Você está na página 1de 8

Psicologia Interdisciplinar

SENSAÇÃO E PERCEPÇÃO – CONCEITO


 Sensação: procedimento neurológico responsável por organizar as informações recebidas do ambiente
(interno – corpo e externo – mundo) para que sejam usadas, de forma apropriada, no dia a dia.
 Gerado por estímulos físicos, químicos ou biológicos variados, originados fora ou dentro do organismo,
que produzem as alterações nos órgãos receptores, estimulando-os.
 Quando o cérebro processa as sensações de forma eficaz, as respostas adaptativas são geradas, de modo
que a pessoa consegue lidar com o seu ambiente e manter uma rotina sem problemas.
 Percepção: tomada de conhecimento sensorial de objetos ou de fatos exteriores, mais ou menos,
complexos. Toda percepção fornece ao indivíduo um percepto, mais ou menos, definido.

SENSAÇÃO
– FUNÇÕES VISUAIS
 Olho: recebe a informação para que a mesma seja tratada em processos neurais que ocorrem no cérebro,
para ser decodificada.
 Percepção visual: elaboração cortical das informações que a retina transmite ao cérebro através das vias
visuais – percepção de objetos.
 Reconhecimento de padrões: identificação ou reconhecimento de estímulos bi ou tridimensionais –
equiparação com a informação armazenada.

- Área cerebral: lobos occipitais.


Funções:
 Recebe e processa a informação visual;
 Áreas associativas: interpretação do mundo visual e do transporte da experiência visual para a fala.
Disfunções:
 Córtex visual: cegueira cortical, alucinações visuais e ilusões visuais.

- FUNÇÕES
Função tátil:
 Área cerebral: lobo parietal.
Função auditiva:
 Área cerebral: lobo temporal.
Função olfativa:
 Área cerebral: córtex orbitofrontal.
Função gustativa:  Área cerebral: o bulbo recebe a informação, envia para o tálamo e, depois, para o
córtex.

ALTERAÇÕES QUALITATIVAS DA SENSOPERCEPÇÃO


Ilusões e alucinações (conteúdo, sistema sensorial envolvido, circunstâncias de aparecimento).
 Ilusão: fenômeno psicopatológico; ocorre, principalmente, em situações de alteração qualitativa da
consciência. Percepção deformada e alterada, de um objeto real e presente.
 Alucinação: percepção de um objeto, sem que este esteja presente, sem o estímulo sensorial respectivo.
A clínica registra os indivíduos que percebem, perfeitamente, uma voz ou uma imagem, com todas as
características de uma percepção normal, sem a presença real do objeto.
 Pseudoalucinação: percepção sem que haja qualquer estímulo sensorial, mas o paciente
mantém a crítica, assume a vivência como não real.
ALTERAÇÕES DA SENSOPERCEPÇÃO
 Agnosia: incapacidade do indivíduo reconhecer as pessoas ou os objetos, mesmo quando as modalidades
sensoriais estão intactas.
 Causas: danos ao cérebro decorrentes de lesão; derrame; demências; traumatismos e doenças
neurológicas.
 Prosopagnosia: prejuízo no reconhecimento de uma face conhecida. Em casos mais graves, a pessoa não
consegue reconhecer a própria imagem no espelho.
 Lesão: occipitotemporal (porções inferiores: giros lingual e fusiforme), bilateral, principalmente, direita.
 Síndrome da negligência: inatenção aos estímulos próprios ou ambientais em um dimídio corporal
(geralmente, à esquerda). Alterações da sensopercepção

MEMÓRIA
 “Memória é a aquisição, a formação, a conservação e a evocação de informações. A aquisição é também
chamada de aprendizagem: só se “grava” aquilo que foi aprendido. A evocação é também chamada de
recordação, lembrança, recuperação. Só lembramos aquilo que gravamos, aquilo que foi aprendido”.
(IZQUIERDO, 2018)
→ As três fases da memória:
→ 1. Aquisição;
→ 2. Consolidação;
→ 3. Evocação das informações.
 Classificação das memórias.
 Conteúdo: declarativa, não declarativa e memória de trabalho (working memory).
 Duração: curto prazo, longo prazo e remota.

SISTEMA DE MEMÓRIA
Memória declarativa:
 Está relacionada à habilidade de armazenar e recordar fatos e eventos.
Episódica:
 Relacionadas aos eventos, os quais podemos ter participado ou, simplesmente, assistido. Estas
memórias são autobiográficas.
Semântica:
 Referentes aos nossos conhecimentos gerais.
Memória de trabalho (working memory):
 Pode ser considerada como um armazenamento temporário de informações recentes que serão
úteis para o raciocínio imediato e a resolução de problemas, mantendo-as durante alguns segundos ou
poucos minutos, enquanto estão sendo processadas
Memória não declarativa:
 Relacionada às memórias de capacidades, ou habilidades motoras ou sensoriais; é o que
chamamos de “hábitos”;
 Condicionamento simples e aprendizagem associativa simples: adquiridas através da associação
de um estímulo com um outro estímulo ou com uma resposta (Pavlov);
 Pré-ativação (Priming): são as memórias evocadas através de dicas (fragmentos);
 Processual: relacionadas ao “saber como”, isto é, para que possamos demonstrar que as temos,
precisamos fazer (exemplos: andar de bicicleta, nadar, saltar etc.).

MEMÓRIA – LOCALIZAÇÃO E DECLINIO


 A área cerebral envolvida nos processos de memória é o sistema límbico, sobretudo, o hipocampo,
localizado nas áreas mesiais do lobo temporal

MEMÓRIA – ALTERAÇÕES
 Amnésia: perda parcial ou total da memória, prejudicando o indivíduo na sua capacidade de reter e evocar
as informações.
 Amnésia retrógrada: caracteriza-se pela perda da memória para os eventos anteriores ao trauma (se
esquece de coisas que já sabia).
 Amnésia anterógrada: dificuldade da capacidade de consolidar novos conhecimentos após um trauma
cerebral.
 Amnésia global transitória: envolve um período bem mais curto, na qual um acesso repentino de amnésia
anterógrada dura, apenas, um período de minutos a dias, acompanhada por uma amnésia retrógrada para
os eventos recentes que precederam o ataque.
 Amnésia dissociativa ou psicogênica: conhecida como psicológica. Decorre de síndromes emocionais
ou traumas, sendo, geralmente, temporária.
Hipermnésia:
 Não possui relação com o nível intelectual, e pode ser permanente ou temporária.
Fatores que podem contribuir:
 Resposta sensorial incomum aos estímulos.
 Sinestesia: fenômeno em que os estímulos sensoriais evocam as sensações, normalmente, associadas
com os estímulos de outra natureza.
Desvantagens da supermemória:
 As sensações complexas evocadas pelos estímulos interferiam na sua habilidade de integrar e lembrar-se
de coisas mais complexas.

ESTADOS DE CONSCIÊNCIA
– CONCEITO E DEFINIÇÕES
 Conhecimento compartilhado com outro e, por extensão, o conhecimento “compartilhado consigo
mesmo”, apropriado pelo indivíduo. (ZENAN et al., 1997)
 É a percepção pessoal dos estímulos internos (sensações corpóreas e noções de identidade) e externos
(eventos do ambiente).
 Definição neuropsicológica: estado de estar desperto, acordado, vígil, lúcido.
 Definição psicológica: soma total das experiências conscientes de um indivíduo em determinado momento.
Relação do “eu” com o meio ambiente; é a capacidade do indivíduo entrar em contato com a realidade,
perceber e conhecer os seus objetos.
 Definição ético – filosófica: capacidade de tomar ciência dos deveres éticos e assumir as responsabilidades,
os direitos e os deveres concernentes a essa ética.
- AREAS CEREBRAIS
 Para a atividade mental consciente, observa-se a participação do lobo parietal direito (relacionado ao
reconhecimento do próprio corpo, dos objetos e do mundo, e na apreensão daquilo que denomina-se
realidade), e as áreas frontais são fundamentais na organização da atividade mental consciente.
A consciência pode sofrer alterações por processos fisiológicos e patológicos.
 São divididos em alterações quantitativas (rebaixamento do nível de consciência) e alterações qualitativas
(algum grau de rebaixamento – mínimo)

ALTERAÇÕES NORMAIS DA CONSCIÊNCIA


 Sono: é um estado comportamental, e uma fase fisiológica normal e necessária do organismo. Perda do
nível de consciência por um período limitado de tempo.
 Se divide em sono REM e não REM.
 Não REM: sincronizado sem os movimentos oculares rápidos; com quatro estágios.
 REM: movimentos oculares rápidos e conjugados associado a um relaxamento muscular profundo e
generalizado.
 O ciclo do sono é repetido, por noite, cerca de quatro vezes, havendo uma mudança na duração da Fase
REM.
 O sonho é um fenômeno associado ao sono e pode ser considerado uma “alteração normal” da
consciência. São vivências, predominantemente, visuais, raramente ocorrendo percepções auditivas,
olfativas ou táteis.
 Duração de 5 a 30 minutos – (25%).

ESTADOS DE CONSCIÊNCIA
– ALTERAÇÕES QUANTITATIVA
 Obnubilação ou turvação da consciência: rebaixamento da consciência em grau leve a moderado.
Diminuição do grau de clareza do sensório, com a lentidão da compreensão e a dificuldade de concentração.
Dificuldade para integrar as informações sensoriais oriundas do ambiente, não conseguindo reagir a certos
estímulos externos.
 Sopor: estado no qual o paciente pode ser despertado, apenas, por um estímulo enérgico, sobretudo, de
natureza dolorosa. Mostra-se sonolento, pode apresentar reações de defesa, mas é incapaz de qualquer
ação espontânea. A psicomotricidade encontra-se mais inibida do que nos estados de obnubilação.
 Coma: impossibilidade de qualquer atividade voluntária consciente e ausência de qualquer indício de
consciência.
 Os graus de intensidade são classificados em grau I (semicoma), grau II (coma superficial), grau III (coma
profundo) e grau IV (coma dépassé).

Síndromes psicopatológicas associadas ao rebaixamento do nível de consciência:


 Delirium: é uma síndrome neurocomportamental, causada pelo comprometimento transitório da atividade
cerebral, invariavelmente secundário aos distúrbios sistêmicos;
 Estão menos conscientes do ambiente, distraem-se, facilmente, e têm dificuldade para concentrar-se e
seguir os comandos. Manifestações de pensamento desorganizado, alteração do nível de consciência,
alterações perceptuais (alucinações e ilusões visuais), distúrbios do ciclo sono–-vigília, atividade motora
aumentada ou diminuída, e piora ao anoitecer;
 Mudanças relacionadas com a idade do cérebro predispõem as pessoas idosas ao delirium durante os
distúrbios fisiológicos, que são tolerados em indivíduos mais jovens.

ALTERAÇÕES QUALITATIVAS
 Estados crepusculares: estado patológico transitório no qual uma obnubilação da consciência (mais ou
menos perceptível) é acompanhada de relativa conservação da atividade motora coordenada (POROT, 1967
apud DALGALARRONDO, 2000).
 Ocorrem atos explosivos violentos e episódios de descontrole emocional. Geralmente, ocorre a amnésia
lacunar para o episódio, onde o indivíduo se lembra de alguns fragmentos isolados.
 Dissociação da consciência: fragmentação ou a divisão do campo da consciência, ocorrendo a perda da
unidade psíquica do ser humano. Observa-se uma dissociação da consciência, um estado semelhante ao
sonho, geralmente, desencadeada por acontecimentos psicologicamente significativos.
 Transe: estado de dissociação da consciência que se assemelha a sonhar acordado; presença de atividade
motora automática e estereotipada acompanhada de suspensão parcial dos movimentos voluntários

ALTERAÇÕES COM O USO DE DROGA


 Drogas: são substâncias utilizadas para produzir as mudanças nas sensações, na consciência e nas
emoções. Estas alterações variam de acordo com: características da pessoa, droga utilizada e circunstâncias
do uso.
Tipos:
 Depressoras da atividade mental: álcool, ansiolíticos ou tranquilizantes, e solventes ou inalantes;
 Estimulantes da atividade mental: anfetaminas, cocaína e crack;
 Perturbadoras da atividade mental: maconha, LSD, chá de cogumelo;
 As drogas provocam alterações em várias regiões cerebrais, predominantemente, em córtex pré-frontal e
regiões temporais;
 Prejudicam diversas capacidades cognitivas, tais como a atenção, a memória e as funções executivas;
 Há fortes indícios sugerindo que os déficits cognitivos persistam por algum tempo, mesmo após a retirada
das drogas

MOTIVAÇÃO
 Necessidade ou desejo que energiza o comportamento e o direciona para um objetivo.
 Motivos: necessidades, carências, interesses e desejos que impulsionam as pessoas em certas direções.
Teoria do Instinto
 Comportamento complexo, não aprendido, com um padrão fixo em uma espécie.
 Comportamento humano: orientado por necessidades fisiológicas e por desejos psicológicos.
 Pressuposto básico: os genes predispõem o comportamento típico da espécie.
Teoria da Redução do Impulso
 Quando uma necessidade fisiológica aumenta, também aumenta o impulso psicológico: um estado de
excitação motivado.
 Homeostase: manutenção de um estado interno estável, estado de equilíbrio ou estabilidade fisiológica.
Teoria do Incentivo
 Somos determinados pelas nossas necessidades, mas também somos pressionados pelos incentivos.
 Estímulos positivos ou negativos que nos atraem ou repelem, objetivo externo capaz de motivar o
comportamento.
 Alguns comportamentos motivados aumentam a excitação, ao invés de reduzir uma necessidade fisiológica
ou de minimizar a tensão.
 Motivação intrínseca parte das condições internas do indivíduo e depende dos reforços relacionados à
própria realização da atividade.
 Motivação extrínseca depende mais das influências externas e se refere às consequências das
atividades realizadas pelo indivíduo.

PIRAMIDE DE MASLOW
 Propõe um ponto de equilíbrio entre necessidades biológicas e sociais e integra muitos conceitos
motivacionais, estabelecendo uma hierarquia, na qual há uma organização sistemática de necessidades
segundo suas prioridades.
 As necessidades básicas ou primárias (1 e 2 no diagrama) têm de ser primeiramente satisfeitas para que
as menos básicas ou secundárias (3, 4 e 5 no diagrama) sejam despertadas.

MOTIVAÇÃO – ALIMENTAÇÃO E SEXUALIDADE


 A fome surge em função de variações na química corporal, incluindo hormônios que aumentam ou
reduzem a fome. O comportamento alimentar é mediado pela fome (química corporal) e pelos fatores
ambientais, que determinam do quê temos fome.
 Anorexia nervosa: perda de peso acima do normal (15% ou mais) por baixa ingestão de alimentos, mas a
percepção é de um corpo maior, o que perpetua a limitação na ingesta alimentar.
 Bulimia nervosa: episódios repetidos de superalimentação, seguidos de vômitos provocados
compensatórios, uso de laxantes, jejum ou exercício excessivo. Há preocupação com comida, com excesso
de peso e humor deprimido ou ansiedade.
 A motivação sexual se origina da ação recíproca entre nossa fisiologia e nosso ambiente,
mas os estímulos psicológicos (nossa fantasia/imaginação) também exercem papel
fundamental.

ÁREA CEREBRAL – HIPOTALAMO


ALTERAÇÕES: APRAXIAS
 São perturbações da atividade gestual, em que o indivíduo perde a capacidade de realizar atos motores.
Não são explicadas nem por um dano motor, sensitivo ou por alteração intelectual.
São classificadas como:
 Apraxia reflexiva: ações dirigidas ao próprio corpo.
Ex.: beber água;
 Apraxia não reflexiva: ações dirigidas ao externo.
Ex.: pintar uma parede.
 Causas: resultam de disfunções nos hemisférios cerebrais, sobretudo o lobo parietal.

EMOÇÕES: DEFINIÇÃO
 As emoções são respostas adaptativas do nosso corpo e podem ser entendidas a partir de três
perspectivas (Myers).
 Fisiológica (ex.: batimentos cardíacos acelerados).
 Comportamental (ex.: apressar o passo).
 Cognitiva: experiência consciente, incluindo pensamentos e sentimentos.
 Emoção: impulso neural que move um organismo para a ação, é um estado psicofisiológico.
 Sentimento: emoção filtrada pelos centros cognitivos do cérebro (especificamente do lobo frontal),
produzindo uma mudança fisiológica em acréscimo à mudança psicofisiológica.
James-Lange: propõe que a experiência da emoção deriva de nossa percepção das reações fisiológicas
aos estímulos que despertam a emoção.
 Cannon-Bard: as respostas corporais não são distintas o suficiente para evocar emoções diferentes
(taquicardia pode ser decorrência do medo, da raiva ou do amor). A resposta fisiológica e nossas
experiências emocionais ocorrem ao mesmo tempo.
 Teoria de Schachter dos Dois Fatores da Emoção: a experiência da emoção cresce a partir da consciência
da resposta corporal, as emoções têm dois componentes: excitação física e rótulo cognitivo.
 Segundo Damásio (2000), o substrato para a representação de emoções está em um grupo razoavelmente
restrito de regiões subcorticais, começando no nível do tronco cerebral, do hipotálamo, do prosencéfalo
basal e da amígdala.
 Uma vez ativados nessas áreas os padrões potenciais de atividade, representarão no cérebro a emoção
como um objeto neural, modificando o estado corporal, com a liberação de mensagens químicas, neurais e
a ativação de áreas cerebrais, criando um estado emocional

TRANSTORNOS DO HUMOR
 Transtornos nos quais a perturbação fundamental é uma alteração do humor ou do afeto, no sentido de
uma depressão (com ou sem ansiedade associada) ou de uma elação. Em geral se acompanha de uma
modificação do nível global de atividade.
 A maioria desses transtornos tende a ser recorrente e a ocorrência dos episódios individuais pode
frequentemente estar relacionada com situações ou fatos estressantes.
 Esse grupo é composto pelas seguintes categorias no CID X: episódio maníaco, transtorno afetivo bipolar,
episódios depressivos, transtorno depressivo recorrente, transtorno de humor (afetivos) persistentes, outros
transtornos do humor (afetivos), transtorno do humor (afetivo) não especificado.
 Apresenta causas multifatoriais: fatores endógenos (neurobiológicos,
genéticos) e fatores exógenos (psicossociais).

ÁREA CEREBRAL
 Existe um modelo neuroanatômico de estruturas cerebrais envolvidas na fisiopatologia dos transtornos do
humor, baseado nas suas funções de regulação, expressão e reconhecimento de emoções específicas.
 Córtex pré-frontal, amígdala, hipocampo, tálamo e gânglios da base

PENSAMENTO
 Constitui-se a partir de elementos sensoriais que podem fornecer substrato para o processo do pensar:
são as imagens perceptivas e as representações de qualquer modalidade sensorial que estejam
armazenadas na memória.
 Deve-se inicialmente distinguir os elementos constitutivos do pensamento: o conceito, o juízo e o raciocínio
das diferentes dimensões do processo de pensar, delimitadas como continuidade, forma e conteúdo do
pensamento.
 Continuidade: circunstancialidade (fala de coisas irrelevantes, mas volta ao ponto) ou bloqueio do
pensamento (interrompe o fluxo do pensamento/ideia em questão e pode esquecer do que estava falando).
 Forma: processo de pensamento, à maneira pela qual o paciente articula suas ideias (associações).
 Produção: abundância ou pobreza de ideias, pensamento rápido (fuga de ideias) ou lentificado.
 Conteúdo: o que a pessoa pensa (ideias, crenças, preocupações, obsessões [ideias/pensamentos
intrusivos], compulsões [práticas repetitivas], fobias, planos e intenções

ESQUIZOFRENIA
 O termo esquizofrenia vem de (esquizo = cisão; frenia = mente), introduzido pelo psiquiatra suíço Eugen
Bleuler, em 1911, caracterizada pela cisão do pensamento, do afeto, da vontade e do sentimento subjetivo
da personalidade. Fonte: Wagner Gattaz.
 Principais sintomas (positivos): delírios, alucinações e alterações do pensamento;
 Principais sintomas (negativos): alterações da afetividade, diminuição da motivação e empobrecimento do
conteúdo do pensamento.
 Essas formas de sintomas têm sido correlacionadas com alterações funcionais em diferentes regiões
cerebrais, a forma negativa foi associada a uma alteração de perfusão no córtex pré-frontal. Fonte: Razzouk
D.; Shirakawa, I. (2001).
 Sintomas positivos associados a alterações no lobo temporal médio

ESQUIZOFRENIA EM GÊMEOS
 Pesquisas realizadas com gêmeos monozigóticos e dizigóticos têm se mostrado úteis quando o objetivo é
verificar o peso de variáveis genéticas e ambientais na constituição de uma habilidade ou de um
comportamento desviante.
 Como a esquizofrenia é considerada resultante de herança multifatorial, ou seja, determinada
simultaneamente por fatores genéticos e ambientais, as pesquisas que possibilitam comparar taxas de
concordância e de correlação entre gêmeos monozigóticos e dizigóticos ajudam a determinar a extensão da
influência genética sobre esse quadro psicopatológico.

LINGUAGEM – ASPECTOS HISTÓRICOS


 Em 1836, Dax percebe a relação de distúrbios da linguagem e lesões no hemisfério esquerdo.
 Em 1861, Paul Broca postulou que a fala expressiva estava associada a uma região localizada no cérebro.
 Um ano depois, Trousseau mencionou pela primeira vez o termo afasia.
 Em 1873, Carl Wernicke descobriu que a capacidade de compreensão também estava associada a uma
região cerebral.
 Essas estruturas são unidas por numerosas fibras associativas em particular pelo feixe arqueado, núcleos
cinzentos centrais e o tálamo

ÁREAS DA LINGUAGEM
Área de Broca
 Terço posterior do giro frontal inferior esquerdo está relacionado à fala. Lesões nessa área causam afasia.
Área de Wernicke
 Terço posterior do giro temporal superior esquerdo. Lesões prejudicam a capacidade de uma pessoa
compreender a fala humana.
Afasia – definição:
 Alteração adquirida da linguagem de causa neurológica, caracterizada pelo comprometimento linguístico
da produção e compreensão de material verbal, da leitura e da escrita (COLAÇO, 2008).

AFASIA
Esse distúrbio é causado por lesões cerebrais ocasionadas por:
 Acidente vascular cerebral (AVC);
 Lesões cefálicas;
 Tumores cerebrais;
 Demências.
 A afasia exclui toda perturbação causada associada a déficits motores e/ou sensoriais, deficiência mental,
perturbações psiquiátricas

AFASIA DE BROCA E DE WERNICKE


 Broca: afasia não fluente, porque mesmo o órgão fonador estando preservado, a fala do indivíduo
apresenta dificuldades, é trabalhosa e lenta e a articulação se encontra prejudicada. Decorrente de lesões
dos giros frontais posteroinferiores esquerdo e geralmente acompanhada de uma hemiparesia à direita, mais
acentuada no braço.
 Wernicke: afasia fluente, o indivíduo pode continuar falando, mas a fala é muito defeituosa, às vezes
incompreensível, devido a erros na escolha das palavras e dos fonemas. Não há hemiparesias associadas e
ocorre por lesões das áreas temporais esquerdas posterossuperiores.

Você também pode gostar