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Arlindo Ugulino Netto

GUIA DO RESIDENTE DE NEUROCIRURGIA

ESCALAS EM NEUROCIRURGIA  Completa (0): as duas pupilas reagem ao estímulo de


luz.
INTRODUÇÃO
- As escalas em neurocirurgia são ferramentas úteis para - Separadamente, a pontuação da ECG e a resposta da pupila
determinar o perfil clínico, avaliar a gravidade, estabelecer estavam relacionadas ao resultado. A relação entre as
prognósticos e determinar conduta dos pacientes em estudo. diminuições na ECG-P e a deterioração do desfecho foi
Além disso, algumas delas permitem mensurar grau de observada em toda a gama de pontuações possíveis. Os 2
ressecção tumoral, os efeitos da intervenção terapêutica, pontos mais baixos oferecidos pela escala ECG-Pupila (ECG-P 1 e
descrever modificações do exame neurológico e uniformizar a 2) estenderam a informação sobre a gravidade da lesão de uma
linguagem científica, auxiliando em estudos. taxa de mortalidade de 51% e desfecho desfavorável de 70% na
escala ECG 3 para uma taxa de mortalidade 74% e uma taxa de
TRAUMA CRANIOENCEFÁLICO desfecho desfavorável de 90% na ECG-P 1. O achado paradoxal
ESCALA DE COMA DE GLASGOW (ECG) de que o escore ECG 4 foi associado a um desfecho pior do que
- É uma escala de avaliação do nível de consciência à beira do o escore ECG 3 não foi observado ao usar o ECG-P.
leito. Universalmente reconhecida, foi publicada em 1974, por
Teasdale e Jennet. OBS: Escala de Coma de Glasgow para pediatria:
- Avalia a função neurológica em três parâmetros: abertura
ocular, melhor resposta verbal e melhor resposta motora. Escala de Coma de Glasgow para crianças < 4 anos de idade
Abertura Ocular
Escala de Coma de Glasgow Espontânea 4
Abertura Ocular Estímulo verbal 3
Espontânea 4 Estímulo doloroso 2
Estímulo verbal 3 Ausente 1
Estímulo doloroso 2 Melhor Resposta Verbal
Ausente 1 Sorrisos, orienta-se na direção do som, segue objetos, 5
Melhor Resposta Verbal interage
Orientada 5 Choro consolável; interação inapropriada 4
Confusa 4 Choro inconsistentemente consolável; lamentação 3
Palavras inapropriadas 3 Inconsolável; inquietação 2
Sons inelegíveis 2 Ausente 1
Ausente 1 Melhor Resposta Motora
Melhor Resposta Motora Obedece ao comando 6
Obedece ao comando 6 Localiza estímulo doloroso 5
Localiza estímulo doloroso 5 Retira membro à dor ou flexão inespecífica 4
Retira membro à dor ou flexão inespecífica 4 Flexão anormal (decorticação) 3
Flexão anormal (decorticação) 3 Extensão anormal (descerebração) 2
Extensão anormal (descerebração) 2 Ausente 1
Ausente 1
 TCE leve: 14 a 15 pontos  Observação na sala de GLASGOW OUTCOME SCALE (GOS)
emergência - A Glasgow outcome scale ou Escala de desfecho de Glasgow
 TCE moderado: 9 a 13 pontos  Observação em UTI foi publicada em 1975 por Jennet e Bond.
 TCE grave: 3 a 8 pontos  Observação em UTI com - Tem a finalidade de estimar o prognóstico em pacientes pós-
medição da pressão intracraniana + IOT TCE.

- A escala de coma de Glasgow passou por uma atualização em Glasgow outcome scale
abril de 2018, com a finalidade de dar mais precisão ao 5 Boa recuperação, retorno à vida normal apesar de pequenos
resultado do exame. déficits.
- Acrescenta-se à escala já conhecida a análise da Reatividade 4 Incapacidade moderada, apresenta déficit, porém é
Pupilar. Essa deve ser verificada após a avaliação dos três independente para realizar atividades de vida diária
outros fatores e o resultado deve ser subtraído do valor obtido 3 Incapacidade grave, consciente, porém dependente para a
anteriormente. As notas atribuídas à Reatividade Pupilar do realização de atividades de vida diária.
paciente devem de encaixar em: 2 Estado vegetativo persistente, arresponsivo e afásico,
 Inexistente (2): nenhuma pupila reage ao estímulo de podendo apresentar abertura ocular em 2-3 semanas e ter
luz. ciclo sono-vigília.
 Parcial (1): apenas uma pupila reage ao estímulo de 1 Morte
luz.
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ESCALA DE MARSHALL FOUR Scale


- Escala publicada em 1991 e que se baseia em informações Resposta ocular
obtidas pela tomografia de crânio inicial. 4 Olhos abertos ou abrem, seguem, ou piscam ao comando
- É utilizada para sistematizar as lesões cerebrais em pacientes 3 Olhos abertos, porém sem seguimento
com Glasgow < 9 e para auxiliar na definição terapêutica. 2 Olhos fechados, mas abrem ao estímulo verbal elevado
- Nesta classificação, são avaliados: Estado das cisternas 1 Olhos fechados, mas abrem ao estímulo doloroso
perimesencefálicas (presentes, comprimidas ou ausentes); 0 Olhos permanecem fechados com a dor
Desvio das estruturas da linha média; Presença ou ausência de Resposta motora
lesão com efeito em massa e seu volume. 4 Eleva o polegar, cerra os punhos ou sinal paz
3 Localiza a dor
Classificação de Marshall 2 Resposta de flexão à dor
Tipo Tomografia Mortalidade 1 Resposta de extensão à dor
I TC sem lesões visíveis 9,6% 0 Ausência de resposta à dor ou estado mioclônico
Cisternas presentes generalizado
II DLM ≤ 5mm 13,5%
3 Reflexos tronco encefálicos
Ausência de lesão > 25 ml ou cm
4 Reflexos pupilar e corneano presentes
Cisternas obliteradas/ausentes
3 Uma pupila dilatada e fixa
III DLM ≤ 5mm 34%
3 2 Reflexos pupilar e corneano ausentes
Ausência de lesão > 25 ml ou cm
1 Reflexos pupilar e corneano ausentes
DLM > 5mm
IV 3 56,2% 0 Reflexos pupilar, corneano e da tosse ausentes
Ausência de lesão > 25 ml ou cm
Respiração
Qualquer lesão focal drenada
V 40-50% 4 Não entubado, padrão respiratório regular
cirurgicamente
3 3 Não entubado, padrão respiratório Cheyne-Stokes
Lesão hiperdensa > 25 ml ou cm
VI 2 Não entubado, respiração irregular
não operada
1 Respiração acima da frequência do ventilador
- Note que existe uma predominância de gravidade nos 0 Respiração na frequência do ventilador ou apneia
parâmetros na classificação de Marshall e, quando os mais
graves aparecem, pior é o prognóstico. A ordem de gravidade é: NEUROVASCULAR
Lesão > 25 ml não drenada  Lesão > 25 ml drenada  DLM > ESCALA DE HUNT-HESS
5 mm  Cisternas apagadas. - Proposta em 1968, a escala foi criada para estimar o
prognóstico e ajudar na decisão do momento ideal para cirurgia
SEDAÇÃO E NÍVEL DE CONSCIÊNCIA após a hemorragia subaracnoide (HSA) por aneurisma
ESCALA DE SEDAÇÃO DE RAMSAY intracraniano.
- Escala de sedação e analgesia que otimiza o uso de sedativos e - A escala se baseia em sinais clínicos da HSA: intensidade da
analgésicos, reduzindo os efeitos colaterais do uso excessivo. reação meníngea, gravidade do déficit neurológico, nível de
- Apresenta seis níveis, a depender do despertar do paciente. consciência, presença de doença associada.

Escala de sedação de Ramsay Classificação clínica das HSA de acordo com a


1 Paciente ansioso e agitado ou inquieto, ou ambos. escala de Hunt-Hess
2 Paciente cooperativo, orientado e tranquilo. 0 Assintomático (sem HSA).
3 Paciente somente responde a comandos. I Assintomático ou cefaleia leve e Mortalidade:
4 Dormindo, responde rapidamente ao estimulo glabelar ou mínima rigidez da nuca. 11%
ao estimulo sonoro vigoroso. II Cefaleia moderada a grave, Mortalidade:
5 Dormindo, responde lentamente ao estimulo glabelar ou ao rigidez da nuca, sem déficit 26%
estimulo sonoro vigoroso. neurológicos focais outros que
paralisia de pares cranianos.
6 Dormindo, sem resposta
III Sonolência, confusão e déficit Mortalidade:
neurológico focal mínimo. 37%
FOUR SCALE (FULL OUTLINE OF UNRESPONSIVENESS)
- Publicada em 2005, é um sistema de avaliação por pontuação Estupor, hemiparesia moderada a Mortalidade:
IV
para pacientes críticos neurológicos aos quais se atribuem grave, com possíveis reações de 71%
quatro variáveis: avaliação pupilar, respiração sinais de tronco descerebração e perturbações
encefálico e atividade motora. neurovegetativas.
- A pontuação varia de 0 a 4 em cada um dos parâmetros, Coma profundo, rigidez, Mortalidade:
V
estando o pior escore relacionado a pior prognóstico. descerebração, aparência 100%

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moribunda.
Graduação de Spetzler-Martin para MAV
OBS: Importante notar que o paciente HH 1 e 2 apresentam Variáveis Pontuação
Glasgow 15, isto é, acordado. Tamanho da MAV
Pequena (< 3 cm) 1
ESCALA DE FISHER Médio (3-6 cm) 2
- Desenvolvida em 1980, toma como base o padrão de sangue Grande (> 6 cm) 3
visualizado na TC de crânio inicial. Eloquência cerebral adjacente
- Escala utilizada para prever o risco de vasoespasmo cerebral. Área não eloquente 0
Área eloquente 1
Escala de Fisher de hemorragia subaracnoide Padrão de drenagem venosa
I Ausência de sangue visualizado. 4% de chance de Apenas superficial 0
vasoespasmo Profunda 1
grave. OBS:
II Depósito difuso ou fina lâmina com - Áreas eloquentes: Córtex motor/sensitivo, linguagem, visual,
todas as lâminas verticais de sangue tálamo, hipotálamo, cápsula interna, tronco cerebral, núcleos
(fissura inter-hemisférica, cisterna cerebelares profundos.
insular, cisterna ambiens) com - Drenagem venosa profunda: Veias cerebrais internas, veia
espessura menores que 1 mm. basal de Rosenthal e veia cerebelar pré-central.
III Coágulo localizado e/ou lâminas 49% de chance Tratamento:
verticais de sangue maiores ou iguais a de vasoespasmo  Grau 1 e 2: cirurgia.
1 mm de espessura. grave.
 Grau 3: multimodal (considerar cirurgia, radiocirurgia e
IV Hemorragia intracerebral, hemorragia embolização).
intraventricular com ou sem
 Grau 4 e 5: conservador.
sangramento difuso.
INTRACEREBRAL HEMORRHAGE (ICH) SCORE
ESCALA DE WORLD FEDERATION OF NEUROSURGICAL SOCIETIES (WFNS)
- Escala clínica composta por cinco componentes relacionados
- Escala criada em 1988, por comitê presidido por Charles Drake.
ao prognóstico após hemorragia intracerebral não traumática:
- Segundo ela, a escala de HSA deve ser constituída por cinco
Glasgow, idade, localização, volume e presença de sangue
graduações, ser baseada na escala de Glasgow e reconhecer a
intraventricular.
presença de déficit neurológico focal.
- O aumento da pontuação relaciona-se à maior mortalidade em
- O comitê considerou os dados do Internacional Cooperative
30 dias.
Aneurysm Study, que avaliou a importância prognóstica da
cefaleia, da rigidez de nuca e do déficit neurológico maior em
ICH Scale
termos de graduação. A análise definiu que: o melhor preditor
Variáveis Achados Pontuação
de morte e déficit neurológico é o nível de consciência; o
3-4 2
melhor preditor de déficit neurológico, mas não mortalidade, foi
Glasgow 5-12 1
a hemiparesia e/ou afasia.
13-15 0
WFNS subarachnoid hemorrhage grading Idade ≥ 80 anos 1
Grau Glasgow Déficit neurológico focal < 80 anos 0
1 15 Ausente Localização Infratentorial 1
2 13-14 Ausente Supratentorial 0
3 13-14 Presente Volume ≥ 30 ml 1
4 7-12 Presente ou ausente < 30 ml 0
5 <7 Presente ou ausente Sangramento Sim 1
intraventricular Não 0
GRADUAÇÃO DE SPETZLER-MARTIN PARA MALFORMAÇÃO ARTERIOVENOSA Escore ICH Mortalidade em 30 dias
- Sistema de graduação amplamente aplicado capaz de predizer 0 0%
o risco de morbidade e mortalidade relativo ao tratamento 1 13%
cirúrgico das malformações arteriovenosas (MAV) cerebrais. 2 26%
- As lesões são graduadas de acordo com o tamanho, padrão de 3 72%
drenagem venosa e eloquência cerebral adjacente. 4 97%
- A pontuação pode variar de 1 a 5, aumentando 5 100%
gradativamente o risco de complicações com o procedimento 6 100%
cirúrgico.
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NEURO-ONCOLOGIA A:Ocupacao da cisterna supra-selar


CLASSIFICAÇÃO DA OMS PARA TUMORES CEREBRAIS B:Obliteracao do recesso do terceiro ventriculo
C:Extensao para interior do III ventriculo podendo atingir ate
OMS Grau I Lesoes de baixo potencial de proliferacao. forame de Monro.
OMS Grau II Lesoes geralmente infiltrativas com baixa atividade D: Extensao parasselar para seio cavernoso.
mitotica. Alguns tipos de tumores E:Extensao parasselar extradural
progridem para alto grau de malignidade.
OMS grau III Incluem lesoes com evidencia histologica de PERFORMANCE STATUS (KARNOFSKY SCALE)
malignidade, geralmente com atividade - Instrumento de avaliação que quantifica a condição clínica do
mitotica, com capacidade infiltrativa e anaplasia. paciente.
OMS grau IV Incluem lesoes com atividade mitotica intensa, - Objetiva mensurar a condição clínica do paciente de maneira
com areas de necrose e geralmente simples e que tenha boa correlação com a resposta aos
associada a rapida evolucao da doenca. tratamentos instituídos.

SIMPSON Escala de desempenho de Karnofsky


- Escala publicada em 1957, com o intuito de avaliar a Escore (%) Critérios Categoria
recorrência após tratamento cirúrgico de meningiomas 100 Normal - sem queixas, ausência Capaz de
intracranianos. de evidência de doença. realizar
90 Capaz de realizar atividades atividades
Escala de ressecção de Simpson normais – sinais e sintomas normais e
Simpson Grau de ressecção Recidiva leves. Trabalhar;
I Ressecção macroscópica completa com 8% 80 Realiza atividade normal com Nenhum
excisão do acometimento dural e do osso esforço - alguns sinais e cuidado
acometido (incluindo a ressecção do seio sintomas. especial é
quando envolvido). necessário
II Ressecção macroscópica completa com 16% 70 Cuida-se - incapaz para as
coagulação do acometimento dural. atividades normais ou para o Incapaz ao
III Ressecção macroscópica completa sem 29% trabalho ativo. trabalho;
ressecção ou coagulação do 60 Requer assistência ocasional - Assistência
acometimento dural ou extensão cuida da maioria de suas variável é
extradural. necessidades. necessária
IV Ressecção parcial. 42% 50 Requer assistência considerável
V Descompressão simples (biópsia). - e cuidados frequentes.
40 Incapacidade: requer cuidados
HARDY especiais e assistência.
- Escala baseada na correlação anatomorradiológica, servindo 30 Incapacidade grave -
para definir o melhor acesso neurocirúrgico para tumores hospitalizado, morte não
selares e para predizer recidiva tumoral. iminente. Incapaz para o
20 Muito doente - hospitalizado, autocuidado
suporte ativo necessário.
10 Moribundo - processo fatal está
progredindo rapidamente.
0 Morte

- Karnofsky > 70  Prognóstico mais favorável com glioma


maligno.
Grau I: Microadenoma , com localizacao puramente selar. Sela
turca com aspcecto normal NEUROCIRUGIA FUNCIONAL E DOR
Grau II: Macroadenoma causando alargamento da sela turca, UNIFIED PARKINSON`S DISEASE RATING SCALE (UPDRS)
sem erosao associada.
Grau III: Micro ou macroadenoma causando erosão local no ENGEL
assoalho
Grau IV: Erosão difusa nas paredes da sela turca. ASHWORTH
- Escala que avalia e gradua clinicamente a espasticidade,
Classificação de Wilson: Classificação de Adenomas de Hipófise servindo como ferramenta para determinar a eficácia
0: Restrito a sela. terapêutica.

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 Boca: movimento discreto.


Escala de tônus de Ashworth Grau VI - paralisia Nenhum movimento
Grau Resistência ao movimento passivo total
0 Normal; sem aumento do tônus.
1 Discreto aumento do tônus quando o membro é COLUNA
movimentado em flexão ou extensão. AMERICAN SPINAL INJURY ASSOCIATION (ASIA)
2 Aumento marcado do tônus, mas o membro pode - Ferramenta desenvolvida para avaliar o portador de
ser flexionado facilmente. traumatismo raquimedular.
3 Aumento considerável do tônus; movimentos - É composta por variáveis de dependência específica e por
passivos dificultados. medidas de independência funcional. É amplamente utilizada
4 Membro rígido em flexão ou extensão. em estudos multicêntricos, sendo, portanto, considerada uma
escala padrão-ouro para a avaliação de portadores de
ESCALAS PARA MENSURAÇÃO DA DOR traumatismo raquimedular.
- Quanto maior o déficit inicial, pior é o prognóstico. Sendo o
HOUSE E BRACKMANN ASIA A o mais grave.
- Escore que serve para mensurar clinicamente o grau de lesão
na paralisia do nervo facial. O escore varia da normalidade à Classificação da ASIA
paralisia facial total. ASIA A Lesão completa: nenhuma função motora ou
sensorial preservada nos segmentos sacrais.
Escala de House e Brackmann ASIA B Lesão incompleta: função sensorial, mas nenhuma
Grau I - normal Função facial normal em todas as áreas função motora está preservada abaixo do déficit
Grau II - Geral - leve fraqueza notável apenas à neurológico e inclui reflexos sacrais.
disfunção leve inspeção próxima, pode haver sincinesia ASIA C Lesão incompleta: a função motora está
muito discreta. preservada abaixo do nível neurológico e mais da
No repouso - simetria e tônus normais. metade dos músculos principais abaixo do nível
Ao movimento: neurológico possuem força motora menor que 3.
 Testa: movimento leve a ASIA D Lesão incompleta: a função motora está
moderado. preservada abaixo do nível neurológico, e mais da
 Olho: fechamento completo com metade dos músculos principais abaixo do nível
esforço. neurológico possuem força igual ou maior que 3.
 Boca: leve assimetria. ASIA E Funções motoras e sensitivas normais.
Grau III - Geral - diferença óbvia, mas não
disfunção desfigurante, entre os dois lados, sincinesia ESCALA DE FRANKEL
moderada notável, mas não grave. - Escala divulgada em 1969 e que classifica o déficit motor e
No repouso - simetria e tônus normais. sensitivo do paciente vítima de TRM, de uma forma mais
Ao movimento: simplificada, em cinco grupos, sendo o paciente Frankel A o
 Testa: movimento leve a mais debilitado e o Frankel E, sem alterações.
moderado.
 Olho: fechamento completo com Escala de Frankel
esforço. A Perda sensitiva e paralisia motora completa abaixo
 Boca: levemente fraca com o da lesão.
máximo esforço. B Paralisia motora completa, porem com alguma
Grau IV- Geral - fraqueza óbvia e/ou assimetria. sensibilidade residual.
disfunção No repouso - simetria e tônus normais. C Sensibilidade presente com função motora
moderada a Ao movimento: residual, não funcional para o paciente.
grave  Testa: nenhum movimento. D Sensibilidade e função motora presentes, porem
 Olho: fechamento incompleto. abaixo do normal.
 Boca: assimetria com o máximo E Sem alterações neurológicas.
esforço.
Grau V – Geral - apenas uma movimentação FINNESSON
disfunção grave discretamente perceptível. - Ferramenta útil para avaliar o resultado cirúrgico em hérnias
No repouso – assimetria. discais lombares com base em fatores prognósticos.
Ao movimento: - A soma dos fatores da escala se relaciona a um dos quatro
 Testa: nenhum movimento. tipos de prognósticos prováveis: bom, moderado, marginal e
 Olho: fechamento incompleto. ruim.

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ESCALA DE NURICK
- Utilizada para avaliar clinicamente o portador de mielopatia
cervical espondilótica, estabelece o grau de dificuldade para
deambulação e sua relação com as atividades.

Escala de Nurick para mielopatia espondilotica cervical


Grau 0 Sinais ou sintomas radiculares, sem evidencias de
comprometimento medular.
Grau 1 Sinais de comprometimento medular com marcha
normal
Grau 2 Comprometimento da marcha, mas com
capacidade de trabalhar
Grau 3 Comprometimento da marcha, incapacidade de
trabalhar, anda sem apoio.
MCCORMICK
Grau 4 Comprometimento da marcha, anda com auxilio.
- Escala funcional para avaliação de pacientes com tumor
Grau 5 Restrito ao leito ou em cadeira de rodas.
intramedular que avalia os quadros neurológicos motor e
sensitivo, relacionando com a independência funcional.
JOA (JAPANESE ORTHOPEDIC ASSOCIATION)
- Avalia os portadores de mielopatia cervical espondilótica, CLASSIFICAÇÃO DE LESÃO DA COLUNA CERVICAL SUBAXIAL (SLICS) DE
pontuando a função motora dos membros superiores, função VACCARO
motora dos membros inferiores, função sensitiva e função - Cerca de 75% de todas as fraturas cervicais ocorrem entre C4 e
vesical. T1. O nível mais comum de fratura na coluna cervical é C5, e o
- A pontuação normal é 17, e portadores de mielopatia cervical nível mais comum de subluxação é o interespaço C5-C6.
espondilótica apresentam pontuação entre 8 e 12. - Existem vários sistemas para avaliar a estabilidade e/ou
orientar o tratamento das fraturas subaxiais de coluna.
TOKUHASHI - Classificação das lesões subaxiais da coluna cervical do Grupo
- Sistema revisado para avaliação prognóstica em tumores de Estudos de Traumas da Coluna: avalia lesões no complexo
metastáticos espinhais constituídos pelas seguintes disco-ligamentar além das lesões neurológicas e ósseas.
características: condição geral (Karnofsky), número de focos de
metástases ósseas extra-espinhais, número de metástases em
Classificação das lesões subaxiais – SLIC (Vaccaro, 2007)
corpos vertebrais, metástases para órgãos internos
Lesão (mais severa nesse nível) Pontos
importantes, sítio primário do câncer e paralisia.
Morfologia
- A cada característica é dada uma pontuação, gerando uma
Sem anormalidades 0
pontuação total que serve para predizer o prognóstico e a partir
daí gerar estratégias de tratamento. Compressão simples (fratura por compressão,
rompimento da placa terminal, fratura do corpo 1
vertebral no plano sagital)
Fratura do tipo explosão 2
Distração (faceta empoleirada, fratura do 3
elemento posterior)
Rotação/translação (deslocamento facetário,
fratura em lágrima, lesão por compressão 4
avançada, fratura do pedículo bilateral, massa
lateral flutuante)
Complexo disco-ligamentar
Intacto 0
Indeterminado (alargamento interespinhoso
o
isolado < 11 em relação à angulação e sem 1
alinhamento facetário anormal, aumento do
sinal na RM de T2WI nos ligamentos)
Rompido (faceta empoleirada ou deslocada, <
TOMITA 50% de aposição articular, diástase facetaria > 2 2
- Sistema de estratégia cirúrgica para tumores metastáticos mm, espaço discal anterior alargado, aumento
espinhais com base na velocidade de crescimento do tumor do sinal na RM pelo disco inteiro)
primário (lento, moderado e rápido), presença de metástase Status neurológico
visceral (tratável e intratável) e presença de metástases ósseas Intacto (ASIA E) 0
(única e múltiplas).
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Lesão na raiz 1 deslocamento posterior instável


Lesão medular completa (ASIA A) 2
Lesão medular incompleta (ASIA B-D) 3 CLASSIFICAÇÃO DE LEVINE-EFFENDI
* Compressão medular com déficit progressivo +1 - Classificação amplamente utilizada na fratura do enforcado
Conduta baseada no SLIC para padronização e definição de condutas.
Escore (SLIC) Tratamento
1-3 Não cirúrgico Classificação de Levine das fraturas do enforcado (sistema de
4 Não especificado Effendi modificado)
≥5 Cirúrgico Tipo Comentários
I Fratura sem desvio. Subluxação ≤ 3 mm de C2 sobre
CLASSIFICAÇÃO DE LESÃO TORACOLOMBAR (TLICS - VACCARO) C3 e ausência de angulação.
Classificação e severidade de lesão toracolombar – TLICS II Fratura desviada, com predomínio de translação
(Vaccaro, 2005) sobre a angulação. Subluxação de C2 sobre C3 > 3
Categoria Achado Pontos mm e/ou angulação; leve compressão anterior de
Fratura por compressão 1 C3 possível.
Achados Componente de explosão ou IIA Fratura oblíqua, com angulação maior e mínima
radiográficos angulação > 15
o
1 translação.
Lesão por distração 2 III Tipo II + ruptura bilateral da cápsula da faceta de
Lesão translacional/rotacional 3 C2-3. Apresenta translação e angulação acentuada,
Intacto 0 com luxação de uma ou duas facetas articulares C2-
Estado C3.
Lesão na raiz 2
neurológico Lesão medular completa 2
CLASSIFICAÇÃO DE ANDERSON E D’ALONSO
Lesão medular incompleta 3
- Classificação utilizada para fraturas do odontoide. Vale
Síndrome da cauda equina 3
salientar que o tipo II é mais indicativo de cirurgia do que o tipo
Integridade do Intacta 0
III.
complexo Indeterminada 2
ligamentar Lesão definida 3
Classificação de Anderson e D’Alonso das fraturas de
posterior
odontoide
Conduta baseada no escore TLICS
Tipo Comentários
TLICS Tratamento
I Através do ápice (acima do ligamento transverso).
≤3 Candidatos não operatórios
Decorre da avulsão da inserção do ligamento alar. É
“Zona cinzenta” (podem ser considerados
considerada rara e instável.
4 para o tratamento operatório ou não
II Através da base do pescoço, sendo considerada a
operatório)
fratura de odontoide mais comum. Geralmente é
≥5 Candidatos cirúrgicos
instável. O tratamento cirúrgico quase sempre se faz
necessário.
CLASSIFICAÇÃO DE FIELDING E HAWKINS
III Através do corpo de C2 (geralmente envolve o
- Utilizada para classificar o tipo de subluxação atlanto-axial
espaço medular). Geralmente é estável e apresenta
rotatória e estabilidade da articulação.
tipicamente um prognóstico favorável com o
tratamento conservador (90%).
Classificação de Fielding e Hawkins da subluxação atlanto-axial
rotatória
Tipo Descrição Deslocamento Comentário
Lig. Lesão da anterior de C1
transverso faceta sobre C2
do atlas
I Intacto Bilateral ≤ 3 mm Odontoide
atua como
pivô.
II Lesionado Unilateral 3,1 – 5 mm Articulação
intacta atua
como pivô
III Lesionado Bilateral > 5 mm Raro; CLASSIFICAÇÃO MORFOLÓGICA DA AOSPINE
instável
IV Incompetência do odontoide com Raro;

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- Originalmente descrita por Magerl e cols., atualmente, ESCALA DE FORÇA MUSCULAR


constitui o sistema de classificação morfológica mais utilizado - A força pode ser testada pedindo para que o paciente aperte
para fraturas TL. as mãos do examinador, o qual deve verificar a simetria do
- Este sistema divide as fraturas em três principais tipos: A, padrão de força entre os dois membros. A partir daí, deve-se
compressão; B, distração; e C, multidirecional com translação. graduar a força muscular.

Escala de Força Muscular


0 Paralisia total.
I Contração muscular mínima, sem movimentar o
membro.
II Paciente é incapaz de manter o membro contra a
gravidade, realizando somente movimentos “de
arraste” no leito.
III Paciente capaz de vencer a gravidade, mas não
vence a resistência imposta pelo examinador.
IV Paciente com sensação de diminuição da força
muscular, mas que é capaz de vencer a resistência.
V Força muscular normal.

REFERÊNCIAS

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classification of spinal cord injury, revised 2000. 6th ed. Chicago,
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