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TESTE

DO
EXERCÍCIO VOLUNTÁRIO D
DA
ATENÇÃO
TOULOUSE-PIERÓN

1904
CARACTERÍSTICAS GERAIS

Finalidade: Averiguar a atenção voluntária permanente (capacidade de concentração), o poder de


realização e a resistência à fadiga (curva de trabalho).

Autor: Adaptação e estudo de Agostinho Pereira, director do Grupo de Psicólogos Associados


(PSIA), do teste de Toulouse-Piéron.

Aplicação: Colectiva ou individual.

Tempo de Prova: 10 minutos, controlados de minuto a minuto.

Correcção: Pode usar-se grelha, mas a maior parte dos psicotécnicos prefere corrigir sem grelha.

Idade de Aplicação: menos de 10 anos (Forma para Crianças); 10 anos em diante (Forma para
Adultos).

Aferições: As aferições que apresentamos estão elaboradas em bases de rigor científico.

Material Necessário para a Aplicação: Folha do teste, lápis afiado dos dois lados ou dois lápis e
cronómetro.

A ATENÇÃO

É uma função do psiquismo total da pessoa que a torna capaz de se concentrar num
objectivo privilegiado. A finalidade prática é a de manter a integridade do sujeito dando-lhe
certezas (aspecto intelectual) e segurança (aspecto afectivo). É portanto uma função homeostática.
Realiza-se mediante uma escolha e uma síntese.
É indispensável em toda a actividade intelectual, no pensamento, na intuição, na
introspecção, na imaginação, na percepção, na memória, etc. Enriquece a produtividade da
inteligência porque lhe apresenta o objecto com nitidez.
Notemos, no entanto, que a intensidade da atenção também tem um limiar, ultrapassado o
qual se cai no êxtase ou na ideia fixa.
Selecciona os objectos, focaliza aspectos de problemas ainda que o faça com detrimento de
outros. Numa palavra situa os objectos num plano de figura e fundo. Possibilita a perseverança
consciente da pessoa (inteligência e afectividade) no mesmo objecto.
Modifica estados emocionais e afectivos. Se me concentro na dor, sofro mais, se me divirto,
sofro menos.
É evidente que a perseverança na atenção não é contínua, ou seja, o estado de atenção
admite oscilações, distracções. Esta distracção, ou descontinuidade da atenção é normal. A
absorção total numa ideia fixa (êxtase) chamada hiperprosexia é que é anormal e prejudicial ao
equilíbrio da pessoa. A boa atenção é maleável, distribui-se correctamente.
A dissipação habitual (dispersão) chama-se hipoprosexia (ou aprosexia).
Tanto a hiperprosexia como a hipoprosexia significam a renúncia da pessoa à concentração
e são portanto patológicas.
DIVISÃO CLÁSSICA DA ATENÇÃO

 Segundo os Determinantes
 Externos
 Involuntária - a atenção diz-se involuntária porque sem querer somos cativados
pelo estímulo
 Habitual - automatizada

 Internos
 Voluntária - a atenção está orientada propositadamente para qualquer coisa,
motivação consciente
 Expectante - sem o objecto presente, como no caçador que espera a caça

 Segundo a Estabilidade do Processo Cognoscitivo

 Distracção - a atenção anda por muitos objectos e enquanto está num não está no outro,
é flutuante
 Atenção Fixa - permanece bastante tempo no mesmo objecto
 Dispersão - incapacidade de atender a um objecto, portanto a distracção é normal, a
dispersão não

 Segundo o Campo que Abarca

 Distribuída - se ao mesmo tempo atende a vários objectos (campo vasto)


 Concentrada - se ao mesmo tempo abrange poucos objectos (campo estreito)

FINALIDADE

Com este teste pretende-se averiguar a atenção voluntária permanente, ou seja, o acto e o
estado da atenção. Esta depende quase exclusivamente de factores internos, pois a força dos
estímulos externos, os quadradinhos, é muito pequena ou nula. Esta atenção voluntária supõe
grande capacidade de síntese mental.
Recordemos que nas crianças, predomina a atenção espontânea ou involuntária.

ASPECTOS POSITIVOS

É uma prova de realização e aplicação rápida, pode servir de treino para a atenção e é uma
prova sensível às variações emocionais e, como tal, permite avaliar os efeitos destas na atenção.
ASPECTOS NEGATIVOS

É uma tarefa monótona e pouco aliciante, sensível aos hábitos de leitura, o que, em pessoas
pouco escolarizadas, pode originar resultados aquém das suas possibilidades. E as perturbações da
visão podem dificultar a sua realização, nomeadamente o astigmatismo.

ESTE TESTE MEDE A ATENÇÃO?

Sendo a atenção uma capacidade deveras complexa será este teste suficiente para a avaliar?
Para já atende pouco ao aspecto afectivo e à estimulação externa. Talvez seja sintomático haver
sujeitos que realizam boas provas em testes de inteligência e fracassam neste.
É também de muito interesse a experiência realizada pelo Dr. Rodrigues do Amaral, com
uma das formas do Toulouse-Pierón em duas aplicações, uma colectiva e outra individual. Quase
todos os indivíduos re-testados com uma aplicação individual obtiveram resultados mais
aproximados da média do grupo.
Os que tinham obtido “muito bom” na aplicação colectiva, desceram na aplicação
individual. (Terá sido por lhes faltar o estimulo competição?) Enquanto os “muito inferior”,
subiram. (Sentiram-se mais à vontade?)
Na realidade o que acontece é que o teste mede a capacidade que os indivíduos têm de se
manterem atentos a uma tarefa monótona e pouco atractiva. Ora no momento da prova é difícil
colocar todos os indivíduos no mesmo clima afectivo e unívoco. Alguns haverá, que apesar de
compreenderem sem dificuldade a tarefa, não a conseguem realizar, normalmente, devido a estados
anormais: doenças, emoções fortes, cansaço, etc.
Sabemos ainda a enorme influência que têm na atenção, a idade (a atenção é mais firme no
final que no começo da adolescência), os interesses, a curiosidade, o meio ambiente, etc.
Portanto, poderemos responder à pergunta formulada, dizendo que dificilmente, um só
teste, poderá avaliar tão complexa capacidade. É por este motivo que os psicólogos quando querem
averiguar a capacidade de atenção de um indivíduo o sujeitam a uma bateria de testes e não
somente a um teste.

DESCRIÇÃO DO TESTE

O teste de barragem de Toulouse-Pierón data de 1904 e procura, como dissemos, avaliar a


atenção concentrada. Inspirou-se no teste de Bourdon, aparecido em 1895 e que consiste em cortar
as letras a, e e r, num texto previamente preparado.
O teste consta de quarenta linhas com quarenta figuras cada linha. A impressão é a preto,
em papel branco, superfície de 19,5 cm por 19,5 cm. Cada figura consta de um pequeno quadrado
de 1.25 milímetros de lado e de um pequeno traço na parte exterior também de 1.25 milímetros.
Estas figuras distinguem-se umas das outras pela orientação do traço exterior. Em cada quadrado o
traço orienta-se para uma das oito direcções da rosados ventos. Existem portanto 8 tipos de
quadrados. Se cada linha tem 40 figuras, serão 5 de cada tipo.
Ficamos a saber que se o teste consiste em cortar uma só figura, cada linha terá
forçosamente cinco figuras. Se consiste em cortar duas figuras, terá 10, e assim por diante.

NORMAS PARA A APLICAÇÃO


Procurar ver se a iluminação é boa (sobretudo sendo artificial), que não fira os olhos ou
faça reflexos no papel da prova. Perguntar a todos se vêem bem e se costumam usar óculos. Se
estiverem em más condições não devem realizar o teste.
Distribui-se a cada examinando uma folha de prova e um lápis afiado dos dois lados ou dois
lápis (para o caso de durante a prova se partir o bico de um deles), e manda-se que preencham os
dados informativos. Logo que acabem de preencher estes dados, devem poisar os lápis, e tomar
atenção ao que se vai dizer.
Explica-se que o teste consiste em traçar com o lápis todos os quadradinhos que forem
iguais a qualquer dos maiores que se encontram no alto da folha, isto é, que tenham o traço
horizontal para a esquerda, ou um traço vertical para baixo ou o traço inclinado para a direita e
para cima. Não é necessário que estejam juntos. Se se enganarem, cortando algum que não seja
igual, não se preocupem nem percam tempo. Façam um circulo à roda desse sinal e sigam para
diante.
De minuto a minuto, o examinador manda fazer um traço dizendo em voz alta “traço”. Este
traço deve ser feito no intervalo dos quadradinhos, no mesmo lugar onde estão a marcar. O
examinando depois de fazer o traço (deve marcar bem este traço) continua a traçar os quadrados.
A prova dura 10 minutos, ao fim dos quais o examinador depois de dizer “traço”, deixa
passar uns segundos e diz “basta, terminou”. Na aplicação individual é o examinador a assinalar o
traço.
A prova faz-se começando a traçar os quadrados da esquerda para a direita, e de cima para
baixo, como se se tratasse de uma leitura e deve ser executada o mais rapidamente possível. Não
se pode cortar primeiro um dos sinais e depois os outros. Vão-se cortando os três à medida que
aparecem na folha.
Durante o tempo de prova, devem manter-se todos em silencio. Todas as dificuldades que
tenham, devem perguntá-las antes.
O examinador deve conceder um tirocínio mandando cortar os quadrados da última linha,
ou as linhas de exemplificação, se o teste as tiver.
No começo da prova deve-se deitar uma olhadela a ver se todos estão a trabalhar
correctamente. Depois, os orientadores devem retirar-se para um lugar neutro, e não ficar a olhar
para nenhum examinando.

CORRECÇÃO

Contam-se os quadrados bem marcados (A), as omissões (O) e os mal marcados (E),
separadamente, e de minuto a minuto, e regista-se nas colunas A, O e E da folha de cotação.
Somam-se as parcelas, para acharmos o total de acertos, omissões e erros.
Tira-se a prova da correcção da seguinte maneira: contam-se as linhas realizadas e
multiplicam-se por 10. Junta-se a esta quantidade o número de sinais bem cortados e os omitidos
na última linha realizada até à última cruz. Esta soma deve ser igual ao total de A+O. Exemplo: 15
linhas totalmente realizadas mais 6 sinais da décima sexta (15x10+6=156), sendo A=154 e O=2,
pudemos verificar que a correcção está correcta.
Esta prova não tem limite inferior de idade. Apenas se exige, para que possa ser aplicada,
que o indivíduo compreenda o que deve fazer. Mas, às crianças, deve-se aplicar a Forma B infantil.
Aliás, as aferições que temos para o Toulouse-Pierón (adultos) são a partir dos 10 anos de idade.

INTERPRETAÇÃO QUANTITATIVA
1) PODER DE REALIZAÇÃO

O número de quadrados bem marcados - poder de realização   - obedece ao seguinte


baremo:

Quadro I - Correspondência percentílica do número de sinais correctamente barrados. A seguir aos
valores da amostra damos entre parêntesis os valores estimativos.
10/11 anos 12 anos 13 anos 14 anos 15 a 17 anos > 18 anos
MASCULINO
N = 92 N = 29 N = 47 N = 39 N = 171 N = 313
P10 79 (81) 86 (93) 112 (108) 120 (119) 130 (134) 152 (153)
P20 92 (94) 99 (106) 128 (123) 135 (135) 151 (145) 171 (175)
P30 102 (103) 114 (115) 136 (134) 144 (146) 168 (170) 187 (191)
P40 110 (111) 124 (123) 144 (143) 154 (156) 183 (183) 200 (204)
P50 117 (118) 136 (130) 151 (152) 164 (165) 195 (195) 215 (217)
P60 124 (125) 143 (137) 159 (161) 173 (174) 205 (207) 230 (230)
P70 131 (133) 149 (145) 168 (170) 182 (184) 219 (220) 245 (243)
P80 142 (142) 158 (154) 188 (181) 191 (195) 239 (235) 259 (259)
P90 161 (155) 169 (167) 207 (196) 211 (211) 261 (256) 279 (281)
P100 188 (193) 177 (207) 255 (240) 288 (258) 325 (319) 375 (346)
A aproximação à curva normal de P100, foi feita a uma função de densidade de 0,995, em virtude daquela curva ser assimptota em
relação ao seu eixo de abcissas.

Quadro II - Correspondência percentílica do número de sinais correctamente barrados. A seguir


aos valores da amostra damos entre parêntesis os valores estimativos.
FEMININ 11 anos 12 anos 13 anos 14 anos 15 anos 16 anos 17 anos >18 anos
O N = 25 N = 59 N = 71 N = 67 N = 107 N = 104 N = 84 N = 183
P10 89 (90) 98 (100) 112 (108) 116 (112) 126 (125) 132 (128) 141 (141) 157 (157)
P20 98 (100) 116 (118) 128 (126) 130 (130) 139 (143) 146 (149) 155 (160) 175 (177)
P30 104 (107) 129 (129) 137 (137) 141 (141) 154 (156) 156 (164) 169 (173) 189 (192)
P40 110 (113) 138 (139) 145 (147) 151 (151) 166 (166) 168 (176) 185 (184) 201 (204)
P50 116 (119) 145 (149) 153 (157) 161 (161) 176 (177) 181 (188) 196 (195) 212 (216)
P60 123 (125) 155 (159) 165 (167) 171 (171) 185 (188) 194 (200) 207 (206) 224 (228)
P70 130 (131) 168 (169) 177 (177) 183 (181) 195 (198) 214 (212) 218 (217) 235 (240)
P80 137 (138) 185 (180) 190 (188) 202 (192) 208 (211) 232 (227) 230 (230) 255 (255)
P90 151 (148) 206 (198) 204 (206) 218 (210) 229 (229) 254 (248) 245 (249) 277 (275)
P100 173 (168) 228 (247) 280 (255) 239 (259) 317 (283) 311 (309) 333 (303) 371 (335)
A aproximação à curva normal de P100, foi feita a uma função de densidade de 0,995, em virtude daquela curva ser assimptota em
relação ao seu eixo de abcissas.
2) CAPACIDADE DE CONCENTRAÇÃO (não houve distracções)

Norma geral para a interpretação quantitativa: o número de faltas (omissões + erros) não
deve ultrapassar 10% dos acertos. Concretizando, se der:

- < 5% de erros e omissões → muito concentrado


- 5% a 10% de erros e omissões → concentrado
- 10% a 15% de erros e omissões → disperso
- 15% a 20% de erros e omissões → muito disperso
- > 20% de erros e omissões → disperssissimo
Como norma geral, o número de erros não deve ultrapassar 2/5 do número de omissões.
Caso isso aconteça deve-se analisar o caso, qualitativamente.

3) RESISTÊNCIA À FADIGA

Avalia-se a resistência à fadiga analisando a curva do trabalho realizado a cada minuto.


Subtraem-se os Acertos dos Omitidos mais os Errados. Portanto: A - (O + E).

4) INEXACTIDÃO NO TRABALHO

A inexactidão no trabalho avalia-se comparando a curva da realização com a do trabalho


perfeito.

5) EXPRESSÃO GRÁFICA DOS RESULTADOS DO TESTE

O gráfico constrói-se da seguinte maneira: nas abcissas põem-se os intervalos relativos ao


tempo da prova (10 intervalos de 1 minuto) e nas ordenadas os resultados obtidos, distribuídos
desde o valor mínimo até ao valor máximo.

Há sujeitos que começam por realizar pouco devido à emotividade, por exemplo, e depois
aumentam em rendimento. Outros começam bem e cansam-se. Outros melhoram em quantidade
mas pioram em qualidade (dão mais erros), etc.
Estas três relações (capacidade de realização, concentração e resistência à fadiga), são a
base da análise quantitativa. Se o sujeito corresponde a estas três exigências, a sua distracção não
deve ser atribuída a causas neuróticas, mas poderá ser interpretada como sinal de que o indivíduo
tem apenas problemas passageiros que não pode resolver e que o preocupam (problemas familiares,
desgostos, etc.). Se o sujeito não corresponde a estas exigências, faz-se a interpretação qualitativa.
INTERPRETAÇÃO QUALITATIVA

 O número abaixo de acertos (menos de 80) denuncia geralmente uma inibição psíquica.
 Se há mais erros que omissões, poderemos interpretar este facto como sintoma de pouca
inteligência, ou mesmo de debilidade mental.
 O mesmo se diga se as omissões excedem 20% do número de quadrados bem marcados.
 Se um sujeito é inteligente e mostra pouca concentração é prova de que esta desatenção é
devida a uma irregularidade afectiva ou a problemas passageiros (distracção).
 Se o sujeito mostra incapacidade de atender (dispersão) então também não será muito
inteligente.
 Todas as crianças intelectualmente deficientes são dispersas, mas nem todas as crianças
dispersas são intelectualmente deficientes.
 Um sujeito pode ter capacidade de atenção (cair na conta das coisas) mas não ter capacidade
de concentração nem permanência na atenção.
 A atenção pode educar-se não com trabalhos mecanizados que acabam por excluir o esforço
intelectual (por exemplo, tecer) mas com testes que exijam trabalho variado.
 Esta prova pode servir também para treino da atenção. Para isso, deve repetir-se a prova todos
os dias, utilizando de cada vez, metade da folha de respostas. Toma-se nota do tempo
necessário para o indivíduo chegar ao fim da meia folha, e calcula-se a relação de acertos e
faltas. Pela medição da duração do treino - traçar a meia folha - recebemos uma nova e
importante indicação sobre o estado psíquico do sujeito e nova possibilidade de o controlar.

BIBLIOGRAFIA

Szekely, B. (1966). Los Tests, Kapelusz.

Bourdon, B. (1895). Observations comparatives sur la reconnaissance, la discrimination et


l’association.

Amaral, R. (1967). O teste de barragem de Toulouse-Piéron. Cadernos do Centro de


Investigação Pedagógica, n.º 6.

Woodworth & Schlossberg. Experimental Psychology, cap. IV.

Wittenborn (1943). Factorial equations for tests of attention.

As aferições sobre a capacidade de realização foram realizadas com a colaboração de José


António de Carvalho Martins, Joaquim Luís Bento Feliz e Vicente Calisto da Silva.
CORRECÇÃO DA PROVA1
Contam-se os quadrados bem marcados (A), as omissões (O)  e os erros (E), em cada
minuto, registando na grelha correspondente. Depois calculamos o Rendimento de Trabalho para
cada minuto através da fórmula: RT = A - (E + O). Depois faz-se a Curva do Rendimento de
Trabalho, a Curva dos Acertos , a Curva dos Erros e Omissões.
Depois calculamos o Índice de Dispersão através da fórmula: ID = E + O x 100
A

CLASSIFICAÇÃO DA PROVA QUANTITATIVA


PODER DE REALIZAÇÃO

Obedece aos seguintes valores, para maiores de 10 anos:

- < 80 → Muito Lento


- 80 a 100 → Lento
- 100 a 150 → Normal
- 150 a 200 → Bom
- > 200 → Muito Bom

CAPACIDADE DE CONCENTRAÇÃO

Obedece aos seguintes valores, para maiores de 10 anos:

- < 5% de erros e omissões → muito concentrado


- 5% a 10% de erros e omissões → concentrado
- 10% a 15% de erros e omissões → disperso
- 15% a 20% de erros e omissões → muito disperso
- > 20% de erros e omissões → disperssissimo

O número de erros não deve ultrapassar 2/5 do número de omissões, caso isso aconteça
devemos analisar o caso apenas qualitativamente.

RESISTÊNCIA À FADIGA

Avalia-se analisando a curva de trabalho realizada em cada minuto (curva ascendente,


descendente).
Estas três relações (poder de realização, concentração e resistência à fadiga), são a base da
análise quantitativa. Se o sujeito corresponder a estas três exigências a sua distracção não deve ser
atribuída a causas neuróticas, mas poderá o indivíduo ter problemas passageiros que não consegue
resolver (familiares, desgostos, etc.), faz-se então a interpretação qualitativa.

1
 No Serviço Central de Psicologia Clínica do Hospital Júlio de Matos utiliza-se esta correcção.
CLASSIFICAÇÃO DA PROVA QUALITATIVA
Menos de 80 nos correctos representa normalmente uma inibição psíquica, se há mais erros
do que omissões pode-se considerar debilidade mental ou pouca inteligência. O mesmo se diz se
as omissões excederem os 20% do número de quadrados bem marcados.
Se o sujeito é inteligente e mostra pouca concentração é prova de que esta desatenção é
devida a uma irregularidade afectiva  ou problemas passageiros (distracção).
Se o sujeito mostra incapacidade de atender (dispersão) então poderá não ser muito
inteligente (por ex: todas as crianças intelectualmente deficientes são dispersas, mas nem todas as
crianças dispersas são intelectualmente deficientes). Os débeis  não conseguem discriminar os
sinais.
Quem normalmente não respeita as regras pode ser um sujeito que tem dificuldades em se
sujeitar às normas/ rotina   (Nota: sempre que detectarmos que o sujeito não está a respeitar a
instrução dada chamamos-lhe a atenção).
Esta prova é importante para averiguar o índice de deterioração , pois quando há uma
instabilidade muito marcada pode haver deterioração. No entanto, devemos estar conscientes de
que esta prova levanta imensas pistas mas que depois têm de ser confirmadas com outras provas.
Os sujeitos com astigmatismo podem negligenciar o . Olhando para a prova podemos
ver se há uma incidência maior de erros ou de omissões em alguma parte da prova, se houver pode
ter a ver com problemas de visão.
Quando o número de erros é igual ou superior ao número de omissões pode sugerir um
índice de compromisso orgânico .
Há uma teoria que defende que a meio da prova há um pico de incompatibilidade.
Um sujeito pode ter capacidade de atenção, mas não ter capacidade de concentração, nem
permanência à atenção. A atenção pode-se educar com testes que exijam trabalho variado.
TESTE D
DO EXERCÍCIO VOLUNTÁRIO  D
DA ATENÇÃO TOULOUSE-
PIERÓN
FOLHA D
DE RESPOSTAS

Nome
_______________________________________________________________

Data de Nascimento ____ /____ /______ Idade ____________________________

Ano de Escolaridade/ Profissão _____________________ Data ____ /____ /______


A E O RT
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
T

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

ID = E + O X 100 =
A

RT = A - (E + O) =
Exemplo

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