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2) Descrever a anatomia do genital fem. interno: (Moore, 566-568; Schunke, v2-p.357- 5.3, 5.17 e 18)
TXV Giovana Fargiani
a) Relações com peritônio: divisão do lig. largo do útero e conteúdo do lig. suspensor do ovário;
Os anexos do útero (ovário e tuba uterina) estão unidos à margem superior e à face posterior do Lig.
largo do útero, por meio de reflexões peritoneais (mesovário e mesossalpinge). O Lig. largo do útero, que
acompanha a anteflexão do útero, fixa o útero às paredes laterais da pelve e conduz os vasos
sanguíneos e nervos uterinos. O ovário é suprido com vasos e nervos ainda por uma 2ª estrutura
peritoneal, o Lig. suspensor do ovário.
O ovário, a tuba uterina e grande parte do útero estão recobertos pelo peritônio. Na margem superior do Lig.
largo do útero encontra-se a tuba uterina, e em sua face posterior, o ovário que é fixado ao Lig. largo por
meio de uma estrutura peritoneal própria, em forma de faixa, o Lig. útero-ovárico (lig. próprio do
ovário). Estas estruturas de tecido conjuntivo, recobertas pelo peritônio têm, em relação aos órgãos genitais,
a mesma função que os mesentérios no sistema digestório e são, portanto, denominadas de modo análogo:
mesovário (para o ovário); mesossalpinge (para a tuba = salpinge); mesométrio (para o útero).
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•Ovário: possui dois suprimentos arteriais: um, principalmente derivado da A. ovárica, e outro, de um R.
ovárico da A. uterina
•Útero: a partir da A. uterina
•Tuba uterina: cada tuba recebe um R. tubário da A. ovárica e outro da A. uterina.
As duas grandes artérias se originam de diferentes troncos: a A. ovárica habitualmente é derivada da parte
abdominal da aorta (para variações, ver C), e a A. uterina é derivada da A. ilíaca interna (ramo visceral).
Observe a chamada arcada do ovário (ver b), que é de particular importância nas cirurgias: ela é formada
pela A. ovárica e pelo R. ovárico da A. uterina.
A drenagem venosa dos órgãos genitais internos se dá por duas grandes veias e plexos venosos:
•Útero: pelo plexo venoso uterino, em parte pelo plexo venoso vaginal para a V. uterina, e daí para a V.
ilíaca interna
•Ovário: pela V. ovárica para a V. cava inferior, à direita, a drenagem é direta, enquanto à esquerda a
drenagem é feita indiretamente pela V. renal esquerda; pelo plexo venoso ovárico: anastomoses venosas
entre a V. ovárica e a V. uterina (o plexo drena para ambas as veias).
As artérias e as veias seguem no peritônio: as A. e V. ováricas no Lig. suspensor do ovário, e as A. e V.
uterinas no ligamento largo do útero.
3) Definir neoplasia e explicar a nomenclatura (-oma, -sarcoma, –carcinoma); explicar as características de
distinção de tumores malignos e benignos; explicar as vias de proliferação; explicar a disseminação vascular
e realojamento das células tumorais; destacar o papel da imuno-histoquímica como auxiliar no diagnóstico
(Robbins, cap. 6, 189-196, 222-223;)
Conceitos básicos
Neoplasia significa “novo crescimento”, e um novo crescimento é denominado de neoplasma. O termo
tumor foi originalmente aplicado ao edema causado pela inflamação, mas o uso não neoplásico de tumor
praticamente desapareceu; portanto, o termo atualmente se iguala a neoplasia.
Nos tempos modernos, uma neoplasia pode ser definida como um distúrbio do crescimento celular que é
desencadeado por uma série de mutações adquiridas que afetam uma única célula e sua progênie clonal.
Conforme discutido mais adiante, as mutações causais fornecem para as células neoplásicas uma vantagem
de sobrevivência e de crescimento, resultando em proliferação excessiva que é independente de sinais
fisiológicos de crescimento (autônoma).
Todos os tumores apresentam dois componentes básicos: (1) células neoplásicas clonais que constituem o
parênquima tumoral, (2) estroma reativo feito de tecido conjuntivo, vasos sanguíneos e números variáveis de
células do sistema imune inato e adaptativo. A classificação dos tumores e seu comportamento biológico são
baseados principalmente no componente parenquimatoso, mas seu crescimento e disseminação são
criticamente dependentes do seu estroma. Em alguns tumores, o tecido conjuntivo é escasso e então a
neoplasia é macia e carnosa. Em outros casos, as células do parênquima estimulam a formação de um
estroma colagenoso abundante, referido como desmoplasia. Alguns tumores desmoplásicos – por exemplo,
alguns cânceres da mama feminina – são duros como pedra ou cirróticos.
Tumores benignos
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Um tumor benigno é caracterizado por crescimento ativo localizado e leva ao desenvolvimento de uma
massa celular ou tumoral com estrutura similar e, às vezes, características funcionais semelhantes às das
células de origem.
As neoplasias benignas ou os tumores benignos geralmente são encapsulados, crescem de modo lento e não
se espalham a distância por invasão de vasos sanguíneos ou linfáticos.
Em geral, os tumores benignos são designados ligando o sufixo -oma ao nome do tipo de célula a partir do
qual se origina o tumor. Por outro lado, a nomenclatura dos tumores epiteliais benignos é mais complexa;
alguns são classificados com base em suas células de origem, outros no padrão microscópico, e ainda outros
em sua arquitetura macroscópica.
Tumores malignos
Um tumor maligno pode ser diferenciado, assemelhando-se ao tecido original, pouco diferenciado, retendo
algumas características do tecido de origem, e não diferenciado ou anaplásico, quando as células ou o tecido
de origem não podem ser identificados.
Os tumores malignos podem invadir e destruir as estruturas adjacentes e se disseminar para áreas distantes
(metastatizar), levando à morte.
A nomenclatura dos tumores malignos segue essencialmente o mesmo esquema usado para as neoplasias
benignas, com adição de algumas expressões.
Os tumores malignos que surgem em tecidos mesenquimais sólidos são geralmente chamados de sarcomas.
As neoplasias malignas de origem nas células epiteliais, derivadas de qualquer uma das três camadas
germinativas, são denominadas carcinomas.
Quando as alterações displásicas são marcantes e envolvem toda a espessura do epitélio, porém a lesão não
penetra na membrana basal, ela é considerada como uma neoplasia pré-invasiva e é denominada carcinoma
in situ. Uma vez que as células tumorais tenham rompido a membrana basal, diz-se que o tumor é invasivo.
Características de um tumor maligno
Quanto à morfologia:
Pleomorfismo. Células cancerígenas sempre mostram pleomorfismo – uma variação no tamanho e
na forma. Assim, as células dentro do mesmo tumor não são uniformes, mas variam desde células
pequenas com um aspecto indiferenciado, até células tumorais gigantes, muitas vezes maiores do que
as suas vizinhas.
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A disseminação hematogênica é típica dos sarcomas, mas também é vista nos carcinomas. As artérias, com
suas paredes mais espessas, são menos prontamente invadidas do que as veias. Contudo, a disseminação
arterial pode ocorrer quando as células tumorais passam através dos leitos capilares pulmonares, ou através
dos shunts arteriovenosos pulmonares, ou quando as metástases pulmonares por si mesmas originam
êmbolos tumorais. Nessa disseminação vascular, diversos fatores influenciam os padrões de distribuição das
metástases. Com a invasão venosa, as células produzidas pelo sangue seguem o fluxo venoso de drenagem
do local da neoplasia, enquanto as células tumorais frequentemente se detêm no primeiro leito capilar que
encontram. É compreensível que o fígado e os pulmões estejam mais frequentemente envolvidos em tal
disseminação hematogênica, porque toda a drenagem da área portal flui para o fígado e todo o sangue da
veia cava flui para os pulmões.
4) Descrever lesão intraepitelial cervical - LIE (citopatologia), neoplasia intraepitelial cervical (NIC) e
carcinoma invasivo do colo do útero; estadiamento (Robbins 717-720; Febrasgo, 853-863)
Lesão Intraepitelial Cervical e Neoplasia Intraepitelial Cervical
O sistema de classificação mais antigo classificava as lesões como apresentando displasia leve em uma
extremidade e displasia/carcinoma grave na outra. Isto foi seguido pela classificação de neoplasia
intraepitelial cervical (NIC), com a displasia leve chamada de NIC I, a displasia moderada de NIC II, e a
displasia grave chamada de NIC III. Já que a decisão relativa à conduta para a paciente tem dois níveis
(observação versus tratamento cirúrgico), o sistema de classificação de três níveis foi simplificado
recentemente para um sistema de dois níveis, com NIC I renomeada para lesão intraepitelial escamosa de
baixo grau (LSIL, do inglês, low-grade squamous intraepithelial lesion) e NIC II e NIC III combinadas em
uma categoria citada como lesão intraepitelial escamosa de alto grau (HSIL, do inglês, high-grade squamous
intraepithelial lesion).
A LSIL é associada com a infeção de HPV produtiva. Na LSIL, há um alto nível de replicação viral e apenas
pequenas alterações no crescimento das células hospedeiras. A LSIL não progride diretamente para
carcinoma invasivo, e, na verdade, em muitos casos, regride espontaneamente; apenas uma pequena
porcentagem progride para HSIL. Por esse motivo, a LSIL não é tratada como uma lesão pré-maligna. Na
HSIL, por outro lado, ocorre uma desregulação progressiva do ciclo celular pelo HPV, que resulta em
aumento da proliferação celular, diminuição ou parada da maturação epitelial e uma menor taxa de
replicação viral, em comparação à LSIL. O desarranjo do ciclo celular na HSL pode se tornar irreversível e
resultar em um fenótipo maligno totalmente transformado. Dessa forma, considera-se que as HSILs
oferecem um alto risco de progredirem para um carcinoma. As LSILs são 10 vezes mais comuns do que as
HSILs.
O diagnóstico de SIL (do inglês, squamous intraepithelial lesion) se baseia na identificação de atipia nuclear
caracterizada por aumento nuclear, hipercromasia (coloração escura), presença de grânulos grosseiros de
cromatina e variação dos tamanhos e formas nucleares . As mudanças nucleares são frequentemente
acompanhadas por halos citoplasmáticos. No nível ultraestrutural, esses halos consistem em vacúolos
perinucleares, uma mudança citopática criada em parte por uma proteína codificada no HPV chamada E5
que se concentra nas membranas do retículo endoplasmático. As alterações nucleares e o halo perinuclear
associado são chamados de atipia coilocitótica. A classificação de SIL em baixo ou alto grau se baseia na
expansão da camada de células imaturas a partir de sua localização basal normal. Se as células escamosas
imaturas estiverem confinadas ao terço inferior do epitélio, a lesão é classificada como LSIL; se houver
expansão para dois terços da espessura epitelial, é classificada como HSIL.
TXV Giovana Fargiani
7) Descrever os achados e contribuições dos exames de imagem (USG, TC, RNM) para diagnóstico e
estadiamento de câncer de colo uterino. (Cerri, V.2, 1370-1374)