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UNIDADE I

Avaliação Funcional

Profa. MSc. Andrea Ferian


Consciência

É a capacidade do indivíduo de reconhecer a si mesmo e aos estímulos do ambiente.

Exame da consciência:

 Nível de consciência: engloba uma descrição do estado de alerta do paciente, em resposta a


estímulos verbais e dolorosos.

 Conteúdo de consciência (funções corticais): é a soma de todas as funções cognitivas e


afetivas dos seres humanos: memória, crítica, linguagem etc.
O nível de consciência vai
depender da interação entre
uma estrutura situada no
tronco encefálico e o córtex
O nível de consciência e o conteúdo de consciência são cerebral como um todo.
dependentes de estruturas anatômicas distintas:
O conteúdo de consciência é
dependente da função do
córtex cerebral.
Nível de consciência

 Alerta ou consciente: o paciente está acordado e atento.

 Letárgico: é considerado um estado de diminuição do nível de consciência em que o


paciente consegue ser acordado com estímulos brandos.

 Estupor (semicoma): é considerado um estado de sonolência mais profunda, no qual o


indivíduo precisa receber estímulos vigorosos e repetidos para despertar. Volta ao estado
inconsciente quando cessa a estimulação.

 Coma: (do grego kôma; sono profundo) não é possível


alertar o paciente com nenhum tipo de estímulo. Respostas
motoras reflexas podem ser observadas ou não.
 Morte encefálica: ocorre quando o dano encefálico é tão
extenso que não há potencial para recuperação estrutural e
funcional do encéfalo.
Avaliação do nível de consciência: Escala de coma de Glasgow

 A escala de coma de Glasgow (ECG) é uma escala padronizada utilizada para avaliação do
nível de consciência em pacientes vítimas de traumatismo cranioencefálico. Pontuações de
13 a 15 indicam trauma leve, entre 9 a 12, trauma moderado e 3 a 8, trauma grave.

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Apresenta 3 domínios:
- Resposta ocular.
- Resposta verbal.
- Resposta motora.
Avaliação do nível de consciência: Escala de coma de Glasgow

Resposta ocular:
(4) Espontânea: abre os olhos sem a necessidade de estímulo externo.

(3) Ao som: abre os olhos quando é chamado.

(2) À pressão: paciente abre os olhos após pressão na extremidade dos dedos (aumentando
progressivamente a intensidade por 10 segundos).

(1) Ausente: não abre os olhos, apesar de ser fisicamente capaz de abri-los.
Avaliação do nível de consciência: Escala de coma de Glasgow

Resposta verbal:
(5) Orientado: consegue responder adequadamente o nome, local e data.

(4) Confuso: consegue conversar em frases, mas não responde corretamente às perguntas de
nome, local e data.

(3) Palavras: não consegue falar em frases, mas interage através de palavras isoladas.

(2) Sons: somente produz gemidos.

(1) Ausente: não produz sons, apesar de ser fisicamente


capaz de realizá-los.
Avaliação do nível de consciência: Escala de coma de Glasgow

Resposta motora:
(6) Obedece a comandos: cumpre ordens de atividade motora (duas ações), como apertar a
mão do profissional e colocar a língua para fora.
(5) Localiza estímulos dolorosos: eleva a mão acima do nível da clavícula em uma tentativa de
interromper o estímulo (durante o pinçamento do trapézio ou incisura supraorbitária).
(4) Flexão normal: reflexo de retirada a estímulos dolorosos (há uma flexão rápida do braço ao
nível do cotovelo e na direção externa ao corpo).
(3) Flexão anormal a estímulos dolorosos: há uma flexão lenta do braço na direção interna do
corpo (decorticação).
(2) Extensão a estímulos dolorosos: há uma extensão do
braço ao nível do cotovelo (descerebração).
(1) Ausente: não há resposta motora dos membros
superiores e inferiores.
Avaliação do nível de consciência: Escala de coma de Glasgow

DECORTICAÇÃO

DESCEREBRAÇÃO

Fonte: MENDES, P. D. et al. Disorders of human consciousness – Part 2 of 3: The


approach to the infirm in coma. Revista Neurociência, v. 20, n. 4, 2012. p. 582.
Escala de coma de Glasgow – Atualização 2018

Incluída reação pupilar:


(2) Inexistente: nenhuma pupila reage ao estímulo de luz.
(1) Parcial: apenas uma pupila reage ao estímulo de luz.
(0) Completa: as duas pupilas reagem ao estímulo de luz.

Cálculo ECG-P: Valor da ECG – (subtrair) Avaliação Pupilar

PONTUAÇÃO MÍNIMA:1 PONTUAÇÃO MÁXIMA 15


Interatividade

Paciente M.R.S., 58 anos; sofreu um TCE (traumatismo cranioencefálico) decorrente de queda.


O mesmo foi levado ao hospital, no qual realizou uma cirurgia de descompressão craniana
(cirurgia para controlar edema e sangramento cerebral) e encontra-se na UTI no momento da
avaliação fisioterapêutica. Na avaliação, o exame pela escala de coma de Glasgow apresentou
nota 8. Como podemos classificar o trauma deste paciente em termos de gravidade?
Resposta

TCE grave (Glasgow com pontuação de 3 a 8 pontos).


Exame das funções corticais

Afasias
 O termo “afasia” significa perda da memória da palavra.
 É um distúrbio da comunicação causado por lesão cerebral (doença ou trauma) comumente
no hemisfério esquerdo e caracterizado por uma incapacidade do paciente em se expressar
e/ou compreender a linguagem falada e/ou escrita.
 Diferente de Disartria.
 Afasia sensitiva ou Afasia de Wernicke.
 Afasia Motora ou de Broca.
Área de
 Afasia Mista ou global. Área de Wernicke
Broca

Humano

Fonte: Broca’s_and_Wernicke’s_areas.png.
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/8/8a/Broca%27s_and_Wernicke%27s_areas.
png/466px-Broca%27s_and_Wernicke%27s_areas.png?20150202220347 Acesso em: 19 ago. 2022.
Exame das funções corticais

Apraxias
 Condição neurológica em que a pessoa é incapaz de realizar voluntariamente movimentos
mesmo que seus músculos estejam normais e ela tenha habilidade para fazer o movimento.
 Apraxia ideomotora – Ex.: ordena-se que o paciente faça o sinal da cruz; ele não o faz (mas
realiza-o automaticamente ao entrar em uma igreja).
 Apraxia do vestir – Ex.: paciente tem dificuldade de abotoar os botões de uma camisa ou
vesti-la corretamente.
 Apraxia construtiva – Ex.: paciente é incapaz de fazer um desenho com molde ou um
desenho espontâneo.
Exame das funções corticais

Quadrado Flor Cubo Relógio

Teste de apraxia construtiva Modelo 1 Modelo 2 Modelo 3 Não há modelo

Caso 4 Caso 3 Caso 1 Caso 5

Fonte: CARVALHO, R. J. et al. Avaliação de apraxias em pacientes com lesão


cerebrovascular no hemisfério esquerdo. Psicologia: teoria e prática, v. 13, 2008. p. 214.
Exame das funções corticais

Agnosias
 Agnosia é a incapacidade de reconhecimento de objetos, seja por meio da visão, audição
e/ou tato, quando na ausência de lesão dos órgãos executores.
 Prosopagnosia: incapacidade de reconhecimento de rostos familiares, embora possa
identificar elementos isolados.
 Agnosia tátil (Asterognosia): comprometimento do reconhecimento de objetos por meio do
estímulo tátil.
 Negligência unilateral ou Heminegligência: dificuldade em discriminar estímulos gerados do
lado contralateral à lesão cortical.

Fonte: O’SULLIVAN, S. B.; SCHMITZ, T.


J. Fisioterapia: avaliação e tratamento. 2.
Desenhos do examinador Desenhos do paciente ed. São Paulo: Manole, 1993. p. 123.
Exame das funções corticais

Avaliação cognitiva:

 Miniexame do Estado Mental (MEEM) ou Minimental.

 Avaliação Cognitiva de Montreal (MoCA).


Exame das funções corticais

Miniexame do Estado Mental: é o teste mais utilizado para avaliar a função cognitiva dos
pacientes neurológicos por se tratar de um teste rápido, de fácil aplicação, não requerendo
material específico.
Domínios:
 Orientação espacial, temporal.
 Memória imediata e de evocação.
 Cálculo.
 Linguagem-nomeação.
 Repetição, compreensão, escrita e cópia de desenho.
MEEM

Devido à conhecida influência do nível de escolaridade sobre os escores totais do MEEM,


foram adotadas notas de corte diferentes para pessoas com distintos graus de instrução:

 20 pontos para analfabetos;


 25 pontos para pessoas com 1 a 4 anos de escolaridade;
 26,5 para 5 a 8 anos de escolaridade;
 28 para aqueles com 9 a 11 anos de escolaridade;
 29 para mais de 11 anos de escolaridade.
MEEM
ORIENTAÇÃO
* Qual é o (ano) (estação) (dia/semana) (dia/mês) e (mês).
* Onde estamos (país) (estado) (cidade) (rua ou locala) (andar).
REGISTRO
* Dizer três palavras: PENTE; RUA; AZUL. Pedir para prestar
atenção pois terá de repetir mais tarde. Pergunte pelas três
palavras após tê-las nomeado. Repetir até que evoque
corretamente e anotar número de vezes: ____
ATENÇÃO E CÁLCULO
* Subtrair: 100-7 (5 tentativas: 93 – 86 – 79 – 72 – 65).
Alternativo1: série de 7 dígitos (5 8 2 6 9 4 1).
EVOCAÇÃO
* Perguntar pelas 3 palavras anteriores (pente-rua-azul).
Fonte: 26142752-1330633714-mine-exame-do-estado- LINGUAGEM
mental-meem.PDF. Disponível em: https:// * Identificar lápis e relógio de pulso.
saude.rs.gov.br/upload/arquivos/201701/26142752- * Repetir: “Nem aqui, nem ali, nem lá”.
1330633714-mine-exame-do-estado-mentalmeem.pdf. * Seguir o comando de três estágios: “Pegue o papel com a mão
Acesso em: 29 abr. 2020. (adaptado) direita, dobre ao meio e ponha no chão”.
* Ler ‘em voz baixa’ e executar: FECHE OS OLHOS.
* Escrever uma frase (um pensamento, ideia completa).
* Copiar o desenho:

TOTAL

a Rua é usado para visitas 1Alternativo é usado quando o entrevistado erra JÁ na primeira tentativa, OU acerta na
domiciliares. primeira e erra na segunda. SEMPRE que o alternativo for utilizado, o escore do item
Local para consultas no será aquele obtido com ele. Não importa se a pessoa refere ou não saber fazer cálculos
Hospital ou outra – de qualquer forma se inicia o teste pedindo que faça a subtração inicial. A ordem de
instituição! evocação tem de ser exatamente à da apresentação!
Exame das funções corticais

Avaliação Cognitiva Montreal (MoCA)


É uma ferramenta neuropsicológica que requer aproximadamente 15 minutos para avaliar os
seguintes domínios:
 Atenção.
 Funções executivas.
 Memória, linguagem.
 Habilidades visuoconstrutivas.
 Orientação.

 O teste MoCA foi criado como um teste de triagem para


detectar comprometimento cognitivo com pontuação de corte
de 26 pontos em uma pontuação total de 30 pontos.
MoCA

Fonte: MoCA-test-
portuguese_brazil.PDF.
Disponível em:
https://neurologiahu.ufsc.
br/files/2012/09/MoCA-
Test-
Portuguese_Brazil.pdf
Acesso em: 29 abr. 2020.
Interatividade

Paciente L.A., 62 anos, sofreu um AVE. Durante a avaliação fisioterapêutica, você notou
comprometimento na realização de movimentos intencionais, o qual não pode ser atribuído à
fraqueza muscular, déficit da coordenação motora, perda sensorial e/ou falta de atenção aos
comandos. A partir disso, qual o possível quadro que esse paciente apresenta?
Resposta

Apraxia: condição neurológica em que a pessoa é incapaz de realizar voluntariamente


movimentos, mesmo que seus músculos estejam normais e ela tenha habilidade
para fazer o movimento.
Exame dos pares cranianos

 Os nervos cranianos são os nervos que são ligados ao encéfalo e trocam informações entre
a periferia e o encéfalo.
 Recebem uma nomenclatura específica, sendo
numerados em algarismos romanos, de acordo
com a sua origem aparente, no sentido craniocaudal. Olfatório (I)

Óptico (II)
 Existem 12 pares de nervos cranianos, sendo o
Oculomotor (III)
primeiro (olfatório) ligado ao telencéfalo; o
Trigêmeo (V)
segundo (óptico), ligado ao diencéfalo; ao passo Troclear (IV)

que os outros dez ligam-se ao tronco encefálico. Abducente (VI)


Facial (VII)
Vestibulococlear (VIII)
Glossofaríngeo (IX)
Hipogloso (XII)
Vago (X)

Fonte: Acessório (XI)


https://upload.wikimedia.org/wikip
edia/commons/d/de/Brain_human
_normal_inferior_view_with_labels
_pt.svg?uselang=pt-br
Exame dos pares cranianos

Avaliação:
 NC I (olfatório) – sensitivo: cheirar café ou alguma substância semelhante com os olhos
fechados. NC II (óptico) – sensitivo: ler/identificar algo com um dos olhos fechados; testar a
visão central e periférica.

 NC III, IV e VI (oculomotor, troclear e abducente) – motor: movimentos oculares/observar


ptose palpebral.

 NC V (trigêmeo) – misto: contrair músculos da mastigação


(masseter e temporal); testar a sensibilidade da face.
Exame dos pares cranianos

Avaliação:
 NC VII (facial) – misto: paladar dos 2/3 anteriores da língua; abrir a boca e mostrar os
dentes, fechar firmemente os olhos, assobiar.

 NC VIII (vestibulococlear) – sensitivo: olhos fechados, falar ao paciente e pedir que o


mesmo repita o que foi dito/esfregar dos dedos próximos a cada orelha do paciente.

 NC IX (glossofaríngeo) – misto: paladar do 1/3 posterior da língua/fazer o paciente deglutir.

 NC X (vago) – misto: fazer o paciente deglutir/reflexo do


vômito.
Exame dos pares cranianos

Avaliação:
 NC XI (acessório) – mot.: fazer o paciente contrair o m. esternocleidomastoideo
e/ou trapézio.

 NC XII (hipoglosso) – mot.: fazer o paciente mostrar a língua e movê-la para


direita e esquerda.
Avaliação da sensibilidade

De uma forma geral, a sensibilidade pode ser dividida em:

Sensibilidade superficial (ou exteroceptiva):


 Tátil.
 Dolorosa.
 Térmica.

Sensibilidade profunda (ou proprioceptiva):


 Sentido de Posição.
 Sentido de Movimento.
Avaliação da sensibilidade

1) Paciente em posição confortável e relaxada.


2) Explicar o teste ao paciente.
3) Ocluir a visão.
4) Paciente deve discriminar e localizar o estímulo.
5) Mensurar o grau de envolvimento.
 Anestesia, hipoestesia, normoestesia, hiperestesia;
 Analgesia, hipoalgesia, normoalgesia, hiperalgesia;
 Sensibilidade profunda: alterada ou preservada.

6) Avaliação comparativa.
Avaliação da sensibilidade

Avaliação da sensibilidade dolorosa


 Utiliza-se um material pontiagudo para aplicação de estímulos de modo aleatório. Resposta:
o paciente deve indicar o momento e o local do estímulo sentido.

Avaliação do tato protopático (tato grosso)


 Utiliza-se um pincel com pelos, pedaço de algodão ou pedaço de pano. Resposta: o paciente
deve indicar o momento e o local do estímulo sentido.

Fonte: Livro-texto.
Avaliação da sensibilidade

Avaliação da propriocepção consciente


 A propriocepção envolve tanto o sentido de posição quanto o sentido de
movimento (cinestesia).
 Para avaliar a cinestesia, o membro ou articulação avaliado é movimentado passivamente
por meio da amplitude de movimento. Resposta: pedir ao paciente que indique verbalmente
a direção do movimento enquanto o membro é movimentado.
 Para avaliar o sentido de posição, o membro ou articulação é movimentado e mantido em
uma posição estática. Resposta: pedir para o paciente relatar verbalmente a posição; replicar
a posição do membro ou articulação com o membro oposto.
Avaliação da sensibilidade

Avaliação: C2

 Análise por segmentos corporais em C3

lesões encefálicas. C4
C2
C3 C4 C5
C4 T2
T3
C4
T4 C5
T2 T5
C5
T3 T6
T4 T7
C5 T8
T5 T2 T9 T2

 Análise por dermátomos em lesões T2


T6
T7
T2 T10
T11
T12
T8 T1 C6 L1
medulares e de nervos periféricos. C6
T1
T9
T10
C6 T1 L2
L3
T1

T11
S5
Dermátomos (31 pares): áreas cutâneas C7
T12
L1
C7 C7
S3
S4 Cóccix
C
C
8
C6

C8 C8
correspondentes aos segmentos espinais S3

S4
L2 L2
que fornecem sua inervação. S2

S2
L3 L3

L3

L L4 L4
5
L4 L4
L
L5 5

S1
S1
L5
S1 S1

Fonte: COHEN, H. Neurociência para fisioterapeutas: incluindo


correlações clínicas. São Paulo: Manole, 2001. p. 47.
Interatividade

Dentre as causas mais comuns de lesão do nervo acessório estão os procedimentos cirúrgicos
da região cervical (como biópsias de linfonodos cervicais). Quais seriam os sintomas
apresentados após uma lesão do nervo acessório?
Resposta

O nervo acessório é o XI par de nervo craniano; é puramente motor e responsável pela


inervação dos músculos esternocleidomastoideo e trapézio. Por isso, frente à sua lesão, o
paciente apresentaria fraqueza para rodar a cabeça e elevar o ombro.
Avaliação dos reflexos

Para a avaliação dos reflexos miotáticos, deve-se realizar uma percussão sobre o tendão
muscular com o paciente em posição confortável e relaxado, sendo essencial a comparação
dos resultados obtidos entre os dois hemicorpos.
Respostas
 0 = Ausente.
 + = Hiporreflexia.
 ++ = Normorreflexia.
 +++ = Hiperreflexia.
 ++++ = Hiperreflexia com aumento da área reflexógena.

Fonte:
https://images.tcdn.com.br/img/img_prod/746795/martelo_para_reflexos_ta
ylor_azul_bic_2890_1_20201124082035.jpg
Avaliação dos reflexos

Reflexo Bicipital
 Teste: Percussão sobre o tendão distal do bíceps com o braço do paciente levemente fletido.
 Resposta: Flexão do cotovelo e leve supinação.
Reflexo Tricipital
 Teste: Percussão sobre o tendão distal do
tríceps com o braço do paciente em abdução
de 90° de ombro e flexão de 90° de cotovelo.
 Resposta: Extensão do cotovelo.

Fonte: Livro-texto.
Avaliação dos reflexos

Reflexo Estilorradial
 Teste: Percussão sobre o tendão do músculo braquiorradial com
antebraço do paciente em posição neutra.
 Resposta: Leve pronação e flexão dos dedos.
Reflexo Patelar
 Teste: Percussão sobre o tendão patelar com o joelho do paciente
fletido a 90°.
 Resposta: Extensão do joelho.

Fonte: Livro-texto.
Avaliação dos reflexos

 Reflexo Calcâneo
 Teste: Percussão sobre o tendão do calcâneo com o tornozelo do paciente neutro.
 Resposta: Flexão plantar do tornozelo.

Fonte: Livro-texto.
Avaliação do tônus

Hipertonia
Espasticidade:
 Há um aumento na resistência ao movimento passivo brusco.
 A resposta produzida é velocidade dependente.
 O alongamento passivo contínuo de um músculo espástico pode produzir um súbito
relaxamento, denominado sinal de canivete.
 O alongamento também pode acarretar clônus, caracterizado por alterações espasmódicas
da contração e relaxamento muscular ocorrentes com frequências regulares.
Avaliação do tônus

Hipertonia
Rigidez (hipertonia plástica)
 A resistência fica aumentada para todos os movimentos, fazendo com que as partes do
corpo se tornem rígidas e imóveis.
 É relativamente constante e independente da velocidade de um estímulo de alongamento.
 Pacientes com parkinsonismo podem apresentar o sinal de roda denteada, uma resposta
ao movimento passivo caracterizada por uma alternância de afrouxamentos e aumentos de
resistência ao movimento.
 A rigidez constante do paciente com parkinsonismo é
denominada rigidez de cano de chumbo.
Avaliação do tônus

Hipotonia
 Termo utilizado para caracterizar queda ou ausência de tônus muscular (postural).
 A resistência ao movimento passivo está diminuída, os reflexos de estiramento estão
deprimidos e os membros são facilmente frouxos com frequente hiperextensibilidade
das articulações.
 A hipotonia também pode ocorrer como um estado temporário, denominado choque medular
ou choque cerebral, dependendo da localização da lesão no Sistema Nervoso Central.
Avaliação do tônus

O tônus pode ser caracterizado como hipertônico (tônus aumentado e acima dos padrões
normais em repouso), normal ou hipotônico (tônus reduzido e abaixo dos níveis normais em
repouso).
Avaliação 0 Não há aumento de tônus
 Observação inicial. Discreto aumento do tônus, manifestado por uma
 Testes do movimento passivo. 1 resistência mínima ao final do movimento, quando a
articulação afetada é fletida ou estendida.
 Classificação (Escala de Discreto aumento do tônus, manifestado por
Ashworth Modificada). contração associada a uma resistência mínima
1+ durante o restante do movimento (menos da metade
da amplitude de movimento).
Aumento mais pronunciado do tônus durante a maior
2 parte da ADM, mas a movimentação passiva é
facilmente realizada.
Aumento considerável do tônus durante a maior parte
3 da ADM, mas a movimentação passiva é realizada
com dificuldade.

Fonte: autoria própria.


4 Articulação afetada rígida em flexão ou extensão.
Avaliação da coordenação motora grossa e fina

Coordenação é a capacidade de executar movimentos regulares acurados e controlados.

Testes de coordenação que não envolvem o equilíbrio:

 Dedo ao nariz (índex-nariz).


 Dedo ao dedo do terapeuta (índex-índex). alteração: dismetria.
 Teste calcanhar-joelho.

Fonte: Livro-texto.

 Teste do rebote – alteração: fenômeno do rebote.


 Diadococinesia – alteração: disdiadococinesia.
Avaliação do equilíbrio

 De pé, com base estreita de sustentação.

 De pé, com um pé diretamente diante do outro (dedo de um dos pés toca o


calcanhar do outro pé).

 De pé, sobre um dos pés.

 Andar colocando o calcanhar de um dos pés diretamente adiante do dedo do outro pé.

 Andar ao longo de uma linha reta desenhada ou


marcada no assoalho.

 Andar para o lado e para trás.


Teste de equilíbrio e mobilidade

 Timed Up and Go Test (TUG) – Utilizado na prática clínica como medida de desfecho para
avaliar a mobilidade funcional, o risco de quedas ou o equilíbrio dinâmico em adultos.

 < 10 segundos = normal.


 > 10 segundos = começa a apontar algum problema de mobilidade e/ou equilíbrio.
 Escore ≥ 14 segundos indica um maior risco de quedas em idosos.
Teste de equilíbrio e mobilidade

 Escala de equilíbrio de Berg (EEB) – tem tido ampla utilização para avaliar o equilíbrio nos
indivíduos da terceira idade, acima dos 60 anos.

 O escore total varia de 0 a 56 pontos e quanto maior a pontuação, maior a


independência do paciente.
 0 a 20 pontos = prejuízo do equilíbrio.
 21 a 40 pontos = equilíbrio aceitável.
 41 a 56 pontos = bom equilíbrio.
Estratégias motoras do equilíbrio

 Estratégia de tornozelo – Terapeuta faz pequenas oscilações no paciente em


superfície estável.
 Estratégia de quadril – Realizar uma oscilação maior e mais rápida no paciente.
 Estratégia do passo – Realizar uma oscilação rápida e intensa do paciente, fazendo com que
haja o deslocamento do centro de massa. A) B) C)

Fonte: SHUMWAY-COOK, A.; WOOLLACOTT, M. H. Controle motor: teoria


e aplicações práticas. 3. ed. São Paulo: Manole, 2010. p. 166.
Marcha

 Marcha: É uma sequência de repetições de movimento dos membros para mover o corpo
para frente enquanto mantém a estabilidade no apoio.

 Ciclo da marcha ou passada: Intervalo entre 2 toques com o mesmo pé no solo. O ciclo de
marcha é dividido em duas fases:

 Apoio: pé encontra-se em contato com o solo (60% do ciclo): contato inicial, resposta à
carga, apoio médio, apoio terminal e pré-balanço.

 Balanço: pé é elevado do solo para o avanço do membro


(40% do ciclo): balanço inicial, médio e final.
Análise da marcha

 Para estabelecermos metas terapêuticas adequadas a fim de restaurar ou melhorar a


marcha de um paciente, o profissional precisa ser capaz de avaliar corretamente a
deambulação do indivíduo.

A avaliação deve envolver:


 Descrição apurada do padrão de marcha e suas variáveis.
 Identificação e descrição de todos os desvios da marcha e possíveis causas para estas
anormalidades.
 Determinação da necessidade do uso de dispositivos auxiliares para a marcha.
Exame da marcha

 Análise observacional (exame visual).


 Análise por videoteipe.
 Eletromiografia dinâmica (atividade muscular durante a marcha).
Marcha patológica

 Marcha atáxica cerebelar (marcha ebriosa);


 Marcha atáxica sensorial (talonante);
 Marcha ceifante (hemiplégica);
 Marcha do PC diparético (marcha em tesoura, crouch ou agachamento);
 Marcha parkinsoniana ou festinante;
 Marcha escarvante;
 Marcha em trendelemburg;
 Marcha miopática/anserina.
Atividade do chat

Um paciente sofreu acidente de moto e teve esmagamento do nervo fibular; por conta disso
perdeu o movimento de dorsiflexão do tornozelo.
Baseado nesse quadro clínico, responda:

 Em quais fases da marcha ele provavelmente apresenta mais dificuldade?


 Como seria a marcha realizada por esse paciente para compensar seu déficit?
 Qual o nome que se dá a esse padrão de marcha?
ATÉ A PRÓXIMA!

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