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NEUROPSICOLOGIA

“Ciência da organização cerebral dos processos mentais humanos, que tem por objetivo
específico e peculiar investigar o papel dos sistemas cerebrais nas formas complexas de
atividades mentais”.

““A comparação entre diversas dissociações simples impulsionou o desenvolvimento de uma


concepção, segundo a qual cada processo cognitivo é relativamente independente dos demais
e apresenta sua própria base orgânica.” (Malloy-Diniz, et al, 2016)

Estudar a relação entre SNC (neurônios) e as funções psicológicas

Dissociação simples: quando existe um prejuízo em uma das áreas, mas as outras são
preservadas (o que poderia identificar as áreas específicas de cada função)

Localizacionista: cada área responsável por uma função.

Globalista: equipotencialidade, todas as áreas poderiam realizar todas as funções

TEORIA DO SISTEMA FUNCIONAL:

1ª unidade funcional: tronco encefálico – regular o tônus, a vigília e os estados mentais.

2ª unidade funcional: córtex posterior – receber, analisar e armazenar as informações

3ª unidade funcional: córtex anterior – programar, regular e verificar a atividade;

AREAS DE PROJEÇÃO, MOTORA E SENSORIAIS

Área motora (somatotopia) - 4 de Broadman

 Regiões mais inferiores: língua e face


 Um pouco mais acima: movimentos das mãos, dos braços, do tronco e assim
sucessivamente...
 Movimentos das pernas e dos pés na face medial do hemisfério cerebral.
 Lesões: Paralisia da musculatura contralateral correspondente

Córtex de projeção auditiva , área 41 e 42 (tonotopia)

• Recebe fibras do corpo geniculado medial (tálamo) que trazem informações sonoras
do ouvido interno.
• Lesões dificilmente causam surdez, pois as informações chegam de forma contralateral
e ipsilateral.
• Necessidade de lesão nos dois hemisférios para ocasionar surdez.

Córtex somestésico 1, 2, 4 (somatotopia)

• Recebe fibras do tálamo, que trazem informações da face e da metade contralateral


do corpo.
• Lesões têm como consequência a dificuldade em localizar estimulações táteis,
grafestesia (perceber escrita sobre a pele de olhos fechados) e estereognosia
(perceber objetos)

Área visual primária (17 Broadman) Retinotopia


• Chegam projeções do trato geniculocalcarino que trazem informações dos campos
visuais contralaterais.

• Lesões no córtex visual primário resultam em perda da visão nos pontos


correspondentes do campo visual.

AREAS DE ASSOCIAÇÃO UNIMODAIS

Área visual de associação B 18, 19, 37 e 20.

• Via em direção ao parietal e frontal: “O Onde” da informação = detectam movimento e


a localização
• Via em direção ao lobo temporal: “O que” da mesma informação, como detecção de
cores e formas.
• Lesões da área visual de associação causam diferentes tipos de agnosia visual
(reconhecer objetos)

Área de associação auditiva

• Direção anterior: Identificação de sons ou voz das pessoas


• Direção Posterior: Importante para localização dos sons e conteúdo da linguagem
• Lesões:
• Agnosia auditiva (não sabe identificar sons característicos do ambiente) ou inabilidade
de identificação de timbres.

Área somatossensorial 5 e 7 Broadaman

• Funções: Localização tátil precisa; exploração manual ativa; coordenação do alcançar e


pegar; armazenamentos de memórias somatossensoriais.
• Lesões nessa área: Agnosia tátil; apraxia tátil (objetivos não podem ser manipulados
sem auxílio visual) ou orientação espacial por meio do tato.

Região motora de associação , áreas 6, 8, 44 (Broca)

• Planejamento motor;
• Seleção de movimentos.
• Lesões: Apraxias, sem paralisia ou fraqueza muscular.

Área supramodal Temporoparietal , Broadman 7, 39 e 40

 Mantém ligações estratégicas com regiões unimodais (integração das informações),


córtex pré-frontal; envia fibras para estruturas subcorticais.
 Maturação tardia, por volta dos 10 anos.
 Funções: Praxia; linguagem, integração e planejamento visomotor e a atenção espacial
(selecionar entre vários estímulos e mudança de atenção para novo foco, atuando com
o córtex pré-frontal).
 Assimetria de função: Hemisfério direito: Atenção – Hemisfério Esquerdo: Linguagem.
 Lesões: Confusão Direita-Esquerda; agnosia dos dedos; disgrafia; discalculia;
problemas na compreensão da linguagem.
 Na porção inferior do lobo parietal, detecta-se a presença de “neurônios espelho”,
assim como no córtex pré-motor.
AVALIAÇÃO NEUROPSICOLOGICA

 Objetivo: esclarecer questão sobre o funcionamento cognitivo, comportamental e


emocional do paciente
 Pressuposto monista materialista > todo o comportamento, processo cognitivo ou
reação emocional > ativação de sistemas neurais específicos
 O estabelecimento da extensão, do impacto e das consequências cognitivos,
comportamentais e na adaptação emocional e social que lesões e disfunções cerbiais
podem provocar

 Entrevista
 Testes e tarefas
 Observação
 Escala

ETAPA 1 + conceitualizarão clinica


• Entrevista com o paciente, familiares e outros informantes
• Observação do comportamento do paciente na consulta/outros ambientes

Hipótese a ser testada

ETAPA 2 > teste das hipóteses


• Seleção e aplicação da testes e escalas

ETAPA 3 > a integração de informações, inferência diagnóstica e planejamento


de condutas (Laudo)

Testes e Escalas
(No devem ser aplicados da forma aleatória)

Seleção de testes

 Efeito de teto: uso de teste muito fácil para o “níve” do paciente, onde irá acertar tudo
e dar uma falsa impressão de que ele é “acima da média”.
 Efeito chão: aplicar teste muito difícil dando a falsa impressão de que aquele paciente
paciente possui algum déficit.

Bateria = conjunto de testes

 Fixa: aplicar sempre os mesmos testes


 Breves: traz resultados superficiais, de rastreio
 Flexível: escolha do texto de acordo com a demanda

Abordagem nomotética: comparar a pessoa a um grupo de controle (mesma idade, cultura,


espaço geográfico)

Abordagem idiografica: comparação do paciente com ele mesmo


OBJETIVO

 Auxílio no diagnostico
 Orientação para tratamento
 Planejamento para a reabilitação
 Prognostico
 Perícia
 Seleção do paciente para técnicas especiais

O que procurar?

 Memoria
 Atenção
 Percepção
 Visioconstrução
 Linguagem
 Funçoes exwcutivas
 Regulação emocional
 Comportamento funcional
 Percepção pre-morbida
 Cognição pr-emorbida

ATENÇÃO

•Alertness: que pode ser traduzido como nível de alerta ou ativação.

O tônico: refere-se a um mecanismo sob controle interno, amplamente fisiológico. Ele regula a
responsividade à estimulação ambiental, incluindo o ciclo sono-vigília, o nível de vigilância e o
potencial para “focalizar”. Corresponde à intensidade em que o indivíduo está acordado,
alerta, pronto para emitir uma resposta.

Ativação fásica: refere-se a modificações momentâneas na responsividade, frequentemente


sob controle do meio. Ela “dirige” a atenção para qualquer ponto do campo interno ou
externo. Os demais parâmetros dependem da integridade desses dois mecanismos.

•Seletividade: -à capacidade de focalizar um estímulo específico em detrimento de distratores.

•Alternada: Corresponde à capacidade de alternar entre um estímulo ou conjunto de


estímulos e outro, ou entre um tipo de tarefa e outra, sucessivamente.

•Dividida: Corresponde à capacidade de focar dois estímulos distintos simultaneamente.

•Sustentação: Corresponde à capacidade de manter o foco atentivo por um tempo mais


prolongado com o mesmo padrão de consistência. Este aspecto engloba tanto a quantidade de
tempo na qual o indivíduo consegue manter o foco, como também a consistência de resposta
durante esse intervalo.

1. Rede de atenção visual, assimétrica (com dominância à direita), que envolve o lobo
parietal direito, os colículos superiores e o núcleo pulvinar do tálamo. Estudos de
neuroimagem funcional demonstram que o lobo parietal direito é ativado
independentemente do local do estímulo no campo visual. Lesões têm efeito deletério
no desligamento (disengage) do foco atencional de um local para outro.
2. Rede executiva: que inclui o giro do cíngulo. Uma vez que a atenção mudou para um
novo foco e o conteúdo visual foi “transmitido”, a rede executiva entra em
funcionamento, trazendo o estímulo para a “consciência” (reconhecimento
consciente).
3. Rede de vigilância, responsável pela manutenção do estado de alerta. Também é uma
rede assimétrica, envolvendo os lobos frontal e parietal direitos. A ativação dessa rede
ocorre quando se aguardam sinais infrequentes, sendo que a rede executiva
permanece hipofuncionante quando a rede de vigilância está ativada.

MEMÓRIA

Fase:
1. Aprendizagem: decodificar a informação recebida
2. Consolidação: gravar aquela informação na memoria (estresse interfere)
3. Recuperação: resgatar. Evocação: esforço para lembrar: prova dissertavtiva.
Reconhecimento: prova de múltipla escolha.

MEMÓRIA DE LONGO PRAZO


Memória declarativa ou Explicita

Também chamada de memória explícita, a memória declarativa consiste no armazenamento e


na recuperação consciente de conhecimentos sobre informações adquiridas, bem como de
experiências vividas pelo indivíduo.

 Memória episódica refere-se à recuperação de informações relacionadas a eventos


pessoais e autobiográficos (“quando” e “onde”).
 Memória semântica, por sua vez, pode ser comparada a uma enciclopédia, em que há
o armazenamento dos conhecimentos de conceitos (“o que”), sendo importante para
a linguagem.

Memória não declarativa ou Implicita

A memória não declarativa envolve a capacidade de evocar e realizar atos ou comportamentos


que anteriormente exigiam esforço cognitivo consciente, mas que, com a exposição repetida
da atividade, já não requerem mais resgate consciente e intencional.
Déficits na memória implícita podem afetar o aprendizado de atividades da vida diária, como
cozinhar ou dirigir um carro

1) memória de procedimento: ligada a habilidades adquiridas com a repetição e o treino, como


jogar futebol, costurar ou andar de bicicleta;
2) pré-ativação (priming): recordação com dicas prévias ou conhecimentos prévios
automatizados;
3)Emocional: respostas emocionais ao medo, em que a amígdala é ativada;
4) aprendizagem não associativa, como a habituação e a sensibilização.

MEMORIA OPERACIONAL
A memória de curto prazo é responsável por manter a informação disponível para recordação
por um período de tempo breve.
Memoria operacional, armazena temporariamente informações, 2 ou mais, para utilizar no
aqui e agora, que não necessariamente precisara lembrar depois.
Uma vez que a MO tem a função de selecionar, analisar, conectar, sintetizar e resgatar as
informações já aprendidas, fazendo conexão com as informações novas.
(1) divisão em armazenamento verbal e visioespacial; (2) função de codificação; (3)
envolvimento de recuperação da memória de longo prazo; (4) promulgação de
processos estratégicos; e (5) processos executivos e atencionais.

Executivo central: gerenciador de atenção para coisas + importantes, estrategista. Precisa de 2


componentes escravos que armazenam as informações para ele:

 Alça fonológica armazena informações e sequências acústicas ou itens fundamentados


na fala.
 Esboço/Rascunho visioespacial: é o subsistema funcional para itens e arranjos
codificados visual e/ou espacialmente. Informações visuais, temporariamente para a
execução de uma tarefa.
 Retentor episódico: consiste em um subsistema de armazenamento que consegue
reter em torno de quatro segmentos de informação em um código multidimensional.
Outra função inclui conectar as informações da memória de longo prazo, tornando-as
conscientes durante o processo de lembrança, integrando, assim, a lembrança de
episódios.
o Permite que todas as informações sejam armazenadas

MEMORIA PROSPECTIVA

 Coisas que formulamos agora para usar depois (lembrar).


 Depende das funções cognitivas
 à capacidade de se lembrar de realizar uma ação pretendida em algum momento
futuro, sendo na presença ou na ausência de um lembrete específico

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