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AVALIAÇÃO FUNCIONAL –

AULA 03
PROFESSORA RIELLE MESQUITA
Avaliação neurológica – parte 02
• Reação pupilar (atualização 2018): A reatividade pupilar é avaliada
após a aplicação da escala convencional, suspendendo
cuidadosamente as orientações do paciente e direcionando um
foco de luz para seus olhos.
• Caso duas pupilas sejam fotorreagentes, nada será subtraído da
pontuação da escala. Se apenas uma das pupilas não reagir, um
ponto será subtraído da pontuação da escala. Se nenhuma das
duas pupilas reagir, dois pontos serão subtraídos da pontuação da
escala.
• A não ocorrência da pupila indica uma maior gravidade e pior
prognóstico.
Como utilizar a escala de Glasgow
corretamente
• É importante lembrar que a escala de Glasgow não tem como
objetivo determinar a magnitude do dano cerebral do
paciente, mas sim medir o nível de consciência ou de alerta.
• A avaliação deve ser realizada por um profissional de forma
periódica para avaliar como muda a situação clínica do
paciente.

• Responder: Registre a resposta do paciente em cada um dos


tópicos da escala.
• Somar: Some as notas obtidas em cada um dos tópicos da
escala.
• Marcar: Marque “NT” na classificação caso não seja possível
obter resposta do paciente por conta de alguma limitação.
• Verificar: identificar fatores que podem interferir na capacidade de
resposta do paciente.
• Observar: analisar o paciente e ficar atento a qualquer comportamento
espontâneo dentro dos três componentes da escala.
• Estimular: caso o paciente não aja espontaneamente nos tópicos da
escala, é preciso estimular uma resposta.
• Abordá-lo na ordem abaixo:
• — Estímulo sonoro.
• — Estímulo físico.
• Pontuar e somar: os estímulos que obtiveram a melhor resposta do
paciente devem ser marcados em cada um dos três tópicos da escala.
• Analisar a reatividade pupilar
(atualização 2018): suspender
cuidadosamente as pálpebras
do paciente e direcionar um
foco de luz para seus olhos.
• Registrar a nota
correspondente à reação ao
estímulo.
• Esse valor será subtraído da
nota obtida anteriormente,
gerando um resultado final mais
preciso.
• Essas reações devem ser
anotadas periodicamente para
possibilitar uma visão geral do
progresso ou deterioração do
estado neurológico do paciente
Avaliação das funções corticais
• Ferramenta importante para diagnosticar e tratar distúrbios
neurológicos que afetam a função cognitiva. Os resultados da
avaliação podem fornecer informações valiosas sobre as
habilidades cognitivas do paciente e ajudar a orientar as decisões
de tratamento.
• Os testes utilizados no exame das funções
corticais podem ser divididos em quatro partes:
• Praxias: testes que avaliam a capacidade de
realizar movimentos propositais, como usar
uma ferramenta ou imitar gestos.
• Gnosias: testes que avaliam a capacidade de
reconhecer e identificar objetos, pessoas e
sons.
• Linguagem: testes que avaliam a capacidade de
compreensão e produção da linguagem,
incluindo leitura e escrita.
• Cálculo: testes que avaliam a capacidade de
realizar cálculos matemáticos.
Afasias
• O termo afasia significa perda da memória da palavra.
Trata-se de uma condição decorrente de uma lesão
cerebral, comumente no hemisfério esquerdo,
frequentemente causada por acidentes vasculares
cerebrais.
• Afasia sensitiva ou afasia de Wernicke : se expressam
com frases longas e complexas que muitas vezes não
fazem sentido no contexto da conversa, ou incluem
palavras incompreensíveis, incorretas e desnecessárias.
• Afasia motora ou de Broca: grande dificuldade para se
expressar e limitações em achar as palavras, falando
frases muito curtas e omitindo palavras. Exemplo de fala
de um paciente com essa afasia: “Quer comida” ou
“Parque de caminhada hoje”, sendo que o ouvinte
algumas vezes entende o contexto do que foi dito.
Afasias
• A afasia mista ou global evolve uma grande
dificuldade de compreensão e produção de
linguagem, correspondendo à forma mais grave de
afasia. Indivíduos com esse tipo de afasia têm perda
completa da capacidade de compreender a
linguagem, de formular a fala e de repetir sentenças,
combinando dessa forma as afasias de Broca, de
Wernicke e de condução.
Apraxias
• Apraxia é um distúrbio neurológico que afeta a capacidade de
executar ou realizar movimentos e gestos qualificados, apesar de ter
capacidade física e desejo de realizá-los
• Resulta da disfunção dos hemisférios cerebrais do cérebro,
especialmente do lobo parietal, que está envolvido na coordenação
do movimento e no processamento de sensações como paladar,
audição e tato.
• Existem vários tipos de apraxia, como por exemplo:
• Apraxia da fala: Um distúrbio dos sons da fala que afeta as vias
cerebrais envolvidas no planejamento da sequência de
movimentos envolvidos na produção da fala. Pode-se apresentar
dificuldade em dizer o que quer de maneira correta e consistente
• Apraxia bucofacial ou orofacial : incapacidade de realizar
movimentos faciais sob demanda, como lamber os lábios, mostrar
a língua ou assobiar.
• Apraxia ideacional : Incapacidade de realizar tarefas aprendidas e
complexas na ordem correta.
• Apraxia ideomotora : Incapacidade de realizar voluntariamente
uma tarefa aprendida quando recebem os objetos necessários.
Agnosias
• Distúrbio neurológico caracterizado pela incapacidade de
reconhecer e identificar objetos, pessoas ou sons usando um ou
mais dos sentidos. É uma condição rara que normalmente resulta
de danos em áreas do cérebro devido a acidentes vasculares
encefálicos, lesões cerebrais traumáticas, demência ou outras
condições neurológicas.
• Agnosia pode afetar diferentes modalidades sensoriais, como
visão, audição, olfato, paladar e tato
• Pode ser causada por distúrbios subjacentes, como doença de
Alzheimer, aneurismas ou lesões cerebrais.
De acordo com a modalidade sensorial afetada:
• Agnosia visual: Este é o tipo mais comum de agnosia e afeta a capacidade de
reconhecer e identificar objetos através da visão. A agnosia visual aperceptiva
é uma falha no reconhecimento devido a déficits nos estágios iniciais do
processamento perceptivo, enquanto a agnosia visual associativa é uma falha
no reconhecimento, apesar de não haver déficit na percepção.
•Agnosia auditiva: afeta a capacidade de reconhecer e identificar sons,
incluindo vozes e música.
•Agnosia tátil: afeta a capacidade de reconhecer e identificar objetos através
do toque.
•Agnosia auditiva e agnosia tátil são menos comuns que a agnosia visual.
•informações sensoriais
•Agnosia gustativa: Este tipo de agnosia afeta a capacidade de
reconhecer e identificar sabores
•Agnosia olfativa: Este tipo de agnosia afeta a capacidade de
reconhecer e identificar cheiros

•Existem outros tipos de agnosias e é importante lembrar que a


agnosia não deve ser um problema nos sentidos, mas sim uma falha
no processamento das
Negligência unilateral ou heminegligência
• Condição complexa associada à falha na percepção do ambiente e/ou do lado do corpo
que foi comprometido
• É uma das consequências mais recorrentes do acidente vascular encefálico (AVE)
• A heminegligência pode se manifestar de diferentes formas, como negligência
unilateral, desatenção espacial unilateral ou hemidesatenção espacial
• A negligência unilateral pode ser definida como dificuldade em se orientar em direção
a algo localizado espacialmente ou de resposta a estímulos gerados do lado do corpo
afetado
• A síndrome de negligência unilateral é a incapacidade do paciente detectar, referir,
orientar-se ou responder aos estímulos apresentados do lado do corpo afetado
• A heminegligência é frequentemente observada em lesões do hemisfério cerebral não
dominante, e lesões relacionadas à área espacial e ao esquema corporal
Miniexame do estado mental
• O Mini-Exame do Estado Mental (MEEM) é um teste usado para avaliar a
função cognitiva e é rápido e fácil de administrar.
• Não requer nenhum material específico e de rápida execução
• O MEEM é composto por duas partes, uma que aborda orientação, memória e
atenção, com pontuação máxima de 21 pontos, e outra que aborda habilidades
de linguagem e visuo-espaciais, com pontuação máxima de 9 pontos.
• O teste inclui questões sobre orientação temporal e espacial, recuperação de
memória, atenção, linguagem e habilidades visuoespaciais
• A pontuação máxima é de 30 pontos, e uma pontuação de 24 ou menos é
considerada indicativa de comprometimento cognitivo.
• O MEEM é amplamente utilizado e estudado em todo o mundo,
principalmente na avaliação de pacientes idosos.
• Devido à conhecida influência do nível de escolaridade sobre os escores
totais do MEEM, foram adotadas notas de corte diferentes para pessoas
com distintos graus de instrução. Assim, a nota de corte proposta por
Brucki et al. (2003) foi:
• 20 pontos para analfabetos; 25 pontos para pessoas com escolaridade
de 1 a 4 anos;
• 26,5 para 5 a 8 anos de escolaridade;
• 28 para aqueles com 9 a 11 anos de escolaridade; e
• 29 para mais de 11 anos de escolaridade.
• Na publicação original do MEEM, o escore de 24 pontos era considerado
como sendo a nota de corte mais adequada.
Avaliação cognitiva Montreal
• A Avaliação Cognitiva de Montreal (MoCA) é um teste de triagem cognitiva projetado
para detectar comprometimento cognitivo leve (MCI)
• Avalia vários domínios cognitivos, incluindo atenção e concentração, funções executivas,
memória, linguagem, habilidades visuoconstrucionais, pensamento conceitual, cálculos e
orientação1
• O teste leva aproximadamente 10 minutos para ser aplicado e consiste em 30 itens2
• O MoCA demonstrou ser mais sensível do que o Mini-Exame do Estado Mental (MEEM) na
detecção de MCI
• O teste também tem sido utilizado na prática da terapia ocupacional
• O MoCA não é uma ferramenta de diagnóstico, mas sim um teste de triagem que pode
ajudar a identificar indivíduos que possam necessitar de avaliação adicional para
comprometimento cognitivo
• É importante observar que uma pontuação baixa no MoCA não indica necessariamente a
presença de demência ou CCL, pois outros fatores como depressão, ansiedade e fadiga
também podem afetar o desempenho cognitivo
Exame dos pares cranianos
• O exame dos pares cranianos é um procedimento que avalia cada
um dos 12 nervos cranianos diretamente ligados ao cérebro
• Os nervos cranianos são os nervos que fazem conexão com o
encéfalo e estão desejosos em pares que são enumerados de
acordo com sua origem
• Os nomes dos nervos seguem uma disposição numerativa na
ordem craniocaudal e somam no total 12 pares
• Os pares cranianos podem exercer funções exclusivamente
aferentes/sensíveis, exclusivamente eferentes/motoras ou mistas
Avaliação neurológica
Avaliação da Sensibilidade
• A sensibilidade influencia o desempenho motor e alterações da
sensibilidade podem trazer prejuízos à função. O comprometimento da
sensação pode estar associado a qualquer doença ou traumatismo que
afeta o sistema nervoso.
• A avaliação da sensibilidade superficial pode ser realizada pela análise
por segmentos corporais em lesões encefálicas e por dermátomos
(áreas cutâneas correspondentes aos segmentos espinais que fornecem
sua inervação) em lesões medulares e de nervos periféricos.
• De forma geral, a sensibilidade pode ser dividida em:
• Sensibilidade superficial (exteroceptiva): tátil, dolorosa e térmica.
• Sensibilidade profunda (proprioceptiva): sentido de posição e sentido de
movimento.
• Teste da avaliação sensorial
• Paciente em posição confortável e relaxada.
• Explicar o teste ao paciente.
• Ocluir a visão.
• Paciente deve discriminar e localizar o estímulo dado.
• Mensurar o grau de envolvimento:
• — Avaliação da sensibilidade tátil:
• Anestesia (desaparecimento de uma modalidade sensorial). –
• Hipoestesia (diminuição da intensidade ou duração sensorial
produzida por um estímulo). - Normoestesia (sem alteração da
sensibilidade).
• Hiperestesia (aumento da intensidade ou duração sensorial
produzida por um estímulo).
• — Avaliação da sensibilidade dolorosa:
• - Analgesia (perda da sensação dolorosa).
• -Hipoalgesia (diminuição do limiar cutâneo para estímulos nocivos,
ou seja, dolorosos).
• - Normoalgesia (sensação dolorosa normal).
• - Hiperalgesia (aumento do limiar cutâneo para estímulos nocivos,
ou seja, dolorosos).

• —Sensibilidade profunda: - Alterada ou preservada.


• Avaliação comparativa entre os dois lados.
Avaliação da sensibilidade dolorosa
• Utiliza-se um material pontiagudo
para aplicação de estímulos de modo
aleatório. Para evitar somação do
estímulo, eles não devem ser
aplicados muito próximos uns dos
outros. Resposta: o paciente deve
indicar o momento e o local do
estímulo sentido.
Avaliação da temperatura
• Há necessidade de dois recipientes, um com água quente e outro
com gelo picado. Os tubos de ensaio são colocados em contato
com a região cutânea da área testada aleatoriamente.
• Resposta: o paciente deve indicar o momento, relatar se o estímulo
sentido foi quente ou frio e o local do estímulo sentido.
Avaliação do tato protopático (tato grosso)
• Utiliza-se um pincel com pelos, pedaço de algodão ou pedaço de
pano. A área testada é levemente tocada ou percutida. Resposta: o
paciente deve indicar o momento e o local do estímulo sentido.
Avaliação da pressão
• O polegar ou a ponta do dedo do examinador
faz uma firme pressão sobre a superfície da
pele na área testada. Resposta: o paciente
deve indicar o momento e o local do estímulo
sentido.
Avaliação da propriocepção consciente
• A propriocepção envolve tanto o sentido de posição quanto o
sentido de movimento (cinestesia).
• Para avaliar a cinestesia, o membro ou articulação avaliado é
movimentado passivamente por meio da amplitude de movimento.
• Resposta: pedir ao paciente que indique verbalmente a direção do
movimento enquanto o membro é movimentado. Para avaliar o
sentido de posição, o membro ou articulação é movimentado e
mantido em uma posição estática.
• Resposta: pedir ao paciente que relate verbalmente a posição e
replique a posição do membro ou articulação com o membro
oposto.
Sensibilidade vibratória
• Avalia a capacidade de percepção de um estímulo vibratório. A
base de um diapasão é colocada com uma protuberância óssea
(como o esterno, o cotovelo ou o tornozelo). Se intacto, o paciente
perceberá a vibração. Se houver lesão, o paciente não será capaz
de diferenciar um diapasão vibrante de um não vibrante. Por isso, é
importante a aplicação aleatória de estímulos vibratórios e não
vibratórios.
Tato epicrítico
• Também chamado de tato discriminativo, permite o
reconhecimento da forma (estereognosia), tamanho, textura dos
objetos e dois pontos.
• Testa-se tocando a pele simultaneamente com as duas pontas de
um compasso e verificando-se a maior distância entre dois pontos
tocados, que são percebidos como duas pontas ou como uma
ponta apenas (discriminação de dois pontos).
Avaliação neurológica
Exame dos Reflexos
Avaliação dos reflexos
• Para a avaliação dos reflexos miotáticos, deve-se realizar uma
percussão sobre o tendão muscular com o paciente em posição
confortável e relaxado, sendo essencial a comparação dos
resultados obtidos entre os dois hemicorpos. De acordo com os
resultados obtidos, pode-se graduar a intensidade dos reflexos,
sendo classificados qualitativamente em:
• Ausente.
• Hiporreflexia (diminuição da resposta do reflexo).
• Normal.
• Hiperreflexia (aumento da resposta do reflexo).
• Hiperreflexia com aumento da área reflexógena (aumento da
resposta do reflexo com resposta também de aumento no músculo
correspondente ao tendão avaliado).
• A percussão do tendão muscular (conecta o músculo ao osso) causa um
estiramento do músculo suficiente para ativação dos fusos
neuromusculares, os quais mandam uma mensagem para a medula, que
a integra, por meio de motoneurônios (tipo alfa), desencadeando a
contração reflexa do músculo.

• A diminuição dos reflexos mióticos pode indicar lesão no neurônio


motor inferior, enquanto o aumento desses reflexos pode indicar lesão
no neurônio motor superior

• O estímulo mecânico sobre o tendão deve ser breve e não


excessivamente forte, devendo o músculo se encontrar em posição
ótima para a contração. Rotineiramente não se avaliam todos os
reflexos, mas sim aqueles de maior importância clínica, como os
apresentados a seguir:
• Bicipital
• Teste: percussão sobre o tendão distal
do bíceps com o braço do paciente
levemente fletido.
• Resposta: flexão do cotovelo e leve
supinação.
• Inervação: C5 e C6.

• Tricipital
• Teste: percussão sobre o tendão distal
do tríceps com o braço do paciente em
abdução de 90° de ombro e flexão de
90° de cotovelo.
• Resposta: extensão do cotovelo.
• Inervação: C6, C7 e C8.
• Estilorradial
• Teste: percussão sobre o tendão do
músculo braquiorradial com
antebraço do paciente em posição
neutra.
• Resposta: leve pronação e flexão dos
dedos.
• Inervação: C5 e C6.
• Patelar
• Teste: percussão sobre o tendão
patelar com o joelho do paciente
fletido a 90°.
• Resposta: extensão do joelho.
• Inervação: L2 a L4

• Calcâneo
• Teste: percussão sobre o tendão do
calcâneo com o tornozelo do
paciente neutro.
• Resposta: flexão plantar do
tornozelo.
• Inervação: L5 a S2.
• Classificação das respostas dos exames dos reflexos:
• 0 = Ausente.
• + = Hiporreflexia.
• ++ = Normorreflexia.
• +++ = Hiperreflexia.
• ++++ = Hiperreflexia com aumento da área reflexógena.
Avaliação neurológica
Tônus muscular
Tônus: HIPERTONIA
• A avaliação do tônus muscular visa identificar a tensão de repouso
e a reatividade dos músculos ao alongamento passivo. O tônus
pode ser caracterizado como hipertônico (tônus aumentado e
acima dos padrões normais em repouso), normal ou hipotônico
(tônus reduzido e abaixo dos níveis normais em repouso).
Tônus
• Clinicamente, as formas de hipertonia são: espasticidade, rigidez ou
espasmos.
• Na espasticidade, há um aumento na resistência ao movimento
passivo brusco. A resposta produzida é velocidade dependente.
Quanto mais rápido o alongamento, mais vigorosa será a resposta
de um músculo espástico.
• A espasticidade resulta de lesões do córtex motor superior.
• O alongamento também pode acarretar clônus, caracterizado por
alterações espasmódicas da contração e do relaxamento muscular
que ocorre com frequência regular.
Tônus
• Na rigidez, a resistência fica aumentada para todos os movimentos,
fazendo com que as partes do corpo se tornem rígidas e imóveis.
• A rigidez é relativamente constante e independente da velocidade de um
estímulo de alongamento.
• Lesões do tronco cerebral podem produzir tanto rigidez de
descerebração (contração sustentada de tronco e membros em posição
de completa extensão), como rigidez de decorticação (contração
sustentada de tronco e membros inferiores em posição de completa
flexão),
• enquanto as lesões nos gânglios da base acarretam rigidez parkinsoniana.
Pacientes com parkinsonismo podem apresentar o sinal de roda
denteada, uma resposta ao movimento passivo, e caracterizada por uma
alternância de afrouxamentos e aumentos de resistência ao movimento.
Tônus
• Espasmo refere-se à contração espontânea, involuntária e
convulsiva de grupos musculares selecionados. Os espasmos
podem ocorrer em qualquer local do corpo, resultando na
sustentação de posturas anormais. Quando os espasmos são
vigorosos e dolorosos, são chamados de cãibras.
Tônus: HIPOTONIA
• Hipotonia ou flacidez é o termo utilizado para caracterizar queda
ou ausência de tônus muscular (postural). A resistência ao
movimento passivo está diminuída, os reflexos de estiramento
estão deprimidos e os membros são facilmente deslocados
(frouxos) com frequente hiperextensibilidade das articulações.
• Os movimentos estão frequentemente prejudicados pela fraqueza
(paresia) ou paralisia muscular.
• A hipotonia pode ser decorrente de lesões de neurônios motores
superiores que afetam o cerebelo ou nos tratos piramidais (trato
corticoespinal).
Tônus: HIPOTONIA
• A hipotonia também pode ocorrer como um estado temporário,
denominado choque medular ou choque cerebral, dependendo da
localização da lesão no sistema nervoso central.
• Distonia é definida como o tônus prejudicado ou desordenado, e
está comumente associada às desordens dos movimentos
involuntários dos gânglios da base, tais como a atetose. Os
movimentos distônicos são tipicamente lentos, sinuosos
(convulsões, estremecimentos) sustentados e involuntários. O
tônus flutua de modo imprevisível, desde elevado até baixo.
Avaliação do tônus
O tônus pode ser influenciado por diversos fatores:

• Posição e interação dos reflexos tônicos.


• Estresse e ansiedade.
• Esforço/movimento voluntário.
• Medicamentos/bloqueios químicos.
• Lesões do sistema nervoso central e sistema nervoso periférico
Avaliação neurológica
Coordenação motora
Coordenação motora
• Coordenação é a capacidade de executar movimentos regulares
acurados e controlados. A capacidade de produzir esses
movimentos é um processo complexo dependente de um sistema
neuromuscular completamente intacto.
• Os movimentos coordenados se caracterizam por uma velocidade,
distância, direção, ritmo e tensão muscular apropriados.
• Incoordenação e deficiência de coordenação são termos gerais
usados na descrição do funcionamento motor anormal,
caracterizado por movimentos desajeitados, estranhos, irregulares
ou inacurados.
Objetivos desta avaliação
• Avaliar a capacidade dos músculos ou grupos musculares que
operam em conjunto na execução
• de uma tarefa ou atividade funcional.
• Auxiliar nas metas e objetivos dos planos terapêuticos.
• Proporcionar uma base para o desenvolvimento de um programa
de exercícios terapêuticos para melhora da coordenação.
• Auxiliar na determinação de métodos para ensino, simplificação e
adaptação de uma atividade terapêutica.
• Determinar os efeitos da intervenção terapêutica no movimento
coordenado ao longo do tempo.
• A avaliação da coordenação motora se divide em duas categorias:
• Atividades motoras grosseiras: envolvem grandes grupos
musculares.
• Atividades motoras finas: envolvem grupos musculares pequenos e
avaliam destreza e habilidade de manipulação.

• Os testes motores grossos envolvem a avaliação da postura


corporal, do equilíbrio e movimentos dos membros de grandes
grupos musculares, como andar, ficar em pé ou correr. Os testes
motores finos envolvem a avaliação dos movimentos dos
membros, com a utilização de pequenos grupos musculares, como
manipulação de objetos com as mãos e destreza dos dedos
• Os testes de coordenação focam a • 3. Precisão do movimento, que avalia
avaliação das capacidades motoras a capacidade de medir com precisão
em cinco áreas principais: ou julgar a distância e a velocidade do
movimento voluntário.
• 1. Movimento alternado ou recíproco, • 4. Fixação ou sustentação do
que testa a capacidade de reversão membro, que testa a capacidade de
do movimento entre grupos sustentar a posição do membro ou
musculares opostos. segmento dele.
• 2. Composição do movimento ou • 5. Sustentação do equilíbrio e da
sinergismo, que envolve o controle do postura, que avalia a capacidade de
movimento alcançado por grupos manutenção do equilíbrio e da
musculares em atuação conjunta. postura vertical.
Testes de coordenação que não
envolvem o equilíbrio
• Dedo ao nariz (índex-nariz)
• Dedo ao dedo do terapeuta (índex-índex)
• Teste do rebote
• Teste calcanhar-joelho
• Diadococinesia
Avalição neurológica
Avaliação do equilíbrio estático e dinâmico
Testes de coordenação do equilíbrio
• A manutenção do equilíbrio do corpo no espaço é um fenômeno
complexo que depende de múltiplos mecanismos e da interação de
diversas estruturas do sistema nervoso:
• sistema motor (força muscular, tônus muscular, reflexos tônicos de
postura);
• sensibilidade proprioceptiva (posição dos segmentos corporais e
movimentos do corpo);
• sistema visual (percepção das relações espaciais);
• e sistema vestibular (subsídios para o equilíbrio estático e
dinâmico).
Como podemos avaliar?

• De pé em postura normal e confortável.


• De pé com base estreita de sustentação.
• De pé com um pé diretamente diante do outro (dedo de um dos pés
toca o calcanhar do outro pé).
• De pé sobre um dos pés.
• Deslocar inesperadamente o equilíbrio (ao mesmo tempo, proteger o
paciente de quedas).
• • De pé, alternar entre flexão do tronco, flexão lateral do tronco para
ambos os lados e retorno do tronco ao normal.
• Andar colocando o calcanhar de um dos pés diretamente adiante
do dedo do outro pé.
• Andar ao longo de uma linha reta desenhada ou marcada no
assoalho.
• Andar para o lado e para trás.
• Marchar no lugar.
• Parar e reiniciar abruptamente a caminhada ou alterar a velocidade
das atividades durante a deambulação.
• Andar em círculos e alternar direções.
• Andar sobre os calcanhares ou sobre a ponta dos pés.
• Sinal de Romberg: paciente em posição
ortostática, pés unidos e olhos fechados.
• O teste será positivo, ou seja, o paciente
apresenta comprometimento do equilíbrio
estático, se forem evidenciadas oscilações
corpóreas, podendo haver queda em
qualquer direção.
• Algumas vezes, somente a utilização de
manobras especiais – paciente colocar um pé
a frente do outro, posição de Tandem, ou
manter-se apoiado num pé só – permite
evidenciar a positividade do sinal de
Romberg.
Testes de equilíbrio e mobilidade
• Timed up and go (TUG)
• teste de triagem simples que avalia a mobilidade, o equilíbrio, a capacidade de
caminhar e o risco de queda em idosos.
• envolve o paciente usar calçados normais e um auxílio para caminhar, se
necessário, e caminhar uma distância de 3 metros, virar-se e voltar para sentar-
se.
• O tempo do paciente para completar o teste é registrado usando um
cronômetro
• O teste TUG é frequentemente usado para determinar o risco de queda e
medir o progresso do equilíbrio, sentar e levantar e caminhar
• O tempo limite para alto risco de quedas é de 12 segundos ou mais
• Alterações na marcha durante o teste podem significar problemas
neurológicos que requerem avaliação mais aprofundada
Escala de equilíbrio de Berg (EEB)
• A Escala de Equilíbrio de Berg (EEB) é uma escala clínica utilizada para avaliar e
monitorar déficits de equilíbrio em pacientes. Foi desenvolvido em 1989 como
uma medida quantitativa do estado de equilíbrio funcional em idosos, e sua
validade, confiabilidade e sensibilidade a mudanças também foram
demonstradas em pacientes hemiplégicos.
• A escala é composta por 14 itens, cada um pontuado de 0 a 4, com pontuação
total possível variando de 0 (equilíbrio gravemente prejudicado) a 56
(equilíbrio excelente).
• Os itens são direcionados à capacidade do indivíduo de sentar, levantar,
alcançar, virar e manter o equilíbrio durante atividades funcionais.
• O EEB é usado para identificar deficiências de equilíbrio durante atividades
funcionais e pode ser útil no desenvolvimento de tratamentos para restaurar o
equilíbrio e a mobilidade do paciente ou na identificação de intervenções para
ajudar o paciente a evitar quedas
Estratégias motoras do equilíbrio
• Estratégias motoras de equilíbrio são as ações que o corpo humano realiza para
manter a estabilidade postural
• Essas estratégias são aplicadas à manutenção do equilíbrio corporal e podem ser
múltiplas em quatro tipos: tornozelo, quadril, passo e braços
• A estratégia do quadril é utilizada para manter o equilíbrio em superfícies firmes,
enquanto a estratégia do quadril é utilizada em superfícies instáveis
• A estratégia do passo é utilizada quando o corpo precisa se mover para manter o
equilíbrio, e a estratégia dos braços é utilizada para manter o equilíbrio em situações
de perturbação
• Além disso, a orientação postural e o equilíbrio dependem de uma relação consistente
entre informação sensorial e ação motora
• Existem estratégias motoras que dependem das características da perturbação
externa, da intenção do indivíduo e da sua experiência prévia, pois o controle postural
é uma tarefa complexa que envolve a integração de informações sensoriais e motoras
Primeiro trabalho prático do
semestre
• Próxima aula
• Roupas leves
• apresentar informalmente como se avalia
• Pode mostrar tabelas de avaliação
• Apresentações rápidas
• Com simulações
Primeiro trabalho prático do
semestre
Temas: 8. tato epicrítico,
1. Glasgow 9. reflexos miotáticos,
2. MEEM 10. Escala de Ashwort
3. MONTREAL 11. testes de coordenação
4. exame dos pares cranianos 12. testes de equilíbrio sem
(de I a VI) mobilidade
5. exame dos pares cranianos 13. TUG
(de VII a XII) 14. BERG
6. sensibilidade superficial 15. estratégias motoras de
7. propriocepção consciente equilíbrio

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