamentação, responsável pela estimulação e desenvolvimento do sistema ósseo-
muscular da face.
Esse sistema ósseo-muscular é responsável pela erupção e posicionamento dentário,
posicionamento e movimentação correta da língua, lábios, e, consequentemente, pela fala,
respiração e deglutição corretas de seu bebê, além de evitar que os músculos da face
fiquem hipotônicos (flácidos).
Os primeiros dentes decíduos (dentes de leite) costumam surgir aos 6 meses. Nessa
época, o movimento de sucção passa a ser voluntário e, por isso, passa-se a oferecer
alimentos pastosos para estimular novos movimentos musculares e também estimular os
bordos gengivais, para facilitar a erupção dos demais dentes decíduos.
Conforme os dentes erupcionam, a consistência deve passar para texturas mais
sólidas.

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A mastigação é a primeira fase do sistema digestório. Iniciando-se pela boca, os
dentes e a saliva e com ajuda da língua, bochechas, lábios e palato, irão degradar
mecanicamente os alimentos preparando-os para a deglutição.
Para que haja um padrão mastigatório eficaz, deve-se preparar os alimentos com
consistência alimentar apropriada para cada idade, de forma que desde pequena a criança
seja estimulada a mastigar alimentos sólidos, para que a musculatura orofacial possua
movimentos coordenados e precisos, indispensáveis para a deglutição, respiração e fala.
Através dos movimentos mastigatórios, os alimentos passarão de um lado para o
outro, realizando movimentos rotatórios e de lateralidade com a língua e a mandíbula, e
movimentos de abertura e fechamento de boca exercitando os grupos de músculos de face
e pescoço.
O uso de papinhas batidas e peneiradas irá prejudicar o desenvolvimento desses
grupos musculares e dos ossos faciais. Uma mastigação correta irá estimular o
crescimento apropriado da maxila e da mandíbula, a direção da erupção dos dentes, o
posicionamento correto da língua.
A deglutição e o sistema digestório terão um funcionamento correto, estimulando o
centro de saciedade, regulando a ingestão e absorção dos alimentos.
Engasgos podem fazer parte do processo de começar a comer, mas não precisam ser
motivo para interromper a introdução de pedaços, por mais assustadora que a cena possa
ser.
Ajude seu filho a desengasgar, diminua a quantidade na colher da próxima vez, mas
nunca bata a papinha. Aos poucos os bebês vão criando reflexos que diminuem, e muito,
os episódios de engasgo.

Consistência ideal da papinha aos 6 meses = amassada com o garfo até virar um purê

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UMA NOVA ROTINA
É normal se sentir um pouco perdida na hora de mudar a rotina de um bebê que
vinha sendo amamentado sempre que quisesse. Quando entramos na fase das papinhas, a
livre demanda de leite materno não precisa ser abandonada, mas é importante reservar
momentos para a hora da refeição.
Uma boa rotina a ser adotada, sem se preocupar com a rigidez dos horários (são
apenas sugestões) é a seguinte:
Aos 6 meses:
8h - Mama quando acorda.
10h - Fruta no meio da manhã.
12h - Almoço.
Você pode usar o horário das mamadas como um guia para encaixar as refeições e a fruta.
Nos intervalos, ofereça água e leite materno, mas se possível não imediatamente antes da
refeição. Depois do almoço, leite materno o restante do dia.

Dos 7 meses em diante:


8h – Mama quando acorda.
10h – Fruta no meio da manhã.
12h – Almoço.
14h – Mama quando acorda da soneca.
16h – Fruta no meio da tarde.
18h – Jantar.
Nos intervalos, ofereça água e leite materno, mas se possível não imediatamente antes da
refeição.

Os horários não devem ser rígidos, mas devem ser respeitados intervalos. Uma boa
rotina ajuda a reduzir a recusa. Se o seu bebê come bem, não há problema em adaptar os
horários, por exemplo oferecendo a fruta logo depois da mamada quando ele acorda.
A ideia é criar aos poucos o conceito de intervalos de refeições para o bebê. Esses
intervalos facilitam a aceitação, uma vez que o bebê estará sempre alimentado, mas sem
se sentir cheio e recusar a fruta ou a papinha principal.

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Assim que notar que seu filho consegue segurar uma colher, mesmo que ainda não
consiga leva-la à boca, deixe uma colher na mão dele durante a refeição para que aos
poucos comece a tentar comer sozinho.
Não se preocupe com a sujeira, tenha a sujeira como uma aliada. Se o bebê está se
sujando, colocando a mão no prato, essa mesma mão pode ir à boca com pedaços de
comida e certamente o bebê estará se divertindo, sem precisar de mais nada além da
comida.
É importante que o bebê aprenda as diferentes texturas dos alimentos. Não tenha
medo. Dê uma fruta na mão dele, dê um pedaço de legume bem cozido, uma espiga de
milho bem cozida e molinha. Observe-o. Muitas vezes a mãe relata que o filho não come,
mas em alguns casos é uma questão de dar a chance a ele de mostrar como ele quer.
Existe um método de alimentação em que o bebê não passa pela fase das papinhas e
recebe os alimentos cozidos para serem comidos com ajuda das próprias mãos, por conta
própria. É o chamado BLW—Baby-Led Weaning.
Alguns bebês preferem se alimentar assim. Desde que ele esteja recebendo os
nutrientes necessários, oferecer os alimentos desta forma é uma boa pedida e uma boa
forma de variar a apresentação.
Também é possível adaptar a comida da família e deixa-la em consistência de
papinha. Mas, para isso, o preparo da comida deve respeitar as necessidades do bebê, ou
seja, apenas temperos naturais, nada de sal e todos os grupos alimentares no prato.

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E SE A CRIANÇA NÃO ABRIR A BOCA?
No começo, isso é muito normal.
Até outro dia, seu filho só abria a
boca para mamar. Agora ele tem que
mastigar, usar a língua de outra
maneira e engolir as papinhas.
Não desista, insista sem forçar,
mas respeite o tempo de aceitação
do seu filho. Acredite, ele vai comer
um dia.
Criar um ambiente gostoso para a refeição ajuda, já que a ideia é fazer o bebê gostar
de comer. Se for forçado, a situação de recusa pode até piorar.
Para facilitar a aceitação, procure não oferecer algo muito próximo da refeição
principal, que possa diminuir a “fome” do bebê, tendo em mente que a capacidade do
estômago dele é pequena. Isso não significa deixar de lado a livre demanda do leite
materno.
Não deixe que o desespero a faça criar uma situação em que você facilita a vida do
bebê, como bater no liquidificador pensando que assim ele comerá melhor.
Também não recorra a artifícios como televisão ou tablets. Ao se concentrar no
desenho, o bebê perde a noção do que está comendo e pode acabar ingerindo muito mais
do que deveria.
Os bebês já têm noção de saciedade, que deve ser respeitada e nunca prejudicada.
A refeição tem que ser um momento prazeroso para mãe e bebê e, se possível,
envolvendo toda a família. Coma junto com o seu filho. Sentem-se todos à mesa, crie
desde cedo o hábito de reunir a família na hora da refeição.
Isso não apenas ajuda a incentivar seu filho a comer, ao ver o que você está fazendo,
como também pode ser um aliado no futuro, quando vocês estiverem em um restaurante
e o seu filho for uma criança acostumada a ficar à mesa.
Algumas mães também relatam que não conseguem ensinar o filho a comer sozinho.
Em muitos casos, isso acontece porque o bebê simplesmente não sabe o que fazer porque
nunca viu a mãe ou o pai comendo para imitar o movimento.

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VAMOS LIMPAR OS DENTINHOS?
Se o seu bebê já possui dentes, é fundamental começar a fazer uso de escovas. A
primeira escova deverá ser bem pequena e delicada. No mercado há várias escovas para
crianças com indicações de acordo com a idade.
Como a criança ainda não sabe bochechar ou cuspir, a pasta de dente idealmente
deve ser sem flúor. Neste quesito, vale seguir a orientação do pediatra ou dentista.
A escovação deve ser realizada após as refeições, mas principalmente após a última
mamada antes de dormir, pois nessa fase pode-se acontecer a temida cárie de mamadeira,
que é muito destrutiva.
As mamães devem fazer movimentos circulares dos fundos para a frente, em todas as
faces dos dentes. Ao ensinar a criança diga a ela para fazer movimentos de bolinha, pois
este movimento para a criança é o mais fácil.

RESUMO DO PRIMEIRO ANO


Idade Orientação
Dos 0 aos 6 meses Leite materno exclusivo
Aos 6 meses Leite materno
Uma porção de fruta
Uma papinha principal
Aos 7 meses Leite materno
Duas porções de frutas
Duas papinhas principais

Dos 6 aos 11 meses Aumentar aos poucos a consistência da papinha, começando


com papa amassada no garfo (purê) até comida picadinha.
1 ano de vida Comida da família, desde que adequada aos princípios da
alimentação saudável.
Consistência normal de comida picadinha.

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QUANDO INTRODUZIR
DETERMINADOS ALIMENTOS?

Uma das principais dúvidas das mães é a idade certa para introdução de alguns
alimentos.

Sal
A criança só deve comer comida com sal a partir de 1 ano, e em quantidade
moderada. Uma boa opção é o sal marinho, com menor teor de sódio e que não passa pelo
processo de refinamento do sal comum, o que o deixa com mais minerais. Contudo, ele
tem sabor mais forte, por isso seu uso também deve ser controlado.

Açúcar
A recomendação é introduzir após os 2 anos de idade. Algumas mães optam por
introduzir açúcar com 1 ano, mesmo sabendo que não é ideal. Neste caso, o consumo deve
ser bem moderado e dando preferência ao açúcar mascavo ou demerara. Na preparação
de bolos, o ideal é não usar nada de açúcar e adoçar com frutas mais docinhas ou frutas
secas.
Guloseimas como balas, pirulitos, bolachas recheadas, chocolate, entre outros,
quanto mais tarde e quanto menos oferecer, melhor. Nunca adoce os sucos naturais!

Mel
Somente após 1 ano de idade, sempre de boa procedência. Alguns pediatras estão
adotando a recomendação de aguardar até os 2 anos.

Pães e biscoitos salgados


Caso a criança não tenha problemas no consumo da farinha de trigo (glúten), pode-se
iniciar a introdução aos 12 meses, sempre dando preferência aos integrais, aos caseiros e
aos produtos com baixo teor de sódio.

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Carne de porco
Segundo a literatura, pode ser introduzida após os 12 meses de vida, mas deve ser de
boa procedência e muito bem cozida, pois pode conter ovos de Taenia saginata, um
parasita que pode causar doença. Alguns pediatras preferem aguardar até a criança
completar 2 anos, especialmente em crianças com histórico de alergia alimentar.

Frutos do mar
Devem ser introduzidos na alimentação das crianças sempre com cautela, por
possuírem um grande potencial alergênico, principalmente o camarão. O mais indicado é a
partir dos 2 anos de idade e mesmo assim introduzidos aos poucos e observando a reação
do organismo de cada criança.

Oleaginosas
Se a criança não apresentar nenhum sinal de alergia ou sensibilidade podem ser
oferecidas após o primeiro ano de vida, mas deve-se ficar muito atento porque geralmente
esses alimentos são duros e podem causar algum tipo de acidente, especialmente
engasgos. Devem ser consumidas com moderação.

Cogumelos
Podem ser introduzidos após os 12 meses, mas sempre de boa procedência e dando
preferência aos que não são vendidos em conserva. Assim como na carne de porco, alguns
pediatras preferem aguardar até a criança completar 2 anos, especialmente em crianças
com histórico de alergia alimentar.

Embutidos e enlatados
Somente após os 2 anos e com muita moderação, por conta do alto teor de sódio.

Suco de caixinha
Apenas após os 2 anos, sempre moderadamente e optando pelas versões sem açúcar
e sem conservantes. Tenha em mente que o suco natural é sempre melhor.

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A IMPORTÂNCIA DA ALIMENTAÇÃO
SAUDÁVEL DESDE CEDO
A Sociedade Brasileira de Pediatria criou os 10 passos para uma alimentação saudável,
que devem ser aplicados desde o primeiro ano de vida do seu bebê:
Passo 1: dar somente leite materno até os seis meses, sem oferecer água, chás ou
qualquer outro alimento.
Passo 2: a partir dos seis meses, oferecer de forma lenta e gradual outros alimentos,
mantendo o leite materno até os dois anos de idade ou mais.
Passo 3: a partir dos seis meses, dar alimentos complementares (cereais, tubérculos,
carnes, verduras, frutas e legumes) três vezes ao dia se a criança receber leite materno e
cinco vezes ao dia se estiver desmamada.
Passo 4: a alimentação complementar deve ser oferecida sem rigidez de horários,
respeitando-se sempre a vontade da criança.
Passo 5: a alimentação complementar deve ser espessa desde o início e oferecida de
colher, começando com consistência pastosa (papas/purês) e, gradativamente,
aumentando essa consistência até chegar à alimentação da família.
Passo 6: oferecer à criança diferentes alimentos ao longo do dia. Uma alimentação
variada é uma alimentação colorida.
Passo 7: estimular o consumo diário de frutas, verduras e legumes nas refeições.
Passo 8: evitar açúcar, café, enlatados, frituras, refrigerantes, balas, salgadinhos e outras
guloseimas, nos primeiros anos de vida.
Usar sal com moderação.
Passo 9: cuidar da higiene no preparo e
manuseio dos alimentos; garantir o seu
armazenamento e conservação adequada.
Passo 10: estimular a criança doente e
convalescente a se alimentar, oferecendo
sua alimentação habitual e seus
preferidos, respeitando sua aceitação.

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PRATO VITAMINADO
Para garantir que seu filho receba todos os nutrientes necessários para um crescimento
saudável, é fundamental que você coloque no prato dele diferentes fontes de vitaminas e
nutrientes e variar sempre a composição das refeições.
Vitamina A: leite integral e seus derivados integrais, gema, ostras, fígado, óleo de fígado,
óleo de peixes. A pró-vitamina A (carotenos) pode ser encontrada em hortaliças e em
frutas amarelo-alaranjadas e verdeescuros, como cenoura, abóbora, batata-doce, mamão,
caju, ervilha, agrião, almeirão, mostarda, couve e alguns óleos de origem vegetal (dendê,
pequi e buriti).
Vitamina B:
B1 - carnes, vísceras e farinhas integrais, levedo de cerveja e germe de trigo.
B2 - leite e derivados, fígado, vegetais folhosos (alface, brócolis, almeirão, repolho,
espinafre, couve), carnes, frutas, ovos, leguminosas e cereais integrais.
B3 - carnes vermelhas, vísceras, peixes, crustáceos, aves, levedo de cerveja, grãos de
cereais, leguminosas e castanha-do-pará.
B5 - vísceras, carnes vermelhas, peixes, batata, tomate, germe de trigo, brócolis, couve-flor
e leveduras.
B6 - milho, gérmen de trigo, soja, melão, batatas, carne e miúdos (fígado, rim, coração).
B7 - vísceras, soja, gema de ovo, cogumelos e, em menor quantidade, em peixes, nozes,
amendoim e aveia.
B9 - ácido fólico: feijão, vísceras, folhas verde-escuras (brócolis, espinafre), batata, trigo e
leveduras e, em menor quantidade, em leite, ovos e frutas.
B12 - tecidos animais, carnes bovina, suína, de aves e de peixes, vísceras, principalmente
fígado, rins e coração, gema de ovo, frutos do mar e levedo de cerveja e, em menor
quantidade, leite e derivados.
Vitamina C: frutas e as hortaliças de folhas verdes.
Vitamina D: D2 (ergocalciferol), obtida pela irradiação ultravioleta do ergosterol vegetal
(vegetais, fungos, levedos) e em produtos comerciais; D3 (colecalciferol), resultado da
transformação não-enzimática do precursor 7-deidrocolesterol existente na pele dos
mamíferos, pela ação dos raios ultravioleta. O 7deidrocolesterol é encontrado também em
óleo de fígado de bacalhau, atum, cação, sardinha, gema de ovo, manteiga e pescados
gordos (arenque).

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Vitamina E: azeite de oliva, óleos vegetais, amêndoas, avelãs, cereais, gordura animal,
gema de ovo, manteiga, folhas verdes e legumes.
Vitamina K: K1 ou filoquinona é encontrada em vegetais verdes folhosos, tomate,
espinafre, couve-flor, repolho e batata. A vitamina K2 é sintetizada pelas bactérias
intestinais e a vitamina K3 é a forma sintética.
Cálcio: Leite e derivados, frutas, peixe, carnes, verduras, feijão.
Cobre: Ostras, Carnes, fígado vísceras, aves, cereais, frutas secas, chocolate e peixes.
Cromo: Carnes e grãos integrais.
Ferro: Carnes vermelhas, fígado de boi, vegetais verde-escuros, leguminosas.
Flúor: Frutos do mar, água potável natural ou artificial.
Fósforo: Leite e derivados, carnes, ovos, cereais, leguminosas, frutas.
Iodo: Peixes e outros animais marinhos, sal de cozinha enriquecido.
Magnésio: Hortaliças verdes, frutas, leguminosas frutos do mar, sementes e cereais.
Molibdênio: leguminosas, grãos de cereais, vegetais de folha verde-escura, vísceras.
Potássio: vegetais, frutas, carnes, aves, peixes, leite e cereais.
Selênio: Carnes, cereais, frutos do mar, castanhas, nozes.
Zinco: Carne bovina, frango, peixe, leguminosas, cereais integrais, nozes.

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RECEITAS DA CHEFE DE PAPINHA

Sugestões de combinações de papinhas:


Papinha de arroz, feijão, batata, abóbora, carne e alface
Papinha de arroz, lentilha, inhame, cenoura, frango e rúcula
Papinha de macarrão, ervilha, mandioquinha, carne e escarola
Papinha de arroz, milho, mandioca, abóbora, peixe e brócolis
Papinha de fubá, vagem, beterraba, frango, tomate e couve
Papinha de macarrão, feijão, chuchu, mandioquinha, carne e espinafre
Papinha de arroz, feijão, inhame, berinjela, carne e almeirão
Papinha de macarrão, lentilha, cenoura, abobrinha, frango e chicória
Papinha de arroz, feijão, cará, beterraba, peixe e alface
Papinha de arroz, grão de bico, abobrinha, cenoura, frango e brócolis

Só cozinhar tudo junto na panela até ficar bem molinho, amassar com garfo e oferecer
para o bebê desde os 6 meses.

Sopa de abóbora, inhame e escarola


500g de abóbora em pedaços
2 inhames em cubinhos
1/3 de maço de escarola picadinha
macarrão cabelo de anjo
alho, cebola, cheiro verde
Em uma panela, refogue no fio de azeite alho e cebola, acrescente os pedaços de abóbora,
refogue por alguns minutos, cubra com água e deixe cozinhar até ficar bem molinha. Bata a
abóbora com a água do cozimento até virar um creme. Volte o creme à panela e
acrescente os inhames cortados em cubinhos. Assim que o inhame cozinhar, acrescente a

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escarola crua cortada em tirinhas finas e o macarrão. Para temperar, acrescente
cheiro verde. Deixe cozinhar até tudo ficar macio e o excesso de água secar. Amasse com o
garfo ou ofereça a sopa em pedaços.

Sopa de legumes
1 tomate sem pele e sem semente
1 mandioquinha
1 batata
1 cenoura
1 chuchu
1 abobrinha
macarrão padre nosso
alho, cebola, salsinha, alho poró, louro.
Em uma panela, refogue o alho, a cebola e a salsinha, acrescente um pouco de alho poró e
o tomate picadinhos. Em seguida, coloque para refogar os legumes cortados em cubinhos.
Tempere com folhas de louro, cubra com água e deixe cozinhar.
Quando estiver tudo bem cozido, acrescente macarrão padre nosso, espere cozinhar por
uns 5 minutos e pronto.

Sopa de feijão, batata e beterraba


feijão previamente cozido
1 beterraba crua ralada
2 batatas em cubinhos
cebola, alho poró
Em uma panela, refogue a cebola e o alho poró e coloque feijão cozido já pronto e
amassado junto com o caldo. Misture no tempero e acrescente água aos poucos para
diluir até a consistência desejada. Em seguida, coloque as batatas em cubinhos, a
beterraba ralada e deixe cozinhar até a batata ficar macia—a ideia é deixar a beterraba
apenas levemente macia. Sirva como uma sopinha ou tudo amassado no garfo.

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Sopa de lentilha vegetariana
250g de lentilha
1 mandioquinha
1 cenoura
1 abobrinha
1 maço de espinafre
1 tomate italiano batido no liquidificador
alho, cebola, salsão, manjericão e louro
Refogue a cebola e o alho no azeite e coloque os talos de salsão, a cenoura, a
mandioquinha e a abobrinha picadas. Misture um pouco para pegar o gosto, acrescente a
lentilha já lavada após ficar de molho desde a véspera, o tomate batido, as
folhas de louro, um pouco de manjericão e cubra com água para cozinhar. Quando faltar
cerca de cinco minutos para ficar pronto, acrescente as folhas de espinafre previamente
lavadas e picadinhas e espere o espinafre murchar.

Frango com legumes e verduras


500g de peito de frango em cubinhos
2 tomates sem pele e sem semente
1 mandioquinha
1 abobrinha
1 maço de escarola
cebola, alho, salsinha, orégano
Em uma panela, refogue o peito de frango em cubinhos junto com uma pasta caseira de
cebola, alho, salsinha e orégano. Acrescente dois tomates sem pele e sem semente,
cortados em cubinhos. Assim que o frango estiver selado dos dois lados, acrescente
mandioquinha e abobrinha picadas, misture um pouco e cubra com água para cozinhar.
Depois de uns 10 minutos de cozimento, acrescente o maço de escarola cortado em
tirinhas e cozinhe até tudo ficar bem macio.

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Linguado com tomate, milho e brócolis
1 filé de linguado cortado em cubinhos
1 espiga de milho cozida e debulhada
Alguns talos de brócolis picadinhos
1 tomate sem pele e sem semente picado
alho, cebola e orégano
Em uma panela, coloque um pouco de azeite e acrescente o alho e a cebola
batidos. Assim que refogar, coloque o linguado cortado em cubos e deixe dourar.
Acrescente o tomate picadinho, o milho debulhado e o brócolis. Se precisar, cubra com um
pouco de água. Sirva quando tudo estiver bem macio.

Macarrão gravatinha com ensopado de frango com abóbora


2 filés de frango
1 abóbora paulista cortada em pedaços com casca
1 tomate picado sem pele e sem semente
1 maço de espinafre
alho, cebola e cheiro verde
macarrão gravatinha ou outro de sua preferência
Refogue no azeite alho e cebola, acrescente os dois filés de frango e grelhe até dourarem,
coloque um pouco de água para cobrir, acrescente cheiro verde e tampe. Quando o frango
estiver cozido, retire-o sem jogar fora a água e desfie no garfo. Devolva o frango desfiado à
panela com a água do cozimento e acrescente a abóbora em pedaços e complete com
água, se necessário. Coloque o tomate picado e deixe tudo cozinhar. Ao final, acrescente o
maço de espinafre e espere murchar. Cozinhe o macarrão separadamente e sirva
acompanhado do ensopado.

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FONTES CONSULTADAS

Manual de Orientação do Departamento de Nutrologia da Sociedade Brasileira de


Pediatria, 3ª edição revisada e ampliada, 2012.
Revista do IDEC—http://www.idec.org.br/em-acao/revista/problemas-de-peso/materia/
infancia-acima-do-peso/pagina/1095
Organização Mundial de Saúde—Infant and young child feeding—http://www.who.int/
mediacentre/factsheets/fs342/en/
Promoting proper feeding for infants and young children—
http://www.who.int/nutrition/topics/infantfeeding/en/
Material de apoio do Curso Bases da Nutrição Infantil e Juvenil—ministrado no Hospital
das Clínicas, em São Paulo-SP, em 6 de setembro de 2014.

PROFISSIONAIS COLABORADORES
Dra. Mônica Liguori de Luna Ferreira, Pediatra, formada na Faculdade de Ciências Médicas
de Santos, título de especialista em pediatria pelo MEC, especializada em amamentação
pelo Centro de Lactação de Santos e IUBAAM, pós-graduada em Homeopatia pela
Associação Paulista de Homeopatia, pós-graduada em Pediatria Lato Sensu pela USP.
Dra. Nathália Nahas Grijó Guedes, Nutricionista, Especialista em Nutrição Humana pelo
Ganep e especialista em Gastroenterologia Pediátrica, Mestre em Ciências pela Unifesp e
Doutora em Ciências pela Unifesp.
Dra. Sylvia Marit Syrdahl, Cirurgiã Dentista, formada em Odontologia pela Universidade de
Alfenas.
Maria Valéria Sales, Fonoaudióloga, formada pela Universidade Católica de Petrópolis,
pós-graduada em Psicomotricidade e especializada em Disfonia.

Muito obrigada a todas as profissionais que colaboraram para que essa apostila se
tornasse realidade e ajudasse muitas famílias a alimentar as crianças corretamente.

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