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Exame do Tórax e Pulmões: Distribuição de Ideias em Tópicos

1. Introdução ao Exame do Tórax e Pulmões:

• Momento de realização após exame geral do paciente.

• Observação prévia de características respiratórias.

• Importância de avaliação objetiva e quantificação de sintomas.

2. Preparação e Abordagem ao Paciente:

• Explicação prévia ao paciente sobre o exame.

• Redução da ansiedade e melhoria da eficiência.

• Indicação das posições que o paciente deve adotar.

• Necessidade de informar e obter cooperação do examinado.

3. Condições Necessárias para o Exame:

• Boa iluminação, preferencialmente natural.

• Utilização de luz artificial difusa e intensa quando necessário.

• Conforto tanto para o paciente quanto para o médico.

• Ausência de ruídos ambientais para permitir a detecção de sons sutis.

4. Divisão do Exame do Tórax e Pulmões:

• Inspeção (estática e dinâmica).

• Palpação.

• Percussão.

• Ausculta.

5. Realização do Exame:

• Paciente preferencialmente sentado e despido até a cintura.

• Comparação dos lados do tórax para identificação de assimetrias.

• Início do exame dos ápices em direção às bases pulmonares.

• Estratégia de uso de um lado como controle para o outro.

6. Inspeção:

• Observação visual das características do tórax.

• Avaliação de movimentos respiratórios, ritmo e cianose.

7. Palpação:

• Uso das mãos para detectar alterações táteis.

• Identificação de crepitações, frêmitos e expansibilidade.


8. Percussão:

• Utilização de sons produzidos ao percutir o tórax.

• Avaliação da ressonância e detecção de áreas anormais.

9. Ausculta:

• Utilização do estetoscópio para escutar sons internos.

• Identificação de sons respiratórios normais e anormais.

• Relação entre a ausculta e possíveis patologias pulmonares.

10. Finalização do Exame:

• Garantia de que o paciente e o médico estejam descansados.

• Importância do exame completo para uma avaliação precisa.

• Adição de informações relevantes ao diagnóstico e plano de tratamento.

Inspeção Estática do Tórax: Distribuição de Ideias em Tópicos

1. Morfologia Torácica Normal:

• Classificação conforme biótipo.

• Tipos de morfologia: normolínea, longilínea, brevilínea.

• Ângulo de Charpy como indicador.

2. Anormalidades Ósseas:

• Variações no esterno, vértebras e costelas.

• Anormalidades no esterno: concavidade, retificação, inversão.

• Condições resultantes: tórax piriforme, peito de pomba, quilha de navio.

• Relação entre retificação do esterno e raquitismo.

• Tórax infundibiliforme (ou de sapateiro) por inversão da concavidade interna do


esterno.

3. Anormalidades das Vértebras:

• Impacto na forma do tórax, especialmente com acentuação.

• Tórax escoliótico: desvio lateral da coluna vertebral.

• Tórax cifótico: concavidade acentuada da coluna torácica.

• Tórax lordótico: concavidade lombar acentuada.


4. Anormalidades dos Arcos Costais:

• Efeitos nas características do tórax.

• Tórax enfisematoso: horizontalização das costelas, aumento ântero-posterior.

• Tórax em tonel ou em barril: formato circular da secção transversal.

• Tórax em sino: alargamento dos arcos costais inferiores em relação aos superiores.

Linhas e Regiões do Tórax: Distribuição de Ideias em Tópicos

1. Linhas de Referência do Tórax:

• Localização de pontos anatômicos por linhas visuais.

• Linhas hemiclavicular, axilar posterior, vertebral, clavicular inferior, escapular inferior,


entre outras.

• Divisão do tórax em regiões e delimitação de áreas específicas.

2. Linhas de Referência Específicas:

• Linha medioesternal: divide hemitórax direito e esquerdo.

• Linha hemiclavicular (linha mamilar): originada do ponto mediano da clavícula.

• Linhas axilares anterior, posterior e média: separação de regiões anterior, posterior e


lateral do tórax.

• Linha vertebral (espondiléia) e paravertebral: associação com apófises espinhosas das


vértebras.

3. Linhas Claviculares e Escapulares:

• Linhas claviculares superiores e inferiores: correspondência com bordas das clavículas.

• Linha escapular superior: tangencia a borda superior das escápulas.

• Linha escapular inferior: delimita regiões infra-escapular e supra-escapular.

4. Outros Pontos de Referência Importantes:

• Ângulo de Louis: formado pela junção do manúbrio com o corpo esternal.

• Utilidade como referência para a localização do segundo espaço intercostal.

• Orientação dos segundo e terceiro arcos costais.

5. Região Interescapulovertebral:

• Limites definidos pela linha escapular superior, borda interna da escápula, linha
escapular inferior e linha espondiléia.

• Delimitação das regiões interescapular e vertebral direita e esquerda.


nspeção Dinâmica e Padrão Respiratório: Distribuição de Ideias em Tópicos

1. Padrão Respiratório Normal e Fatores:

• Definido pelo volume de ar movimentado por unidade de tempo.

• Compreende volume corrente e frequência respiratória.

• Frequência respiratória em adultos saudáveis em repouso (16-20 mrpm).

• Classificação da frequência respiratória: apneia, eupneia, taquipneia, bradipneia.

2. Padrões Respiratórios Anormais e Possíveis Patologias:

• Apneia: parada dos movimentos respiratórios.

• Causas: obstrução mecânica, depressão do centro respiratório.

• Taquipneia: aumento da frequência respiratória.

• Pode ou não ser acompanhada de dispneia.

• Causas: doenças pulmonares restritivas, dor pleurítica, paralisia do diafragma.

• Bradipneia: diminuição da frequência respiratória.

• Respiração de Cheyne-Stokes (respiração periódica):

• Padrão com fases de apneia e hiperpneia.

• Causas: insuficiência cardíaca congestiva, intoxicações medicamentosas.

• Respiração rápida e profunda (respiração de Kussmaul):

• Aumento da amplitude do movimento respiratório.

• Associada a acidose metabólica, como em descompensações diabéticas


cetoacidóticas.

• Respiração atáxica (respiração de Biot):

• Irregularidade imprevisível, alternando movimentos superficiais/profundos


com apneia.

• Indica iminência de parada respiratória.

• Causas: traumatismos cranioencefálicos, estados comatosos, depressão do


sistema nervoso central.

3. Metodologia para Avaliação do Padrão Respiratório:

• Observação da frequência respiratória.

• Identificação de alterações na amplitude dos movimentos respiratórios.

• Reconhecimento de padrões característicos, como a respiração de Cheyne-Stokes e de


Kussmaul.

• Atenção à irregularidade respiratória na respiração atáxica.


Exame do Espaço Intercostal, Palpação e suas Implicações: Distribuição de Ideias em Tópicos

1. Espaço Intercostal e sua Dinâmica:

• Movimentação passiva influenciada pela pressão pleural.

• Inspirar: pressão pleural negativa, retração intercostal.

• Expirar: diminuição da pressão pleural, fim da retração inspiratória.

• Patologias que afetam a dinâmica:

• Aumento da pressão pleural por líquidos (derrame pleural) ou gás


(pneumotórax).

• Diminuição da pressão pleural, como em atelectasias.

2. Alterações Patológicas nos Espaços Intercostais:

• Aumento da pressão pleural por líquidos ou gás causa hipertensão do espaço pleural.

• Pode levar a abaulamento persistente dos espaços intercostais.

• Diminuição da pressão pleural em atelectasias causa retração exagerada, conhecida


como tiragem.

• Tiragem intercostal é movimento exagerado na retração dos espaços, pode ser


localizada ou difusa.

• Tiragem difusa indica aumento do trabalho respiratório e dificuldade respiratória


(dispneia).

3. Palpação e suas Aplicações:

• Objetivos da palpação: caracterização de lesões da pele, pesquisa de edema, avaliação


da expansibilidade torácica e frêmito toracovocal (FTV) ou tátil.

• Avaliação da expansibilidade torácica e frêmito são passos cruciais para diagnóstico de


doenças pulmonares.

4. Métodos de Palpação:

• Caracterização de lesões cutâneas identificadas na inspeção.

• Detecção de edema, que pode ser generalizado ou localizado.

• Avaliação da expansibilidade torácica para diagnóstico.

• Palpação para identificação do frêmito toracovocal ou tátil.

Expansibilidade Torácica: Distribuição de Ideias em Tópicos

1. Localização da Estrutura Examinada:


• Medida palpatória da expansibilidade dos campos pulmonares.

• Pesquisa nos ápices e bases pulmonares.

2. Métodos de Exame da Expansibilidade:

• Expansibilidade dos ápices:

• Paciente sentado, de costas para o examinador, braços pendentes.

• Mãos na base do pescoço do paciente, polegares simetricamente posicionados


em relação à apófise espinhal, dedos nas fossas supraclaviculares.

• Solicitação de inspirações e expirações profundas.

• Deslocamento das mãos idêntico em ambos os hemitórax.

• Expansibilidade das bases (anterior e posterior):

• Paciente sentado, de costas para o examinador.

• Face posterior: polegares nas linhas vertebrais à altura do 12º arco costal,
outros dedos na base do tórax.

• Face anterior: polegares na base do apêndice xifóide, outros dedos sobre os


hipocôndrios.

• Solicitação de inspirações e expirações profundas.

• Afastamento simétrico das mãos representa expansibilidade.

3. Possíveis Patologias:

• Movimentos diminuídos na expansibilidade podem ser anormais.

• Diminuição da expansibilidade torácica:

• Unilateral ou bilateral.

• Localizada ou difusa.

• Patológica ou fisiológica.

4. Significado Clínico:

• Avaliação da quantidade de ar mobilizada por segmentos pulmonares.

• Alterações na expansibilidade podem indicar condições patológicas.

Frêmito Toracovocal (FTV) e seus Tipos Especiais: Distribuição de Ideias em Tópicos

1. Localização da Estrutura Examinada:


• Sensação vibratória percebida pela palma da mão do examinador.

• Pesquisa é realizada durante a emissão de som pelo paciente.

2. Métodos de Exame do Frêmito Toracovocal (FTV):

• Paciente emite som (exemplo: repetição do número 33) com mesma intensidade vocal.

• Sensação vibratória é percebida pela palma da mão do examinador.

3. Possíveis Patologias e Significados Clínicos:

• Consolidação pulmonar:

• Tecido pulmonar normal cheio de ar sofre consolidação.

• Sons transmitidos têm maior transmissibilidade na consolidação.

• FTV aumenta.

• Derrame pleural:

• Líquido entre o parênquima pulmonar e a parede torácica.

• FTV diminuído ou abolido.

• Condensações pulmonares:

• FTV aumentado quando brônquio desse segmento está permeável.

• Transmissão vibratória intensificada em meios sólidos (condensação).

• Atelectasias pulmonares:

• Brônquios ocluídos, condutos propagadores do som fechados.

• FTV diminuído ou abolido.

4. Tipos Especiais de Frêmitos:

• Frêmito Brônquico: sensação palpatória de secreções acumuladas em brônquios


médios e grandes.

• Frêmito Pleural: sensação palpatória resultante do deslizamento anormal das


superfícies pleurais, chamado atrito pleural.

Percussão Torácica: Distribuição de Ideias em Tópicos

1. Localização da Estrutura Examinada:

• Corpo torácico como um todo.

• Técnica de percussão dígito-digital.

2. Métodos de Exame por Percussão:

• Técnica de percussão dígito-digital.


• Mão hábil percute com o terceiro quirodáctilo.

• Dedo percussor colocado em contato com o tórax, perpendicularmente ao maior eixo


do corpo.

• Variações na técnica são possíveis.

3. Possíveis Patologias e Significados Clínicos:

• Som claro pulmonar (som claro atimpânico):

• Obtido na percussão dos campos pulmonares normais.

• Som timpânico:

• Produzido por quantidade aumentada de ar no parênquima pulmonar


(enfisema, asma, cistos aéreos, cavidades de pneumotórax).

• Som submaciço:

• Obtido em parênquima pulmonar com densidade aumentada e diminuição de


ar (pneumonia, lesões tumorais, infarto pulmonar).

4. Limitações da Percussão:

• Atinge, no máximo, Scm abaixo da área de percussão.

• Localiza lesões até esse nível.

Percussão Torácica: Som Maciço e Outras Variações: Distribuição de Ideias em Tópicos

1. Localização da Estrutura Examinada:

• Parênquima pulmonar e sua relação com a parede torácica.

• Regiões específicas para percussão: epigástria, área cardíaca, regiões hepática e


esternal.

2. Métodos de Exame por Percussão:

• Utilização da técnica de percussão dígito-digital.

• Identificação de sons maciços e variações sonoras.

3. Possíveis Patologias e Significados Clínicos:

• Som submaciço:

• Associado a líquido inflamatório ou sangue nos espaços alveolares.

• Característico de condições como pneumonia, infiltrações, sangramento


pulmonar.

• Som maciço:
• Indica presença de líquido entre o parênquima pulmonar e a parede torácica,
como derrames pleurais.

• Sinal de Signorelli: identificação de transição entre som claro e maciço durante


percussão das apófises espinhosas da coluna.

• Uso como método de localização de derrames pleurais pequenos ou infra


pulmonares.

• Relação com áreas anatômicas:

• Som maciço sobre o parênquima hepático (macicez hepática).

• Som timpânico na bolsa gasosa do estômago (zona de Traube).

• Área cardíaca: som maciço no ictus cordis; variações em casos de hipertrofia


ventricular ou derrame pericárdico.

Ausculta dos Sons Respiratórios: Análise e Abordagem: Distribuição de Ideias em Tópicos

1. Métodos de Exame de Ausculta:

• Realização da ausculta com o paciente sentado.

• Instruções para o paciente respirar pausadamente em incursões de média amplitude,


com boca entreaberta.

• Uso da campânula do estetoscópio com membrana sobre o tórax.

2. Localização da Estrutura Examinada:

• Ausculta em pontos simétricos das linhas convencionais.

• Comparação entre os lados direito e esquerdo.

• Ausculta feita do ápice para as bases pulmonares.

• Áreas de ausculta na face anterior da caixa torácica.

3. Sons Respiratórios Normais e Adventícios:

• Sons respiratórios normais em indivíduos saudáveis.

• Sons adventícios respiratórios ou pulmonares em pessoas com doenças respiratórias.

4. Origem e Variações dos Sons Pulmonares:

• Origem dos sons pulmonares durante as diferentes fases do ciclo respiratório.

• Sons na fase inspiratória: turbulência nas vias aéreas periféricas com estrutura
cartilaginosa.

• Ausência de sons nos bronquíolos terminais e sacos alveolares.

• Desmistificação da ideia de que sons pulmonares vêm de bronquíolos terminais e


alvéolos.
• Produção de sons em brônquios centrais na fase expiratória

Sons Respiratórios Normais: Características e Significados Clínicos

1. Murmúrio Vesicular:

• Localização: Audível em toda a superfície torácica.

• Possíveis Patologias: Ausência ou diminuição indicam condições que afetam a


transmissibilidade sonora, mas nunca aumento.

• Método de Exame: Auscultação da fonte originária do som até o estetoscópio.

2. Som Traqueal:

• Localização: Audível na região ântero-lateral do pescoço, sobre a laringe ou acima da


fúrcula esternal.

• Possíveis Patologias: Pode indicar anormalidades quando auscultado fora dessa área.

• Método de Exame: Colocar a campânula do estetoscópio sobre a traqueia ou espaço


interescapulovertebral.

3. Sopro Laringotraqueal (ou Sopro Brônquico):

• Localização: Pode ocorrer normalmente na traqueia ou espaço interescapulovertebral.

• Possíveis Patologias: Tradução semiológica de condensação do parênquima pulmonar


(pneumonias, infartos pulmonares).

• Método de Exame: Auscultação para identificar sons que indicam preenchimento dos
espaços alveolares por líquido.

4. Causas de Sons Respiratórios Anormais:

• Obstrução na árvore respiratória: Secreção, enfisema, asma.

• Causas luminares: Condições que afetam o lúmen das vias respiratórias.

• Causas parietais: Invasão celular ou compressão extrínseca.

• Afastamento da fonte produtora do som: Pneumotórax, derrame pleural, obesidade,


massa muscular hipertrófica, edema de parede, enfisema subcutâneo.

5. Respiração Brônquica:

• Localização: Audível nas regiões torácicas de projeção da traqueia e brônquios de


grosso calibre.

• Possíveis Patologias: Presença em regiões periféricas do pulmão é anormal, indicando


aumento homogêneo da densidade pulmonar.

• Método de Exame: Auscultação para identificar possíveis sopros brônquicos.


Sons Adventícios na Ausculta Pulmonar: Tipos e Significados Clínicos

1. Sons Nítidos, Descontínuos e Explosivos:

• Estertores Finos:

• Local de Ausculta: Regiões periféricas dos pulmões.

• Local de Produção: Vias aéreas intra-alveolares.

• Mecanismo: Vórtice na inspiração; fluxo turbulento na expiração.

• Estertores Grossos:

• Local de Ausculta: Regiões periféricas dos pulmões.

• Local de Produção: Vias aéreas de maior calibre.

• Mecanismo: Vórtices e fluxo turbulento.

2. Sons Contínuos e Musicais:

• Roncos e Sibilos:

• Local de Ausculta: Em várias regiões do tórax.

• Local de Produção: Vias aéreas estreitadas ou obstruídas.

• Mecanismo: Vibração devido ao fluxo de ar forçado.

• Estridor:

• Local de Ausculta: Região ântero-lateral do pescoço.

• Local de Produção: Vias aéreas superiores estreitadas.

• Mecanismo: Vibração devido ao fluxo de ar forçado.

3. Outros Tipos de Sons:

• Atrito Pleural:

• Local de Ausculta: Regiões de atrito entre as pleuras.

• Local de Produção: Pleuras inflamadas ou ásperas.

• Mecanismo: Deslizamento das pleuras inflamadas.

• Sopro Pleural, Cornagem, Sopro Anfórico, Sopro Tubário, Pectorilóquia Afônica:

• Variações de sons relacionados a diferentes condições patológicas.

Terminologia e Controvérsias:

• A terminologia para esses sons é complexa e sujeita a confusões.

• No contexto deste texto, "estertor" é usado para sons explosivos e descontínuos com o
mesmo significado de "crepitação".

• A adjetivação dos estertores é imprecisa e deve ser evitada.


Estertores na Ausculta Pulmonar: Tipos, Significados e Gênese

Estertores Finos:

• Local de Ausculta: Audíveis nas regiões periféricas dos pulmões.

• Local de Produção: Pequenas vias aéreas intra-alveolares.

• Mecanismo: Gênese não totalmente definida, pode estar relacionada a igualização


explosiva de pressões após remoção súbita de barreiras.

• Associações Clínicas: Relacionados a condições como enfisema, pneumonia, edema


pulmonar e processos inflamatórios.

• Características: Ocorrem durante a inspiração, comparados ao ruído de fecho do tipo


"velcro". Podem ser audíveis em pessoas saudáveis.

Estertores Grossos:

• Local de Ausculta: Audíveis em várias regiões do tórax.

• Local de Produção: Vias aéreas de maior calibre, como as cartilaginosas.

• Mecanismo: Passagem do ar por vias aéreas rígidas que se abrem e fecham


repetidamente.

• Associações Clínicas: Comuns em bronquite crônica e bronquiectasias.

• Características: Presentes desde o início da inspiração, também na expiração.


Modificados pela tosse e não afetados pela posição do paciente.

Teorias sobre a Gênese dos Estertores:

1. Colapso das pequenas vias aéreas devido à perda de tração elástica (ex.: enfisema) ou
isolamento da tração por inflamação e outras condições.

2. Vibração do tecido pulmonar próximo à via aérea ocluída, transmitindo som à matriz
elástica do tecido.

Importância Clínica:

• Os estertores refletem modificações nas propriedades mecânicas do pulmão e podem


ser indicativos de doença.

• Estertores finos podem ocorrer em pessoas saudáveis sem necessariamente indicar


doença.

• Estertores grossos estão associados a condições como bronquite crônica e


bronquiectasias.

Localização e Características dos Estertores na Fase Inspiratória

Estertores no Final da Inspiração:


• Local de Produção: Pequenas vias aéreas colapsáveis.

• Mecanismo: Dificuldade de abertura das vias aéreas devido a alterações patológicas.

• Características: Som produzido no final da inspiração, alta tonalidade, amplitude baixa


e duração curta (semelhante ao estertor fino). Associado a condições como
pneumonias, insuficiência cardíaca congestiva, doenças intersticiais pulmonares e
fibroses pulmonares.

Estertores no Meio ou Início da Inspiração:

• Local de Produção: Vias aéreas de pequeno calibre com estrutura cartilaginosa.

• Mecanismo: Colapso e reabertura explosiva das vias aéreas durante a inspiração


devido a secreção, edema ou inflamação (ex.: asma, bronquite crônica, fibrose
pulmonar, bronquiectasias).

• Características: Som produzido no meio ou início da inspiração, tonalidade mais baixa,


amplitude alta e duração longa (características do estertor grosso). Quanto mais
proximal o colapso da via aérea, mais precoce o som ocorre no ciclo respiratório.

Importância Clínica:

• A localização temporal dos estertores na inspiração fornece informações sobre o local


de produção e a gravidade das alterações das vias aéreas.

• O som produzido e a fase do ciclo respiratório em que ocorre podem ser indicativos de
condições patológicas, como asma, bronquite crônica, fibrose pulmonar e
bronquiectasias.

Sons Adventícios na Fase Expiratória e Seus Mecanismos

Estertores na Fase Expiratória:

• Características: Sons explosivos descontínuos, repetitivos, fixos, sem variação com


tosse ou inspiração profunda, gerados durante a fase expiratória.

• Possíveis Mecanismos:

1. Fechamento intermitente de um brônquio de grosso calibre na expiração,


resultando em aumento de pressão devido ao ar aprisionado e abertura
intermitente da obstrução, gerando um fluxo aéreo explosivo.

2. Fechamento de um brônquio na expiração gera alta pressão na região


aprisionada, causando escape de ar através dos canais de comunicação e
ventilação defasada do restante.

• Importância Clínica: Esses sons são frequentemente encontrados em condições como


bronquite crônica, asma e bronquiectasias.

Significado Clínico dos Estertores:


• Presença de Secreção: O principal significado clínico dos estertores é indicar a presença
de secreção no interior das vias aéreas.

• Localização: As características dos estertores dependem da localização em que são


gerados na árvore brônquica.

• Diagnóstico Clínico: A interpretação da presença desses ruídos deve ser realizada em


conjunto com dados obtidos do exame clínico geral e pulmonar para proceder ao
diagnóstico clínico.

Roncos e Sibilos: Características e Classificação

Definição:

• Roncos e sibilos têm a mesma interpretação físico-acústica e são diferenciados pela


tonalidade.

• Roncos: Tonalidade grave.

• Sibilos: Tonalidade aguda.

Mecanismo:

• Roncos e sibilos ocorrem devido ao estreitamento de um brônquio, cuja parede oposta


oscila entre a posição fechada e quase aberta.

• Geração de uma nota acústica de freqüência constante pela vibração das estruturas
sólidas circunvizinhas ao ponto de obstrução.

• Tonalidade aguda ou grave determinada pelas características das estruturas


circundantes e pela filtragem sonora dos pulmões e estruturas torácicas.

Classificação:

• Podem ser classificados em altos ou baixos (intensidade sonora), inspiratórios ou


expiratórios, longos ou curtos, únicos ou múltiplos.

Sibilos:

• Tonalidade alta e característicos de doenças específicas.

• Monofônicos: Uma nota musical ou acorde, inspiratórios ou expiratórios.


Característicos da asma brônquica.

• Polifônicos: Várias notas musicais harmônicas, não relacionadas entre si, restritos à
fase expiratória. Resultam da compressão dinâmica de brônquios centrais, gerando
uma sequência de notas musicais.

Roncos:

• Ruído musical contínuo de tonalidade baixa.

• Tradução de secreção em vias aéreas de grande e médio calibres.


Importância Clínica:

• Os roncos e sibilos são indicativos de condições específicas das vias aéreas e do trato
respiratório.

• A análise desses sons auxilia no diagnóstico de patologias respiratórias e contribui para


uma avaliação clínica abrangente.

Outros Sons Pulmonares: Atrito Pleural, Cornagem, Sopro Tubário, Sopro Pleural, Sopro
Anfórico e Pectorilóquia Afônica

Atrito Pleural:

• Localização: Pleuras visceral e parietal.

• Possíveis Patologias: Processo inflamatório das pleuras (visceral ou parietal).

• Métodos de Exame: Observação da vibração sonora, frêmito pleural.

Cornagem:

• Localização: Porções superiores das vias respiratórias (faringe, laringe, traquéia ou


brônquios de grosso calibre).

• Possíveis Patologias: Estenose das vias respiratórias, processos inflamatórios,


tumorações, aspirações de corpos estranhos.

• Métodos de Exame: Observação pelo som gerado ao se aproximar do paciente.

Sopro Tubário:

• Localização: Semelhante ao sopro laringotraqueal, porém com intensidade maior.

• Possíveis Patologias: Condensação pulmonar, pneumonias.

• Métodos de Exame: Ausculta do som produzido.

Sopro Pleural:

• Localização: Área de transição entre parênquima pulmonar aerado e a interface líquida


do derrame pleural.

• Possíveis Patologias: Derrame pleural.

• Métodos de Exame: Ausculta durante o movimento respiratório ou ao falar.

Sopro Anfórico:

• Localização: Associado ao pneumotórax hipertensivo.

• Métodos de Exame: Ausculta do som extremamente agudo.

Pectorilóquia Afônica:

• Localização: Fala normal transmitida através do parênquima pulmonar até a parede


torácica.
• Possíveis Patologias: Consolidações pulmonares.

• Métodos de Exame: Ausculta da voz normal ou sussurrada.

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