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Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais

ANATOMIA DA PAREDE ABDOMINAL ANTERIOR


&
VIAS DE ACESSO

Bárbara de Castro
5º Ano de Medicina
ANATOMIA TOPOGRÁFICA

Plano Plano
Hemiclavicular Direito Hemiclavicular Esquerdo

HD EPI HE
Plano
Subcostal
MESO
FD FE
Plano
Interespinhal
FID HIPO FIE
MUSCULATURA

Porção ântero-lateral:
• M. Oblíquo externo
• M. Obliquo interno
• M. transverso

Porção medial:
• M. Reto abdominal
• M. Piramidal
MUSCULATURA
Tecido subcutâneo constituido:
• Fáscia de Camper  mais superficial.
• Fáscia de Scarpa  mais profunda e é
mais colagenosa.

M. Oblíquo externo:
Origem: superfície externa das 8 costelas
inferiores. Suas fitas interdigitam com o m.
serrátil anterior e m. latíssimo do dorso.
Inserção: aponeurose e crista ilíaca.
MUSCULATURA
M. Oblíquo interno:
Origem: fáscia tóraco-lombar.
Inserção: 3 costelas inferiores e
aponeurose.

M. Transverso do abdome:
Origem: fáscia ilíaca, crista ilíacas
(lábio interno), fáscia tóraco-lombar
e 6 cartilagens costais inferiores.
Inserção: aponeurose.
MUSCULATURA
M. Reto do abdome:
Inserções:
•Superior  porção superior da
face anterior do apêncide xifóide e
nas 5ª a 7ª cartilagens costais .
•Inferior  crista púbica e sínfise
púbica.
É um músculo com 2 ventres
separados pela linha alba. Tem 3 ou
mais interseções tendíneas.

M. Piramindal:
Origem: corpo da pube.
Inserção: linha alba.
Sem função, muitas vezes
inexistente.
MUSCULATURA

Acima da linha arqueada (Douglas):


Bainha anterior  aponeurose dos
m.m. oblíquo ext e int.
Bainha posterior  aponeurose do m.
Oblíquo int. e m. Transverso.
≈ ¾ superiores

Abaixo da linha arqueada (Douglas):


Bainha anterior  aponeurose dos
m.m. oblíquo ext , int e transcerso.
Bainha posterior ausente. A linha
arqueada indica o termino desta
lâmina.
≈ ¼ inferiores
PAREDE ABDOMINAL ANTERIOR
A parede abdominal tem por • A.a. Circunflexa ilíaca profunda e
objetivos: superficial
• Proteger as vísceras abdominais • A.a. Epigástricas superficiais
• Auxiliam a manter e aumentar a • 6 últimas artérias intercostais e 4
pressão intra-abdominal  tosse, lombares
defecação, parto, vômito Drenagem venosa:
• Auxiliam na respiração  expiração • V.v. Cutâneas  V. Safena (abaixo) ,
forçada V. Porta e V.v. Tóraco-epigástricas
• Movimentação do tronco (acima) V. Torácica lateral  VCS
• Manutenção da postura Inervação:
Vascularização: • 7º ao 11º nervos intercostais
• A. Epigástrica superior e inferior • N. Subcostal
• A.a. Musculofrênicas que são • N. Iliohipogástrico
ramos da a. Torácica interna • N. Ilioinguinal
(mamária)
REGIÃO INGUINAL

Limites:
• Superior linha imaginária
unindo as duas espinhas
ilíacas ântero-superiores
• Medial  borda lateral do m.
reto abdominal
• Inferior  Lig. Inguinal
(Poupart).
REGIÃO INGUINAL

Fosseta
Fosseta
inguinal
inguinal média
externa

Úraco Vasos
epigástricos
inferiores
Prega umbilical
medial
Fosseta
Lig. Lacunar inguinal
(Gimbernart) interna

Lig. Inguinal
(Poupart)
REGIÃO INGUINAL
Canal inguinal é uma passagem
oblíqua através da parede abdominal
ocupado nos H pelo funículo
espermático e nas M pelo Lig.
Redondo.

Anel inguinal profundo 


orifício em fenda na fáscia
transversal

Anel inguinal superficial 


orifício triangular na fáscia do
oblíquo externo
REGIÃO INGUINAL
Limites do canal inguinal:
•Anterior: aponeurose do m. Oblíquo
externo
•Superior: fibras arqueadas do m.
Oblíquo interno e arco do transverso
(músculo e aponeurose)
•Inferior: Lig. Inguinal, Lig. Lacunar e
trato iliopúbico (lig. De Thomson)
•Posterior: Fáscia transversal
Conteúdo do canal inguinal no H:
•Ducto deferente
•M. Cremaster
•N. Ilíoinguinal
•A. Cremastérica
•A. Para o ducto deferente
•Ramo genital do n. genitofemoral
•Vasos testiculares
VIAS DE ACESSO: LAPAROTOMIA
Laparotomia consiste na abertura da parede abdominal (celiotomia) através da secção
ou divulsão dos diversos planos anatômicos para, enfim, atingir a cavidade abdominal
e seu conteúdo.
Princípios fundamentais da laparotomia
•Indicação cirúrgica bem definida
•Antissepsia rigorosa
•Realizada o mais próximo do órgão a ser operado
•Dimensões proporcionais ao ato cirúrgico
•Permitir adequada exploração da cavidade abdominal
•Respeitar os planos anatômicos
•Evitar secção de músculos e nervos
•Possibilidade de prolongamento se necessário
•Evitar associação de incisões
•Preservar a estética sempre que possível
CLASSIFICAÇÃO
Direção

Longitudinal Transversal Oblíqua Curvilínea

Parame- Intenção
Mediana cirúrgica
diana

Eletiva Urgência Exploratória


Pararretal Transretal

Complexi-
Medial dade

Toracoabdo-
Lateral Simples Combinada Abdominal
minal
LAPAROTOMIAS LONGITUDINAIS
Mediana:
Permite realização de qualquer cirurgia intra-abdomnial, nos andares
supramesocólico e inframesocólico e cavidade pélvica.
Muito utilizada em processos cirúrgicos de urgência devido a sua fácil realização,
síntese e possibilidade de exploração.
Resultado estético desfavorável
Maior incidência de eventração ou evisceração

Supra-umbilical Infra-umbilical Xifopúbica


LAPAROTOMIAS LONGITUDINAIS
Paramediana:
 Permite síntese da parede em camadas sem lesão de músculo e nervos (no caso da
Paramediana pararretal interna).
 Vantagens e desvantagens semelhantes às da incisão mediana (menor
probabilidade de evisceração e tempo cirúrgico mais prolongado).

Pararretal interna ou medial (Lennander)


• Incisão – pele, subcutâneo, bainha anterior do reto
• Afastamento do ventre muscular lateralmente
• Incisão da bainha posterior, fascia transversal e peritônio
LAPAROTOMIAS LONGITUDINAIS
Transretal:
• Divulsão das fibras do reto
abdominal

Infra-umbilical
Pararretal externa ou lateral: (à direita –
• Incisão na borda lateral da Jalaguier)
bainha anterior
• Afastamento medial do
ventre muscular
• Lesão de nervos e vasos
LAPAROTOMIAS TRANSVERSAIS
Transversais:
 Permitem bom acesso à cavidade.
 Baixa incidência de eventração.
 Resultado estético mais favorável.
 Provocam lesões de músculos e nervos.
 Maior sangramento per-operatório.
 Capacidade de exploração inferior às longitudinais.

Supra-umbilicais:
 Parcial (Sprengel)
 Total
LAPAROTOMIAS TRANSVERSAIS
Infra-umbilicais:
• Total (Gurd).
• Elliot-Babcock (Apendicite) Iniciada 1cm medialmente à linha semilinar de
Spiegel, que corresponde a borda lateral do m. Reto, e terminando na união do
1/3 lateral com os 2/3 mediais da linha que liga o umbigo à espinha ilíaca ântero-
superior. Pode ser ampliada e pode desnervar parte da parede.
• Davis-Rockey (Apendicite)  incisão sobre a linha imaginária ligando as 2 espinhas
ilíacas ântero-superiores, iniciando 2cm medialmente à borda lateral do m. Reto e
terminando a 2cm da espinha ilíaca. É mais estética e permite ampliação.
LAPAROTOMIAS OBLÍQUAS
Subcostal:
 Direita (Kocher) – acesso aos hilos
hepático e cístico. Incisão a 2 cm
abaixo do rebordo costal, podendo ser
estendida do apêndice xifóide ao
flanco
 Esquerda – esplenectomia e
adrenalectomia

McBurney:
• Incisão de 5 a 8 cm a partir do ponto de McBurney
(1/3 lateral com os 2/3 mediais da linha que liga o
umbigo à espinha ilíaca ântero-superior)
• As fibras dos músculos obl. externo, obl. interno e
transverso são divulsionadas (“incisão estrelada”).
• Ampliação menos anatômica e pouco estética.
LAPAROTOMIAS CURVILÍNEAS
Pfannestiel (Cesariana):
• A incisão é feita de uma borda à outra do m. reto
• Secção longitudinal da linha alba
• Ótimos resultados estéticos
LAPAROTOMIAS COMBINADAS
Consiste na associação de duas ou mais
incisões longitudinais, transversais e
oblíquas.
Incisão de “Mercedes Benz”:
• Incisão subcostal direita + subcostal
esquerda + prolongamento longitudinal
ao processo xifóide
• Utilizada em cirurgias hepáticas

Toracolaparotomia:
• Um exemplo é a incisão subcostal
torácica + mediana que permite acesso
ao esôfago distal e cárdia.

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