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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ

EDUCAÇÃO FÍSICA

MARIANA FLORES
MANOEL DA SILVA LUCAS NETO

O Impacto da Atividade Física em Pessoas com Depressão e Ansiedade

SÃO JOSÉ
2023
2

MARIANA FLORES
MANOEL DA SILVA LUCAS NETO

O IMPACTO DA ATIVIDADE FÍSICA EM PESSOAS COM DEPRESSÃO E


ANSIEDADE

Projeto apresentado à disciplina de Trabalho


de Conclusão de Curso em Saúde, do curso de
Projeto de Pesquisa em Educação Física da
IES, como um dos pré-requisitos à obtenção
do título de Bacharel em Educação Física.
Orientadora: Profª. Diego Gama Linhares.

SÃO JOSÉ
2023
3

SUMÁRIO
1. Introdução............................................................................................................ 06
2. Objetivos............................................................................................................. 07
3. Materiais e Métodos............................................................................................ 07
4. Resultados e 07
Discussão............................................................................................................
5. Conclusão............................................................................................................ 15
6. Referências.......................................................................................................... 16
4

O IMPACTO DA ATIVIDADE FÍSICA EM PESSOAS COM DEPRESSÃO E


ANSIEDADE

Mariana Flores1

Manoel da Silva Lucas neto²

RESUMO
O estudo consiste em uma pesquisa bibliográfica de caráter descritivo a respeito da prática de
exercícios físicos como fator relevante à saúde mental de pessoas que desenvolvem depressão
e ansiedade. O objetivo deste estudo é verificar como a prática de exercícios físicos pode
contribuir no tratamento da depressão e ansiedade. Para isso, o presente trabalho foi dividido
em: Conceituar sobre o exercício físico e adoecimento mental, demonstrar como a prática de
exercício físico tem efeitos positivos na saúde mental das pessoas.

Palavras chave: Exercício Físico. Saúde Mental. Depressão e Ansiedade.

1
Graduanda em Educação Física - matrícula 202001612823 IES. e-mail:marianaflorex@gmail.com
²Graduando em Educação Física - matrícula 201908526912 IES. email: manoeldasilvalucasneto@yahoo.com.br
5

THE IMPACT OF PHYSICAL ACTIVITY ON PEOPLE WITH DEPRESSION AND


ANXIETY

Mariana Flores1

Manoel da Silva Lucas neto²

ABSTRACT
The study consists of a bibliographic research of a descriptive nature about the practice of
physical exercises as a relevant factor to the mental health of people who develop depression
and anxiety. The objective of this study is to verify how the practice of physical exercises can
contribute to the treatment of depression and anxiety. For this, the present work was divided
into: Conceptualize about physical exercise and mental illness, demonstrate how the practice
of physical exercise has positive effects on people's mental health.

Keywords: Physical Exercise. Mental health. Depression and Anxiety.

1
Graduanda em Educação Física - matrícula 202001612823 IES. e-mail:marianaflorex@gmail.com
²Graduando em Educação Física - matrícula 201908526912 IES. email: manoeldasilvalucasneto@yahoo.com.br
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1. INTRODUÇÃO

Atualmente estamos vivendo em uma era que a velocidade da informação, por meio
de computadores e smartphones, chega muito rápido, fato que acostuma as pessoas a terem
comportamentos cada vez mais dependentes, ansiosos e estressados, fazendo com que
sintam-se incapazes frente aos problemas do dia a dia, pois hoje a grande maioria da
comunicação é feita por rede social e pouco se tem conhecimento das relações interpessoais e
intrapessoais.
A depressão é uma patologia que possui um grande impacto social, pois influencia
não apenas na capacidade individual como na vida familiar. De acordo com a Organização
Mundial de Saúde (OMS), a Saúde Mental pode ser considerada um estado de bem-estar, que
possibilita ao indivíduo desenvolver habilidades pessoais para responder aos desafios da vida
e contribuir com a comunidade. (BRASIL, 2023)
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),
comparando os anos de 2013 e 2019, houve no Brasil um significativo aumento do número de
indivíduos que reportaram diagnóstico de depressão por profissional de saúde mental.
Com a pandemia da COVID-19, bilhões de pessoas em todo o mundo foram afetadas
pelo impacto adicional na saúde mental. O isolamento social gerou e agravou os quadros
depressivos e de ansiedade. Estudos apontam que os casos de depressão e ansiedade
praticamente dobraram desde o início da pandemia (BRASIL, 2020)
Segundo dados do Ministério da Saúde, o Brasil é o país da América Latina com o
maior contingente de indivíduos sofrendo de depressão e o maior do mundo em ansiedade.
Inúmeras pesquisas têm reportado que o número de pessoas que têm a doença aumentou
globalmente após a quarentena (BRASIL, 2022)
A grande maioria das pessoas apesar de saber que o exercício praticado com
regularidade é bom para o corpo, não se atentam ao fato de que a prática regular de exercício
físico também pode ser uma das maneiras mais eficazes para melhorar a saúde mental, além
de aliviar o estresse, melhorar a memória, o estado de humor e o sono.
Muito se discute sobre os efeitos do exercício físico na fisiologia, biologia e anatomia
nos sistemas cardiovascular, respiratório e musculoesquelético, no entanto, os benefícios do
exercício físico na saúde mental ainda precisam de mais entendimento.
7

2. OBJETIVOS
O presente estudo visa analisar como a prática de exercícios físicos pode contribuir no
tratamento da saúde mental, em especial com abordagem no presente trabalho para pessoas
que sofrem com depressão e ansiedade. Para isso, o estudo buscou conceituar sobre o
exercício físico, depressão e ansiedade, bem como buscou demonstrar como a prática de
exercício físico pode promover efeitos positivos na saúde mental das pessoas.

3. MATERIAIS E MÉTODOS
Neste estudo, optou-se por realizar uma revisão bibliográfica sobre conceituar
exercício físico, depressão e ansiedade e demonstrar como a prática de exercício físico tem
efeitos positivos na saúde mental das pessoas.
A revisão bibliográfica foi desenvolvida e fundamentada a partir da análise na
doutrina e em de artigos científicos, obtidos nas plataformas, Google Scholar, PubMed,
Scientific Eletronic Library Online (SciELO) e também sites oficiais de organizações que
contemplassem a temática envolvida na pesquisa.
Os descritores utilizados durante a pesquisa foram Exercício Físico, Saúde Mental,
Depressão e Ansiedade. Artigos originais e revisões bibliográficas publicados entre 2018 a
2023 foram incluídos na revisão e seus dados discutidos.

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Primeiramente, através da doutrina buscou-se conceituar Exercício Físico e Atividade
Física, bem como buscou-se compreender o diagnóstico patológico da Depressão e
Ansiedade.
Em seguida foram realizadas buscas de artigos científicos, que resultou em uma base
de 20 bibliográfica, em consonância com os objetivos exposto do presente estudo, foram
criteriosamente selecionados 05 artigos das bases Scielo e sites oficiais de organizações que
contemplassem a temática envolvida na pesquisa, os quais foram lidos e serão discutidos a
seguir.
8

4.1 Conceitos de Exercício físico e Atividade Física

Comumente verificamos na literatura os termos atividade física e exercício físico


como sinônimos, todavia isso não está correto. A definição dessas terminologias deve ser
distinta para um preciso entendimento.
Zuntini (2018) apud Cheike (2003), faz uma diferenciação fundamental, destacando
as diferenças entre atividade física e exercício físico:
vale destacar a importância do discernimento entre o conceito de Atividade Física
que é uma expressão genérica que pode ser definida como qualquer movimento
corporal, produzido pelos músculos esqueléticos, que resulta em gasto energético
maior do que os níveis de repouso, e do Exercício Físico (um dos seus principais
componentes), que é uma atividade física planejada, estruturada e repetitiva que tem
como objetivo final ou intermediário aumentar ou manter a saúde/aptidão física
(CHEIKE, 2003).

Segundo o Colégio Americano de Medicina Esportiva (ACSM), define-se atividade


física como algum movimento corporal produzido pela concentração dos músculos que
resulte em um aumento no gasto energético acima dos níveis de repouso. Pode-se
exemplificar como uma caminhada na praia, lavar roupas, dar uma volta de bicicleta.
Já o exercício físico define-se como um tipo de atividade física planejada, estruturada
e repetitiva de algum movimento corporal, que proporciona melhoria ou manutenção de um
ou mais componentes da aptidão física. Sendo estes componentes: a força muscular,
resistência muscular, o endurance cardiovascular, a composição corporal e a flexibilidade
(grifo nosso).
A ACSM define força muscular como a habilidade dos músculos exercerem força. Os
músculos podem produzir força enquanto se encurtam (ação concêntrica), alongam (ação
excêntrica) ou manter determinado comprimento (ação isométrica), assim como ações
combinadas (excêntrica + concêntrica) e velocidade constante (ação isocinética).
De acordo com Weineck (1991), resistência pode ser definida como a capacidade
psicofísica do indivíduo resistir à fadiga, podendo manifestar-se sob a forma de resistência
muscular localizada e geral; aeróbia ou anaeróbia, de curta, média e longa duração; resistência
de força, resistência de força rápida e resistência de velocidade. Já o termo endurance, que é
amplamente utilizado, significa a capacidade de resistência aeróbia de longa duração, ou seja,
a capacidade de manter contrações musculares por um período de tempo prolongado.
9

Juntamente com a força, resistência e endurance, a flexibilidade também é um


componente importante do desempenho muscular, sendo o arco completo de um determinado
movimento.
Segundo Ribeiro (1998) existem muitos tipos e formas de exercício. O exercício pode
dizer respeito a uma atividade realizada individualmente ou em grupo; b) um desporto
competitivo ou uma atividade física de lazer; c) uma atividade aeróbia ou anaeróbia; d)
exercício crónico ou agudo; e) pode-se referir a uma atividade desenvolvida por sujeitos que
diferem na sua condição e capacidades físicas.
Por tipos de exercícios físicos aeróbios entende-se “o exercício produzido com baixa
intensidade num longo espaço de tempo” (American College of Sports Medicine, 1971, cit.
por Ribeiro, 1988). O exercício físico anaeróbio é “o exercício produzido num espaço de
tempo breve e com muita intensidade” (American College of Sports Medicine, 1971, cit. por
Ribeiro, 1988).

4.2 Compreensão do diagnóstico da depressão e ansiedade


Será que sabemos mesmo o que é Depressão? A Depressão Segundo Nardi (1998, p.
9), assemelhando-se a uma tristeza mais intensa, a depressão significa um transtorno do
humor grave e frequente. Uma doença que se inicia aos poucos, e é acompanhada por vários
outros sintomas, como por exemplo, o desinteresse, a desordem no apetite e no sono, e a
dificuldade de concentração.
Canale e Furlan (2006) ressaltam que o termo depressão era usado inicialmente para
caracterizar sintomas ou estados mentais, sendo que este nome era conhecido como
melancolia, termo usado há mais de vinte e cinco séculos, que além de indicar uma das
doenças mentais, também correspondia a um tipo de temperamento – um baixo estado
emocional, infelicidade, desânimo e tristeza.
Ainda de acordo com Canale e Furlan (2006), o termo depressão atualmente significa
uma patologia de humor, que de forma direta necessita ser identificada e tratada, e que não
está relacionada ao caráter do indivíduo, nem com a própria vontade do mesmo.
Segundo Jardim (2011), a depressão é uma das reações a perdas e a ameaças de perda,
seja de emprego ou de um contexto social estruturante, que podem induzir à fragmentação da
identidade psíquica. O trabalho formal, uma profissão, uma carreira, por sua vez, também não
são garantia de um presente estável ou um futuro promissor. Mas, vale apontar que as pessoas
com depressão frequentemente queixam-se da falta de trabalho, da ameaça de perdê-lo ou das
pressões a que se submetem para preservá-lo.
10

A depressão ou perturbação depressiva major pode ser definido como um estado


mental e físico que é caracterizado por uma mudança de humor, tornando-se infeliz, triste,
desencorajado, irritável, frio, receoso, desanimado, sem esperança e abatido. A depressão ou
perturbação depressiva major é também frequentemente indicada como um estado clínico que
requer intervenção. (Winokur, 1981).
Para Serra Vaz (1994) uma pessoa deprimida caracteriza-se, fundamentalmente, pela
incapacidade que o indivíduo sente para a vida em geral ou, especificamente, no seu trabalho
e ambiente social e familiar, estando esta relacionada com a gravidade da depressão .
O Transtorno Depressivo Maior (TDM) ou Depressão é, segundo o Manual de
Diagnóstico e Estatística das Perturbações Mentais (DSM-IV) de 2002:
Um período de pelo menos duas semanas durante o qual existe humor depressivo ou
perda de interesse em quase todas as atividades. Os indivíduos devem, também,
experimentar pelo menos um sintoma adicional de uma lista que inclui alterações no
apetite ou peso, sono e atividade psicomotora, diminuição da energia, sentimentos de
desvalorização pessoal ou culpa, dificuldades em pensar, concentrar-se ou tomar
decisões, ou pensamentos recorrentes a propósito da morte ou ideação, planos ou
tentativas suicidas.

Winokur (1981) salienta a importância da “variação diurna”, indicando que durante a


manhã, o indivíduo sente-se mais deprimido e desanimado, melhorando o seu sentimento até
ao final do dia. Esta questão poderá ter interesse no que se refere à prática do exercício físico
como meio de gerir esta perturbação.
Existem casos em que indivíduos podem apresentar depressão juntamente com
ansiedade ou vice-versa. Dentre as pessoas que possuem depressão, quase a metade também é
diagnosticada com ansiedade.
A Associação Americana de Psiquiatria (APA), afirma que a ansiedade é considerada
um dos transtornos mentais que mais acometem a população adulta. Segundo algumas
pesquisas, cerca de 30% das pessoas já tiveram ansiedade em algum momento de sua vida e,
as possíveis causas estão relacionadas às experiências de vida e funcionamento do corpo
(APA, 2014).
Conforme as diretrizes da APA, a ansiedade é uma resposta comum ao estresse e, em
circunstâncias particulares, pode ser vantajosa ao manter o sujeito alerta em face de uma
ameaça iminente. A ansiedade se converte em um distúrbio quando os sintomas evoluem para
um tipo particular de pânico e um medo intenso que prejudicam a rotina e a vida diária (APA,
2014).
11

4.3 Resultados e Discussões dos Artigos Bibliográficos

O trabalho realizado por Martins et al. (2022), analisou o nível de atividade física
realizada por pessoas com depressão. Como resultado ficou evidenciado que a prática de
atividade física tem a capacidade de produzir benefícios físicos, sociais e psicológicos, além
de garantir significativa melhoria na qualidade de vida das pessoas, também é responsável por
garantir um bom condicionamento físico e por estimular a interação social dos pacientes,
fazendo com que se reintegrarem na sociedade.
Para Aurélio e Sousa (2020), buscou-se na literatura estudos sobre a prática de atividade
física e seus benefícios para redução da incidência de depressão e ansiedade na pandemia do
COVID-19, o que resultou em achados evidenciando como a prática regular de Atividade
física possui inúmeros benefícios, psicológicos, sociais, sendo considerada uma ferramenta
terapêutica não farmacológica para redução da ansiedade e depressão.
O Trabalho de Borges (2021), buscou identificar os principais fatores que levam os jovens
a desenvolver transtornos ansiosos e depressivos e como a atividade física e o exercício físico
podem reduzir e/ou prevenir esses transtornos. Utilizando-se de pesquisa bibliográfica na
linha de Ciências do Esporte e Saúde, foi identificado que as principais causas da ansiedade e
depressão em jovens se dá por diversos fatores internos e do ambiente, que influenciam de
forma psicológica e física na vida desses indivíduos. Nas conclusões deste trabalho, ficou
evidenciado que o exercício físico se mostrou eficaz no controle dos altos níveis de
ansiedade-estado. Isso pode ser especialmente benéfico para estudantes com estágio de
ansiedade mais elevado, normalmente associado a fatores externos como pressões associadas
aos seus estudos e demais atribuições.
Outra abordagem, Balaroti (2021), no descrito de revisão bibliográfica o objetivo do
estudo foi destacar as possibilidades de aplicação da atividade física como recurso auxiliar
terapêutico destes transtornos depressão e ansiedade. O estudo demonstrou que a intensidade
e frequência de atividade adequada aos indivíduos com estes transtornos, poderiam assegurar
a prescrição da atividade física como recurso terapêutico em conjunto com outras terapêuticas
já instituídas no tratamento e prevenção da ansiedade e depressão com mais especificidade e
segurança.
Shen (2022), através da pesquisa buscou-se explorar o efeito da intervenção com
exercício em pacientes (estudantes universitários) com depressão analisando seu efeito de
12

reabilitação. Como método optou-se pela forma de educação física combinada com atividades
extracurriculares. O grupo experimental de educação física completou cerca de 45 minutos de
corrida de baixa intensidade, realizando a recuperação física e o descanso sob orientação dos
professores. A forma esportiva de atividades extracurriculares foi o basquete, duas vezes por
semana. A educação física combinada com as atividades extracurriculares totalizou um total
de 4 vezes semanais, com duração total de seis semanas. A intervenção no exercício teve
efeito redutor nos escores do teste psicológico dos participantes, revelando um alívio de suas
condições psicológicas. A intervenção no exercício apresentou efeitos evidentes sobre a
melhoria dos fatores de somatização (sintomas obsessivo-compulsivos, depressão,
interpessoais, paranoicos, de ansiedade e hostis). Como conclusão evidenciou-se que o plano
de exercício personalizado é recomendado para os alunos com depressão, sendo a promoção
do exercício físico correspondente extraclasse, visando melhorar o estado psicológico dos
alunos e melhorar a sua saúde mental.

AUTOR/ANO OBJETIVO MÉTODO E PRINCIPAIS CONCLUSÕES


GERAL AMOSTRA RESULTADOS

Martins et al., 2022 Analisar o nível de Metodologia A maior produção A prática de


atividade física fenomenológica de atividade física
realizada por hermenêutica ou neurotransmissores, proporciona
pessoas com pesquisa como a serotonina, inúmeros benefícios
depressão. qualitativa. e o aumento do para a saúde dos
Utilizados para número de sinapses indivíduos,
sua elaboração: previne a atrofia do apresentando-se
artigos, livros e hipocampo, como uma
monografias associada à importante
depressão e alternativa não
ansiedade farmacológica que
auxilia no
tratamento da
depressão

AURÉLIO, S.S., o objetivo de Revisão de a prática regular de A prática de


SOUZA F. 2020 buscar na literatura literatura AF possui inúmeros Atividade física é
estudos sobre a realizada de benefícios, considerada um
prática de atividade setembro a psicológicos, método não
física e seus outubro de 2020. sociais, sendo farmacológico
benefícios para Foram utilizados considerada uma acessível e eficaz
redução da os descritores em ferramenta para auxiliar no
incidência de português e terapêutica não tratamento e na
depressão e inglês: “pandemia farmacológica para redução da
ansiedade na COVID-19/COVI redução da incidência dos casos
pandemia do D-19 pandemic”, ansiedade e de depressão e
COVID-19 “ansiedade/anxiet depressão ansiedade
y”,
“depressão/depres
13

sion”, “saúde
mental/mental
health”,
“atividade
física/physical
activity” nas
plataformas
Google Scholar,
PubMed,
Scientific
Eletronic Library
Online (SciELO)
e também no
acesso a sites de
organizações de
saúde física e
mental.

BORGES, Isys Identificar os Pesquisa Foi identificado O exercício físico se


Stéfany da Silva, principais fatores bibliográfica na que as principais mostrou eficaz no
2021. que levam os linha de Ciências causas da ansiedade controle dos altos
jovens a do Esporte e e depressão em níveis de
desenvolver Saúde. jovens se dá por ansiedade-estado.
transtornos Utilizou-se a base diversos fatores Isso pode ser
ansiosos e de dados da internos e do especialmente
depressivos e como National Library ambiente, que benéfico para
a atividade física e of Medicine influenciam de estudantes com
o exercício físico (PubMed), com forma psicológica e estágio de ansiedade
podem reduzir e/ou publicações dos física na vida mais elevado,
prevenir esses últimos 3 anos, de desses indivíduos. normalmente
transtornos acordo com a associado a fatores
estratégia PICo e externos como
os descritores pressões associadas
ansiedade, aos seus estudos e
depressão, demais atribuições.
exercício físico e
saúde mental.

BALEOTTI, Maria o objetivo do Revisão Os artigos O estudo


Eulalia, 2018 presente estudo foi bibliográfica com selecionados demonstrou que a
destacar as base em uma sugerem que a intensidade e
possibilidades de revisão de atividade física frequência de
aplicação da literatura, artigos pode ter um papel atividade adequada
atividade física e referências importante na aos indivíduos com
como recurso tanto impressas prevenção e estes transtornos,
auxiliar terapêutico como digitais. tratamento dos poderiam assegurar
destes transtornos transtornos a prescrição da
depressão e analisados. atividade física
ansiedade como recurso
terapêutico em
conjunto com outras
terapêuticas já
instituídas no
tratamento e
prevenção da
ansiedade e
depressão com mais
especificidade e
segurança
14

SHEN, Yang. 2022. Explorar o efeito Elegeu-se a forma A intervenção no O plano de exercício
da intervenção do de educação exercício teve personalizado é
exercício em física combinada efeito redutor nos recomendado para
pacientes com com atividades escores do teste os alunos com
depressão, extracurriculares. psicológico dos depressão, sendo a
analisando o seu O grupo participantes, promoção do
efeito de experimental de revelando um alívio exercício físico
reabilitação. educação física de suas condições correspondente
completou cerca psicológicas. A extraclasse, visando
de 45 minutos de intervenção no melhorar o estado
corrida de baixa exercício psicológico dos
intensidade, apresentou efeitos alunos e melhorar
realizando a evidentes sobre a sua saúde mental.
recuperação física melhoria dos
e o descanso sob fatores de
orientação dos somatização
professores. A (sintomas
forma esportiva obsessivo-compulsi
de atividades vos, depressão,
extracurriculares interpessoais,
foi o basquete, paranoicos, de
duas vezes por ansiedade e hostis).
semana. A
educação física
combinada com
as atividades
extracurriculares
totalizou um total
de 4 vezes
semanais, com
duração total de
seis semanas.

Como descrito ao longo do trabalho, o transtorno depressivo maior (TDM) ou


depressão é uma doença que afeta muitas pessoas, muito embora os tratamentos atuais sejam
eficazes em um segmento da população com TDM, há uma clara necessidade de estratégias de
tratamento alternativos. O exercício é uma dessas opções de tratamento alternativo.
O exercício físico regular e sistematizado também relaciona e torna-se relevante no
processo de prevenção de doenças e deficiências funcionais, minimizando fatores de riscos
para o desenvolvimento de doenças, adentrando na atuação do setor primário, secundário e
terciário (MARQUEZ et al., 2019).
Ribeiro (1998) relata que o exercício físico beneficia as questões fisiológicas do nosso
organismo, com o aumento da temperatura corporal e da oxigenação no córtex cerebral, bem
como com aumenta o volume de monoaminas (bioquímico) e ajuda nos aspectos psicológicos
(concentração e tomada de decisão).
15

Katzer (2007) explica que o exercício beneficia a melhora da resistência óssea, da


força muscular, da flexibilidade corporal, da aptidão motora e da aptidão metabólica, além da
função cognitiva, da saúde mental e do ajustamento social.
Segundo Cooper (1982) apud Stella (2002), o exercício físico, aeróbio, efetivado com
longa duração (a partir de 30 minutos) e intensidade moderada, promove alívio do estresse ou
tensão, decorrente dos elevados níveis dos hormônios denominados endorfinas que liberados
em regiões do cérebro; reduz o impacto estressor, prevenindo ou reduzindo os transtornos
mentais de ordem depressivas, o que estudos já comprovam.
Para Maughan (2000), durante uma sessão de exercício a 50% da frequência cardíaca
máxima, ocorre um aumento de ácidos graxos no plasma. Este evento ocorre devido à ação
das catecolaminas sinergicamente com o aumento do fluxo sanguíneo nos adipócitos
estimulando a lipólise, levando a uma elevada concentração de ácidos graxos, que desloca o
triptofano de seus sítios de ligação na albumina, acarretando aumento da sua concentração
livre no plasma.
Portanto, há um aumento da captação e oxidação de aminoácidos de cadeia ramificada
pelos músculos, reduzindo sua concentração na circulação sanguínea. Este evento faz com
que ocorra um aumento do triptofano livre no plasma, facilitando a ultrapassagem da barreira
hematoencefálica, resultando no aumento da síntese de serotonina, o que afeta o humor do
indivíduo. (Cheik, 2003).

5. CONCLUSÃO
Com este estudo, pode-se constatar que o exercício físico, pode auxiliar no combate
à depressão, gerando resultados fisiológicos, psicológicos e no convívio social dos doentes.
Sobre os efeitos psicológicos que advêm do exercício físico, concluiu-se que a
continuidade da prática é importante para pessoas com a doença, pois ficou evidenciado que
o exercício físico proporciona benefícios positivos, tanto através de uma caminhada com
baixa intensidade, quanto através de atividades físicas de baixa duração e com intensidade
moderada. Também ficou evidente que exercícios físicos praticados por mais de 10 semanas
reduzem os sintomas depressivos.
Mediante a exposição do que foi explanado ao longo do trabalho, conclui-se que um
programa de exercício físico prazeroso e que favoreça o convívio social das pessoas
acometidas pela depressão é um aspecto muito importante a ser considerado, pois o aumento
dos relacionamentos sociais para estes indivíduos favorece a diminuição dos sintomas da
16

doença.
Por fim, vale ressaltar que a atuação do profissional de Educação Física torna-se
importante na redução dos sintomas da depressão, uma vez que ele deve ser o responsável
pela elaboração de treinos e propostas de exercícios atualizados, adequados, seguros e acima
de tudo, eficientes e prazerosos ao praticante. Além disso, deve considerar o envolvimento
dos aspectos sociais, fisiológicos e psicológicos, realizando prescrições que incentivem as
pessoas com depressão, variando o máximo possível as possibilidades, bem como avaliando
frequentemente e juntamente com o médico do doente, a evolução e os possíveis progressos
do quadro instalado. Tudo isso, visando maximizar os possíveis benefícios da prática regular
de exercícios físicos no combate a esta doença que já acomete muitas pessoas.

6. REFERÊNCIAS
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