Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Unidade II
5 MICRO-ONDAS E MAGNETOTERAPIA
5.1 Micro-ondas
Para o uso terapêutico da radiação por micro-ondas, é determinada uma faixa padrão nos
equipamentos de:
Em comparação com as ondas curtas estudadas anteriormente, temos uma elevação de frequência
com a redução do comprimento de onda, o que resulta em um aquecimento profundo, mas inferior se
comparado com as demais modalidades de diatermia profunda estudadas.
Para compreender melhor por que a micro-onda produz calor profundo, porém mais superficial
que aquele produzido pelas ondas curtas, precisamos notar que o comprimento e a frequência de uma
micro-onda causam maior absorção das ondas, o que evita a sua passagem.
73
Unidade II
Veremos, a seguir, que a diatermia por micro-ondas possui características físicas específicas.
É importante que o fisioterapeuta entenda como ocorre a interação das ondas eletromagnéticas com
o tecido biológico. Essas características e sua interação com o tecido biológico podem influenciar
diretamente nos efeitos desejados pelo fisioterapeuta – por exemplo, no posicionamento correto do eletrodo.
As principais características físicas que ocorrem assim que as ondas eletromagnéticas atingem o
tecido biológico são:
• Absorção.
• Refração.
• Reflexão.
74
TERMO E FOTOTERAPIA
Ângulo
incidente
θ
Feixe Refletido
Transmitido Refratado
Tecido
Absorvido
É importante salientar que apenas radiações absorvidas possuem função terapêutica, uma vez que
muita energia se perde pela refração e reflexão do tecido cutâneo.
Quanto maior a reflexão da onda eletromagnética pelo tecido biológico, menor é a penetração
e a absorção da energia que essa onda carrega, o que irá interferir diretamente no efeito desejado.
A reflexão é indesejada na aplicação das micro-ondas.
A diatermia gerada por micro-ondas ocorre pelos mesmos princípios biofísicos da diatermia por
ondas curtas, que são a vibração de íons, a rotação de dipolos e a distorção molecular.
Os tecidos com baixa condutividade elétrica permitem maior penetração das ondas
eletromagnéticas, enquanto os tecidos com elevada condutividade elétrica permitem maior absorção
dos campos eletromagnéticos.
• Vasos sanguíneos.
• Músculos.
• Pele úmida.
75
Unidade II
• Órgãos e vísceras.
• Olhos.
Os tecidos fibrosos e adiposos sofrem distorção molecular; porém, estes são incapazes de promover
aquecimento clinicamente significativo.
Direcionamento de transmissão
Diferentemente das ondas curtas, temos, nas micro-ondas, um cabo unido com uma única válvula
para o direcionamento das ondas eletromagnéticas, com correntes que oscilam em relação à velocidade
de elétrons.
Lembrete
O refletor é o dispositivo que transmite ou emite a energia que foi criada por correntes oscilatórias e
pode ser retangular ou circular. Existe uma diferença no modo pelo qual o aquecimento ocorre em cada
uma dessas correntes, como podemos ver na figura a seguir.
• Circulares:
—― Diâmetro: 10 cm a 15 cm de diâmetro.
76
TERMO E FOTOTERAPIA
• Retangulares:
50%
50%
50%
Ação principal
Os efeitos que ocorrem frente à aplicação da diatermia por micro-ondas se dividem em efeitos
térmicos e não térmicos, assim como efeitos fisiológicos e terapêuticos.
Os efeitos não térmicos possuem relação direta com as ondas eletromagnéticas e suas influências
biológicas. Estas ocorrem com ou sem os efeitos térmicos agregados.
Entre os efeitos, está o chamado colar de pérola, que prediz o alinhamento de moléculas nos tecidos.
Outro efeito importante é a alteração na excitabilidade neural, o que pode influir no contexto de manejo
do quadro álgico.
77
Unidade II
Observação
Efeitos não térmicos são importantes para os pacientes que estão com
processo inflamatório agudo na região a ser tratada e que não podem se
beneficiar dos efeitos térmicos das micro-ondas.
Efeitos térmicos
Os efeitos fisiológicos que ocorrem devido ao aumento da temperatura estão dispostos na figura a seguir.
Vasodilatação
Micro-ondas
Redução da Aumento do
viscosidade dos aporte de O2
líquidos
A somatória dos efeitos fisiológicos pode justificar os efeitos terapêuticos (figura a seguir) promovidos
pelas micro-ondas.
Analgesia
Redução
Micro-ondas Reparação
do espasmo tecidual
muscular
Recuperação
pós-exercício
(recovery)
78
TERMO E FOTOTERAPIA
Indicação
As indicações da utilização terapêutica das micro-ondas devem ser relacionadas aos efeitos
terapêuticos e fisiológicos, contribuindo em casos como:
• Sintomas de artrites.
• Tenossinovites.
• Tendinite.
• Rigidez articular.
Dosimetria
A sensação térmica relatada pelo paciente é vital durante a irradiação das micro‑ondas, pois a
intensidade do campo eletromagnético, que é um dos parâmetros dosimétricos das micro‑ondas, será
ajustada de acordo com a elevação da temperatura.
Nível I: débil
Calor imperceptível, abaixo do limiar de sensibilidade de aquecimento
79
Unidade II
Durante a aplicação, o terapeuta deve escolher o tempo e a dose e observar sempre a resposta do
paciente. Esses parâmetros podem ser ajustados no display do equipamento.
Figura 46 – Parâmetros dosimétricos que podem ser alterados no dispositivo de diatermia por micro-ondas
O parâmetro dosimétrico de intensidade deve, como citado, ser ajustado de acordo com a sensação
térmica relatada pelo paciente. De modo geral, podemos usar:
Protocolo de aplicação
O primeiro passo para uma adequada aplicação terapêutica da diatermia por micro-ondas é a
explicação ao paciente sobre essa terapêutica e sua necessidade no tratamento. É preciso orientar
quanto à sensação térmica esperada e à necessidade de relato do paciente para o fisioterapeuta.
O segundo passo é a realização de um teste de sensibilidade térmica e doloroso, pois, caso o paciente
tenha um déficit na sensibilidade, não será possível utilizar nele o equipamento de micro-ondas.
80
TERMO E FOTOTERAPIA
Em áreas de aplicação menores, como nas articulações interfalangianas, o refletor deve estar a
uma distância de 5 cm. Em área maiores, como ombro ou joelho, o refletor deve estar a uma distância
de 10 cm.
O fisioterapeuta deve elevar a intensidade do aparelho de forma lenta e gradual enquanto questiona
sobre a sensação do paciente, até atingir a intensidade desejada.
Não podemos esquecer que o ângulo de incidência do feixe da onda eletromagnética deve estar a
90° da superfície da pele do paciente. Quanto mais se altera o ângulo de 90°, maior a reflexão e menor
a energia oferecida ao tecido biológico.
Para aplicar a diatermia por micro-ondas na região torácica, é necessário que o paciente esteja
deitado ou sentado, podendo utilizar um apoio em uma maca (não metálica) para evitar que se
movimente constantemente.
Figura 47 – Aplicação da diatermia por micro-ondas na região torácica do paciente. Perceba que existem regiões
nas quais a anatomia topográfica não permite que as ondas sejam emitidas de forma perpendicular por
toda a estrutura, o que pode promover algumas alterações de absorção em cada região
É importante que o posicionamento do paciente seja o mais confortável possível durante o tempo
da aplicação, período no qual o terapeuta não pode se afastar, devendo acompanhar todo o processo.
81
Unidade II
Observação
Para aplicar a diatermia por micro-ondas na região do ombro, diferentes áreas podem ser escolhidas,
como: anterior, superior, posterior e lateral.
Durante a aplicação, é necessário um cuidado extra para que as regiões dos olhos ou da face não
sejam afetadas.
O terapeuta pode posicionar o paciente deitado ou sentado, em ambos os casos apoiado em uma
cadeira ou maca que não seja metálica.
Oriente sempre o paciente a não realizar movimentos durante a sessão e, sempre que necessário,
chamar ou avisar que algo não está de acordo com o que foi explicado.
A diatermia por micro-ondas na região do joelho pode ser realizada com o paciente deitado (decúbito
dorsal) ou sentado.
82
TERMO E FOTOTERAPIA
Figura 49 – Aplicação da diatermia por micro-ondas na região do joelho com o paciente deitado
Não existe uma região perfeita descrita na literatura para a aplicação da técnica. Por isso, é possível
escolher o melhor posicionamento para o seu paciente, de acordo com o relato de conforto ou mesmo com
a região que o terapeuta acredita ser necessário tratar. Dessa forma, a flexão de joelho com a perna suspensa
poderia aumentar a área articular a ser tratada e favorecer, assim, algumas regiões, como os meniscos.
Os pacientes que optarem por ficar deitados devem, sempre que possível, utilizar o coxim na região
do joelho, mantendo a perna fletida.
Observação
É essencial ter cuidado com pacientes que utilizam materiais sintéticos. Nenhum outro equipamento
de eletroterapia deve ser utilizado no mesmo recinto e no mesmo momento que o de micro-ondas.
Também deve-se ter cuidado com relógios e celulares próximos à área de aplicação.
Contraindicação
• Pacientes gestantes.
83
Unidade II
• Pacientes piréxicos.
• Pacientes que não têm condições de oferecer informações seguras quanto ao aquecimento tecidual.
• Áreas hemorrágicas.
• Tecidos neoplásicos.
• Distúrbios infecciosos.
A magnetoterapia é uma modalidade terapêutica que utiliza imãs, bobinas ou correntes elétricas
para gerar campos magnéticos que interagem com os tecidos biológicos do paciente. Atualmente, esse
recurso ainda é pouco utilizado no Brasil.
84
TERMO E FOTOTERAPIA
A utilização do aparelho de magnetoterapia teve início no Japão, após a Segunda Guerra Mundial,
sendo difundida para a Europa após o ano de 1960. Em 1982, Todorov publicou o primeiro livro sobre a
magnetoterapia, relatando o tratamento de 2.700 pacientes com 33 tipos de doenças.
A interação biofísica permite que sinais de frequência eletromagnética sejam reconhecidos pelas
células, resultando em: aumento da atividade celular local; orientação das fibras de colágeno; aumento
do teor de oxigênio no tecido e vasodilatação dos vasos sanguíneos (sem aumentar a temperatura
local); neoangiogênese; estimulação do efeito piezoelétrico e aumento da síntese de proteoglicanos e
condrócitos, emitindo ondas assimétricas, bifásicas e senoidais.
Estudos experimentais têm sugerido efeitos terapêuticos em várias condições patológicas, com
evidências de que o recurso é seguro e eficiente para doenças relacionadas a ossos e cartilagens, dor
aguda e crônica, com promoção de analgesia e efeito anti-inflamatório. Na OA de joelho, por exemplo,
a magnetoterapia é um recurso de fácil utilização que apresenta vantagens em relação aos fármacos,
pois sua aplicação é local, atingindo diretamente o problema, sem efeitos colaterais.
Observação
Saiba mais
5.2.1 Magnetismo
O magnetismo é uma ciência da física que encanta muitas pessoas e participa de diferentes
brincadeiras, além de ser a origem de termos usados até os dias atuais, como “nortear”. Esse termo
surgiu a partir da bússola – criada na China em 1100 A.C., utilizando os campos magnéticos –, objeto
que define onde está o norte e, assim, guia os navegantes e exploradores.
Já na época dos antigos filósofos, foram propostos contextos até hoje aplicados sobre o magnetismo,
que são importantes para o entendimento da formação de calor dentro do tecido biológico. René
Descartes propôs que o magnetismo não emanava, mas “enroscava” energias que penetravam de um a
outro polo terrestre.
O termo “campo eletromagnético” foi utilizado pela primeira vez por um grande conhecido
fisioterapeuta na eletroterapia, o cientista Michael Faraday, que determinou a lei da indução e entendeu
o comportamento de materiais magnéticos.
Maxwell foi o primeiro cientista a realizar os cálculos do magnetismo, contribuindo ainda mais para
a utilização das micro-ondas atualmente, no que se refere à dosimetria.
• Geração de energia.
• Distribuição de energia.
• Eletrônica.
• Telecomunicações:
—― Transdutores.
—― Sensoriamento.
—― Prospecção geológica.
86
TERMO E FOTOTERAPIA
—― Eletrônica.
—― Informática.
—― Automação industrial.
A energia é definida pela física como tudo o que é capaz de realizar trabalho. Há diferentes tipos de
energia: cinética, magnética, mecânica, potencial etc. Cada tipo de energia é capaz de converter‑se em
outro tipo; sabemos, por exemplo, que é possível que a energia eletromagnética do sol se converta
em energia elétrica por meio dos aquecedores solares.
Do mesmo modo, as plantas são capazes de gerar energia química a partir também da energia
eletromagnética do sol, na chamada fotossíntese. A onda eletromagnética transporá sua energia de
forma diretamente relacionada ao seu comprimento e à sua frequência.
• Polos magnéticos: são cargas elétricas que surgem sempre aos pares, chamados de polo norte e
sul. São conceitos não experimentais estabelecidos de forma separada. Cada polo é capaz de criar
uma força ao seu redor que influi sobre o outro campo. Tal força é proporcional ao campo ou à
intensidade de campo.
• Momento magnético: são os polos criados pelas extremidades de um cilindro. Estão relacionados
ao torque e ao potencial energético. A somatória de suas forças magnéticas é chamada de magnetização.
• Campo magnético: é um campo solenoidal influenciado pela densidade linear de espiras, medido
no sistema internacional por Ampère/m. É representado por indução magnética por meio de
linhas de força.
• Diamagnetismo: relacionado à lei de Lenz, pelo qual um corpo tenta responder ao fluxo magnético
de forma a tentar anulá-lo. A forma geométrica e a resistência do material em questão têm
influência direta na temperatura.
87
Unidade II
• Eletromagnetismo: é a condução de corrente elétrica por meio de um fio, capaz de gerar ao seu
redor um campo eletromagnético em círculos de características concêntricas.
Positivo
Negativo
O campo magnético se forma como um solenoide e, assim, cria um campo de característica uniforme.
Ondas eletromagnéticas
Distintas das ondas sonoras, as ondas eletromagnéticas podem ser propagadas em diferentes
metrarias, como no vácuo. São exemplos de ondas eletromagnéticas:
• Ondas de rádio.
• Ondas de televisão.
• Ondas luminosas.
• Ondas curtas.
• Micro-ondas.
Observação
O conjunto de luzes que existem no universo, assim como aquele que sai do controle remoto
(infravermelho), pode ser chamado de radiação eletromagnética. A porção visível da radiação
eletromagnética é chamada de luz. No caso da radiação eletromagnética por micro-ondas, a energia
carregada pelas ondas é de enorme importância para a geração térmica.
88
TERMO E FOTOTERAPIA
Perceba que as ondas eletromagnéticas são distintas das ondas mecânicas, uma vez que estas
necessitam de um meio, como a água, para ser propagadas, e a primeira não depende de nenhum tipo
de material, pois o campo eletromagnético existe mesmo sem a presença de uma matéria como a água.
• Estacionárias.
O comprimento de onda é a distância entre dois picos, vales, ou quaisquer que sejam os pontos
eleitos na representação gráfica da emissão das ondas, e é nomeado por Lambda (λ).
Como vimos, o número de vezes que a onda atinge picos e vales é determinado como frequência,
a qual é medida em Hertz (Hz). Hertz é a unidade de medida que significa “número de repetições da
variável envolvida por segundo”, ou seja, no campo em pauta, o número de ondas emitidas por segundo.
Formadas por
campo elétrico e
magnético
Estes
Característica de Ondas eletromagnéticas campos são
onda transversal perpendiculares
entre si
Propagam no
vácuo
O biomagnetismo surgiu após descobertas feitas por Michael Faraday no final de 1700. Em seguida,
o médico e físico Luigi Galvani mostrou, em patas de sapo, a íntima conexão entre a corrente elétrica e
a contração muscular.
89
Unidade II
Anos depois, Alessandro Volta trouxe à tona uma polêmica a respeito dos experimentos de Galvani,
afirmando que eram os eletrodos que geravam os campos elétricos, e não os tecidos musculares em si.
Hoje, sabemos que cada um tinha a sua parcela de razão.
No ano 850 A.C., iniciaram-se as descobertas a respeito da ação dos CEM no corpo humano. Portanto,
define-se biomagnetismo como o estudo da interação entre os CEM e os sistemas.
Na literatura, tem-se dado muita ênfase à aplicação dos CEM no tratamento de diversas patologias,
tais como: neoplasias, redução de quadros álgicos (alguns autores fazem uso da expressão “dor
intratável”, aceleração da regeneração tissular de tecidos moles, como a cartilagem) e regeneração de
tecidos ósseos e nervosos.
Na área da saúde, a aplicação mais difundida dos CEM relaciona-se aos seus efeitos atérmicos.
Contudo, essa expressão tem seu significado alterado quando se pensa no aspecto médico e físico.
A aplicação da magnetoterapia pode ser realizada de duas formas: na primeira, com contato direto
dos eletrodos na região ou no próprio tecido alvo; na segunda, apenas de forma indutiva, sem contato
direto com a pele.
A biologia da vida ainda carrega uma marca de sua origem no fato de que a atividade elétrica é
intrínseca a todos os processos vivos, e todo tecido biológico tem alguma forma de reação elétrica sob
tensão mecânica.
Células e tecidos respondem a uma vasta gama de energias elétricas e magnéticas externamente
aplicadas e são fracos emissores de energia eletromagnética. Essa interação eletromagnética forma a
base para as modalidades eletroterapêuticas utilizadas na fisioterapia.
Os CEM ao redor do planeta Terra tendem a sair do polo norte geográfico (polo sul magnético) e
convergir para o polo sul geográfico (polo norte magnético). Tal fator leva a Terra a ser um circuito
fechado para esses CEM.
90
TERMO E FOTOTERAPIA
Vale ressaltar que a posição dos eletrodos da magnetoterapia segue o mesmo roteiro de aplicação
dos eletrodos das ondas curtas.
Observação
Nas últimas duas décadas, tem-se descoberto uma variedade de efeitos fisiológicos gerados pelos
campos magnéticos atérmicos, entre os quais merecem destaque:
• Produção de colágeno.
• Neoangiogênese.
• Revascularização.
• Angiogênese.
Recentemente, foram apresentadas evidências na literatura de que o CEM possui efeitos satisfatórios
no tratamento de patologias do sistema musculoesquelético.
A seguir, vamos entender o uso do CEM em algumas condições clínicas bastante frequentes na
prática fisioterapêutica.
Aproximadamente, 20% dos casos de SIO levam o paciente a um estado de incapacidade em suas
atividades da vida diária. A literatura sugere que a maioria desses pacientes deveria, primeiramente,
passar por um tratamento conservador, sendo o tratamento cirúrgico uma opção somente quando o
conservador falhar.
91
Unidade II
Sabe-se que o tratamento para essa patologia, especificamente, deveria basear-se na melhora do
fluxo sanguíneo, na restauração celular e no alívio da dor, componentes que podem ser alcançados
através da utilização dos CEM pulsados, por exemplo.
Um estudo duplo-cego, randomizado e controlado, realizado por Aktas, Akgun e Cakmak (2007)
tinha como objetivo avaliar a eficácia dos CEM no tratamento da SIO. Assim, 46 pacientes foram
divididos em dois grupos, nos quais eram realizados exercícios pendulares, crioterapia e magnetoterapia
durante 25 minutos (sendo um dos grupos placebo), além da oferta de 15 mg de meloxicam durante
três semanas (cinco sessões por semana). Ao término do tratamento, foram avaliadas a EVA e a escala
de Constant, não sendo encontrada diferença significativa entre os grupos. No entanto, o trabalho
optou por utilizar tratamento medicamentoso em ambos os grupos, o que pode ter levado a uma
alteração dos resultados. Além disso, o tempo utilizado pelos autores foi muito curto. Considerando-se
que determinados tempos de aplicação levam a diferentes efeitos biológicos, a opção dosimétrica feita
nesse estudo pode ter influenciado os resultados.
Osteoartrose (OA)
O mecanismo pelo qual os CEM auxiliam o corpo humano a combater o processo inflamatório
ainda não é totalmente esclarecido; porém, sabe-se que esse fator ocorre após a exposição aos
campos magnéticos.
A literatura relata que o principal parâmetro a ser avaliado quando se trata do efeito anti-inflamatório
dos CEM é o tempo de exposição. A partir de 6 horas de aplicação, a magnetoterapia tem a capacidade
de estimular a proliferação dos linfócitos, controlando, assim, os quadros inflamatórios.
Estudos demonstram que, após 56 dias de aplicação, por 90 minutos, ratos com osteoartrite induzida
apresentaram completa regressão do quadro inflamatório.
Magnetoterapia
↓ Liberação da
fosfolipase-A2
↓ Produção de ácido
araquidônico
↓ Produção de
prostaglandinas
Controle do processo
inflamatório
Revascularização
A revascularização sempre se torna parte dos objetivos terapêuticos a serem alcançados, uma vez
que, em diversos tipos de patologias, ela tende a ser perdida.
93
Unidade II
Hoje, já existem evidências de que 30% a 50% das lesões em práticas esportivas se dão por meio
de tendinopatias que, quando analisadas histopatologicamente, apresentam-se com uma falha na
circulação sanguínea local.
Em média, 25% a 45% dos casos de tratamento conservador em tendinopatias tendem a ser
insatisfatórios, fazendo com que os pacientes necessitem de evolução para tratamento cirúrgico. Nesse
momento, os CEM podem ser utilizados, uma vez que já existem evidências na literatura, em estudos
in vitro, de que as células tubulares endoteliais tendem a ter sua síntese estimulada durante a aplicação,
quando comparadas ao grupo controle.
Cabe ressaltar que essas células são muito importantes para a formação de novos vasos sanguíneos.
Ainda, foi observada a estimulação do fator de crescimento fibroblástico-2 (FGF-2), que atua na
diferenciação celular no momento de uma neoangiogênese.
Consolidação óssea
Estipula-se que esse fator de consolidação se dê através da leve corrente elétrica que acompanha
os campos magnéticos. Sabe-se que os CEM têm a tendência de estimular a formação de osteoblastos
e a apoptose de osteoclastos a partir de 6 horas de exposição, além de melhorar o transporte de cálcio
através da membrana celular, levando a um aumento da concentração de cálcio e melhorando, assim,
os casos de pseudoartrose.
Além disso, os CEM parecem apresentar uma consolidação da fibrocartilagem que se forma entre os
fragmentos ósseos e um aumento da vascularização local, fatores que irão auxiliar no reparo ósseo.
De acordo com a literatura, aproximadamente 90% dos casos de fraturas tratadas com CEM se consolidam.
Analgesia
Pesquisas têm demonstrado que os CEM podem induzir efeitos analgésicos não apenas em animais,
mas em seres humanos. Portanto, da perspectiva clínica, os CEM são uma alternativa no tratamento da dor.
Com o advento da ressonância nuclear magnética dinâmica, tornou-se possível observar as áreas
cerebrais que se encontram hiperativadas durante o quadro álgico.
No trabalho realizado por Robertson et al. (2010a), foi observada uma diminuição na atividade
cerebral do cíngulo anterior, da ínsula ipsilateral e do hipocampo bilateral, regiões que estão intimamente
ligadas ao processo de dor. Porém, não houve diminuição significativa nas escalas subjetivas de dor, fato
que pode ser explicado pelo tempo de aplicação do aparelho (15 minutos) escolhido ser bem menor
do que aqueles sugeridos para a prática clínica.
94
TERMO E FOTOTERAPIA
Cicatrização tecidual
Estudos demonstram que os CEM promovem a cicatrização acelerada de feridas (MARKOV, 2007b).
Tal desfecho poderia ser justificado pelo aumento do fluxo sanguíneo local na área estimulada,
melhorando o status do tecido isquêmico.
Existem estudos in vitro sugerindo alterações significativas na divisão ou diferenciação celular, que
são importantes para a cicatrização de feridas (BASSETT et al., 1989; DUNN et al., 1988; MARKOV, 1994).
Uma área de interesse é o efeito do CEM na proliferação celular. A maioria das células
normalmente se diferencia pela morfologia e função específicas. Em condições patológicas, a
proliferação celular é geralmente suprimida (em condições de feridas crônicas) ou aumentada (no
caso de crescimento neoplásico).
Foi relatada estimulação de fibroblastos cutâneos pelo CEM, resultando em aumento significativo na
secreção de colágeno e na concentração de proteínas. Esses resultados sugerem uma alteração favorável
na capacidade proliferativa e migratória das células epiteliais e do tecido conjuntivo envolvidas na
regeneração e no reparo tecidual.
5.2.6 Contraindicações
Em todas as técnicas utilizadas, o terapeuta deve sempre estar atento a uma gama de contraindicações
que são geradas pelos diversos tipos de tratamento. No caso dos CEM, a literatura não é clara a respeito
das contraindicações, uma vez que dificilmente são achados artigos sobre o aparelho do CEM em si.
Em geral, são encontrados relatos sobre celulares, fornos micro-ondas e afins.
Assim, chamamos a atenção para as contraindicações apresentadas na literatura para diversos tipos
de aparelhos que emitem ondas eletromagnéticas.
Os CEM são usados para tratamentos de diversos tipos de condições clínicas patológicas, mas esses
tratamentos utilizam parâmetros maiores do que os usados domesticamente; isso pode vir a ser um
fator de risco para a saúde de quem os utiliza.
95
Unidade II
A maioria dos trabalhos considera a leucemia infantil como a principal contraindicação. Porém,
outras patologias também devem receber a atenção dos terapeutas.
Normalmente, os CEM gerados em uma residência são mais baixos do que os gerados pelo aparelho
terapêutico (os campos residenciais variam entre 0,01 e 1 millitesla) e, a partir de 1 metro de distância,
já não causam mais efeitos.
Até o momento, não existem na literatura trabalhos com metodologia fidedigna o suficiente que
comprove qualquer relação da exposição dos CEM com o aumento de casos de leucemia infantil,
proliferação de células tumorais e complicações para mulheres gestantes.
Há artigos que confrontam os citados e relatam uma ligação direta das áreas que possuem CEM
elevados com os índices de tumores, principalmente cerebrais, em crianças e adultos. Porém, nesses
mesmos trabalhos, os autores citam que qualquer lugar se encontra exposto aos CEM; portanto, não se
pode afirmar que essa relação realmente existe.
A terapia de ondas de choque (TOC) é uma técnica não invasiva que promove estimulação mecânica
por ondas e/ou impulsos acústicos de alta intensidade de energia. Essa terapia tem sido indicada para o
tratamento de muitos distúrbios físicos dolorosos.
A TOC é marcada por um pulso de alta pressão (80 MPa), em um intervalo de tempo extremamente
curto (da ordem de nanossegundos), que produz ondas mecânicas de pressão que podem aumentar a
temperatura local e, em meios líquidos, promovem a cavitação (microbolhas gasosas em meio fluido).
A primeira investigação da aplicação de ondas de choque ocorreu durante a Segunda Guerra Mundial,
quando se observou que o pulmão de náufragos estava lesionado devido à explosão de bombas na água,
embora não houvesse sintomas externos de violência. Foi a primeira vez que foi observada a influência
das ondas de choque nos tecidos.
A partir dessas investigações, surgiu a ideia de desintegrar cálculos renais com ondas de choque
extracorpóreas. Inicialmente, a realização dessa técnica era exclusivamente médica e trazia fundamentos
mais claros.
Em 1971, Haeusler e Kiefer relataram a primeira desintegração in vitro de cálculos renais com ondas
de choque, sem contato direto. A partir daí, seguiram-se outros estudos acerca da eficiência da TOC
na desintegração de cálculos renais sem contato in vitro. Na década de 1980, foi realizado o primeiro
tratamento de cálculos renais em humanos.
Observação
96
TERMO E FOTOTERAPIA
Em 1985, foi realizado o primeiro tratamento clínico de vesícula biliar utilizando a TOC. Na década de
1980, esse recurso deixou de ser analisado apenas em estudos experimentais e passou a ser investigado
em pacientes com quadros de dores osteomioarticulares, principalmente no quadril, o que levou à
conclusão de que ele ativava os osteoblastos.
Em 1988, foi realizada a primeira abordagem para pacientes com pseudoartrose, com sucesso. Já na
década de 1990, pesquisas foram publicadas para o tratamento da tendinite calcária de ombro.
O profissional, além de apresentar o interesse pelo aparelho, precisa entender as suas indicações e
contraindicações e saber explicar ao paciente os efeitos adversos que podem ocorrer após a utilização
desse recurso.
Apesar de existir a necessidade de melhores evidências, a eficiência da TOC tem sido testada em
ensaios clínicos para uma infinidade de aplicações além da ortopedia (área em que hoje é mais utilizada
na fisioterapia). São encontrados estudos nas áreas de ginecologia, disfunção erétil, neurologia e
dermatofuncional.
Lembrete
A TOC gera pulsos de som de alta pressão que viajam através da pele,
estimulando processos de cura do próprio organismo.
6.1 O equipamento
Do ponto de vista físico, uma onda de choque é definida por uma mudança abrupta, quase
descontínua na pressão. Essas ondas têm velocidade maior que a velocidade do som no meio em que
se propaga.
Geralmente, uma onda de choque pode ser descrita como um pulso com uma ampla faixa de
frequências (de, aproximadamente, 150 kHz a 100 MHz), amplitude de alta pressão (até 150 MPa),
onda de baixa tração (até -25 MPa), pequena largura de pulso e um curto tempo de subida de algumas
centenas de nanossegundos.
97
Unidade II
Pressão
0
-10
0 0,2 3 Tempo
O segundo gerador é o eletromagnético, que utiliza uma bobina eletromagnética e uma membrana
metálica oposta a ela. Um pulso acústico de baixa pressão é gerado pela aceleração da membrana longe
da bobina devido a forças eletromagnéticas.
Existem dois tipos de construção de geradores de ondas de choque eletromagnéticas. O primeiro cria
uma onda plana focada por uma lente acústica, e o ponto focal é definido pela distância focal da lente.
O segundo tipo de construção utiliza uma fonte cilíndrica que cria uma onda de pressão em forma de cilindro
– neste caso, o foco é alcançado pela reflexão da onda em um refletor de metal em forma de hipérbole.
O terceiro gerador forma ondas acústicas usando o efeito piezoelétrico, que é a capacidade de
alguns materiais se deformarem quando a tensão é aplicada. Algumas centenas de cristais piezoelétricos
são montados em uma superfície esférica. Quando um pulso de alta tensão é aplicado aos cristais, eles
se expandem imediatamente, gerando um pulso de baixa pressão na água circundante.
Enquanto o gerador eletro-hidráulico produz uma onda de choque durante a explosão entre os
eletrodos, as fontes eletromagnéticas e piezoelétricas produzem uma onda sonora comum. A onda de
choque é formada no caminho em direção ao ponto focal devido aos efeitos não lineares da propagação
do som na água.
98
TERMO E FOTOTERAPIA
Esses efeitos não lineares levam ao aumento da onda (encurtamento dos tempos de subida) e ao
aumento da pressão máxima, uma vez que pressões mais altas se movem mais rápido que baixas pressões.
Ao contrário dos geradores de ondas de choque focados, que podem produzir ondas de choque pelo
menos no ponto focal, os geradores radiais de ondas de choque produzem ondas sonoras comuns, com
pressões de até 30 MPa e tempos de subida muito mais altos, de cerca de 3 µs.
Atualmente, existem duas tecnologias diferentes que produzem ondas de choque radiais. Ambas
usam o princípio balístico e consistem em uma peça de mão com um projétil que é acelerado em direção
a um aplicador.
Após o impacto, é produzida uma onda que se propaga na direção radial do aplicador, razão pela
qual a energia e as pressões mais altas estão localizadas diretamente na superfície do aplicador.
A diferença entre as duas tecnologias radiais é o processo de aceleração do projétil, que pode
ser realizado pela aplicação de pressão de ar ao projétil (princípio pneumático) ou por aceleração
eletromagnética.
Aplicador
Projétil acelerado
Como qualquer outra onda, a onda de choque está sujeita às leis físicas de reflexão, refração,
difração e absorção. Portanto, a amplitude da onda e a forma do campo sonoro podem ser alteradas
pela interação com diferentes camadas de tecido dentro do corpo do paciente ou pela configuração
usada para experimentos in vitro.
Se o acoplamento for perturbado por bolhas, a energia que chega ao corpo do paciente diminui
significativamente, e a eficácia terapêutica é reduzida. Além disso, a tensão mecânica nas interfaces
aéreas é aumentada à medida que a onda refletida é revertida (pressões positivas tornam-se negativas
e vice-versa).
Devido aos efeitos físicos pelas interfaces dos tecidos, a onda de choque dentro do paciente
provavelmente será alterada significativamente. Portanto, os parâmetros das ondas de choque
que descrevem as características delas serão inválidos no local do tecido tratado dentro do
paciente e in vitro.
• Exame clínico.
• Testes neurológicos, de diagnóstico laboratorial e/ou outras investigações podem ser necessárias
para corroborar o diagnóstico.
Somente um profissional qualificado pode usar a TOC no tratamento de patologias, que são
identificadas por testes de diagnóstico. Para o tratamento dos ossos, é necessário usar uma onda de
choque focal.
As ondas de choque viajam através de um tecido e chegam a uma estrutura (interface com outro
tipo de tecido biológico). Nesse local, parte da onda será refletida e parte transmitida.
Os mecanismos fisiológicos e terapêuticos ainda não foram bem definidos, mas alguns estudos
apresentam informações que indicam que eles estão relacionados a um aumento no fluxo sanguíneo
local (claramente evidenciado), mesmo em tecidos relativamente avasculares.
A TOC aplicada sobre um tecido com lesão crônica gera um estímulo de reparo. Por isso, às vezes,
essa técnica é confundida com algumas intervenções da termofototerapia (ultrassom ou laser).
100
TERMO E FOTOTERAPIA
• Estimulação mecânica.
• Aumento da atividade celular (liberação de substância P, prostaglandina E2, NO, TGF β, VEGF e
provavelmente outras citocinas inflamatórias).
Observação
6.5 Indicações
Com base nos efeitos fisiológicos e terapêuticos apresentados, a TOC tem sido indicada por
clínicos do mundo todo para o tratamento de muitas condições clínicas patológicas, as quais são
indicadas adiante.
Saiba mais
• Tendinopatias crônicas.
101
Unidade II
• Tendinopatia patelar.
• Tendinopatia de Aquiles.
• Patologias ósseas:
• Patologias da pele:
—― Úlceras cutâneas.
• Tendinopatias:
—― Tendinopatia peroneal.
—― Tendinopatias do pé e do tornozelo.
102
TERMO E FOTOTERAPIA
• Patologias ósseas:
—― Patologias musculares.
—― Síndrome miofascial.
• Patologia da pele:
—― Celulite.
Indicações experimentais
• Calcinose cutânea.
• Doença periodontal.
• Osteoporose.
Surace et al. (2020) investigaram a terapêutica por ondas de choque em indivíduos com lesão no
manguito rotador, com ou sem calcificação, e concluíram:
Saiba mais
SURACE, S. J. et al. Shock wave therapy for rotator cuff disease with or
without calcification. Cochrane Database of Systematic Reviews, v. 3, n. 3,
mar. 2020.
Dosimetria
A maioria das pesquisas clínicas utilizou entre três e cinco sessões com baixos níveis de energia
(aplicação típica de terapia), sendo que podem ser sugeridas até sete sessões necessárias em alguns
tipos de lesões.
Ainda não há ensaios clínicos randomizados que determinem o número de sessões de terapia
maximamente eficaz. Sugere-se que ocorra uma sessão por semana, para que se tenha uma estimulação
metabólica correta.
6.6 Contraindicações
Ondas radiais e focadas com baixa energia são contraindicadas nos casos a seguir:
104
TERMO E FOTOTERAPIA
• Coagulopatia grave.
O futuro da TOC
Estudos devem ser realizados a fim de termos evidências sobre a eficiência da TOC nas
variadas condições clínicas para as quais não tem sido incomum encontrarmos clínicos usando.
Além disso, precisamos de mais dados para sugerir a dosimetria mais eficiente e segura nessas
diferentes condições.
Ainda, é necessário termos uma visão mais clara acerca da interação das ondas de choque com os
tecidos (moles e ossos), de forma a esclarecer quais os possíveis mecanismos de ação e os efeitos da
terapia, para que possamos fazer melhores indicações desse recurso.
Estudos que apresentem a eficiência da TOC para pacientes com osteocondrite dissecante, tendinite
patelar e tendinite de Aquiles serão de grande valia, pois são indicações ortopédicas cujos resultados
preliminares parecem ser bem promissores.
Resumo
105
Unidade II
Exercícios
C) O aplicador de diatermia de ondas curtas ioniza as camadas superiores e provoca uma corrente
elétrica entre elas.
D) As bobinas indutivas aplicadoras de diatermia produzem maior temperatura nos tecidos que
possuem baixa condutividade elétrica, como os músculos.
106
TERMO E FOTOTERAPIA
E) As placas capacitivas produzem mais calor nos tecidos profundos do que na pele, quando
comparadas às bobinas indutivas.
A) Alternativa incorreta.
B) Alternativa correta.
Justificativa: o aquecimento com uma bobina indutiva aplicadora de diatermia é conhecido como
aquecimento pelo método de campo magnético (ou eletromagnético), porque a corrente elétrica que
gera o aquecimento é induzida nos tecidos por um campo magnético.
C) Alternativa incorreta.
Justificativa: o método de indução de calor por meio de ondas curtas ocorre a partir de uma radiação
não ionizante.
D) Alternativa incorreta.
Justificativa: são tecidos de alta condutividade elétrica: vasos sanguíneos, músculos, pele úmida
e olhos.
E) Alternativa incorreta.
Questão 2. (FGV 2013, adaptada) A diatermia por micro-ondas produz calor através da conversão de
energia eletromagnética de alta frequência. Sobre essa modalidade terapêutica, analise as afirmativas
a seguir:
II – A radiação das micro-ondas não consegue penetrar na camada adiposa, como ocorre com as
ondas curtas.
III – Quanto maior a energia absorvida pelo tecido, maior será sua temperatura.
107
Unidade II
Assinale:
I – Afirmativa correta.
Justificativa: considerando que os tecidos absorvem parte da energia induzida, a intensidade que
atinge os tecidos mais profundos é menor do que a que atinge os tecidos superficiais. Isso significa
que os tecidos superficiais serão mais aquecidos que os profundos.
II – Afirmativa correta.
Justificativa: os tecidos fibrosos e adiposos sofrem distorção molecular e são incapazes de produzir
aquecimento clinicamente significativo pela ação das micro-ondas.
Justificativa: é importante notar que apenas radiações absorvidas possuem função terapêutica.
Assim, o aquecimento necessário para o tratamento terapêutico é maior quanto maior for a
energia absorvida.
108