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Giovana Lúcia - MED turma XXXIX

Semiologia neurológica
ANAMNESE  Orientação no tempo e no espaço
o Queixa principal e duração  Memória
o História da doença atual (HDA):  Fala e Linguagem
 Início: súbito (ruptura de aneurisma), insidioso (doenças  Mini Exame do Estado Mental (MEEM)
degenerativas) e rápido (AVC).  Escala de Coma de Glasgow
 Evolução:
ORIENTAÇÃO NO TEMPO E NO ESPAÇO
▪ Estacionária
▪ Regressiva: evolui com regressão/melhora do o Pergunta-se ao paciente se ele sabe onde está e qual a data de
quadro. hoje.
▪ Progressiva: evolui com progressão, piora do
quadro. MEMÓRIA
▪ Paroxística: quadro se manifesta em surtos/ picos, o Fala-se o nome de três objetos simples e solicita-se ao
os quais duram pouco tempo (minutos ou horas). paciente para repeti-los (caneta, papel, quadro etc.).
▪ Recidivante: o quadro também se manifesta em
picos/surtos, porém os sintomas têm uma duração FALA E LINGUAGEM
maior (meses) e depois regride, total ou o Observa-se as palavras e a construção de frases utilizadas pelo
parcialmente. paciente durante a anamnese.
▪ Ondulante o Pede-se para o paciente nomear 2 objetos apresentados a ele.
o Interrogatório: o Solicita-se ao paciente para repetir uma breve frase.
 Cefaleias: o que desencadeou, característica da dor, o Prova dos três comandos: peça ao paciente para fazer três
irradiação, o que melhora ou piora, se tem sintomas coisas em sequência e observe.
associados.  Exemplo: pegue um lápis com a mão direita, um papel
 Dor: característica, irradiação, fatores de melhora e piora com a mão esquerda e coloque-os sobre a mesa ao
etc. mesmo tempo).
 Vômitos, alterações visuais, convulsões, desmaios, o Pede-se ao paciente para ler e executar uma frase escrita em
parestesias, paralisias, alteração de marcha, movimentos um papel.
involuntários, fraqueza muscular. o Avaliar a voz, avaliar a lógica do discurso.
 Alterações de marcha, fala, escrita, distúrbios psíquicos.
 Alterações dos esfíncteres, emagrecimento (emagreceu MINI EXAME DO ESTADO MENTAL (MEEM)
quanto em quanto tempo? ou engordou quanto em
o Avaliação da função cognitiva e rastreamento de quadros
quanto tempo?).
demenciais → usado para idosos e pacientes que manifestam
 Distúrbios sexuais.
sinais de demência.
o Antecedentes pessoais:
o Composto por diversas questões agrupadas em 5 categorias,
 Gestação: uso de medicamentos, traumas, uso de
cada uma com o objetivo de avaliar funções cognitivas
radiações, condições de nascimento neonatais e
específicas.
consanguinidade.
 Orientação (10 pontos)
 Infância: desenvolvimento psicomotor, rendimento
 Registro de 3 palavras (3 pontos)
escolar, se teve convulsões, icterícia, complicações
 Atenção e cálculo (5 pontos)
cardiorrespiratórias.
 Evocação (3 pontos)
 Doenças anteriores e procedimentos cirúrgicos.
 Linguagem (9 pontos)
o Antecedentes familiares:
o A escala varia de 0 a 30 pontos.
 Casos de doenças neurodegenerativas na família.
o O ponto de corte de 23/24 pontos tem boa a excelente
sensibilidade e especificidade para o diagnóstico de demência.
EXAME FÍSICO
ETAPAS ESCALA DE COMA DE GLASGOW

1- Avaliação do Estado de Consciência o Avalia o nível de consciência → para pacientes que estão com
2- Equilíbrio Estático e Dinâmico o nível de consciência reduzido, não é usado para pacientes
3- Motricidade (marcha, trofismo, força e tônus musculares, conscientes.
coordenação motora)
4- Sensibilidade
5- Reflexos
6- Avaliação de sinais de irritação meníngea
7- Pares cranianos

AVALIAÇÃO DO ESTADO DE CONSCIÊNCIA

o Avaliar:
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 Reatividade pupilar: pé na frente do outro, em linha reta → como se ele estivesse


▪ Inexistente: - 2 andando em uma corda bamba.
▪ Unilateral: - 1
▪ Bilateral: 0 ROMBERG VESTIBULAR
o Exame normal: consciente, colaborativo, orientado no o Solicitar que o paciente fique em ortostatismo sobre um pé só,
tempo e no espaço. com os olhos fechados. Repetir o procedimento trocando de
pé.
EQUILÍBRIO ESTÁTICO E DINÂMICO o Solicitar que o paciente fique na “ponta dos pés”.
ESTÁTICO o Solicitar que o paciente fique na “ponta dos calcanhares”

o Importante para analisar a propriocepção. DINÂMICO


o O equilíbrio estático depende do pleno funcionamento de 2
dos 3 fatores que o influenciam → propriocepção, visão e o Observa a marcha do paciente → começa a ser analisado
sistema vestibular (labirinto). assim que o paciente entra no consultório.
 Nessa parte do exame, avalia-se principalmente a
TESTE DE FUKUDA
propriocepção e o sistema vestibular, por isso, pede-se
para o paciente fechar os olhos durante o exame.

TESTE DE ROMBERG

o Teste usado, principalmente, para analisar a evolução do


quadro de pacientes com problemas no sistema vestibular.
o Fique atrás do paciente, segure-o pelos ombros e puxe-o.
 Observe se o paciente consegue se equilibrar e retorna à
o Pedir para o paciente ficar na posição ortostática (em pé,
posição inicial sem cair.
cabeça reta, mãos nas laterais do corpo e pés juntos) e com os
o Pedir para o paciente marchar sem sair do lugar, com os
olhos fechados.
braços estendidos e os olhos fechados.
o Observar por 1 minuto se o paciente apresenta ou não
 Resultados patológico: quando houver deslocamento
pequenas oscilações do corpo, desequilíbrios.
maior do que 1m e/ou rotação superior a 30°.
o Teste de Romberg positivo: paciente oscila
 Não roda e nem se desloca: paciente apresenta sinais de
 Oscilações para frente e para trás: alteração no SNC
compensação vestibular (paciente apresenta melhora).
(córtex cerebral).
 Roda e/ou se desloca: sistema vestibular alterado.
 Oscilações para um dos lados: indica lesão no Sistema
vestibular. O paciente cai para o lado da lesão (labirinto
TESTE DE BABINSKI-WELL
direito ou esquerdo).
 Oscilações para qualquer lado: problema na o Esse teste também é chamado de Prova de Marcha às Cegas.
propriocepção. o Pedir para o paciente ir e voltar em linha reta (de olhos abertos
e depois de olhos fechados).
OBS: Alteração cerebelar → quando o paciente não consegue fazer o Marcha em estrela: indicativo de lesão vestibular.
o teste de Romberg, apresenta incoordenação, mesmo com os o Exame normal: Equilíbrio normal ou preservado.
olhos abertos (base alargada – anda igual bêbado)
OBS: com esse teste já é possível avaliar a marcha do paciente.
OBS: Manobras de sensibilização (manobra de Jendrassik e
Romberg-Barre) → usadas quando o teste de Romberg traz
dúvidas. OUTROS

MANOBRA DE JENDRASSIK o Peça ao paciente para ir e voltar em linha reta de mais três
formas: na ponta dos dedos, na ponta dos calcanhares e com
um pé na frente do outro, como se fosse em uma corda
bamba.

AVALIAÇÃO MOTORA
o Ainda na posição ortostática e com os olhos fechados, o o Verificar a mão dominante.
paciente vai dar as mãos a si mesmo. MARCHA

MANOBRA DE ROMBERG-BARRE o Verificar se anda com ou sem apoio.


o Verificar se tem impossibilidade de andar (abasia).
o Ainda na posição ortostática e com os olhos fechados, o o Observar os movimentos associados.
paciente irá diminuir sua base de sustentação, colocando um  Solicitar que, de olhos fechados, o paciente ande nos
calcanhares, na ponta dos pés, corrida e num pé só.
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TROFISMO MUSCULAR MANOBRAS DEFICITÁRIAS


o Definição: massa muscular, graus de hipertrofia do músculo. o Analisa a presença de paresia (redução da força muscular).
o Analisa o tamanho do músculo.
o Realizar: inspeção, palpação e medição da circunferência dos Manobra dos braços estendidos
braços, antebraços, coxas e pernas → medir sempre na
mesma altura.
o Hipotrofia/atrofia: pouco músculo, massa está diminuída.
o Hipertrofia: muito músculo, massa está aumentada.

o Solicite ao paciente que levante ambos os membros


TÔNUS M USCULAR
superiores e os sustente no ar, por cerca de 1 minuto, com os
o Tônus muscular: é o grau de contração permanente do olhos fechados → primeiro fazer com as mãos viradas para
músculo (sem forçar). cima e, posteriormente, com as mãos fletidas para cima.
o Avaliar:  Se cair primeiro a mão (distal) e depois os membros, ou
 Passividade: se há resistência aumentada (tônus seja, cai de forma periférica → neuropatia periférica,
aumentado) ou diminuída (tônus diminuído). lesão de 2º neurônio motor.
 Extensibilidade: se existe exagero (tônus diminuído) ou  Se cair o membro todo de uma vez → indicativo de lesão
diminuição (tônus aumentado) quanto ao grau de no 1º neurônio motor(miopatia).
extensibilidade da fibra muscular.
o Palpação: observa-se a flacidez ou o enrijecimento anormal de Manobra de Mingazzini
cada músculo.
o Prova do balanço: balançar o segmento distal por meio do
proximal → segura-se os punhos do paciente e balança-o, de
modo a ver a movimentação das mãos.
 É necessário pedir para que o paciente as relaxe o
máximo possível. o Em decúbito dorsal, o paciente deve manter por 1 minuto as
o Extensão passiva: estender de forma passiva alguns grupos pernas elevadas em um ângulo reto com relação às coxas
musculares. (devem estar unidas, em paralelo).
o Flexionar e estender os membros, observando e palpando as
massas musculares. COORDENAÇÃO MOTORA
o Alterações:
 Hipotonia: diminuição do tônus → achatamento das o Observar a velocidade do movimento: os movimentos devem
massas musculares, consistência muscular diminuída, ser feitos rapidamente e repetidamente.
passividade aumentada, extensibilidade aumentada e 1- Tocar o indicador no polegar das mãos, ao mesmo tempo
prova de balanço com exageradas oscilações. (movimento de pinça).
 Hipertonia: aumento do tônus → consistência muscular 2- Abrir e fechar as mãos ao mesmo tempo.
aumentada, passividade diminuída, extensibilidade 3- Bater o pé, primeiro o direito, depois o esquerdo.
diminuída e prova de balanço com reduzidas oscilações. o Coordenação apendicular (membros superiores e inferiores):
▪ Aumento anormal do tônus muscular indica lesão no o Prova índex-nariz: pedir para o paciente esticar um dos
trato piramidal (1º neurônio motor). membros superiores na altura do ombro e dobrar o outro,
mantendo o cotovelo na mesma altura e encostando a ponta
FORÇA MUSCULAR do indicador estendido no nariz. Pedir para o paciente alternar
os movimentos, esticando e dobrando alternadamente os
o É sempre um exame comparativo → compara-se a força do membros.
examinador com a do paciente. ▪ Paciente deve manter os olhos fechados e realizar o
o Registro do exame normal: tono e força muscular movimento progressivamente mais rápido.
preservados, sem déficits focais.

AVALIAÇÃO DE RESISTÊNCIA
o As avaliações de resistência para cima e para baixo (ou para
frente e para trás) devem ser feitas também após o paciente o Prova índex-índex (índex-nariz-índex do examinador): o alvo
fazer: flexão dos cotovelos, flexão dos punhos, flexão e é o próprio dedo do examinador, que vai mudando de posição
extensão dos dedos. Elevação dos joelhos (paciente sentado), quando o indivíduo está levando seu dedo ao nariz.
flexão e extensão dos joelhos, elevar a abaixar os pés. o Diadococinesia: é a capacidade de realizar movimentos
o Mãos: solicitar ao paciente que aperte com cada uma de suas alternados e sucessivos.
mãos os dedos indicador e médio do examinador, observando  Solicitar ao paciente que encoste o dorso de uma mão
a força e o grau de dificuldade de retirar os dedos. (em supinação) sobre a coxa ipsilateral e a palma da outra
o Pernas e pé: pedir para o paciente empurrar os membros mão (em pronação) sobre a coxa ipsilateral → pedir que
contra a mão do examinador, o qual fará uma força oposta. alterne os movimentos aumentando progressivamente a
velocidade e fechando os olhos.
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o Prova calcanhar-joelho: o paciente em decúbito dorsal é o Avaliação horizontal dos hemicorpos: se ocorrer
orientado a tocar o joelho de uma perna com o calcanhar hemihipoestesia = lesões encefálicas.
contralateral. o Avaliação vertical (regiões craniais e caudais no tronco): se
houver níveis sensitivos = lesões medulares.
o Membros: comparando-se as regiões proximais com as distais,
se houver alterações = polineuropatias.

SENSIBILIADADE DOLOROSA
 Depois deve deslizar o calcanhar pela tíbia até o pé →
o Pesquisa-se preferencialmente usando uma espátula com a
prova do calcanhar-joelho sensibilizado.
ponta cortada na diagonal.
 O movimento é repetido algumas vezes.
 Não utilizar estiletes ou dispositivos com pontas não
descartáveis (como aqueles que vêm embutidos em
martelos de reflexos).
 O examinador testa em si mesmo a força que deve fazer
e, depois examina o paciente.
o Análise comparativa horizontal:
 Membros inferiores: pés, canelas, coxas (acima do
o Prova hálux-index do examinador: o paciente em decúbito
dorsal deve tocar o hálux no dedo do examinador que ficará joelho).
em diferentes posições.  Membros superiores: ombros, braços, antebraços e
o Registro do exame normal: boa coordenação motora. mãos.
 Tórax e abdome: acima do peito, flancos, fossas ilíacas.
AVALIAÇÃO DA SENSIBILIDADE SUPERFICIAL E  Face: análise dos nervos trigêmeos → na região da testa,
PROFUNDA das bochechas e na mandíbula.
o Análise comparativa vertical: de proximal para distal (de cima
o A avaliação da sensibilidade visa identificar diferentes padrões para baixo).
de distribuição de alterações sensitivas.  Membros superiores: ombro e braço, braço proximal e
o O exame da sensibilidade sempre é subjetivo, pois depende da braço distal, antebraço proximal e antebraço distal,
informação prestada pelo paciente. antebraço e mão.
o Antes de iniciar o exame, é preciso perguntar ao paciente se  Membros inferiores: coxa e canela, canela proximal e
há alguma região com parestesia ou alguma alteração de
canela distal, canela e pé.
sensibilidade (anestesia, hipoestesia, hiperestesia).
 Tórax e abdome: um ponto em cima e um embaixo até o
o O exame ocorre com a comparação dos 2 hemicorpos.
final do abdome.
o O exame é realizado de distal para proximal, ou seja, de baixo
para cima → começa nos pés e pernas e vai subindo. SENSIBILIDADE TÁTIL
o Tronco: testam-se os dermatomos
o Pesquisa-se com uma mecha de algodão seco, gaze ou um
o Membros: analisa-se o nervo cutâneo (sensitivo).
pedaço de lenço de papel.
o Alterações de dor, tato e temperatura = Síndrome Sensitiva
Superficial. SENSIBILIDADE TÉRMICA

CONCEITOS IM PORTANTES o Pesquisa-se com dois tubos de ensaio, um com água fria (cerca
de 100C) e outro com água quente (cerca de 450C).
o Parestesia: sensações de dormência, formigamento, o O paciente deve ser capaz de identificar os tubos, nas diversas
queimação ou outra sensação subjetiva que ocorra sem áreas do corpo.
estímulo. o O diapasão pode ser útil, pois provoca sensação de frio em
o Anestesia: ausência de sensibilidade em determinada região contato com a pele.
do corpo.
o Hipoestesia: diminuição da sensibilidade em uma SENSIBILIDADE PROFUNDA
determinada área do corpo.
o Hiperestesia: diz respeito a uma sensibilidade aumentada/ o São analisadas as sensibilidades: proprioceptiva e vibratória.
excessiva em determinada região do corpo.  Além da localização e discriminação táteis.
o Disestesia: sensação alterada com relação ao estímulo o Alterações de propriocepção, vibração e localização e
realizado → Ex: sensação de formigamento quando o estímulo discriminação tátil = Síndrome Sensitiva Profunda.
é doloroso.
PROPRIOCEPTIVA (OU CINÉTICO-POSTURAL)
o Alestesia: estado patológico em que as sensações táteis são
sentidas pelo indivíduo, não no ponto tocado, mas no ponto o Verifica se o paciente tem noção da posição dos segmentos
simétrico, na outra metade do corpo. em relação ao próprio corpo.
o Palestesia: sensibilidade vibratória. o Exame: pegando o polegar do paciente pelas bordas laterais,
o examinador vai ora flexionar e ora estender o dedo,
SENSIBILIDADE SUPERFICIAL questionando ao paciente (que estará de olhos fechados) se o
dedo está para cima ou para baixo.
o Consiste na avaliação das sensibilidades dolorosa, tátil e
térmica.
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VIBRATÓRIA  Característico da síndrome do neurônio motor inferior.


o Essa sensibilidade pode ser pesquisada através de um
diapasão (de 128 ou 256 Hz).
o Deve-se sempre comparar bilateralmente.
o Paciente deve estar com os olhos fechados.
o O diapasão será colocado (nessa ordem):
 Hálux
 Dorso do pé
 Maléolos (medial e lateral)
 Tíbia
 Rótula
 Sínfise púbica
 Cristas ilíacas REFLEXO DOS FLEXORES DOS DEDOS
 Polegar
 Esterno
 Olecrano
 Clavícula
o Para melhor confiabilidade do exame, coloca-se o diapasão
ora parado, ora vibrando, solicitando-se ao paciente que o Paciente deve estar com o braço semiflexionado e apoiado em
diferencie quando está vibrando ou não. uma superfície, com a mão virada para cima.
 No caso de resposta afirmativa do paciente quanto à o Percute-se a superfície palmar das falanges.
presença da vibração, solicitar que ele informe quando o  A percussão será feita em cima do segundo e terceiro
diapasão parar de vibrar. dedos do examinador.
o Resposta esperada: pequena flexão dos dedos
CAPACIDADE DE LOCALIZAÇÃO E DISCRIMINAÇÃO TÁTIL
REFLEXO BRAQUIORRADIAL
o Pode ser avaliado de 3 formas (ambas com o paciente de olhos
fechados):
 Estimular diferentes regiões e pedir para que o paciente
indique o local exato do ponto estimulado.
 Grafestesia: desenhar letras e números na pele do o O braço do paciente deve ser apoiado sobre o do médico.
paciente e solicitar que ele identifique o que foi o O braço do paciente deve estar semiflexionado (em L) com a
desenhado. mão levemente pronada (voltada para dentro).
 A capacidade de reconhecer objetos ou formas pelo tato. o Deve-se percutir o processo estiloide ou a região ao seu lado.
▪ Depende, principalmente, da sensibilidade profunda o Resposta esperada: leve flexão e pronação do antebraço.
e, quando está comprometida, pode haver
impossibilidade de reconhecer uma chave, por REFLEXO BICIPITAL
exemplo, ou qualquer outro objeto familiar pelo
tato.

EXAME DOS REFLEXOS

o A análise dos reflexos permite diferenciar o o O braço do paciente deve estar semiflexionado, apoiado sobre
comprometimento do sistema nervoso central do o braço do examinador e com a mão em supinação (voltada
comprometimento do sistema nervoso periférico. para cima).
o Esse exame apresenta um resultado fidedigno, visto que o A percussão irá ocorrer na região da fossa cubital, sobre o
independe da participação do paciente. dedo do examinador.
o Divide-se em: o Resposta esperada: leve flexão e supinação do antebraço.
 Exame dos reflexos profundos
 Exame dos reflexos superficiais REFLEXO TRICIPITAL

REFLEXO PROFUNDO

o O estímulo para avaliar os reflexos profundos deve ser um


estiramento rápido do músculo causado pela percussão do
tendão, realizada com o auxílio do martelo neurológico.
o É preciso comparar as respostas entre os dois hemicorpos. o Apoiar a região da fossa cubital do paciente (braço em
o Hiperreflexia: resposta reflexiva exagerada. abdução), no braço do examinador, de modo que o antebraço
 Característico das lesões piramidais. fique pendente em semiflexão.
o Hiporreflexia ou arreflexia: redução ou ausência do reflexo, o Deve-se percutir a fossa do olecrano.
respectivamente. o Resposta esperada: extensão do antebraço
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REFLEXO PATELAR o A pesquisa deve ser realizada estando o paciente deitado e


relaxado, utilizando-se uma espátula ou um objeto de ponta
romba.
o Resposta esperada: flexão do hálux

OBS: Reflexo de Babinski → consiste na extensão lenta do hálux e


o Paciente sentado ou em decúbito dorsal com os joelhos em é um indicativo de lesão piramidal.
semiflexão e apoiados pelo examinador. OBS: O reflexo de Babinski é fisiológico em crianças de até 1 ano
o Percute-se entre a patela e a epífise da tíbia (ligamento de idade, acima dessa idade já é considerado indicativo de lesão
patelar). piramidal.
o Resposta esperada: extensão da perna
REFLEXO CUTÂNEO-ABDOMINAL
o A Manobra de Jendrassik pode potencializar esse reflexo.

OBS: nos casos de hipotonia, como na síndrome cerebelar, pode-se


observar resposta pendular, quando a pesquisa é realizada com o
paciente sentado.

o Estimulação cutânea, rápida, da parede abdominal, no sentido


REFLEXO ADUTOR DA COXA
latero-medial.
o Resposta: contração dos músculos abdominais ipsilaterais,
causando desvio da linha alba e da cicatriz umbilical para o
lado estimulado.
o Esses reflexos são abolidos na síndrome piramidal aguda.
o Como a pesquisa é dificultada por obesidade, cicatriz cirúrgica
e flacidez, tem maior valor o encontro de assimetrias.
o A pesquisa deve ser realizada com o paciente sentado com as
REFLEXO CREMASTÉRICO
pernas pendentes ou em decúbito dorsal com os membros
inferiores semifletidos, com os pés apoiados na cama.
o Percute-se os tendões no côndilo medial do fêmur.
 A percussão deve ocorrer em cima do dedo do
examinador.
o Paciente em decúbito dorsal e com os membros inferiores
o Resposta esperada: adução da coxa ipsilateral ou dos dois
estendidos em abdução.
lados (a perna fecha levemente).
o Estimulação do terço superior da face medial da coxa,
REFLEXO AQUILEU desencadeia contração do cremáster e elevação do testículo
ipsilateral.

REFLEXO ANAL
o Contração do esfíncter anal externo em resposta à
estimulação cutânea da região perianal.
o Paciente sentado, com o pé relaxado em discreta dorsoflexão
ou em discreta flexão plantar. REFLEXO CÓRNEOPALPEBRAL
o Resposta esperada: leve flexão plantar do pé.
o O resultado é considerado anormal quando a flexão plantar
reflexa do pé está ausente ou diminuída.

REFLEXO SUPERFIC IAL


o Ao estimular uma das córneas, com um pedaço de algodão,
o Os estímulos são realizados sobre a pele ou mucosas e espera-se que ocorra o fechamento de ambas as pálpebras.
provocam contrações musculares, geralmente circunscritas o Via aferente (sensorial): nervo trigêmeo ipsilateral
aos grupos musculares da região excitada. o Via eferente (motora): nervo facial bilateral.
o O nervo trigêmeo e o facial integram-se na região da ponte.
REFLEXO CUTÂNEO-PLANTAR o O estímulo da córnea é identificado pelo nervo trigêmeo
ipsilateral ao estímulo, o qual, na ponte, gera uma resposta
motora que será transmitida pelo nervo facial às duas
pálpebras inervadas por ele.
o Lesão no nervo trigêmeo: o estímulo sensorial não é
identificado, logo, não ocorre fechamento das pálpebras.
 O lado em que o nervo não está lesionado gera a resposta
o A excitação da planta do pé, em sua margem interna motora bilateral, visto que o estímulo sensitivo é
preferencialmente, no sentido póstero-anterior, provoca reconhecido pelo nervo não lesionado.
flexão plantar do hálux e dos artelhos.
Giovana Lúcia - MED turma XXXIX

o Lesão no nervo facial: o estímulo da córnea gera o fechamento OLFATÓRIO


de uma pálpebra (a que o nervo não está lesionado), a outra
não apresenta resposta.

SINAIS DE IRRITAÇÃO MENÍNGEA


RIGIDEZ DE NUCA
o As anormalidades do primeiro nervo são inicialmente
investigadas durante a anamnese.
o Exame:
 Pedir para o paciente, de olhos fechados, identificar
o Coloque o paciente em decúbito dorsal e solicite que ele deite odores característicos de algumas substâncias (café,
a cabeça sobre sua mão e relaxe. perfume, chocolate etc.) → realizado em uma narina por
o Promova a flexão súbita, mas cuidadosa do pescoço, levando vez.
o queixo do paciente em direção ao tórax. o Anosmia: diminuição ou perda do olfato
o A presença de rigidez será confirmada se o paciente não  Principal causa: trauma de crânio
conseguir realizar esse movimento, devido à intensa dor.  Outras causas: doenças degenerativas (Alzheimer,
Parkinson)
SINAL DE BRUDZINSKI o Cacosmia: sensação de odores fétidos.

ÓPTICO

o Avalia-se:
o Se positivo, é um indicativo de rigidez da nuca.  Acuidade visual
o Sinal de Brudzinski positivo: ao fletir o pescoço em direção ao  Campo visual
tórax, o paciente flexiona os membros inferiores como  Fundo de olho
resposta, para tentar aliviar a dor.
ACUIDADE VISUAL
SINAL DE KERNIG

o Manobra mais recomendada para crianças, pois as outras duas


dependem da colaboração do paciente, o que muitas vezes é
difícil de se obter.
o Paciente em decúbito dorsal.
o Estende-se a perna do paciente, fletindo-a sobre o quadril o Usa-se mapas, como o de Snellen, o qual é colocado a 20 pés
(elevar a perna formando um ângulo de 90º entre a coxa e a (6 metros) do paciente.
tíbia).  Pode-se usar também aplicativos de celular, os quais
o Nessa posição, elevar subitamente a perna do paciente. determinam a distância ser seguida.
o Positivo para meningismo: a manobra provoca muita dor e o Cada olho é examinado separadamente.
também elevação do pescoço como resposta. o Os resultados são expressos em frações comparativas com o
normal.
 20 por 40: o paciente enxerga a 20 pés, o que uma pessoa
PARES CRANIANOS normal enxerga a 40 pés.
o Visão para perto: cartões de Jaeger ou de Rosembaum
1- Olfatório (colocados a uma distância de 35 cm do globo ocular).
2- Óptico
3- Oculomotor CAMPO VISUAL
4- Troclear
5- Trigêmeo
6- Abducente
7- Facial
8- Vestibulococlear
9- Glossofaríngeo o O examinador deve estar posicionado a uma distância de 1
10- Vago braço do paciente.
11- Acessório o Solicitar ao paciente para olhar fixamente nos olhos do
12- Hipoglosso examinador.
Giovana Lúcia - MED turma XXXIX

o Pedir para o paciente cobrir um olho de cada vez → o avaliador o Função sensitiva: sensibilidade da face e via aferente da
deve cobrir o olho oposto (exame comparativo do campo córnea.
visual do examinador e do paciente).  É testada com a sensibilidade superficial e com o reflexo
o Com os braços esticados, o examinador deve testar os 4 córneopalpebral.
quadrantes, solicitando ao paciente quantos dedos tem e se  Sensibilidade superficial: dolorosa
eles estão parados ou em movimento.  Reflexo córneopalpebral:
▪ Via aferente: nervo trigêmeo ipsilateral
EXAME DE FUNDO DE OLHO ▪ Via eferente: nervo facial bilateral
▪ Ao estimular a córnea com um algodão, espera-se
como resposta o fechamento das duas pálpebras.
- Via aferente (trigêmeo) reconhece o estímulo e a
via descendente traz como resposta o fechamento
o Também chamado de fundoscopia ou oftalmoscopia.
das duas pálpebras.
o Exame que visualiza as estruturas do fundo de olho → nervo
▪ Lesão:
óptico, os vasos retinianos, e a retina propriamente dita, 1- No trigêmeo de um dos lados:
especialmente sua região central denominada mácula.
- O estímulo no lado lesionado não é
o Exame realizado com o oftalmoscópio → incide-se a luz na
reconhecido, logo, sem estímulo não há
pupila do paciente para enxergar as estruturas (olho direito do
resposta motora → não ocorre o fechamento
paciente, olho direito do examinador).
das pálpebras.
- Se o estímulo ocorrer do lado não lesionado, a
OCULOM OTOR, TROCLEAR E ABDUCENTE resposta ocorrerá normalmente → as duas
o Os nervos oculomotor (3), troclear (4) e abducente (6) são pálpebras se fecham.
responsáveis pela motricidade ocular, por isso, são avaliados 2- No nervo facial:
conjuntamente. - o estímulo da córnea provoca o fechamento
 Nervo oculomotor: responsável por elevar as pálpebras de apenas 1 pálpebra (a que o nervo não está
(responsável por abrir os olhos) e por contrair as pupilas lesionado).
(controla o esfíncter pupilar). o Função motora: mastigação
 Nervo troclear e abducente: responsáveis pela  Os músculos da mastigação são testados ao pedir para o
movimentação ocular. paciente abrir e fechar a boca.
o Avalia-se: ▪ Ao abrir a boca, há desvio da mandíbula para o lado
 Motricidade ocular intrínseca (resposta pupilar) da lesão porque, em condições normais, os músculos
 Motricidade ocular extrínseca (movimentação ocular) pterigóides externos de cada lado deslocam a
mandíbula para frente e para o lado oposto.
AVALIAÇÃO DAS PUPILAS - REFLEXO FOTOMOTOR  Palpação dos músculos masseter e temporal durante o
fechamento da boca pode revelar assimetrias de massa
o Deve-se observar a forma, o diâmetro e a simetria das pupilas.
muscular.
o Ao incidir luz sobre as pupilas, observa-se sua contração.
 Pedir para o paciente morder 2 abaixadores de língua →
 Via aferente: nervo óptico
o examinador tentará puxar essas espátulas.
 Via eferente: nervo oculomotor (realiza a reação pupilar)
▪ Se uma das espátulas sair com mais facilidade que a
o Reflexo fotomotor direto: nota-se a contração da pupila no
outra, indica fraqueza unilateral, ou seja, é um
mesmo olho em que se incidiu a luz.
indicativo de lesão do lado em que saiu com
o Reflexo fotomotor consensual: nota-se a contração da pupila
facilidade → é muito mais fácil retirá-lo do lado
oposta à iluminada.
parético do que do lado não afetado.
MOVIMENTAÇÃO EXTRAOCULAR
NERVO FACIAL
o Manter fixa a cabeça do paciente, solicitar que siga o dedo do
examinador apenas com os olhos sem mover a cabeça. o Responsável pela motricidade da mímica facial e por fechar os
o E pedir para o paciente informar quando não estiver vendo olhos.
nitidamente. o Nervo intermédio: fibras do nervo facial + fibras do nervo
o O examinador deve movimentar o dedo em 6 direções, vestibulococlear.
formando um H → observar se há nistagmo, estrabismo,  Tem função sensitiva.
assimetria da movimentar e se atentar para a queixa de  Responsável pela sensibilidade gustativa dos 2/3
diplopia. anteriores da língua e pela inervação parassimpática da
o Mover o dedo em direção a ponta do nariz do paciente → glândula lacrimal e das glândulas salivares, sublingual e
movimento usado para checar a convergência e o nistagmo submandibular.
(quando presente, indica problema no nervo o Exame:
vestibulococlear).  Solicita-se ao paciente que realize movimentos, como:
▪ Franzir a testa
NERVO TRIGÊM EO ▪ Fechar os olhos com força
▪ Mostrar os dentes (em um sorriso forçado)
o Possui 3 ramos: oftálmico, maxilar e o mandibular. ▪ Fazer bico
Giovana Lúcia - MED turma XXXIX

▪ Encher as bochechas de ar o Diante de uma hipoacusia (diminuição da audição) é


▪ Abrir a boca: para avaliar a simetria dos sulcos necessário saber se é de condução ou de percepção
nasolabiais (“bigode chinês”). (neurossensorial).
o O exame pode revelar a presença Paralisa Facial Periférica (ou  Hipoacusia de condução: diminuição da audição aérea
Paralisia de Bell). (CO > CA)
 Lesão periférica do nervo facial: compromete a hemiface ▪ Causa: normalmente infecciosa, como otite.
do mesmo lado da lesão (ipsilateral).  Hipoacusia de percepção: diminuição tanto da audição
aérea quanto da audição óssea (CA > CO).
▪ Causa: trabalho com muito barulho.

PROVA DE WEBER

▪ Fraqueza dos músculos do mesmo lado em que há a


paralisia
▪ Fraqueza da pálpebra superior → leva a uma
o Analisa a condução óssea
dificuldade de fechar o olho e dificuldade para piscar
o O diapasão é colocado na região frontal (testa) → Solicitar ao
(pode levar a ressecamento do olho com lesões da
paciente que avalie comparativamente o som nos dois ouvidos
córnea)
(se são iguais, se ouve mais em um do que em outro).
▪ Ocorre também ausência de rugas frontais do lado
o Prova de weber indiferente:
da lesão ao franzir a testa e a descida do canto da
 Paciente com audição normal, o qual percebe igualmente
boca → todas do mesmo lado da lesão.
o som nos dois ouvidos.
▪ Desvio da rima labial para o lado contrário ao da
o Prova de weber lateralizada:
paralisia (boca torta) → a boca desvia para o lado
 Paciente relatar ouvir melhor de um lado que de outro →
saudável, em que a musculatura consegue contrair.
▪ Pode cursar com diminuição do paladar na parte indica que em um dos ouvidos há maior CO que no outro.
anterior da língua e salivação excessiva levando o  Perda condutiva: o som é ouvido melhor do mesmo lado
paciente a babar (lesão do nervo intermédio). da perda → reduziu CA de um lado, fazendo com que a
o Paralisia central: afeta o trato corticonuclear ou corticobulbar CO se ampliasse.
(lesão piramidal) → compromete a hemiface contralateral à  Perda neurossensorial: o som é ouvido melhor no lado
lesão. oposto (não afetado) → no lado afetado ocorreu redução
 Não provoca alterações na parte superior do rosto → os tanto de CA quanto de CO, logo, o som será ouvido
movimentos da parte superior da face e dos olhos estão melhor no ouvido saudável.
ocorrendo normalmente → a testa “enruga” ao franzir a
EX → se o paciente acusar que ouve melhor do lado direito, isso
testa, os olhos abrem e fecham normalmente.
pode indicar:
 Não há acometimento das secreções salivares e lacrimais, - Hipoacusia de condução no lado direito.
nem da gustação. - Hipoacusia neurossensorial no lado esquerdo.
 Desvio da rima labial para o lado saudável, normal da face
o Diagnóstico diferencial: PROVA DE RINNE

o A prova de Rinne é usado para determinar o ouvido em que


está ocorrendo a hipoacusia.
 Paralisia facial periférica: o Compara-se a percepção sonora aérea (CA) e óssea (CO).
▪ Ao franzir a testa, o paciente não consegue formar  CO é avaliado no processo mastoide do osso temporal.
rugas frontais do lado da lesão. o O diapasão é colocado sobre o processo mastoide até que o
▪ Não fecha o olho do lado afetado. paciente refira que não escuta mais som algum, neste
▪ Desvio da boca para o lado saudável. momento deve-se colocar o diapasão a 2 cm do ouvido do
 Paralisia facial central: examinador e do paciente e questionar se escuta algo.
▪ Consegue formar rugas ao franzir a testa e fechar os o Possíveis resultados:
olhos. 1- Resposta normal esperada:
▪ Desvio da boca para o lado normal da face. - Teste de Rinne positivo (CA > CO).
2- Perda neurossensorial:
NERVO VESTIBULOCOCLEAR - Teste de Rinne positivo (CA > CO).
- Teste de weber positivo.
o Paciente com audição preservada tem condução aérea maior
3- Perda condutiva:
que a condução óssea (CA > CO).
- Teste de Rinne negativo (CO > CA).
Giovana Lúcia - MED turma XXXIX

- Paciente não escuta o som do diapasão na segunda ▪ Resposta esperada: elevação e constrição da
parte do teste. faringe, retração da língua e sensação de náusea.
▪ A ausência do reflexo pode indicar lesão dos nervos
RAMO VESTIBULAR IX e/ou X.
o As alterações vestibulares levam o paciente a queixar-se de
tonturas, desequilíbrio, zumbido, estalos, acúfenos etc. NERVO ACESSÓRIO
o Sinais de lesões no ramo vestibular do oitavo nervo: o É composto por duas porções: nervo acessório bulbar e nervo
 Desvio ao andar (tende a desviar para o lado da lesão). acessório espinal.
 Marcha em estrela: na marcha de Babinski- Weil, o  Nervo acessório bulbar: inerva a laringe → lesões nesse
paciente desvia-se a cada segmento andado, desenhando ramo provocam alteração na fonação e na respiração.
no chão como estrela (marcha em estrela).  Nervo acessório espinal: porção motora, inerva o
 Romberg positivo: o paciente cai para o lado afetado. músculo esternocleidomastoideo e a porção superior do
 Reflexo vestíbulo-ocular (RVO): esse reflexo permite fixar músculo trapézio.
o olhar → Esse reflexo funciona para estabilizar imagens o Exames para analisar a função motora:
nas retinas (quando o olhar é mantido firme em um local)  Teste da força e da movimentação do músculo
durante o movimento da cabeça, produzindo esternocleidomastoideo:
movimentos oculares na direção oposta ao movimento ▪ Pedir para o paciente mover a cabeça livremente
da cabeça. (para os lados, para frente e para trás).
▪ Testa-se pedindo para o paciente olhar fixamente ▪ Para testar a força, o examinador deve impor
para a ponta do nariz do examinador, enquanto este resistência a esses movimentos (mover a cabeça,
move a cabeça do paciente de um lado para o outro, mesmo com a resistência).
observando se há nistagmo e se o paciente consegue  Teste da força e da movimentação do músculo trapézio:
fixar o olhar. ▪ Pedir para o paciente levantar e abaixar os ombros.
▪ Depois impor resistência a esse movimento.
NERVOS GLOSSOFARÍNGEO E VAGO

o Ambos são responsáveis pela inervação motora e sensitiva da NERVO HIPOGLOSSO


faringe. o É responsável pela inervação dos músculos intrínsecos e
 Ambos são responsáveis pela deglutição. extrínsecos da língua.
 Nervo glossofaríngeo: inerva o terço posterior da língua o O exame da língua deve ser feito com a língua dentro e fora da
(os 2/3 anteriores são inervados pelo nervo intermédio boca, em posição estática e também movimentando em todos
do facial). os lados.
 Nervo vago é responsável também pela inervação das o Observação da língua:
cordas vocais.  Dentro da boca:
o Lesões nesses nervos causam: ▪ Verificar se há assimetria, atrofia ou fasciculações
 Disfagia alta: sintoma comum é o refluxo nasal de ▪ Indicativo de lesão: língua desvia para o lado
alimentos. normal.
 Lesão do vago: disfonia ou afonia por paralisia de corda  Fora da boca:
vocal. ▪ Verificar se há, atrofia/hipotrofia ou fasciculações
 Lesão do glossofaríngeo: compromete a gustação do 1/3 ▪ Lesão: língua desvia para o lado lesionado
posterior da língua.
o É importante questionar ao paciente se ele apresenta
dificuldade de deglutição ou alteração de voz.
o Exames:
 Observar o palato: pedir para o paciente abrir a boca e
dizer “aaaaa” de forma sustentada.
▪ Analisar se há simetria na elevação do palato e se a
rafe palatina se eleva.
▪ Lesões unilaterais:
- O palato do lado afetado não se eleva.
- A úvula e a rafe palatina são desviadas para o lado
normal = Sinal da cortina.

 Reflexo faríngeo ou nauseoso: o examinador vai pedir


para o paciente abrir a boca e colocar a língua para fora
e, com uma espátula, vai estimular a parede posterior
da faringe.

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