Você está na página 1de 4

O esôfago

Anatomia Aplicada à Prática Clínica - MD445 - Prof. Nelson Adami Andreollo


Maria Clara Rossi - Turma LVIII - Medicina Unicamp

TÓPICOS ABORDADOS:
Esôfago, transição esôfago gástrica, estômago e duodeno: anatomia normal do ponto de vista cirúrgico.
Ligamentos peritoneais do estômago
Recessos peritoneais ao redor do estômago
Vias de disseminação de doenças do esôfago distal e estômago

A aula será um conjunto de análise de pranchas anatômicas para que possamos relembrar conceitos e estruturas
básicas da anatomia.

AS PRANCHAS ANATÔMICAS:
Prancha 01:
Há a parte proximal do esôgafo onde pode ser observada a transição faringoesofágica. Ainda nessa imagem é possível
observar a traqueia.
Os músculos laterais presentes nessa região são os músculos laterais da faringe (mm. estriados). Ao deglutirmos, com
a ajuda da língua, são esses mm. laterais da faringe (superior, médio e inferior) que vão mandar o alimento para o
esôfago.
Por sua vez, ao observarmos a abertura do esôfago, conseguimos observar uma musculatura circular estriada ao
redor dessa abertura. Esse mm. é o esfíncter do músculo cricofaríngeo. Sua parte principal é anterior e é esse esfíncter
que controla a abertura do esôfago quando nós deglutimos algum alimento, assim como controla o deslizamento dos
músculos laterais da faringe (faríngeo).
Por último, conseguimos observar o esôfago em si. Os dois/terços de musculatura superior do esôfago são de
musculatura estriada, enquanto o um/terço inferior é de musculatura lisa. Além disso, ele possui duas camadas
musculares: uma camada longitudinal e uma camada circular interna.

Prancha 02:
O esôfago é uma víscera que fica na cavidade torácica, localizado atrás da traquéia, no mediastino posterior.
● no mediastino posterior também fica parte de aorta, a veia ázigos, o duto torácico…
● no mediastino médio ficam o coração, os pulmões e a traquéia
● no mediastino anterior fica, exclusivamente, o timo
Há o momento em que a aorta cavalga na traqueia e emite seus ramos principais que são as aa. carótidas comum
esquerda, a aa. subclávia e o tronco braquiocefálico. Eles estão próximos do esôfago!
Há outros vasos que saem da aorta e que passam a irrigar o esôfago, sendo ele uma víscera muito pouco irrigada. Na
região proximal, é irrigado por ramos que saem da aa. carótida.
Distalmente, o esôfago entra na cavidade abdominal , assim como a aorta, nos orifícios do diafragma, afinal, é o
diafragma que separa a cavidade torácica da abdominal.
2

Prancha 03:
A traqueia fica na frente do esôfago e a aorta fica inicialmente na frente da traqueia, mas contorna-a e passa para a
região posterior ao esôfago na região torácica e abdominal.
O diafragma possui diversos forames como o da veia cava superior, da veia cava inferior e o orifício do hiato
diafragmático, pelo qual passam o esôfago e a aorta.
Inferior ao diafragma, é possível observar os pilares do diafragma que sustentam esse órgão. Existem os ramos desses
pilares. Inferiormente a esses ramos da musculatura, há a presença da aorta com seus ramos.

Prancha 04:
Essa prancha é uma vista posterior do esôfago, com a traquéia sendo vista atrás dele.
Nessa prancha é possível observar as duas camadas do esôfago, assim como o esfíncter do mm. cricofaríngeo e a
musculatura do faríngeo.
O esfíncter do músculo cricofaríngeo fixa na cartilagem cricoidea da traquéia.
Ainda é possível observar a divisão da traquéia em brônquios e a membrana posterior da traqueia atrás de cada um
deles.

Prancha 05:
É possível observar: esôfago, o esfíncter do músculo cricofaríngeo junto da cartilagem cricóidea, a cartilagem
tireóidea, os mm. faríngeos, a traqueia com seus anéis, a parede posterior da traqueia e o que há entre o esôfago e a
traqueia.
A parede posterior da traquéia possui uma membrana que possui pequenos vasos. Assim, quando alguém realiza
esofactomia que é a remoção do esôfago, faz-se necessária saber essa anatomia. Além disso, em caso de tumores
esofágicos, facilmente esse tumor invade a parede posterior da traquéia pois eles são muito próximos.

Prancha 06: anatomia da transição esofago-gástrica


Conhecer a anatomia dessa transição é fundamental para compreensão das doenças do trato digestivo, assim como o
funcionamento e a fisiologia do esôfago como um todo.

OBSERVA-SE: parede do esôfago, mucosa interna esofágica, pilar diafragmático, membrana frenoesofágica (peritônio
que recobre toda a transição esofagogástrica), mucosa do estômago com as pregas gástricas, linha Z (bem na transição
de um pro outro, internamente)
A musculatura do esôfago funde-se com as camadas musculares do estômago, praticamente sem diferenciações.
Para que essa transição seja perfeita, a transição da mucosa precisa estar abaixo da linha do diafragma.
A parte proximal do estômago é formada por células que produzem ácido clorídrico (HCl) - as céls. parentais-
enquanto outras céls. produzem as enzimas digestivas.

CARDIA: o conjunto da região da transição com a musculatura esofagogástrica, a linha Z, a membrana frenoesofágica
e a inserção do diafragma. A cardia, assim, é o conjunto de fibras musculares que exercem a função de esfíncter.
Portanto, é um esfíncter fisiológico pois não há musculatura própria. Esse esfíncter é importante porque ele controla o
esvaziamento esofágico e ele impede que o conteúdo gástrico reflua para o esôfago.
Todo esse conjunto possui um tônus muscular. Se esse tônus não for adequado, haverá refluxo do estômago para o
esôfago. Assim, também haverá esofagite de refluxo por conta do HCl (queimação).

Prancha 07:
OBSERVA-SE: os vasos com a traqueia, a aorta, o diafragma, a entrada do esôfago no diafragma, o segmento esofágico
abdominal, o fundo do estômago, forame da veia cava inferior e a VCI, as artérias intercostais (todas saem da aorta e
corre no bordo inferior da costela superior).
3

O HIATO DIAFRAGMÁTICO: possui um aspecto circular e dois ramos de musculatura estriada que se encontram. Isso
é importante pois isso faz com que tenha um espaço no hiato. Se o hiato se alarga ao longo dos anos (por conta de
obesidade, gravidez…), o estômago se movimenta, gerando uma hérnia hiatal.

Prancha 08 e 09: anatomia venosa


OBSERVA-SE NA REGIÃO TORÁCICA: a VCI, VCS e as duas veias ázigos (direita e esquerda).
A VCI sai da cavidade abdominal e entra na cavidade torácica.
A VCS possui ramos que são os mesmos ramos arteriais: ramo braquiocefálico e veia carótida comum.
As veias intercostais drenam nas veias ázigos, veias intercostais essas que correm junto com as artérias intercostais,
no bordo inferior da costela superior.
OBSERVA-SE NA REGIÃO ABDOMINAL: veia porta (formada pela veia mesentérica superior e pela veia esplênica).
Drenando para a veia esplênica é a veia mesentérica inferior. Há também a veia omental (da grande curvatura do
estômago) e a veia gástrica esquerda. Internamente, na mucosa da transição esofagogástrica, há veias da submucosa
decorrentes do plexo venoso da transição. Ainda nessa imagem é possível observar as veias renais esquerda e direita.
Essas veias na submucosa são as que ficam inchadas em casos de hipertensão portal e podem chegar a serem
rompidas, gerando hemorragia no esôfago.

Prancha 10 e 11: nervo vago


OBSERVA-SE: além das estruturas já mencionadas nas outras pranchas, é possível observar o nervo vago aterior,
nervo vago esse que é o X par NC. Existem dois ramos: o direito e o esquerdo.
O nervo vago passa atrás da traquéia, à esquerda do esôfago, e quando chega na região em que há a bifurcação dos
brônquios, o ramo esquerdo se torna anterior e o ramo direito se torna posterior.
Esse nervo é importantíssimo para toda a fisiologia gastrointestinal.

Prancha 12: sistema linfático


OBSERVA-SE: linfonodos existentes numa visão posteroanterior, região rica em linfonodos. Isso é importante pois
doenças hematológicas podem ser linfomas. O linfoma promove o aumento desses linfonodos provocando grandes
tumefações. Com isso, passa a comprimir essas estruturas.

Prancha 13, 14, 15, 16: correlação anatômica radiológica


OBSERVA-SE: um corte transversal da cavidade torácica, observando os níveis de mediastino (anterior, médio e
posterior). Essas são as imagens observadas por um radiologia em uma TC.

Prancha 17: o estômago


OBSERVA-SE: a transição esofagogástrica, a vascularização da pequena e grande curvatura (aa. omental direita e
esquerda + vv. omental direita e esquerda), aa. e vv. gástrica esquerda, piloro e sua irrigação
O estômago fica mais discretamente para o lado esquerdo do abdome.

Prancha 18: a região abdominal


OBSERVA-SE: o fígado, a transição esofagogástrica, o duodeno, o piloro, o bulbo duodenal, os vasos das curvaturas do
estômago e os omentos, a vesícula e as estruturas do hilo hepático.

Prancha 19: o duodeno


OBSERVA-SE: o bulbo duodenal, a primeira, segunda, terceira e a quarta porção do duodeno. A divisão da terceira
para a quarta porção não é muito nítida, pois elas se fundem.
4

Entre o duodeno e o jejuno, há o ângulo de Treitz que é a transição entre ambos.


Importante ainda identificar a papila duodenal que desemboca o colédoco e o ducto de Wirsung.
O duodeno circula na cabeça do pâncreas.

Prancha 20 e 21: o pâncreas e o panorama geral


OBSERVA-SE: o ducto de Wirsung que drena para o duodeno. O pâncreas se assemelha a um martelo.
A aa. mesentérica superior e a vv. mesentérica superior passam por trás do corpo do pâncreas e vão para frente da
quarta porção do duodeno.
TRONCO CELÍACO: é uma das aa. mais importantes do abdome superior porque dele saem a a. esplênica, a a. hepática
(de qual origina a a. pancreatoduodenal superior) e a a. gástrica esquerda.
Pesquisar sobre o hiato de winslow. Conseguimos por meio dele atingir o hilo hepático.
HILO HEPÁTICO: aa. hepática, vv. porta e o ducto colédoco

AS CIRURGIAS:
Esofagectomia:
É a retirada do esôfago e, ao retirá-lo, conectamos o estômago com a parte mais inferior que sobrou do esôfago. Nós
fazemos um tubo com esse estômago

Você também pode gostar