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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHAO – UFMA

DIRETORIA DE TCNOLOGIAS NA EDUCAÇÃO – DTED


POLO EAD DE FORTALEZA DOS NOGUEIRAS – UAB
CURSO: LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA
DISCIPLINA: LEITURA, INTERPRETAÇÃO E PRODUÇÃO DE TEXTO
CIENTIFICO
PROFESSORA: ANDRÉA DIAS REIS
ACADEMICOS: MARCIO, CARLA, MARIA DAS DORES, LUZINETE E
NILVA

ATIVIDADE 10

FORTALEZA DOS NOGUEIRAS – MA


2023
O IMPACTO DO EXERCÍCIO FÍSICO NAS DOENÇAS PSICOLÓGICAS
(Com Enfoque na Ansiedade)

Resumo: o presente texto examinou o impacto do exercício físico sobre a


ocorrência de sintomas da ansiedade e os mecanismos envolvidos na melhora
do estado psicológico. A pesquisa foi realizada no Medline, contou com
experimentos que permitiu examinar a relação entre o exercício físico e a
ansiedade e a ansiedade e comparou pacientes que participaram de algum tipo
de intervenção terapêutica habitual com pacientes que, além da intervenção
terapêutica, participaram de um programa de atividade física como coadjuvante
terapêutico, no período de 1999- 2010.

Os resultados permitiram demonstrar que o exercício pode estar associado à


menor ocorrência de sintomas da ansiedade, contudo, muitos estudos têm
limitações metodológicas significantes. Há disponível um número considerável
de evidências do valor do exercício na redução de sintomas depressivos e
ansiosos, porém, este não deve substituir o tratamento padrão, especialmente
para aqueles com doença grave. Futuras pesquisas na área são sugeridas
devido à necessidade de mais estudos com metodologia rigorosa antes que o
exercício possa ser recomendado como uma alternativa ao tratamento
tradicional para ansiedade.

Palavras-chave: Exercício Físico. Impacto. Ansiedade.


1.Introdução.

A prática de exercícios físicos é considerada uma ferramenta


fundamental para a boa qualidade de vida, diminuindo o risco do
desenvolvimento de doenças crônico- degenerativas, cardiovasculares, câncer,
diabetes, hipertensão arterial e obesidade (FOX, 1999). Também, está
associada à melhora do bem estar e da saúde mental (SHEPHARD, 2001).

Os benefícios da atividade física são evidenciados através da redução


dos sintomas de ansiedade, da elevação da autoconfiança, favorecendo e
motivando as mudanças dos hábitos de vida em indivíduos com sintomas
depressivos e ansiedade diagnosticada (BLUMENTHAL et al., 1999; DALEY et
al., 2008). Com base nas citaçoes acima, podemos notar que o exercicio fisico
é de duma importancia para a saude fisica e mental em pessoas de todas as
idades.

Apesar de haver inúmeros estudos e revisões que confirmam os


benefícios do exercício, em muitos deles os exercícios foram realizados sem
supervisão, alguns com intensidades variadas, outros utilizaram grupos
heterogêneos em uma mesma amostra (indivíduos saudáveis e não saudáveis;
homens e mulheres; praticantes regulares de atividade física e sedentários;
adultos, idosos e adolescentes, por exemplo) fazendo- nos questionar acerca
da metodologia empregada (SALMON, 2001; CHEIK et al., 2003; SZABO,
2003).

Para saber qual a quantidade ou “dose” de exercício ideal para alcançar


um determinado objetivo usam-se algumas medidas tais como o tempo de
duração de cada sessão, frequência com que se pratica o exercício,
intensidade e total de calorias que foram gastas. No entanto, apenas essas
medidas não são suficientes para determinar qual dose ideal de exercícios uma
pessoa deveria realizar para obter benefícios psicológicos como a redução dos
sintomas depressivos. Outros aspectos que podem influenciar os resultados
precisam ser considerados como, por exemplo, fatores ambientais, ou seja, se
o exercício foi feito em grupo ou individualmente; na academia ou em casa;
com ou sem supervisão. Perguntas relacionadas à eficácia do exercício no
alívio da ansiedade e sobre a relação dose-resposta ainda permanecem: Há
uma quantidade mínima necessária para produzir benefícios? Há um limiar
máximo?

2.Objetivo

Neste trabalho de revisão, o objetivo é examinar o impacto do exercício


físico sobre a ocorrência de sintomas em ansiosos e os mecanismos
envolvidos na melhora do estado psicológico.

3. Método

Foi realizada uma busca computadorizada da literatura no período de


1999 a 2010, utilizando a base de dados Medlline (Medical Literature Analysis
and Retrievel System Online) é uma base de dados online de acesso gratuito a
referências e resumos de revistas científicas da área Biomédica. por
experimentos que examinassem a relação entre exercício físico e ansiedade e
ansiedade e que comparassem pacientes que participaram de algum tipo de
intervenção terapêutica habitual com pacientes que, além da intervenção
terapêutica, participaram de um programa de atividade física como coadjuvante
terapêutico.
Os descritores usados foram: “physical activity” OR “exercise” AND
“depression”; “physical activity” OR “exercise” AND “depressive”; “physical
activity” OR “exercise” AND “anxiety”; "physical activity" OR “exercise” AND
"mental health” e “physical activity” OR “exercise” AND “neurobiology”, que
forneceu um total de 83 trabalhos. Da quantidade total de artigos encontrados
foram escolhidos 16, pois o restante nao englobava o assnto a ser pesquisado.

4. Resultados
Os resultados serão apresentados da seguinte forma: primeiramente
pretendemos examinar o impacto do exercício físico na redução de sintomas
depressivos e ansiosos. Depois, abordaremos os mecanismos envolvidos na
melhora do estado psicológico associados a sua prática.
Sintomas de ansiedade atualmente atingem mais de 340 milhões de
pessoas em todo mundo e estima-se que nos Estados Unidos
aproximadamente 16% da população teve ou terá preenchido critério
diagnóstico para ua ansiedade maior em algum período da vida. Apenas 25%
dos adultos que sofrem dessa doença buscam tratamento apesar dos avanços
farmacológicos e psicoterápicos cada vez maiores (ANN HET ROT., 2009).
O estigma social e a desconfiança dos regimes médicos usados para
tratar a ansiedade são os principais motivos que fazem com que os indivíduos
não busquem tratamento, mesmo reconhecendo os sintomas (U.S. Department
of Health and Human Services, 2001).
Participar de um programa de exercício regular, além de não representar
um estigma, tem um custo relativamente baixo. Além disso, pode ser
seguramente prescrito e controlado na maior parte dos casos. Diversos
estudos sugerem que o exercício físico regular pode estar associado à menor
ocorrência de sintomas de ansiedade e ansiedade em indivíduos ativos e que
tem efeito positivo sobre o humor, possibilitando melhor controle do estresse
(LANDERS, 1999; DIMEO et al., 2001; FUKUKAWA et al., 2004; MARTIN et
al., 2009).
Apesar dos estudos demonstrarem uma redução dos sintomas ansiosos,
existe uma limitação em estabelecer um padrão de eficácia do exercício físico
na redução da ansiedade. Um dos problemas de se estabelecer esse padrão
de eficácia é pela dificuldade que o paciente com diagnóstico tem em se
engajar em um programa de atividade física. A adesão ao exercício por
pacientes com essa patologia é mais baixa do que por pessoas saudáveis, por
isso é preciso motivá-los constantemente (SINGH, 2000; DISHMAN, 2006;
BARTHOLOMEW et al., 2002).
Para testar a eficácia da atividade física na redução dos sintomas da
ansiedade, Blumenthal et al. (1999) desenvolveram um estudo com 156 idosos
de ambos os sexos acima de 50 anos, com diagnóstico de ansiedade
moderada que comparou a eficácia de um programa de exercício aeróbio ao
uso de ansiolitico. O quadro clínico foi avaliado pela escala de Hamilton (HAM-
D), sendo incluídos aqueles que apresentaram uma pontuação igual ou acima
de 13.
O estudo teve duração de 16 semanas e os pacientes foram distribuídos
em três grupos, sendo; (i) Grupo de Exercício (GE) - caminhada rápida ou
bicicleta durante 45 minutos a uma intensidade moderada, que variou entre 70
e 85% da Frequência Cardíaca de Reserva (FCR), 3 vezes por semana; (ii)
Grupo de Medicamento (GM) – dosagem inicial de 50mg/dia, com aumentos
progressivos nas semanas 2, 6, 10, 14 e 16 até 200mg/dia, e (iii) Grupo
Combinado (GC) – medicamento associado ao exercício. Ao final de 16
semanas os três grupos apresentaram redução semelhante dos níveis de
ansiedade, porém os pacientes do grupo que associaram a atividade fisica e
medicação tiverem um melhor resultado no periodo de 4 semanas, isso mostra
que atividade fisicas potencializam a eficácia do tratamento.

5. Discussão

Nos estudos desta revisão observamos que o exercício físico regular


tem uma influência favorável sobre os sintomas de ansiedade e depressão,
porém para que essas intervenções sejam eficazes é necessário um nível
mínimo de atividade ou o equivalente à aproximadamente 30 minutos de
exercício de intensidade moderada, de acordo com órgãos de saúde pública
(Dunn et al., 2001; Dunn et al., 2005; Martin et al., 2009).
Para melhorar o humor e reduzir os níveis de depressão, os exercícios
físicos sistematizados se mostraram mais eficazes do que simplesmente
participar de uma atividades de lazer. Também, exercícios de resistência
podem produzir efeitos positivos, porém na maioria dos estudos analisados
observamos que exercício físico aeróbio foi mais eficiente.
Existe forte correlação entre o aumento da capacidade aeróbia e a
melhora das funções cognitivas, que além de melhorar a qualidade de vida que
pode reduzir sintomas de depressão em idosos. Segundo Blumenthal (1999),
um programa de exercício físico pode ser usado como uma alternativa
terapêutica aos antidepressivos no tratamento da depressão em idosos, porém
o antidepressivo faz com que a resposta terapêutica inicial seja mais rápida.
6.Conclusão

Temos disponível um número considerável de evidencias do valor do


exercício na redução de sintomas depressivos e ansiosos, porém este não
deve substituir o tratamento padrão, especialmente para aqueles com doença
grave.
Por meio das obervaçoes acima citadas, temos conheciento de que a
atividade aerobica é de suma importancia para o tratamento da ansiedade.

Referências Bibliográficas

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