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Objectivos de Aprendizagem
Até ao fim da aula os alunos devem ser capazes de:
1. Demonstrar como avaliar o nível de consciência (escala de Glasgow).
2. Demonstrar como, de forma simples, avaliar algumas capacidades cognitivas
(introdução de testes simples, como o Mini mental test).
3. Demonstrar as técnicas para avaliar a funcionalidade dos nervos cranianos principais.
Estrutura da Aula
Bloco Título do Bloco Duração
Material e Equipamento:
Estetoscópio: 1 para cada 2 alunos
Poster dos nervos cranianos e orgãos inervados
Esquema de bolso com a escala de Glasgow
Lanterna de bolso: 1 para cada 2 alunos
Martelo para a evocação dos reflexos: 1 para cada 2 alunos
Tampa de caneta OU espatula OU cabo do martelo de reflexos: para testar a
sensibilidade
Luvas: 2 pares para cada aluno
Algodão ou gaze: 1 saquinho para cada grupo
Álcool: 1 garrafa em total
Café soluvel; folhas de cha: para testar o nervo olfactivo
Formato do processo clínico do paciente: de consulta externa, do internamento, da
consulta de pediatria, da consulta de TARV
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BLOCO 1: INTRODUÇÃO À AULA (10 min)
1.1 Apresentação do tópico, conteúdos e objectivos de aprendizagem.
1.2 Apresentação da estrutura da aula.
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2.3. Avaliação das capacidades cognitivas:
A memória é a capacidade de recordar e reviver eventos anteriores e de
localizá-los no tempo e no espaço. Diferencia-se em:
o Memória recente: fatos recentes, de minutos, dias ou semanas atrás
o Memória remota: fatos ocorridos há meses ou anos
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3.1. Para realizar a avaliação do nível de consciência, o clínico deve:
Pedir ao paciente para ficar sentado na cadeira ou na marquesa e fazer
perguntas simples como: “Qual é o teu nome?”, “Sabes onde estás agora?”,
“Que dia é hoje?”,
Em caso de alterações da conciência, aplicar a escala de Glasgow e avaliar o
seguinte:
o A resposta dos olhos: observando a capacidade de abrí-los
espontaneamente ou após um pedido como: “Abra os olhos?” ou após
estímulos dolorosos como pinçar a pele sobre o esterno arcadas
supraciliares, ou mamilo.
o A resposta motora: observar a capacidade do paciente de executar
correctamente acções requisitadas como “dobre a perna”, ou o tipo de
reacção (flexão/extenção dos membros, localização do estímulo) após aplicar
estímulos tácteis como tocar ou abanar o paciente ou estímulos dolorosos
descritos acima
o A resposta verbal: avaliar a resposta à perguntas específicas, à eventuais
sons emitidos após uma pergunta ou à estimulos dolorosos como descrito
acima
Anotar cada resposta e atribuir o número correspondente na escala de Glasgow
(tabela 1), somar os números e definir o grau de coma: 15 é o estado de
normalidade; abaixo de 7-8 é o estado de coma
3.2. Para realizar a avaliação das funções cognitivas, o clínico deve fazer perguntas
simples ao paciente e avaliar como ele responde
Avaliação da memória recente: Perguntar: “Que dia da semana é hoje, que dia
era ontem?” ou “Lembra se ontem choveu?”; ditar uma série de números ou
nomes pedir para o paciente repetir.
Avaliação da memória remota: perguntar “lembra quem é o presidente de
Mocambique?”;
Avaliação da atenção: Fazer as perguntas acima mencionadas e observar se o
paciente responde logo, se fica pensando em outras coisas, se responde ou não,
se está interessado na consulta e focado no que está a falar. Pedir ao paciente
para repetir uma séries de números em ordem ou ao contrário (escolher os
números e palavras dependendo do grau de educação do paciente): exemplo
“3,7,9, 24”; pedir para soletrar a palavra “casa” por ordem directa e ao contrário.
Avaliação da linguagem falada: é avaliada ao longo da recolha da anamnese
A avalição da linguagem escrita (caso o paciente saiba escrever) pedir para o
paciente escrever seu nome ou uma frase simples que pode ser ditada.
3.3. Para realizar a avaliação dos nervos cranianos, o clínico deve:
Pedir ao paciente para sentar na cadeira ou marquesa e posicionar-se na sua frente, e
começar a avaliação dos nervos cranianos com manobras específicas para cada nervo:
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3.3.1 Nervo olfactivo (I)
Pedir ao paciente para fechar os olhos, e colocar perto do nariz dele
susbstâncias com odores conhecidos como café, tabaco e pedir para ele
reconhecer o aroma. Primeiro testar com as duas narinas abertas e depois
com uma fechada, alternadamente.
3.3.2 Nervo óptico (II)
Perguntar ao paciente se usa óculos ou lentes de contacto, caso a resposta
for sim avaliar o nervo óptico com os óculos. Os testes a serem feitas são:
Acuidade visual (para longe/perto): consultar aula 9
Campo visual ou campimetria: consultar aula 9
3.3.3 Nervos oculomotor (III), Nervo Troclear (IV), Nervo Abducente (VI)
Avaliar os movimentos dos músculos oculares extrínsecos: executar o teste
de perseguição: consultar aula 9
Avaliar as reacções pupilares à luz e acomodação: consultar aula 9
Observar as pálpebras dos olhos e se uma pálpebra está mais fechada ou
não abre completamente com respeito a do outro olho.
3.3.4 Nervo trigêmeo (V)
Avaliar a massa e tonus dos músculos da face: palpar as regiões temporais e
masseterinas.
Avaliar a funcionalidade dos músculos da face: pedir ao paciente para abrir a
boca, mostrar os dentes, lateralizar a mandíbula.
Avaliar a sensibilidade dessas regiões aplicando estímulos tácteis não
dolorosos com uma mecha de algodão nas regiões do rosto.
Avaliar a sensibilidade da córnea: com uma mecha de algodão tocar
suavemente o olho do paciente, entre a esclerótica e a córnea, enquanto o
paciente fica com os olhos virados para o lado oposto à estimulação. Avaliar
a resposta: a contracção do músculo orbicular da pálpebra, com o
fechamento do olho é a resposta normal (reflexo córneo-palpebral).
3.3.5 Nervo facial (VII)
Avaliar a componente motora e observar enventuais asimentrias nos
seguintes movimentos: pedir ao paciente para enrugar a testa, franzir os
supercílios, fechar forte as pálpebras, mostrar os dentes, abrir a boca,
assobiar, inflar a boca.
3.3.6 Nervo vestíbulo-coclear (VIII)
Avaliar a capacidade do paciente de ouvir: dizer algumas palavras como
“casa”; “igreja”, “hospital” diminuindo o tom de voz até chegar ao cochicho e
cobrindo a boca com a mão, pedindo ao paciente para dizer a palavra que
está ouvindo.
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3.3.7 Nervo Glosso faríngeo (IX) e Nervo vago (X)
Avaliar a capacidade de deglutir: pedir ao paciente para deglutir a saliva ou
um copo de água. Pedir para falar alto com a boca aberta, as vocais “A” ou
“E” e observar o movimento da úvula: que normalmente está na posição
mediana da oro-faringe.
Avaliar o ramo laríngeo do nervo X: escutar a voz/fala, a capacidade de falar,
do paciente; se alterado o paciente apresenta alterações da fala.
3.3.8 Nervo Acessório (XI)
Avaliar a inervação dos músculos trapézio e esternocleidomastoideo: pedir
ao paciente para elevar os ombros espontaneamente e contra as mãos do
clínico que aplicam uma força contrária ao movimento. Em caso de lesão o
ombro não se eleva (déficit do músculo trapézio).
Pedir ao paciente para rodar a cabeça espontaneamente e contra a mão do
clínico que aplica uma forca contrária ao movimento: em caso de lesão a
cabeça não roda para o lado oposto à lesão (músculo
esternocleidomastoideo).
3.3.9 Nervo hipoglosso (N XII)
Avaliar os movimentos da língua: pedir ao paciente para movimentar a língua
para todos os lados, para dentro e fora da boca forçando-a ao encontro com
a bochecha.
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Interpretação dos achados
Registo dos achados
Comunicação com o paciente sobre os achados