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Psicoterapia Breve

de Apoio - PBA
PBA - função das técnicas

• Abordagem de sintomas ou comportamentos


desadaptativos, tanto em indivíduos em crise aguda
(cura duração, reativa) ou portadores de transtornos
crônicos por meio de:
• Afastamento de pressões ambientais
demasiadamente intensas.
• Adoção de condutas para alívio do sintomas e o
controle de condutas desadaptativas.
• Reforço de mecanismos de defesa adaptativos
e aspectos psíquicos saudáveis.
Intrapsíquico

Extrapsíquico
Integração
em PBA
Psicossocial

Factual e concreto.
TÉCNICAS
Bloco 1: iniciais - imediatas
1. PROMOÇÃO DE LIVRE EXPRESSÃO VERBAL (PENSAMENTO/SENTIMENTO):
propiciar o livre fluxo de fala, silêncios, emoções, ênfase na atenção ao
pacientes e clima favorável para as expressões.
2. VALIDAÇÃO DE EMOÇÕES: pontuar para o paciente que suas expressões são
livres e que são válidas, ou seja, não há enquadres a serem feitos e sim, elas
representam uma resposta singular.
3. CONTROLE ATIVO: intervir como “ego auxiliar” em comportamentos
desadaptativos imediatos.
4. INTERROGAÇÃO: realizar a exploração da situação de forma mais
estruturada que o item 1.
5. PROPICIAMENTO DE INFORMAÇÕES: explicações que são aliviadoras de
sintomas ansiosos.
6. REASSEGURAMENTO/CONTINÊNCIA: oferecer conforto, segurança,
presença disponibilidade.
7. RECAPITULAÇÃO: relembra e confirma os principais pontos da sessão –
EFEITO CARAMBOLA.
INTERVENÇÃO INTEGRADA?
• INTERCONSULTA
• RECURSOS MEDICAMENTOSOS - SOLICITAÇÃO
• MANEJO AMBIENTAL – MEDIAÇÃO, MEDIDAS
CONCRETAS PARA ALÍVIO DE SINTOMAS.
TÉCNICAS
Bloco 2: Continuadas
1. ASSINALAMENTO DE RELAÇÕES
(PENSAMENTOS/SENTIMENTOS): solicitação de que faça
relação entre sequência e polos.
2. RETIFICAÇÃO: ressaltar partes obscuras do discurso,
corrigir distorções de compreensão (PENSAMENTO,
IDÉIAS).
3. REASSEGURAMENTO/CONFIRMAÇÃO/MELHORA DA
AUTO-ESTIMA/ENCORAJAMENTO: consolidar confiança
em ideias e atitudes adaptativas (PENSAMENTO, IDÉIAS);
4. PSICO-EDUCAÇÃO: orientações para a compreensão da
doença/tratamento e controle de sintomas.
5. SUGESTÃO/ACONSELHAMENTO/PERSUAÇÃO: indicar
experiências com menor ou maior grau de diretividade.
• RECAPITULAÇÃO: relembra e confirma os principais pontos
da sessão = EFEITO CARAMBOLA.
INTERVENÇÃO INTEGRADA?
• INTERCONSULTA
• RECURSOS MEDICAMENTOSOS - SOLICITAÇÃO
• MANEJO AMBIENTAL – MEDIAÇÃO, MEDIDAS
CONCRETAS PARA ALÍVIO DE SINTOMAS.
TÉCNICAS
Bloco 3: Continuadas – até
mobilizadoras.
1. CLARIFICAÇÃO: (PENSAMENTO/SENTIMENTO): agir
recortando elementos significativos e inter-
relacionados, conscientes e pré-conscientes,
reformulando o discurso e devolvendo ao paciente,
favorecendo nexos. Conteúdos manifestos.
2. CONFRONTAÇÃO (PENSAMENTO/SENTIMENTO):
apontar semelhanças, diferenças ou detalhes que
revelem incongruências entre pensamento, sentimento
e ação no cotidiano. Conteúdos manifestos.
3. INTERPRETAÇÃO (PENSAMENTO/SENTIMENTO):
formulação de hipótese a partir de material do
paciente, podendo trabalhar com conteúdo não
manifesto.
INTERVENÇÃO INTEGRADA?
• INTERCONSULTA
• RECURSOS MEDICAMENTOSOS - SOLICITAÇÃO
• MANEJO AMBIENTAL – MEDIAÇÃO, MEDIDAS
CONCRETAS PARA ALÍVIO DE SINTOMAS.
Experiência emocional corretiva
EEC
• É a experiência central e básica de , em terapia, o
cliente poder reviver, adentrar situações bloqueadoras,
situadas no passado e, ter as condições relacionais
com o terapeuta suficientes para fazer delas (situações
do passado) um excelente material de exploração que,
trabalhado, leve a novas cognições que modifiquem o
afeto e impulsionem a mudança no plano de vida
atual.
Experiência emocional corretiva
(EEC)

• A EEC é um expressivo e viável resultado nas psicoterapias breves.


• EXPERIÊNCIA EMOCIONAL em contraponto à COMPREENSÃO INTELECTUAL
• A EEC possibilita a transformação interna do paciente.
• Do que consiste a EEC:
• Revivência, de forma atual e menos intensa, de situações emocionais, de
qualidade intolerável e dificultadoras do desenvolvimento psicológico.
• O psicoterapeuta assume posição intencional e diferente da pessoa original
do conflito.
• Ao comportamento do paciente (que pode ser original), o psicoterapeuta
reage com a realidade atual.
O esquema da EEC ALIANÇA TERAPÊUTICA

Manifestação Reação na
Passado
Na terapia atualidade

Sobre a
Percepção da irracionalidade e
Compreensão distorção inadequação das
intelectual cognitiva no emoções
presente relacionadas ao
passado.
Qualidades da EEC – EXPERIÊNCIA
GLOBAL

• COGNITIVA – dimensão ativada em psicoterapia.


• EMOCIONAL – acesso e reestruturação de esquemas
emocionais.
• VOLITIVA – a abordagem cognitiva aciona a motivação para
a mudança.
• MOTORA – a motivação leva à efetivação da mudança.
• A EEC é um complexo processo psíquico.

• UM processo no qual:

• 1) Havendo um fato COGNITIVO ( C ), segue-


se a ele um fato afetivo ( A ) e deste decorre
um fato volitivo (V) , de onde advém um fator
motor (M).
• C A V M
Um exemplo
• Quando o paciente Ernesto relembra o seus episódios de frustração na infância
quando tinha descargas de agressividade e quebrava os brinquedos, por não
conseguir mudar a situação (EMOÇAÕ E PASSADO) e o terapeuta explora esse
material mostrando-se compreensivo, acolhedor, atento e permissivo de
exploração, de forma segura, ele incentiva o início da EEC ( COMPREENÃO –
COGNIÇÃO) – que liga esta compreensão ao afeto e incentiva a mudança:

• C A V M
• Em terapia, eu compreendo meus afetos e essa compreensão é mais do
racional, é afetiva e geradora de mudança.
Transferência e contra-
transferência
• A EEC é uma experiência concreta na relação terapêutica. Não é simbólica,
nem ruminante, nem regressiva.
• Em PBF há uma manipulação planejada e intencional da transferência.
• Assim o lugar do terapeuta, não é o da pessoa original. Ele age consciente de
sua reação ante o material do paciente (contra-transferência - CT) no sentido
de propiciar o ambiente seguro para um reformulação sobre esse material. O
terapeuta “empresta seu dinamismo” para o paciente realizar um “flashback
compreensivo”.
• A atenção para com a C.T leva à escolha de atitudes tomadas com o cliente.
Essas atitudes conscientes são inseridas no processo terapêutico. O terapeuta
pode e deve dizer ao cliente como se sente, no sentido de reeditar e permitir
ao cliente o início da EEC.
• Meta – intervenção: explicar posturas e uso de recursos terapêuticos.
Exemplo
• Luíz não foi desejado pelos pais. Eles planejavam ter dois
filhos. Luiz veio acidentalmente três anos após do segundo
filho, que exerceu sobre Luiz uma postura opressora e
dominante.
• Luiz tem 34 anos e é muito inseguro, com medo do
julgamento dos mais velhos, experientes ou chefes,
condição que afeta bastante sua vida produtiva.
• Na psicoterapia, ele transfere isso para o terapeuta, sempre
com medo do julgamento deste. O terapeuta “empresta” a
Luiz a revivência da experiência e reage a esse material,
disposto a não perder uma oportunidade sequer de arranja-
lo de modo que Luiz, se sentido seguro, perceba
cognitivamente as conexões dessas emoções com seus
entraves atuais. O terapeuta é um “educador” emocional
sobre esse “flashback” que se passou na sessão.
Relações interpessoais
• Podem ser o “terreno” de experimento positivo do
paciente após EEC.

• Em terapia, elas são alvo de um enquadre que permite:


• - maior ambiguidade.
• - conhecimento técnico do terapeuta permite a
compreensão e o manejo adequados.
• EECs intraterapêuticas – agentes catalisadores de
novas e benéficas experiências.
• EECs extraterapêuticas – podem ser planejadas pelo
terapeuta.. No caso de Luiz....
Potencialização das EECs intra e
extras
• Feedback positivo ao processo – retroalimentação
positiva:
• Espiral terapêutico – EEC na terapia – EEC fora da
terapia – Novas EECs na terapia e adiante...
• As técnicas da PB vão propiciar esse estímulo , a
exemplo da recapitulação, indicação/sugestão,
confirmação, etc...
• Cuidado com o tempo do paciente.
EEC e modalidades de PB

• PBP e PBA compartilham o manejo e produção das


EECs. Em PBA elas vão estar ligadas a experiências
relacionadas à posição diante da CRISE e em termos a
considerar a ANSIEDADE que cabe ou não ser
mobilizada.
Efeito carambola
• É o efeito após o trabalho do conflito focal, haver uma
ampliação do foco para além dela, como uma
reverberação do trabalho focal, que atinge outras áreas
da vida e provoca mudanças positivas por meio das
EECs.
• O efeito carambola demonstra a posição da PBF em
OTMIZAR o esforço das pessoas EM BUSCA TERAPIA e
propor que o material terapêutico a ser trabalhado seja
organizado em um FOCO irradiador de efeitos para
além dele.
• Por meio das EECs , além do FOCO o aproveitamento
do ambiente extra-terapia, também possibilita efeitos
benéficos para outras áreas da vida do cliente.
Avaliação em PBA

• Considerar a avaliação psicodinâmica – os pontos


de urgências e o foco.

• Discutir e confirmar com o cliente.

• Considerar bloco com número de sessões (se não


for seção única).
Encaminhamento em PBA

• De PBA para PBF Processo.


• De PBA para psicoterapias convencionais.
REFERÊNCIAS
• CORDIOLI, A.V; WAGNER, C.J.P; CECHIN, E.M. Psicoterapia de Apoio. In:
CORDIOLI, A.V. Psicoterapias: abordagens atuais. 2ª ed. Porto Alegre: Artes
Médicas, 1998, p. 159-170.
• HOLANDA, TCM. Um modelo de intervenção em psicologia hospitalar: a
psicoterapia breve de apoio.In: LAGE, AMV; MONTEIRO, KCC. (Org). Psicologia
hospitalar: teoria e prática em hospital universitário. Fortaleza, Edições UFC,
2007.
• LEMGRUBER, V. B. Conceitos básicos em psicoterapia breve. In: LEMGRUBER, V.
Psicoterapia breve integrada. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997, p. 27-54.

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