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CURSO DE EXTENSÃO
ANATOMIA HUMANA SISTÊMICA
ANATOMIA DO APARELHO GÊNITO-URINÁRIO
ROTEIRO TEÓRICO-PRÁTICO
INTRODUÇÃO
Faremos a descrição da anatomia dos sistemas urinário e genitais masculino e
feminino como aparelho gênito-urinário, em função da relação, no sexo masculino, da
uretra, como via comum para a micção e ejaculação.
Os órgãos desse aparelho, estão localizados na cavidade abdominal e pélvica e
serão descritos isoladamente.
Assim, o sistema urinário abrange diversos órgãos relacionados à formação da
urina, seu armazenamento e a eliminação para o meio externo, através da filtração do
sangue pelos rins. Os órgãos desse sistema podem ser classificados funcionalmente
como órgãos responsáveis pela formação ou secreção da urina (rins) e órgãos
destinados à eliminação ou excreção desta (ureteres, bexiga urinária e uretra). A urina
representa um dos veículos pelo qual o organismo excreta resíduos metabólicos a fim
de regular a homeostase. A composição da urina é variada e geralmente envolve água,
ácido úrico, uréia, sais como sódio e potássio, bicarbonato, entre outros; mas também
pode exibir concentrações variáveis de proteínas, glicose ou mesmo resíduos de
sangue, em determinadas condições patológicas.
A reprodução refere-se à capacidade inata de um ser vivo produzir descendentes.
Na reprodução humana, indivíduos de ambos os sexos produzem gametas a fim de
propiciar a fecundação. No caso do sistema genital masculino, os gametas são os
espermatozóides, produzidos pelas gônadas – os testículos. No entanto, outros órgãos
do sistema, as chamadas vias espermáticas, possibilitam que o sêmen seja conduzido
e lançado no interior do sistema genital feminino. A presença de glândulas anexas
espalhadas ao longo dessas vias espermáticas contribui para a nutrição e proteção dos
espermatozóides durante seu trajeto. Deve-se observar que hormônios sexuais,
principalmente a testosterona, também são produzidos por vísceras do sistema genital
masculino e respondem pelo desenvolvimento das características sexuais secundárias
do homem.
Os componentes do sistema genital feminino garantem a perpetuação da
espécie através da reprodução. Para tanto, seus órgãos são responsáveis por diversas
funções: produção e amadurecimento dos gametas femininos, secreção de hormônios
sexuais, recepção de fluidos durante o coito, fecundação, implantação do blastócito para
desenvolvimento embrionário e fetal, promoção de condições para o parto e nutrição ao
novo ser nos seus primeiros anos de vida. São didaticamente agrupados em internos e
externos.
A face posterior dos rins tem relação com os músculos psoas maior, quadrado
lombar e transverso do abdome (de medial para lateral). Posteriormente, os rins também
estão relacionados com os nervos subcostal (T12), iliohipogástrico e ilioinguinal (ambos
de L1), ramos do plexo lombar; além da sua relação com a décima primeira e décima
segunda costela (para o rim esquerdo) e décima segunda costela (para o rim direito,
este mais baixo).
O hilo renal permite a passagem das estruturas que constituem o pedículo renal:
artéria renal, veia renal, pelve renal, vasos linfáticos e linfonodos, além da inervação
aferente e autônoma simpática e parassimpática.
Figura 1. Relações posteriores dos rins a partir da visão posterior da parede abdominal. A imagem superior
esquerda mostra suas faces, margens e polos, além da sua cápsula renal conjuntiva.
Figura 2. Estruturas macroscópicas observadas a partir da secção coronal dos rins. A. Imagem e B peça
anatômica. Nessa, identificamos: córtex renal (CO) e medula renal, formada pela alternância entre
pirâmides renais (P) e colunas renais (C). O seio renal apresenta a disposição dos cálices renais menores
(setas), maiores (*) e da pelve renal (Pe). O hilo renal (Hi) está localizado na sua margem medial.
Os rins são irrigados pelas artérias renais direita e esquerda, ambas originárias da
aorta abdominal ao nível do corpo vertebral L2, logo abaixo da origem da artéria
mesentérica superior (a direita, frequentemente, um pouco mais baixa).
Os rins são drenados pelas veias renais direita e esquerda, tributárias da veia cava
inferior (Figura 3).
Figura 3. Vasos renais e detalhe da ramificação das artérias segmentares no interior do rim. A. renal
(AR) a. suprarrenal inferior (ASI), a. segmentar superior (ASS), a. segmentar anterior superior (ASAS), aa.
interlobares (AILO), aa. arqueadas (AA), a. interlobulares (AILB), a. segmentar anterior inferior (ASAI), a.
segmentar inferior (ASI), ramos pélvicos e ureterais (RP e RU), a. segmentar posterior (ASP).
QUESTÃO 1
Figura 4. Secção transversal do abdome e as lojas renais. M. psoas maior (MPM) e m. quadrado lombar
(MQL).
Os ureteres são dois órgãos musculares com 25 a 30 cm de comprimento, que se
originam a partir de um estreitamento da porção inferior da pelve renal e termina se
abrindo na luz da bexiga urinária na sua face posterior (óstios ureterais). São dois
órgãos retroperitoneais divididos em porção abdominal, pélvica e intra-mural (2cm
distais ao atravessar a parede da bexiga urinária).
A bexiga urinária é uma víscera oca com fortes paredes musculares com grande
distensibilidade. É um reservatório temporário de urina e varia em tamanho, forma,
posição e relação, de acordo com seu conteúdo e vísceras adjacentes.
Os óstios dos ureteres e o óstio interno da uretra estão nos ângulos do trígono
vesical (Figuras 6 e 7).
Figura 6. Bexiga urinária e suas divisões a partir de uma visão súperolateral esquemática.
Figura 7. Bexiga urinária em secção coronal nos dois sexos. Observar o trígono vesical representado em
branco na imagem da bexiga urinária masculina e seus limites mostrados na imagem da bexiga urinária
feminina: óstios uretéricos (setas pretas) e óstio interno da uretra (seta azul).
As divisões intramural e prostática são irrigadas por ramos prostáticos das artérias
vesicais inferiores e artérias retais médias.
ROTEIRO PRÁTICO
Rins e ureteres:
- Rins: hilo renal; córtex renal; medula renal (pirâmides renais e colunas renais);
papila renal; cálice renal menor; cálice renal maior; pelve renal; seio renal; ureter
(porção abdominal e pélvica);
- Cápsula renal;
- Fáscia renal e gorduras perirrenal e pararrenal.
Bexiga urinária e uretra:
- Bexiga urinária: corpo; ápice; fundo; colo; trígono vesical; óstio interno da uretra;
óstios dos ureteres.
- Uretra:
Feminina: óstio interno da uretra e óstio externo da uretra.
Masculina: óstio interno da uretra; porção prostática, membranosa, peniana e
intramural; fossa navicular; óstio externo da uretra.
O pênis, órgão da cópula, conduz a uretra oferecendo uma eliminação comum para
a urina e sêmen. Possui uma raiz, corpo e glande. É formado por três corpos cilíndricos
de tecido erétil: dois corpos cavernosos e um corpo esponjoso ventralmente (no seu
interior se localiza a uretra esponjosa ou peniana) (Figura 11). A raiz do pênis (parte
fixa) é formada pelos dois ramos do pênis, pelo bulbo do pênis e pelos mm.
isquiocavernosos e bulboesponjosos que os envolvem, respectivamente. Cada ramo
do pênis está fixo à parte inferior da face interna do ramo isquiático, anterior ao túber
isquiático.
O corpo do pênis é a parte pendular, livre e não possui músculos. É formado pelos
dois corpos cavernosos e pelo corpo esponjoso que distalmente, se expande para
formar a glande do pênis. Próximo à extremidade da glande está o óstio externo da
uretra. No colo da glande a pele e a fáscia são prolongadas como uma dupla camada
de pele, o prepúcio do pênis, que cobre a glande em extensão variável. O frênulo do
prepúcio é uma prega mediana que vai da camada profunda do prepúcio até a face
uretral da glande do pênis (Figura 11).
Figura 11. Na imagem à direita, observar ao raiz do pênis (ramos+bulbo), o corpo e a glande. Na imagem
à esquerda observar os tecidos eréteis (corpos cavernosos e esponjoso) que formam sua porção livre ou
corpo.
Figura 12. Imagem superior: testículo envolvido pela túnica albugínea com a invaginação de septos
conjuntivos constituindo seus lóbulos testiculares. Na imagem inferior, esquema mostrando a presença dos
túbulos seminíferos contorcidos (TS), da rede testicular (RT), dos ductos eferentes (DE), a cabeça (C), o
corpo (CO) e a cauda (CA) do epidídimo, além do ducto deferente (DD), do plexo pampiniforme de veias
(PP) e da a. testicular (AT).
Os testículos são irrigados por longas artérias testiculares (gonadais) que se originam
da aorta abdominal inferiormente às artérias renais. Atravessam os anéis inguinais
profundos, os canais inguinais e passam os anéis inguinais superficiais, entrando nos
funículos espermáticos. As veias dos testículos e epidídimos formam o plexo
pampiniforme, uma rede de 8 a 12 veias situadas anteriormente ao ducto deferente que
circundam a artéria testicular no funículo espermático.
O funículo espermático contém as estruturas que entram e saem dos testículos (em
especial o ducto deferente, a artéria testicular e o plexo pampiniforme de veias) e
suspendem os testículos no escroto. Ele começa no anel inguinal profundo, lateralmente
aos vasos epigástricos inferiores, atravessa o canal inguinal e sai pelo anel inguinal
superficial, terminando no escroto, na margem posterior do testículo (Figura 13).
Figura 14. Visão pósterosuperior da bexiga urinária mostrando seu corpo (CO) e a desembocadura dos
ureteres direito (UD) e esquerdo (UE). Notar também as duas vesículas seminais (VS) e medialmente a
elas, as ampolas dos ductos deferentes (setas pretas) junto ao fundo da bexiga urinária. Próstata (PR).
Os ductos ejaculatórios são dois tubos delgados com 2,5 cm de comprimento com
origem próximo ao colo vesical e seguem juntos anteroinferiormente, atravessando a
parte posterior da próstata e convergem para se abrir no colículo seminal por aberturas
pequenas em fenda, sobre a abertura do utrículo prostático.
Figura 15. O trajeto de um dos ductos deferentes é mostrado na imagem superior. A imagem inferior em
secção sagital mediana, mostra parte das vias espermáticas. Observar o trajeto de um dos ductos
ejaculatórios obliquamente no interior da próstata.
Figura 16. A. Visão posterior da bexiga urinária mostrando a junção da ampola do ducto deferente com o
pequeno ducto da glândula ou vesícula seminal para a formação do ducto ejaculatório. B. Colículo seminal
na porção da uretra prostática e seus três óstios de abertura.
Os epidídimos são estruturas alongadas nas faces posteriores dos testículos. Local
onde os espermatozoides são armazenados e se tornam móveis, são formados por
minúsculas alças do ducto do epidídimo (4 a 6 metros). O ducto diminui
progressivamente enquanto segue da cabeça do epidídimo na parte posterior do
testículo até sua cauda, onde tem início o ducto deferente (como uma continuação do
ducto do epidídimo). Cada epidídimo é formado por uma cabeça (expandida e superior
que possui lóbulos formados pelas extremidades espiraladas de 12 a 14 dúctulos
eferentes); um corpo (formado a maior parte, pelo ducto contorcido do epidídimo) e uma
cauda (que se continua com o ducto deferente) (Figuras 12, 13 e 17).
Figura 17. Visão lateral do testículo (T) envolvido pela túnica albugínea, do epidídimo com a identificação
da sua cabeça (Cb), seu corpo (Co) e sua cauda (Ca) e parte do funículo espermático (seta branca
espessa).
ROTEIRO PRÁTICO
Pênis: raiz; ramos; bulbo; corpo; glande; coroa da glande; prepúcio; corpos cavernosos
e corpo esponjoso do pênis.
Testículos: túnica albugínea;
Epidídimos (cabeça, corpo, cauda);
Ducto deferente; ampola do ducto deferente;
Vesícula seminal;
Ductos ejaculatórios;
Próstata;
Colículo seminal (na uretra prostática);
Funículo espermático.
3. ANATOMIA DO SISTEMA GENITAL FEMININO
Os lábios maiores são duas pregas alongadas inferior e posterior a partir do monte
púbico e que deixam entre si um espaço denominado rima do pudendo. Suas faces
externas são recobertas por pele pigmentada com glândulas sebáceas e cobertas por
pelos. São unidos anteriormente pela comissura anterior. Contém as terminações dos
ligamentos redondos do útero. São homólogos ao escroto no homem (Figura 18A).
Os lábios menores são duas pregas pequenas de pele, sem gordura e de cor rósea
localizadas entre os lábios maiores a cada lado da abertura da vagina. Anteriormente,
cada lábio menor se divide em parte lateral e medial. A parte lateral encontra-se com a
outra para formar uma prega sobre a glande do clitóris, o prepúcio do clitóris. Já as duas
partes mediais unem-se abaixo do clitóris para formar o frênulo do clitóris (Figura 18A).
O vestíbulo da vagina é uma fenda entre os lábios menores que contém o óstio
externo da uretra, o óstio da vagina e os ductos das glândulas vestibulares maiores (que
se abrem a cada lado do óstio vaginal. Aberturas menores para os ductos das glândulas
vestibulares menores estão localizadas no vestíbulo, entre os óstios da uretra e da
vagina (Figura 18A).
Na posição anatômica seu eixo longo é quase vertical. Possui superfícies medial e
lateral, extremidades tubal e uterina e margens mesovárica e livre.
Divisões (Figuras 21 e 22): 1) fundo: parte arredondada acima do plano dos óstios
das tubas uterinas; 2) corpo: principal divisão; 3) istmo: uma constricção e; 4) colo ou
cérvix: estende-se inferior e posterior a partir do istmo até a abertura no interior da
vagina. É a divisão de menor mobilidade e é dividido em duas partes: a parte
supravaginal e a vaginal.
Figura 21. Visão anterior do útero e das tubas uterinas com suas divisões. Divisões do útero: fundo (F),
corpo (C), istmo (I) e colo ou cérvix (Cl) e divisões das tubas uterinas: istmo (Is), ampola (A) e infundíbulo
(In). Ligamentos redondos do útero (setas pretas), ligamentos largos do útero (*).
Ligamentos do útero: (Figura 24) 1) ligamento largo: é formado nas margens laterais
do útero por duas lâminas de peritônio que se estendem às paredes laterais da pelve.
Continuam entre si, superiormente, onde envolvem as tubas uterinas. O mesométrio é
a parte do ligamento largo abaixo do mesossalpinge e do mesovário; 2) ligamento
redondo: faixa de tecido conjuntivo fibroso estreito e achatado que se fixa ao útero
imediatamente abaixo e anterior à entrada da tuba uterina. Ele atravessa
bilateralamente os canais inguinais e perde-se na tela subcutânea dos lábios maiores;
3) ligamento cervical lateral ou transverso ou cardinal ou (= de Mackenrodt*):
espessamento da fáscia da pelve e visceral, lateral à cervix e à vagina que contém fibras
musculares lisas; o restante desse espessamento passa em direção posterior na prega
retouterina e se fixa na face anterior do sacro, o denominado 4) ligamento uterossacral
ou retouterino.
Figura 24. Ligamentos do útero. Observar na imagem inferior direita as três divisões do ligamento largo do
útero: mesométrio, mesovário e mesossalpinge.
ROTEIRO PRÁTICO
Monte púbico;
Lábios maiores;
Lábios menores;
Clitóris: prepúcio e glande do clitóris; vestíbulo da vagina; bulbo do vestíbulo e óstio da
vagina.
Vagina: parede anterior e posterior; fórnices anterior e posterior.
Útero: colo do útero;canal cervical.
Divisões: colo; corpo; istmo e fundo; cavidade uterina; ligamento redondo do útero;
ligamento largo do útero (mesométrio, mesovário e mesosalpinge).
Tubas uterinas:
Óstios uterinos e abdominais; porção intramural; istmo; ampola; infundíbulo (fímbrias).
Ovários:
Ligamentos útero-ováricos; ligamentos suspensores dos ovários.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
• MOORE KL; DALLEY AF; AGUR AMR. Anatomia orientada para a clínica.
6aed. Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan SA, 2010.
• PUTZ, R.; PABST, R. SOBOTTA. Atlas de Anatomia Humana. 22ª ed., Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan S.A., 2006.
QUESTÃO 1. R. 28. Artéria segmentar; 32. Ureter; 33. Pelve renal; 34. Cálice renal
menor; 36. Cálice renal maior. * Décima primeira e décima segunda costela.